Redes Neurotransmissoras na Fisiopatologia da Psicose, segundo Sthal Flashcards

Sthal

1
Q

A DA não é o único neurotransmissor associado a psicose. Evidências crescentes também implicam as redes ___________ e ____________ na psicose, não apenas na esquizofrenia, mas também no Parkinson e outras demências, e a psicose associada a numerosas substâncias psicoativas

A

Glutamatérgicas e serotoninérgicas

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2
Q

A DA não é o único neurotransmissor associado a psicose. Evidências crescentes também implicam as redes glutamatérgicas e serotoninérgicas na psicose, não apenas na esquizofrenia, mas também …

A

no Parkinson e outras demências, e a psicose associada a numerosas substâncias psicoativas

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3
Q

Classicamente a psicose é associada a hiperatividade _________ nos receptores ____ da via __________.

A

dopaminérgica
D2
Mesolímbica

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4
Q

A liberação de ___ pela anfetamina provoca uma psicose paranoide semelhante a esquizofrenia

A

DA

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5
Q

Síntese de DA

A

(bomba transportadora de tirosina) Tirosina —- (tirosina hidroxilase)—> DOPA —- (descarboxilase)—-> DA

Inicialmente a tirosina é captada pelo neurônio a partir do espaço extracelular e corrente sanguínea por uma bomba transportadora de tirosina.
A tirosina é convertida em DOPA pela enzima, limitadora de velocidade, tirosina hidroxilase (TOH). Em seguida, a DOPA é convertida em dopamina pela enzima dopa descarboxilase (DDC).

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6
Q

Armazenamento e excedente da produção intraneuronal de DA

A

Após a sua síntese, a dopamina é acondicionada em vesículas sinápticas por meio do transportador vesicular de monoaminas (VMAT2).

O excesso de DA que escapa de seu armazenamento nas vesículas sinápticas pode ser destruído no interior do neurônio pelas enzimas MAO-A e MAO-B.

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7
Q

Término da ação da DA na sinapse

A

Os DATs (Transportador de DA) constituem a principal via de inativação da DA nas sinapses onde existem DATs, com inativação extracelular secundária pela catecol-O-metiltransferase (COMT).
Ex: estriado

A dopamina também pode se difundir a partir das sinapses e pode ser captada pelo transportador de noradrenalina (NAT) em neurônios adjacentes.

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8
Q

No ————-, os DATs são relativamente escassos e, a DA é inativada por outros mecanismos, principalmente a COMT.

A

Córtex pré-frontal

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9
Q

Tipos de receptores de DA

A

Existem pelo menos, cinco subtipos farmacológicos e várias isoformas moleculares.
Atualmente, os receptores de DA são divididos em dois grupos.

O primeiro grupo é constituído pelos receptores do tipo D1, incluindo os receptores D1 e D5. Os receptores de tipo D1 são excitatórios e estão ligados positivamente à adenilato ciclase.

O segundo grupo é formado pelos receptores de tipo D2, incluindo os receptores D2, D3 e D4. Os receptores de tipo D2 são inibitórios e negativamente ligados à adenilato ciclase.

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10
Q

Todos os cinco tipos de receptores de DA podem ser pós-sinápticos. Quais deles podem também ser pré-sinápticos?

A

Os receptores D2 e D3 podem ter localização pré-sináptica (no terminal axonico ou na área somatodentrítica), e podem atuar na limitação da liberação de DA.

Lembrando que o D3 é mais sensível que o D2.

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11
Q

De onde e para onde se projetam os neurônios da via mesocortical ?

A

Se projetam da área tegumentar ventral (ATV) para o córtex pré-frontal (CPF)

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12
Q

Onde estão os autoreceptores D2/D3 nos neurônios da via mesocortical?

A

Os autoreceptores D2/D3 desses neurônios se localizam nos corpos celulares dos neurônios da ATV, porém no córtex pré-frontal (para onde se projetam) esses receptores são escassos (tanto pré quanto pós-sinápticos), de forma que nessa região a dopamina é mais livre para se difundir.

