"Antipsicóticos", Sthal Flashcards

1
Q

Neurolepsia

A

No início do processo de testes, foi observado que a clorpromazina e outros fármacos usados no tratamento da psicose causavam, todos eles, “neurolepsia”, conhecida como uma forma extrema de alentecimento ou ausência de movimentos motores, bem como indiferença comportamental em animais de laboratório.

Um equivalente da neurolepsia nos seres humanos também é causado por esses fármacos e caracteriza-se por alentecimento psicomotor, tranquilização emocional e indiferença afetiva. Algumas vezes, esses sintomas também são denominados sintomas negativos “secundários”.

Hoje sabemos que a neurolepsia e os sintomas negativos secundários provavelmente são causados, pelo menos em parte, pelo bloqueio dos receptores de D2, que normalmente medeiam a motivação e recompensa.

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2
Q

Receptores alvos para o tratamento da psicose

A
  • Antagonismo D2
  • Agonismo parcial de D2
  • Antagonismo 5HT2A
  • Agonismo parcial 5HT1A
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3
Q

Relação dos receptores de dopamina e a motivação/prazer

A

Postula-se que os receptores D2 na via mesolímbica/mesoestriatal desempenham um importante papel na regulação da motivação e da recompensa.

O nucleus accumbens, um importante alvo dos neurônios dopaminérgicos mesolímbicos/mesoestriatais no estriado emocional ventral, é amplamente considerado como o “centro do prazer” no cérebro.

A via dopaminérgica mesolímbica para o nucleus accumbens é, com frequência, considerada a via final comum da recompensa e reforço (ainda que seja uma simplificação excessiva), incluindo não apenas a recompensa normal (como o prazer de comer uma boa comida, o orgasmo, ouvir música), mas também a recompensa artificial do uso de substâncias.

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4
Q

Sintomas negativos secundários: receptores D2 mesolímbicos

A

O antagonismo/agonismo parcial de D2 pode não apenas reduzir os sintomas positivos da esquizofrenia, mas também bloquear ao mesmo tempo os mecanismos de recompensa.

Quando isso ocorre, os pacientes podem se sentir apáticos, com anedonia e falta de motivação, de interesse ou de alegria com as interações sociais, um estado muito semelhante ao dos sintomas negativos da esquizofrenia.

Entretanto, esses sintomas negativos são causados pelo fármaco, e não pela doença; portanto, são denominados sintomas negativos “secundários”, ou “síndrome de déficit induzido por neurolépticos”

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5
Q

O agravamento dos sintomas negativos com perda de prazer causado pelo tratamento com fármacos para a psicose é uma explicação parcial plausível para a alta incidência de —————————- na esquizofrenia, visto que os pacientes podem tentar superar essa anedonia e falta de experiências prazerosas.

A

tabagismo e de abuso de substâncias

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6
Q

Tratamento para os sintomas negativos secundários

A

O tratamento dos sintomas negativos secundários inclui a redução da dose do bloqueador D2 ou a mudança para um bloqueador D2 que seja mais bem tolerado.

Alguns medicamentos adjuvantes podem ser úteis para reduzir os sintomas negativos, incluindo fármacos que tratam a depressão.

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7
Q

Sintomas negativos secundários: receptores D2 mesocorticais

A

A dopamina na via mesocortical já está hipoteticamente deficiente na esquizofrenia.

O bloqueio desses receptores pode causar ou agravar não apenas os sintomas negativos da esquizofrenia, mas também os sintomas cognitivos e afetivos relacionados com a ação da dopamina na via dopaminérgica mesocortical, embora exista apenas uma baixa densidade de receptores D2 no córtex.

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8
Q

Aumento de prolactina mediado por fármacos dopaminérgicos e consequencias

A

O bloqueio de D2 na via tuberoinfundibular provoca elevação da prolactina, o que pode levar a **ginecomastia, galactorreia, amenorreia. **

Pode levar a uma desmineralização mais rápida dos ossos, particularmente em mulheres na pós-menopausa que não estejam recebendo terapia de reposição estrogênica.

Outros problemas possíveis associados a níveis elevados de prolactina podem incluir disfunção sexual e ganho de peso, embora o papel da prolactina na etiologia desses problemas ainda não esteja bem esclarecido.

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9
Q

O ———————— dos bloqueadores de D2 é o principal motivo pelo qual os pacientes interrompem a sua medicação.