Lembrando que no CPF existem também poucos DATs (maior difusão de DA), porém o receptor predominante é o D1, o menos sensível entre eles

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13
Q

DATs no CPF

A

Os neurônios mesocorticais tem pouco ou nenhum DAT nos terminais sinápticos (maior raio de difusão da DA)

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14
Q

Receptores de DA mais sensível e mais insensível

A

D3 é o mais sensível e D1 o menos

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15
Q

No CPF, devido a pouca quantidade de DATs e autorreceptores D2/D3, a DA se difunde com mais liberdade, podendo fazer um tipo de neurotransmissão chamada de…

A

neurotransmissão de volume

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16
Q

Neurônios dopaminérgicos mesoestriatais: receptores pré-sinápticos e DATs

A

Os neurônios DA mesoestriatais têm receptores D2 ou D3 pré-sinápticos, não apenas nos corpos celulares da ATV e da substância negra, mas também nos terminais nervosos pré-sinápticos e locais pós-sinápticos no estriado.

Além disso, existem DAT nos terminais nervosos pré-sinápticos no estriado desses neurônios DA.

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17
Q

Vias dopaminérgicas clássicas

A
  • Tuberoinfundibular
  • Nigroestriatal
  • Talâmica
  • Mesocortical
  • Mesolímbica
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18
Q

Via DA tuberoinfundibular

A

Neurônios DA que se projetam do hipotálamo para a adenohipófise

Tem atividade tônica e inibem a liberação de prolactina

Se o funcionamento dos neurônios DA tuberoinfundibulares for afetado por lesões ou substâncias, pode ocorrer elevação dos níveis de prolactina.

Na esquizofrenia não tratada, a função da via tuberoinfundibular pode estar relativamente preservada.

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19
Q

Excesso de PRL por diminuição da atividade inibitória da DA pode causar…

A

Os níveis elevados de prolactina estão associados à galactorreia, ginecomastia, amenorreia e, possivelmente, outros problemas, como disfunção sexual.

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20
Q

Via DA talâmica

A

Origina-se de múltiplos locais, incluindo a substância cinzenta periaquedutal, a parte ventral do mesencéfalo, vários núcleos hipotalâmicos e o núcleo parabraquial lateral. Sua função ainda está em fase de pesquisa, mas pode estar envolvida nos mecanismos do sono e da vigília por meio da regulação das informações que passam pelo tálamo até o córtex e outras áreas do cérebro.

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21
Q

Via DA nigroestriatal: se projeta de onde e para onde

A

Se projeta a partir da substância negra por meio de axônios que terminam no estriado.

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22
Q

Classicamente, a via DA nigroestriatal tem sido considerada como parte do sistema nervoso ———- e está envolvida no controle dos ————- por meio de suas conexões com o tálamo e o córtex em circuitos ou —————–.

A

Extrapiramidal

Movimentos motores

Alças corticoestriato-tálamo-corticais (CETC)

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23
Q

Via DA Nigroestriatal

A DA regula alças CETC e movimentos motores no estriado, influenciando as duas vias presentes nesse sistema:

A

Via direta (“via do movimento”)
Via indireta (“via da parada”)

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24
Q

Via DA Nigroestriatal

CETC: via direta

A

Tem receptores de dopamina D1 que são excitatórios e projeta-se diretamente do estriado para o globo pálido interno para estimular os movimentos (via “do movimento”).

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25
Q

Via DA Nigroestriatal

CETC: via indireta

A

Tem receptores de dopamina D2 que são inibitórios e projeta-se indiretamente para o globo pálido interno por meio do globo pálido externo e núcleo subtalâmico. Normalmente, essa via bloqueia os movimentos motores (via “da parada”).

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26
Q

Via nigroestriatal

Influência da DA nas vias direta e indireta

A

A dopamina que vem da substância negra (via nigroestriatal) e chega ao estrido inibe essa ação nos receptores D2 da via indireta, e isso quer dizer “não pare” para a via “da parada” ou “faça mais movimento”.
Na via direta estimula os receptores D1.

A linha de base é a de que a dopamina da via nigroestriatal estimula os movimentos motores nas vias motoras tanto direta quanto indireta.

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27
Q

Acredita-se que a ——– da DA na via nigroestriatal esteja na base de vários distúrbios hipercinéticos do movimento, como …

A

hiperatividade

coreia, discinesias e tiques (em condições como doença de Huntington, síndrome de Tourette, entre outras).

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28
Q

Foi formulada a hipótese de que a ————- na via nigroestriatal pelo tratamento da doença de Parkinson com levodopa esteja na base da ocorrência de movimentos hipercinéticos e discinéticos anormais (denominados discinesias induzidas por levodopa ou DIL).