A

alívio inadequado dos efeitos colaterais motores

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10
Q

Fisiopatologia do parkinsonismo induzido por fármacos

A

A dopamina que atua nos receptores D2 normalmente inibe a liberação de acetilcolina dos neurônios colinérgicos nigroestriatais pós-sinápticos. Quando são administrados bloqueadores de D2, a dopamina não consegue mais suprimir a liberação de acetilcolina, o que desinibe, portanto, a liberação de acetilcolina dos neurônios colinérgicos. Isso, por sua vez, leva a maior excitação dos receptores colinérgicos muscarínicos pós-sinápticos em neurônios GABAérgicos espinhosos médios, que consequentemente diminui a inibição que a dopamina tem da via de parada.
Se a via de parada não é mais inibida pela dopamina, há portanto “excesso de parada”.

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11
Q

Tratamento clássico do parkinsonismo induzido por fármacos

A

O tratamento clássico para o PIF consiste no uso de anticolinérgicos, ou seja, fármacos que bloqueiam os receptores colinérgicos muscarínicos, particularmente o receptor M1 pós-sináptico.

Quando a liberação aumentada de acetilcolina a jusante é bloqueada por anticolinérgicos nos receptores colinérgicos muscarínicos, isso hipoteticamente restaura, em parte, o equilíbrio normal entre a dopamina e a acetilcolina no estriado, e ocorre redução do PIF.

Essa abordagem explora o equilíbrio recíproco normal entre a dopamina e a acetilcolina no estriado. Os neurônios dopaminérgicos na via motora nigroestriatal fazem conexões pós-sinápticas nos interneurônios colinérgicos.

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12
Q

Efeitos colaterais principais do uso de anticolinérgicos

A

Existem muitos problemas potenciais com a administração anticolinérgicos, ou seja, efeitos colaterais periféricos, como boca seca, visão turva, retenção urinária e constipação intestinal, bem como efeitos colaterais centrais, incluindo sonolência e disfunção cognitiva, como problemas de memória, concentração e lentidão no processamento cognitivo.

Para complicar a situação, muitos fármacos para psicose têm propriedades anticolinérgicas.

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13
Q

Alternativas para o tratamento clássico do parkinsonismo induzido por fármacos

A

Alternativas para o uso desses fármacos devem ser frequentemente procuradas, como o uso de um fármaco diferente para a psicose sem propriedades anticolinérgicas, a interrupção de medicações anticolinérgicas ou o uso de amantadina, que carece de propriedades anticolinérgicas, mas que pode atenuar os sintomas do PIF.

Acredita-se que o mecanismo de ação da amantadina consista em antagonismo fraco dos receptores de glutamato NMDA, levando, possivelmente, a mudanças a jusante na atividade da dopamina nas vias motoras estriatais, tanto diretas quanto indiretas. Qualquer que seja o mecanismo efetivo de ação, a amantadina pode ser útil para melhorar o PIF e também apresenta algumas evidências de utilidade na DT e nas discinesias induzidas por levodopa causadas pelo tratamento da doença de Parkinson com levodopa.

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14
Q

Distonia aguda induzida por fármacos

A

A exposição a bloqueadores de D2, particularmente aqueles sem propriedades serotoninérgicas nem anticolinérgicas, pode causar uma condição denominada distonia, que frequentemente surge com a primeira exposição ao bloqueador de D2.

Consiste em contração espasmódica intermitente ou involuntária sustentada dos músculos da face, do pescoço, do tronco, da pelve, dos membros ou até mesmo dos olhos.

A administração de uma injeção intramuscular de um anticolinérgico é quase sempre efetiva em 20 minutos.

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15
Q

Acatisia

A

Síndrome de inquietação motora observada comumente após o tratamento com bloqueadores de D2.

Subjetivamente, há uma sensação de inquietação interna, mal-estar mental ou disforia. Objetivamente, ocorrem movimentos inquietos, sendo mais típicos os movimentos dos membros inferiores, como balançar de um pé para outro, andar no lugar quando se está em pé ou andar de um lado para outro.

A acatisia particularmente não é tratada de forma efetiva com medicação anticolinérgica, porém é com frequência tratada mais efetivamente com bloqueadores beta-adrenérgicos ou com benzodiazepínicos.

Os antagonistas do receptor de serotonina 2A também podem ser úteis.

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16
Q

Cerca de –% dos pacientes mantidos com antagonistas de D2 que exercem pouca ou nenhuma ação nos receptores de serotonina irão desenvolver DT todos os anos.

A

5%

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17
Q

O risco de desenvolver DT em indivíduos idosos pode alcançar até —% no primeiro ano de exposição aos antagonistas de D2.

A

25%

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18
Q

Algumas evidências sugerem que os pacientes mais vulneráveis ao —————————— também podem ser aqueles que são mais vulneráveis a apresentar DT com bloqueio de D2 crônico.

A

desenvolvimento de PIF com bloqueio de D2 agudo

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19
Q

Discinesia Tardia: fisiopatologia

A

Teoricamente os receptores D2 desenvolvem uma superssensibilidade em relação ao seu bloqueio. Hipoteticamente se o AP for retirado suficientemente cedo, pode haver reversão da DT. Em tese, essa reversão deve-se a um “reajuste” dos receptores D2 supersensíveis por meio de uma normalização apropriada de seu número ou de sua sensibilidade na via nigroestriatal.

A dopamina atua nos receptores D2 na via motora indireta, causando uma inibição da via de parada, ou seja, diz “siga” nessa via. Quando se administram antagonistas/agonistas parciais de D2 de forma aguda, bloqueia-se a capacidade da dopamina de dizer “siga”.
Se tal situação persistir, os receptores D2 na via indireta do estriado motor hipoteticamente reagem ao bloqueio agudo dos receptores D2. O mecanismo teórico para isso consiste em uma proliferação de números excessivos de receptores D2 na via motora indireta. O resultado consiste em supersensibilidade da via indireta à dopamina.

O que quer que esteja ocorrendo, isso leva à situação oposta ao bloqueio agudo dos receptores D2. Ou seja, **existe agora uma inibição excessiva de sinais de parada do bloqueio crônico de D2. A situação inverteu-se e passou de movimentos lentos e rígidos de PIF para movimentos involuntários hipercinéticos e rápidos de DT.
**
Qual é o mecanismo que faz com que a via indireta passe de uma “parada” excessiva para um “siga” excessivo? A resposta pode estar na plasticidade neuronal anormal, que provoca a proliferação de receptores D2 em números excessivos e muito sensíveis na via indireta.

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20
Q

O surgimento de movimentos involuntários anormais de DT deve ser monitorado especificamente por meio de ——-

A

exame neurológico e uso de uma escala de classificação, como a AIMS (escala de movimentos involuntários anormais) periodicamente.

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21
Q

Progressos recentes mostram que a DT agora pode ser tratada com sucesso por meio da inibição do ———-, localizado em vesículas sinápticas dentro de neurônios dopaminérgicos, noradrenérgicos, serotoninérgicos e histaminérgicos.

A

transportador vesicular de monoaminas tipo 2 (VMAT2)

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22
Q

A tetrabenazina afeta preferencialmente o transporte de ——- em doses clínicas.

A

a tetrabenazina afeta preferencialmente o transporte de dopamina em doses clínicas.

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23
Q

Síndrome neuroléptica maligna

A

Associada com rigidez muscular extrema, febre alta, coma e até mesmo morte.

Essa síndrome é uma emergência médica, que exige a retirada do bloqueador de D2, administração de agentes relaxantes musculares, como dantrolene e agonistas da dopamina, bem como tratamento médico de suporte intensivo.

A fisiopatologia não é bem compreendida, alguns acreditam ser devido a bloqueio D2 na via nigroestriatal, outros a um efeito tóxico dos fármacos bloqueadores de D2 nas membranas celulares.

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24
Q

O bloqueio dos receptores de histamina H1 está associado com …

A

ganho de peso e sedação

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25
Q

o bloqueio dos receptores α1-adrenérgico está associado com …

A

sedação, bem como a efeitos colaterais cardiovasculares, como hipotensão ortostática.

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26
Q

Os antagonistas de D2 com mais tendência a causar PIF geralmente são os ….

A

agentes que têm apenas propriedades anticolinérgicas fracas

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27
Q

Vantagem da adição do antagonismo 5HT2A ao bloqueio de D2: esquizofrenia

A

alguma indicação de que quanto mais potente for um antagonista de 5HT2A/D2 para os receptores 5HT2A, menor o grau de antagonismo de D2 que pode ser necessário para o tratamento dos sintomas positivos; além de melhor tolerabilidade (necessário mais pesquisas).

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28
Q

Vantagem da adição do antagonismo 5HT2A ao bloqueio de D2: sintomas negativos

A

Antagonistas de 5HT2A ou a adição deles a fármacos com antagonismo/agonismo parcial de D2 pode melhorar os sintomas negativos na esquizofrenia.

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29
Q

Vantagem da adição do antagonismo 5HT2A ao bloqueio de D2: efeitos motores

A

O acréscimo de antagonismo de 5HT2A ao bloqueio D2 demonstrou diminuir os efeitos colaterais motores

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30
Q

Vantagem da adição do antagonismo 5HT2A ao bloqueio de D2: aumento de prolactina

A

O acréscimo de antagonismo de 5HT2A ao bloqueio D2 demonstrou diminuir a elevação de prolactina.