A

estimulação crônica dos receptores dopaminérgicos D2

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29
Q

Via mesolímbica: projeção

A

Projeta-se dos corpos celulares DA na ATV do tronco encefálico (do mesencéfalo para o nucleus accumbens na parte ventral do estriado).

Tem papel em vários comportamentos emocionais normais, incluindo motivação, prazer e recompensa.

30
Q

Acredita-se que a presença de DA em excesso na via mesolímbica provoque …

A

Os sintomas positivos da psicose, bem como a recompensa artificial (“barato”) do uso de substâncias.

Também pode desempenhar um papel na impulsividade, agitação, agressividade e hostilidade em qualquer uma das doenças associadas a sintomas positivos de psicose.

31
Q

Por outro lado, existe a hipótese de que a presença de DA em quantidade insuficiente na via mesolímbica provoque …

A

Os sintomas de anedonia, apatia e falta de energia, observados em condições como a depressão unipolar e bipolar e os sintomas negativos da esquizofrenia.

32
Q

Hipotese neurotransmissora mais classica da esquizofrenia (sintomas positivos)

A

hiperdopaminergia mesolímbica

33
Q

Alguns estudos de neuroimagem estão mudando a perspectiva da hipótese hiperdopaminérgica da via mesolímbica

A

Estudos de neuroimagem da atividade DA no estriado de pacientes vivos e não medicados com esquizofrenia não revelam a hiperdopaminergia esperada exclusivamente na parte ventral do estriado. Com efeito, a hiperdopaminergia pode estar particularmente presente em uma parte intermediária do estriado, denominada estriado associativo, que recebe impulsos da substância negra, mas não da ATV.

Isto é, a hiperdopaminergia em projeções não apenas da ATV, mas talvez particularmente da substância negra medial e lateral, também pode ser importante para mediar os sintomas positivos da esquizofrenia.

Esses achados indicam um notável avanço ao considerar o estriado dorsal e as vias nigroestriatais como tendo componentes emocionais, bem como motores. Teoricamente, as compulsões e os hábitos também estão localizados no estriado dorsal.

34
Q

Hipótese das vias mesoestriatais derivada de exames de neuroimagem

A

O aspecto fundamental é que, em vez de considerar as projeções do mesencéfalo para o estriado como vias paralelas com funções separadas e distintas, a nova noção deduzida dos exames de neuroimagem é que o complexo ATV-substância negra é, na verdade, um eixo integrativo, e suas vias podem ser consideradas mais como mesoestriatais do que como nigroestriatais/mesolímbicas.

Nesse sentido, a hiperdopaminergia da esquizofrenia é mais mesoestriatal do que puramente mesolímbica.

35
Q

Outra via DA de interesse na fisiopatologia da esquizofrenia é a via mesocortical, foi formulada a hipótese de duas ramificações que se relacionam com os sintomas negativos…

A

Foi formulado a hipótese de que ramos dessa via para a área ventromedial estariam envolvidas no processamento emocional e afetivo, enquanto os ramos para a área dorsolateral estariam envolvidos no processamento cognitivo e da função executiva.

Dessa forma, os sintomas negativos seriam explicados por uma deficiência de atividade DA nessa via.

36
Q

principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central

A

Glutamato

37
Q

Síntese do glutamato

A

Seu uso predominante não é como neurotransmissor, mas como um aminoácido utilizado na biossíntese de proteínas. Quando usado como neurotransmissor, é sintetizado a partir da glutamina na glia.

Quando liberado pelas vesículas sinápticas dos neurônios glutamatérgicos, o glutamato interage com receptores presentes na sinapse e, em seguida, é transportado para a glia adjacente por uma bomba de recaptação, conhecida como transportador de aminoácidos excitatórios (EAAT)

Após a sua recaptação na glia, o glutamato é convertido em glutamina no interior das células gliais por uma enzima conhecida como glutamina sintetase. A glutamina é transferida para o neurônio por um transportador específico de aminoácidos neutros (SNAT).

Uma vez dentro do neurônio, a **glutamina é convertida de volta em glutamato **para uso como neurotransmissor por uma enzima presente nas mitocôndrias, denominada glutaminase.