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31
Q

Eficácia do antagonismo 5HT2A na psicose da doença de parkinson

A

O antagonismo dos receptores de serotonina 5HT2A isoladamente parece proporcionar uma ação antipsicótica suficiente.

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32
Q

Regulação da liberação de dopamina pelos receptores 5HT2A

A

Cita-se três principais populações de neurônios para explicar a regulação de dopamina pelo 5HT2A:

  1. Inerva diretamente os neurônios dopaminérgicos das vias mesoestriatal/mesolímbica que se projetam para o estriado emocional (relacionado aos sintomas positivos). Hipoteticamente a hiperativação desse neurônio é a via comum final para aumento da dopamina a jusante no estriado emocional.
    O antagonista de receptores 5HT2A diminui o tônus excitatório serotoninérgico e assim reduz a liberação de dopamina no estriado emocional (de forma diferente do bloqueio direto dos receptores D2). O que poderia explicar as ações antipsicóticas.
  2. Inervam indiretamente neurônios dopaminérgicos nigroestriatais. Essa via se projeta para um interneurônio GABAérgico na SN e, em seguida, para a via motora dopaminérgica nigroestriatal.
    A ativação dessa via inibe a liberação de dopamina e, consequentemente, o antagonismo 5HT2A, aumenta a quantidade de dopamina liberada no estriado motor. Isso poderia explicar a melhora nos efeitos colaterais motores do bloqueio de D2.
  3. Inerva indiretamente (através de um interneurônio GABAérgico) os neurônios dopaminérgicos da via mesocortical (ATV), que se projetam para o CPF. Portanto, o antagonismo 5HT2A desses neurônios glutamatérgicos ocasiona a desinibição da liberação de dopamina no CPF.
    Isso poderia explicar em parte a melhora dos sintomas negativos.

Esse efeito não é consistente nem robusto com todos os fármacos antagonistas de 5HT2A/D2 que tratam a psicose, em parte devido a diferentes potências de antagonismo de 5HT2A em comparação com o antagonismo de D2 e devido à presença de propriedades farmacológicas de interferência adicionais em alguns agentes, como ações anticolinérgicas e anti-histamínicas.

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33
Q

Regulação da liberação de prolactina pelos receptores 5HT2A

A

O **lactotrofo **da hipófise é responsável pela secreção de prolactina, tem tanto receptores D2 (inibe a liberação de PRL) e 5HT2A (promove a liberação de PRL) na sua membrana.
Portanto, o antagonismo 5HT2A diminui a liberação de PRL.

Embora isso tenha interesse farmacológico teórico, na prática nem todos os antagonistas de 5HT2A/D2 reduzem a secreção de prolactina na mesma extensão, enquanto outros não reduzem de modo algum as elevações da prolactina, possivelmente devido a outras propriedades fora do receptor alvo.

34
Q

Agonismo parcial de D2

A

Um agonista parcial liga-se “de maneira intermediária”, espera-se que “no ponto certo”, espera-se conseguir ações antipsicóticas, porém com menos PIF e elevações menores da prolactina.

O equilíbrio (no espectro agnonista-antagonista) é diferente para cada fármaco na classe de agonistas parciais de D2 , e não existe nenhuma solução perfeita.

Eles estão localizados muito próximo da extremidade antagonista do espectro. Isso se deve ao fato de que esses agonistas parciais de D2 para o tratamento da psicose são “quase” antagonistas, com apenas um “sopro” de atividade agonista intrínseca.

35
Q

Redução dos Efeitos Colaterais Motores pelo Agonismo Parcial do D2

A

Parece que é necessária apenas uma quantidade muito pequena de transdução de sinais por meio dos receptores D2 no estriado para que um agonista parcial de D2 tenha uma propensão reduzida a causar efeitos colaterais motores, particularmente parkinsonismo induzido por fármacos.

Assim, um grau muito leve de agonismo, algumas vezes denominada “atividade intrínseca”, pode ter uma série muito diferente de consequências clínicas, em comparação com um receptor D2 totalmente silencioso e com bloqueio completo, que é o que fazem os antagonistas de D2 e os antagonistas de 5HT2A/D2.

O aripiprazol, desenvolvido bem perto da extremidade antagonista, melhora os sintomas positivos sem efeitos colaterais motores graves, porém provoca certa acatisia, e alguns médicos questionam se ele é tão eficaz quanto os antagonistas de D2 para pacientes mais gravemente psicóticos, embora isso nunca tenha sido comprovado.

Por fim, foram aprovados mais dois agonistas parciais de D2: brexpiprazol e cariprazina. Ambos são semelhantes ao aripiprazol no espectro de agonista parcial de D2 , apresentam eficácia antipsicótica e efeitos colaterais motores baixos, porém alguma acatisia, e diferem principalmente nas propriedades de ligação secundária a receptores diferentes do receptor D2.

36
Q

Redução da Hiperprolactinemia pelo Agonismo Parcial de D2

A

Os receptores D2 dos lactotrofos hipofisários provaram ser mais sensíveis à atividade intrínseca de agonistas parciais de D2 do que as outras vias e alvos dopaminérgicos.

Especificamente, os três agonistas parciais em uso clínico reduzem de modo efetivo os níveis de prolactina, em vez de aumentá-los.

37
Q

Agonismo parcial de 5HT1A

A

O agonismo parcial de 5HT1A, particularmente se estiver mais próximo do agonismo total, produz efeitos semelhantes aos do antagonismo de 5HT2A.

À semelhança do antagonismo de 5HT2A , o agonismo parcial/agonismo completo de 5HT1A também se opõe ao antagonismo de D2 nas vias dos efeitos colaterais, visto que provoca liberação de mais dopamina nesses locais, reverte alguns dos efeitos indesejados do antagonismo/agonismo parcial de D2 e melhora os sintomas negativos e afetivos.

Os** receptores 5HT1A são sempre inibitórios e podem ser tanto pré-sinápticos nos neurônios serotoninérgicos quanto pós-sinápticos em muitos neurônios, incluindo os mesmos neurônios piramidais glutamatérgicos com receptores 5HT2A.**
Pode-se considerar o neurônio piramidal como tendo um acelerador (receptores 5HT2A) e um freio (receptores 5HT1A).

Alguns fármacos utilizados no tratamento da psicose e do humor têm propriedades antagonistas de 5HT2A e agonistas parciais de 5HT1A, o que teoricamente deve potencializar ainda mais as ações sobre a dopamina a jusante, em comparação com qualquer um desses mecanismos isoladamente.
Há menos evidências de que o agonismo parcial de 5HT1A possa aumentar a eficácia do antagonismo/agonismo parcial de D2 para melhorar os sintomas positivos da psicose

38
Q

Uso dos “antipsicóticos” no tratamento da depressão

A

Esses agentes são mais comumente prescritos para o tratamento do transtorno depressivo maior unipolar e da depressão bipolar e são administrados em doses mais baixas, particularmente os agentes mais novos com menos efeitos colaterais, porém de custo mais elevado.

Quase todos os fármacos usados no tratamento da psicose precisam ter a sua dose determinada, de modo que 80% ou mais dos receptores D2 sejam bloqueados no estriado emocional, enquanto** as doses desses mesmos fármacos para a depressão são mais baixas e provavelmente insuficientes para bloquear de maneira consistente os receptores D2.**

Acredita-se que os mecanismos antidepressivos potencialmente fundamentais sejam o antagonismo de 5HT2A e o agonismo parcial de 5HT1A, com aumento resultante da liberação de dopamina no córtex pré-frontal.

Ao passar os olhos sobre a vasta série de ações dos fármacos dessa classe nos receptores é possível constatar prontamente a existência de muitos mecanismos antidepressivos potenciais adicionais.
*** Bloqueio de recaptação das monoaminas
* Antagonismo de α2
* Agonismo parcial de D3
* Antagonismo de 5HT2C
* Antagonismo de 5HT3
* Antagonismo de 5HT7
* Outras propriedades, incluindo possivelmente o antagonismo de 5HT1B/D.
**

39
Q

Existem estudos que indicam a utilização de medicações “antipsicóticas” para transtornos ansiosos e TEPT?

A

Existem estudos tanto positivos quanto negativos sobre a sua eficácia na ansiedade e indicações para o TEPT

Tendo em vista os efeitos colaterais de muitos agentes usados no tratamento da psicose, a razão risco/benefício não é necessariamente favorável quando comparada com tratamentos alternativos para a ansiedade e o TEPT.

40
Q

Ações sedativo-hipnóticas e sedativas: receptores alvo

A

Esses fármacos possuem diferentes ações anticolinérgicas, anti-histamínicas e antagonistas α1.