Em seguida, o glutamato é transportado para dentro das vesículas sinápticas por um transportador vesicular de glutamato (vGluT)

38
Q

Interrupção do efeitos do glutamato nas sinapses

A

Uma vez liberado, as ações do glutamato não são interrompidas por degradação enzimática, como em outros sistemas de neurotransmissores, mas sim pela remoção por EAAT em neurônios ou em células gliais.

39
Q

Cotransmissores do glutamato nos receptores NMDA

A

O NMDA exige um cotransmissor além do glutamato para funcionar, o aminoácido glicina ou outro aminoácido estreitamente relacionado com a glicina, conhecido como D-serina.

40
Q

Receptores metabotrópicos do glutamato

A

Existem pelo menos oito subtipos de receptores metabotrópicos de glutamato, que são organizados em três grupos distintos.

As pesquisas sugerem que os receptores metabotrópicos dos grupos II e III possam ocorrer em regiões pré-sinápticas, onde atuam como autorreceptores para bloquear a liberação de glutamato. As substâncias que estimulam esses autorreceptores pré-sinápticos na forma de agonistas podem reduzir, portanto, a liberação de glutamato.

Os receptores de glutamato metabotrópicos do grupo I podem ter uma localização predominantemente pós-sináptica, onde hipoteticamente interagem com outros receptores de glutamato pós-sinápticos, de modo a facilitar e fortalecer as respostas mediadas por receptores de canais iônicos regulados por ligantes para o glutamato durante a neurotransmissão glutamatérgica excitatória.

41
Q

Receptores ionotrópicos do glutamato

A

Os receptores NMDA, AMPA e de cainato para o glutamato, nomeados de acordo com os agonistas que se ligam seletivamente a eles, são todos membros da família de receptores de canais iônicos regulados por ligantes, também são conhecidos como receptores ionotrópicos e receptores ligados a canais iônicos.

Tendem a ser pós-sinápticos e atuam em conjunto para modular a neurotransmissão pós-sináptica excitatória deflagrada pelo glutamato

42
Q

Neurotransmissão glutamatérgica: Especificamente, os receptores ——– podem mediar a neurotransmissão excitatória rápida, o que possibilita a entrada de sódio no neurônio para despolarizá-lo.

A

AMPA e de cainato

43
Q

Ativação dos receptores NMDA

A

Os receptores NMDA no estado de repouso normalmente são bloqueados pelo magnésio, que obstrui o canal de cálcio.

Podem se abrir para deixar o cálcio entrar no neurônio, de modo a desencadear ações pós-sinápticas pela neurotransmissão glutamatérgica apenas quando ocorrem três eventos ao mesmo tempo:
* O glutamato ocupa o seu sítio de ligação no receptor NMDA.
* A glicina ou a D-serina ligam-se a seu sítio no receptor NMDA.
* Ocorre despolarização, possibilitando a** remoção do tampão de magnésio**

44
Q

Principais Vias Glutamatérgicas

A
  1. Córtex-tronco cerebral
  2. Corticoestriatais
  3. Hipocampo-accumbens
  4. Tálamocortical
  5. Corticotalâmica
  6. Corticocortical diretas e indiretas
45
Q

Vias glutamatérgicas córtex – tronco cerebral

A

Uma via descendente muito importante com papel regulador de outros neurotransmissores.

Projeta-se de neurônios piramidais glutamatérgicos do córtex para áreas liberadoras de neurotransmissores no tronco cerebral: rafe (serotonina), ATV e SN (DA) e locos coeruleus (NA).

A inervação direta desses neurônios monoaminérgicos pelos neurônios glutamatérgicos estimula a liberação de NT.

Há também inervação indireta, através de interneurônios GABAérgicos, que inibe a liberação de NT.

46
Q

Vias glutamatérgicas corticoestriatais

A

Também é uma via descendente de neurônios piramidais glutamatérgicos que termina em neurônios GABAérgicos em uma área de retransmissão no complexo do estriado (que por sua vez tem por destino o globo pálido)

47
Q

Via glutamatérgica hipocampo-accumbens

A

Projeta-se do hipocampo para o núcleo accumbens. Também termina em neurônios GABAérgicos, que, por sua vez, projetam-se para uma estação de retransmissão no globo pálido.
Teorias específicas implicam essa via na fisiopatologia da esquizofrenia.