41
Q

Ações cardiometabólicas

Embora todos os fármacos D2/5HT2A/5HT1A usados no tratamento da psicose compartilhem uma advertência como classe por causarem …………, existe efetivamente um espectro de riscos entre os vários agente

A

ganho de peso e risco de obesidade, dislipidemia e hiperglicemia/diabetes melito

42
Q

Antipsicóticos atípicos com risco metabólico alto

A

clozapina, olanzapina

43
Q

Antipsicóticos atípicos com risco metabólico moderado

A

risperidona, paliperidona, quetiapina, azepina, iloperidona

44
Q

Antipsicóticos atípicos com risco metabólico baixo

A

lurasidona, cariprazina, lumateperona, ziprasidona, pimavanserina, aripiprazol, brexpiprazol.

45
Q

A importância de discutir a via metabólica é monitorar o paciente ao longo de sua jornada no uso de um dos agentes de risco moderado ou de alto risco e intervir, quando possível, para evitar resultados adversos previsíveis.

Principais parâmetros a serem monitorados

A
  • Peso e IMC (pode também circunferencia abdominal)
  • Glicemia jejum
  • Triglicerídeos jejum
  • PA
  • Histórico familiar de DM
46
Q

Aumento do risco cardiometabólico com uso de antipsicóticos atípicos: fisiopatologia

A

O ganho de peso associado a alguns agentes pode ser devido a ações no receptor de histamina H1 e no receptor de serotonina 5HT2C. Quando esses receptores são bloqueados, particularmente ao mesmo tempo, os pacientes podem apresentar ganho de peso.

O ganho de peso poderia explicar toda a via metabólica que se segue, porém apenas em parte e, talvez, principalmente para os agentes tanto com propriedades anti-histamínicas potentes quanto com propriedades de antagonistas de 5HT2C potentes, notavelmente, a clozapina, a olanzapina e a quetiapina, bem como o antidepressivo mirtazapina.

Entretanto, parece agora que o risco cardiometabólico simplesmente não pode ser explicado por aumento do apetite e ganho de peso, nem pelas ações antagonistas nesses dois receptores, embora certamente representem os primeiros passos. Todavia, muitos fármacos que bloqueiam um ou outro desses dois receptores não produzem grande aumento do apetite ou ganho de peso com o seu uso, e muitos outros fármacos que causam ganho de peso carecem de ações nesses dois receptores.

Aparentemente, pode existir um segundo mecanismo que atue para causar ganho de peso, dislipidemia e diabetes mellitus, ou seja, um aumento imediato da resistência à insulina. Isso pode ser medido, em parte, pela elevação dos níveis de triglicerídios em jejum e não pode ser explicado pelo ganho de peso por si só, visto que isso ocorre antes de um ganho de peso significativo; é como se houvesse uma ação aguda mediada pelos receptores desses fármacos sobre a regulação da insulina.
Até o momento, o mecanismo desse aumento de resistência à insulina e da elevação dos triglicerídios em jejum tem sido vigorosamente investigado, porém ainda não foi identificado.

47
Q

Um evento metabólico grave é associado ao uso de antipsicóticos atípicos…

A

Problema cardiometabólico raro, porém potencialmente fatal, está reconhecidamente associado aos agentes de serotonina/dopamina usados no tratamento da psicose: isto é, uma associação com a ocorrência súbita de cetoacidose diabética (CAD) ou síndrome hiperosmolar hiperglicêmica (SHH).
O mecanismo dessa complicação está em fase de intensa investigação e, provavelmente, é complexo e multifatorial.
Em alguns casos, pode ser que pacientes com resistência à insulina, pré-diabetes ou diabetes mellitus não diagnosticados, que se encontram em um estado de hiperinsulinemia compensada na via metabólica, sofram descompensação ao receber esses fármacos, em virtude de alguma ação desconhecida.

48
Q

Outras opções para o controle da síndrome metabólica e da dislipidemia em pacientes em uso de antagonistas de serotonina/dopamina é a possibilidade promissora de…

A

Coterapia com outros agentes possa evitar o ganho de peso e, possivelmente, a dislipidemia.

Em vários estudos a metformina, demonstrou produzir uma perda de peso após ganho de peso induzido por fármacos e, talvez ainda mais impressionante, reduziu o ganho de peso quando se inicia a administração de um agente de alto risco metabólico ou de risco moderado.

**Foram também relatados resultados menos consistentes com o anticonvulsivante topiramato. **

49
Q

Em geral, os antagonistas/agonistas parciais dos receptores de dopamina 2 têm a sua dose determinada para obter uma ação antipsicótica, de modo a ocupar pelo menos ——-% dos receptores D2.