48
Q

Via glutamatérgica tálamocortical

A

Transporta a informação do tálamo de volta ao córtex, frequentemente para processar a informação sensorial.

49
Q

Via glutamatérgica corticotalâmica

A

Projeta-se diretamente de volta para o tálamo, onde pode dirigir o modo pelo qual os neurônios reagem à informação sensorial

50
Q

Vias glutamatérgicas corticocorticais

A

Complexo de muitas vias. Por exemplo, neurônios piramidais podem excitar uns aos outros por impulsos sinápticos diretos.

Por outro lado, um neurônio piramidal pode inibir outro por meio de impulso indireto, isto é, por meio de interneurônios que liberam GABA

51
Q

Principal hipótese glutamatérgica para esquizofrenia

A

Essa teoria sugere que a psicose pode ser causada por disfunção das sinapses glutamatérgicas em um local específico, que são determinados interneurônios GABAérgicos no CPF.

Hipoteticamente, a disfunção pode ser causada por problemas de neurodesenvolvimento na esquizofrenia (programação genética e ambiental), por toxicidade de substâncias no abuso de cetamina/fenciclidina ou por problemas neurodegenerativos na demência.

Pode ser que eles também apresentem déficits na enzima que produz o seu próprio neurotransmissor GABA.

A hipofunção de interneurônios GABAérgicos fariam que os neurônios glutamatérgicos a jusante se torne desinibidos.

A desinibição dos neurônios glutamatérgicos que inervam os neurônios DA da ATV/via mesoestriatal levaria a excesso de dopamina nessas vias.

Também se especula que isso ocorra através da via glutamatérgica que envolve o hipocampo ventral-nucleo accumbens-ATV

52
Q

Explicação dos sintomas negativos na hipótese glutamatérgica da esquizofrenia

A

Existe, hipoteticamente, uma outra população de neurônios glutamatérgicos que se projetam para um conjunto diferente de neurônios da ATV.
Esta segunda população de neurônios é mesocortical em vez de mesoestriatal/mesolímbica.
Esse circuito conta com um interneurônio GABAérgico essencial na ATV, inibindo a liberação de DA, e se projeta para o CPF.

A desinibição do neurônio glutamatérgico a montante, portanto, acarretaria uma inibição da liberação de DA no CPF, podendo explicar os sintomas negativos e cognitivos da esquizofrenia.

53
Q

Síntese e armazenamento de 5HT

A

A síntese de 5HT começa a partir do triptofano, que é transportado a partir do plasma.

Em primeiro lugar, o triptofano hidroxilase (TRY-OH) converte o triptofano em 5-hidroxitriptofano (5HTP) e, em seguida, a aminoácido aromático descarboxilase (AAADC) converte o 5HTP em 5HT, que **é captada em vesículas sinápticas por um transportador vesicular de monoamina (VMAT2).
**

54
Q

Término da ação sináptica de 5HT

A

A ação da 5HT termina quando ela é enzimaticamente destruída pela monoamina oxidase (MAO) e convertida em um metabólito inativo. Os próprios neurônios serotoninérgicos contêm monoamina oxidase B (MAO-B), mas apresentam baixa afinidade pela 5HT, de modo que a 5HT é enzimaticamente degradada apenas quando as suas concentrações intracelulares estão altas.

O neurônio 5HT também tem uma bomba de transporte pré-sináptica para a serotonina, denominada transportador de serotonina (SERT), que é **exclusiva para a 5HT **e que interrompe as ações da serotonina.

Diferentemente dos neurônios dopaminérgicos, alguns dos quais não contêm seu transportador de dopamina (DAT), acredita-se que todos os neurônios 5HT contenham SERT.

55
Q

Apenas alguns receptores de 5HT estão localizados no próprio neurônio serotoninérgico: ———–

Esses mesmos receptores também podem estar localizados pós-sinapticamente, assim como todos os receptores de 5HT conhecidos.

A

5HT1A, 5HT1B/D, 5HT2B

56
Q

Onde estão localizados os autoreceptores serotoninérgicos?

A

Terminal axônico (5HT1B/D)

Área somatodendrítica (5HT1A e 5HT2B).

57
Q

Receptores 5HT1A pré-sináptico

A

Localizados nos** dendritos e nos corpos celulares** dos neurônios serotoninérgicos na rafe do mesencéfalo.