A

60-80%

50
Q

Clorpromazina

A

Pertence à classe química das fenotiazinas.
Além do antagonismo de D2 terapêutico, a clorpromazina tem numerosas ações em receptores associadas à sedação (muscarínicos, α1 e antagonismo de histamina), bem como outros efeitos colaterais.

51
Q

Haloperidol

A

O haloperidol é um dos antagonistas de D2 mais potentes e menos sedativo do que alguns outros. Está também disponível em formulações de ação curta e de ação longa para uso conveniente e é um dos agentes, cujo monitoramento dos níveis plasmáticos pode ser útil.

52
Q

Sulpirida

A

Geralmente provoca efeitos colaterais motores e elevação da prolactina em doses antipsicóticas habituais.

Entretanto, particularmente quando administrada em doses mais baixas, pode ser um pouco ativadora e é eficaz para os sintomas negativos da esquizofrenia e para a depressão por motivos pouco esclarecidos. As ações como antagonista/agonista parcial do receptor de dopamina 3 na depressão é uma possível explicação.

A sulpirida continua sendo uma opção popular para o tratamento da psicose em países fora dos EUA, como o Reino Unido, visto que é mais bem tolerada do que alguns dos outros agentes D2 originais.

53
Q

Amissulprida

A

Estruturalmente relacionada com a sulpirida. Alguns dados pré-clínicos iniciais sugerem que ela pode ser mais seletiva para os receptores de dopamina mesolímbicos/mesoestriatais do que para os nigroestriatais, motivo pelo qual pode ter menor propensão a causar efeitos colaterais motores em doses antipsicóticas.

relatos da eficácia da amissulprida para os sintomas negativos da esquizofrenia e para a depressão em doses mais baixas do que aquelas usadas no tratamento da psicose.

Tem algumas ações antagonistas de D3 e algumas ações antagonistas fracas de 5HT7, o que pode explicar algumas de suas ações antidepressivas e nos sintomas negativos.

54
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade ao receptor 5HT2A

A
55
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade ao receptor 5HT1A

A
56
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores de recaptação de monoaminas

A
57
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores alfa-2

A
58
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores D3

A
59
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores 5HT2C

A
60
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores 5HT3

A
61
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores 5HT6 e 5HT7

A
62
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores muscarínicos e histamínicos

A
63
Q

Propriedades Farmacológicas do Antipsicóticos Atípicos: afinidade aos receptores alfa-1

A
64
Q

Único antipsicótico documentado como capaz de reduzir o risco de suicídio na esquizofrenia e pode ter um nicho particular no tratamento da agressão e da violência em pacientes psicóticos.

A

Clozapina

65
Q

Clozapina: efeitos colaterais comparados a outros APs

A

Em termos de efeitos colaterais, a clozapina causa poucos sintomas motores, não parece provocar discinesia tardia e pode ser até mesmo efetiva no tratamento da discinesia tardia; além disso, não eleva os níveis de prolactina

A má notícia é que a clozapina produz efeitos colaterais singulares e tem maior risco de convulsões (dose dependente). Também produz sedação importante, assim como ganho de peso e tem maior risco cardiometabólico.

66
Q

Efeitos colaterais da clozapina que exigem controle especializado.

A
  • Neutropenia
  • Constipação intestinal/íleo paralítico
  • Sedação, hipotensão ortostática, taquicardia
  • Sialorreia
  • Convulsões
  • Ganho de peso, dislipidemia, hiperglicemia
  • Miocardite, cardiomiopatia, nefrite intersticial
  • DRESS (reação medicamentosa com eosinofilia e sintomas sistêmicos), serosite
67
Q

mecanismos da clozapina para neutropenia e miocardite

A

Os mecanismos relacionados com a capacidade de causar neutropenia e miocardite são totalmente desconhecidos

68
Q

Clozapina

O ganho de peso pode estar, em parte, associado ao seu potente bloqueio dos receptores ——–

A sedação provavelmente está ligada ao potente antagonismo dos receptores ——–.

A

tanto de histamina H1 quanto de 5HT2C.

muscarínicos M1, H1 e alfa-adrenérgicos

69
Q

Clozapina: além da sedação, o bloqueio muscarínico frequentemente leva a …

A

Salivação excessiva, particularmente quando o fármaco é administrado em doses mais altas, bem como constipação intestinal grave,

70
Q

Clozapina: afinidade de ligação

A
71
Q

Olanzapina

A

Antagonista dos receptores 5HT2A e D2 e, embora não seja comprovadamente tão efetiva quanto a clozapina para a psicose, é amplamente considerada (mais por experiência clínica do que por ensaios clínicos definitivos) como o próximo agente mais efetivo, com pelo menos um pouco mais de eficácia do que os outros fármacos dessa classe.