Quando ocorre liberação somatodendrítica de 5HT, ela ativa esses autorreceptores, causando uma redução da velocidade do fluxo de impulsos neuronais por meio do neurônio, bem como uma redução na liberação de serotonina de seu terminal axônico.

A infrarregulação (down regulation) e a dessensibilização desses autorreceptores 5HT1A pré-sinápticos somatodendríticos são consideradas de importância crítica para as ações antidepressivas dos fármacos que bloqueiam a recaptação da serotonina.

58
Q

Receptor 5HT2B pré-sináptico

A

Ativam o neurônio serotoninérgico para causar maior fluxo de impulsos e aumento da liberação de serotonina dos terminais nervosos pré-sinápticos.

Ainda não está claro a relação dos receptores 5HT1A e 2B nos neurônios, mas sabe-se que são de fundamental importância na atividade serotoninérgica do cérebro

59
Q

Receptores 5HT1B/D pré-sinápticos

A

Atuam como autorreceptores de retroalimentação negativa.

No caso do autorreceptor do terminal 5HT1B/D, a ocupação desse receptor pela 5HT causa um bloqueio da liberação de 5HT

60
Q

Papel da serotonina na regulação de outros neurotransmissores

A

Não podemos mais pensar em um neurotransmissor atuando apenas sinapticamente; os neurotransmissores também atuam de modo transináptico em circuitos cerebrais que controlam outros neurotransmissores e que também são controlados por outros neurotransmissores.

61
Q

Receptores 5HT1A

A

Receptores 5HT1A são sempre inibitórios, porém estão, com muita frequência, localizados em neurônios GABAérgicos pós-sinápticos, o que significa que o efeito final a jusante, nesse caso, é na verdade excitatório (como por exemplo nos neurônios GABAérgicos que se destinam a neurônios glutamatérgicos no CPF).

Existem também interneurônios inibitórios com receptores 5HT1A que são importantes na regulação da liberação de NA, DA e Ach. Esses neurônios tem uma liberação tônica de GABA, e quando são inibidos pelo acionamento do receptor 5HT1A, causam um aumento na liberação de NA,DA e Ac a jusante.

62
Q

Receptores 5HT1B

A

São inibitórios e podem, especificamente, inibir a liberação neurotransmissores de neurônios noradrenérgicos, dopaminérgicos, histaminérgicos e colinérgicos quando esses receptores estão localizados nos terminais nervosos pré-sinápticos desses neurônios.

Quando um receptor para um neurotransmissor diferente daquele utilizado pelo neurônio como seu próprio neurotransmissor está presente, ele é denominado “heterorreceptor”. No caso dos receptores 5HT1B presentes em terminais nervosos pré-sinápticos não serotoninérgicos, eles são inibitórios e atuam para evitar a liberação desses outros neurotransmissores.

Em condições basais, observa-se a liberação de certa quantidade de neurotransmissor de quatro neurônios diferentes no córtex pré-frontal: noradrenérgicos, dopaminérgicos, histaminérgicos e colinérgicos. Porém, quando a serotonina é liberada nos seus heterorreceptores 5HT1B inibitórios pré-sinápticos, isso reduz a liberação desses quatro neurotransmissores.

63
Q

Receptores 5HT2A

A

São receptores excitatórios, porém podem tanto estimular a liberação de NT (como quando se encontram em dendritos de um neurônio glutamatérgico), quanto inibir a liberação de NT (como quando se encontram em neurônios GABAérgicos).

Além de fármacos para psicose e depressão se ligarem a esse receptor, a maioria dos alucinógenos tem propriedades agonistas 5HT2A.

64
Q

Receptores 5HT2C

A

Geralmente inibem a liberação de NT a jusante.

São excitatórios, pós-sinápticos e estão presentes principalmente nos interneurônios GABAérgicos.

Os agonistas dos receptores 5HT2C podem tratar a obesidade, enquanto os antagonistas dos receptores de 5HT2C tratam a psicose e os transtornos do humor

65
Q

Receptores 5HT3

A

Os receptores 5HT3 localizados na zona de gatilho quimiorreceptora do tronco encefálico,** fora da barreira hematoencefálica**, são bem conhecidos pelo seu papel nas náuseas e nos vômitos mediados centralmente.

São receptores excitatórios, mas geralmente ligados a interneurônios GABAérgicos.
Inibem especificamente a liberação de acetilcolina e de noradrenalina no nível cortical.

Um dos controles regulatórios mais importantes sobre o débito de glutamato excitatório do córtex pré-frontal é a inibição tônica por interneurônios GABAérgicos que recebem estímulo da 5HT em seus receptores 5HT3.

Quando o impulso de 5HT nesses receptores 5HT3 aumenta, a taxa de disparo do neurônio piramidal glutamatérgico é diminuída. Isso não apenas reduz os efeitos excitatórios do glutamato em uma infinidade de locais a jusante que ele inerva, como também diminui especificamente a alça de retroalimentação excitatória do glutamato sobre os neurônios serotoninérgicos na rafe do mesencéfalo. Assim, esse circuito não apenas mostra a regulação do glutamato pela serotonina (p. ex., redução da liberação de glutamato pelas ações do receptor 5HT3 nos interneurônios GABAérgicos), como também demonstra uma maneira pela qual o glutamato regula de modo recíproco a serotonina (p. ex., em uma alça de retroalimentação que normalmente excita a liberação de serotonina como resultado das ações do glutamato nos corpos celulares serotoninérgicos na rafe, mas agora está diminuída devido à inibição da liberação de glutamato pela serotonina).

66
Q

Receptores 5HT6

A

Os receptores 5HT6 são pós-sinápticos e podem ser reguladores essenciais da disponibilização da liberação de acetilcolina e do controle dos processos cognitivos.

O bloqueio desse receptor melhora o aprendizado e a memória em modelos animais experimentais; por conseguinte, os antagonistas de 5HT6 foram propostos como novos agentes pró-cognitivos para os sintomas cognitivos da esquizofrenia, da doença de Alzheimer e de outros transtornos

67
Q

Receptores 5HT7

A

Pós-sinápticos, excitatórios e com frequência localizados em interneurônios GABAérgicos.

Os receptores 5HT7 inibem especificamente a liberação de glutamato no nível cortical.
Os receptores 5HT7 também regulam a liberação de serotonina no nível da rafe do tronco encefálico.

Ou seja, um colateral recorrente do neurônio serotoninérgico faz uma alça para trás para inervar um neurônio GABAérgico que inerva o corpo celular serotoninérgico. Em condições basais, a liberação de serotonina não é afetada por esse sistema de retroalimentação (feedback) inibitório. Todavia, quando a liberação de serotonina se torna elevada, isso ativa a liberação de serotonina do colateral recorrente.

68
Q

Mecanismo básico dos alucinógenos

A

Os alucinógenos LSD, mescalina e psilocibina, que são todos poderosos agonistas 5HT2A, há muito tempo são conhecidos pela sua capacidade de induzir psicose, experiências dissociativas e, em particular, alucinações visuais por meio da superestimulação dos receptores 5HT2A do córtex pré-frontal e córtex visual.

69
Q

Sistema serotoninérgico e Psicose da Doença de Parkinson (PDP)

A

Exames post mortem, bem como exames de neuroimagem em pacientes vivos com PDP, demonstraram não apenas uma perda de terminais nervosos dopaminérgicos no estriado motor da via nigroestriatal, que provoca os sintomas motores clássicos da doença de Parkinson, mas também a perda dos terminais nervosos serotoninérgicos no córtex pré-frontal e córtex visual.

Essa perda de serotonina e dos terminais nervosos serotoninérgicos leva a uma suprarregulação (up regulation) e a um excesso de receptores 5HT2A no córtex, talvez em uma tentativa fútil de superar a perda de serotonina.
A superabundância de receptores 5HT2A leva a um desequilíbrio em suas ações excitatórias nos dendritos glutamatérgicos devido à serotonina remanescente no córtex e, consequentemente, aos sintomas de psicose.

Fármacos com ações antagonistas de 5HT2A podem bloquear esses sintomas de PDP.

70
Q

Hipótese de hiperfunção dos receptores de serotonina na psicose

A

Sugere que a psicose pode ser causada por um desequilíbrio na estimulação dos receptores 5HT2A excitatórios dos neurônios glutamatérgicos piramidais discutidos anteriormente, que inervam diretamente os neurônios dopaminérgicos integrados da ATV/mesoestriatais e os neurônios do córtex visual.

71
Q

Sabe-se atualmente que o antagonismo seletivo de ——- reduz a psicose associada à demência.

A

5HT2A