Apresenta maior risco de efeitos colaterais metabólicos.

Tende a ser usada em doses mais altas do que aquelas originalmente estudadas e aprovadas para sua comercialização, em particular quando guiada pelos níveis plasmáticos do fármaco, visto que o uso clínico sugere que as doses mais altas podem apresentar maior eficácia, particularmente em pacientes que não responderam a outros fármacos para a psicose ou à olanzapina em doses mais baixas

Talvez as propriedades antagonistas de 5HT2C, com propriedades mais fracas de antagonista de α2, particularmente quando combinadas com as propriedades antagonistas de 5HT2C da fluoxetina, possam explicar alguns aspectos da aparente eficácia da olanzapina na depressão unipolar e bipolar.

72
Q

Quetiapina

A

Antagonista dos receptores 5HT2A e D2, apresenta **várias propriedades farmacológicas **que a diferenciam, particularmente em doses diferentes.

As ações farmacológicas finais de quetiapina resultam também de seu metabólito ativo, a norquetiapina. A norquetiapina tem propriedades farmacológicas únicas em comparação com a quetiapina, particularmente inibição do transportador de noradrenalina (NAT). Em combinação com o fármaco original, a quetiapina, apresenta antagonismo de 5HT7, 5HT2C e α2.
Todas elas podem contribuir para o perfil clínico global da quetiapina, particularmente seus efeitos antidepressivos consistentes.

Exibe um conjunto global muito complexo de propriedades de ligaçãocom muitos receptores com maior potência de ligação que o D2 , o que pode explicar por que esse fármaco parece muito mais do que simplesmente um agente usado no tratamento da psicose.

A quetiapina praticamente não causa nenhum efeito colateral motor, nem elevação dos níveis de prolactina. Entretanto, apresenta um risco pelo menos moderado de ganho de peso e distúrbios metabólicos.

73
Q

Quetiapina: doses baixas

A

Em baixa dose (próxima a 50mg), apenas as propriedades de ligação mais potentes são relevantes, em particular as propriedades anti- histamínicas H1.
Essas doses não são aprovadas para uso como hipnótico, e esta pode ser uma opção com riscos metabólicos, de modo que não é considerada como opção de primeira linha para o sono.

Nessa dose, hipoteticamente há um número insuficiente de receptores 5HT2C ou de NAT bloqueados para eficácia antidepressiva. Além disso, a ocupação dos receptores D2 é insuficiente para uma eficácia antipsicótica.

74
Q

Quetiapina: doses médias

A

Em dose média (faixa de 300 mg), tem efeitos antidepressivos consistentes ao combinar vários mecanismos simultâneos. Assim, esses mecanismos antidepressivos aumentaria a liberação de dopamina e de noradrenalina (por meio da inibição da recaptação de noradrenalina, agonismo parcial de 5HT1A e antagonismo de 5HT2A, α2 e 5HT2C) e liberação de serotonina (por antagonismo de 5HT7).

Particularmente quando combinada com ISRS/IRSN) há ações monoamínicas triplas de aumento da serotonina, bem como da noradrenalina e da dopamina, enquanto são tratados simultaneamente os sintomas de insônia e de ansiedade por meio de ação anti-histamínica.

75
Q

Quetiapina: doses altas

A

Em dose alta (800 mg) satura por completo os receptores de histamina 1 e 5HT2A, embora ocorra ocupação mais inconsistente dos receptores D2 acima de 60%, particularmente entre as doses.

76
Q

Risperidona

A

Embora haja certa redução dos efeitos colaterais motores em doses mais baixas, a risperidona provoca** elevação dos níveis de prolactina até mesmo em doses baixas.**
A risperidona apresenta risco moderado de ganho de peso e dislipidemia. O ganho de peso pode ser particularmente um problema em crianças.

A risperidona, particularmente quando se inicia o tratamento, e sobretudo em crianças e no indivíduo idoso, pode exigir uma administração 2 vezes/dia para evitar a sedação e a hipotensão ortostática.

Os efeitos colaterais da risperidona podem estar relacionados, em parte, com a rápida taxa de absorção do fármaco e doses mais altas, com maior flutuação dos níveis, levando a uma duração de ação mais curta.

77
Q
A

A paliperidona, o metabólito ativo da risperidona, também é conhecido como 9-hidroxirrisperidona e, à semelhança da risperidona, exibe antagonismo dos receptores 5HT2A e D2.

Entretanto, uma diferença farmacocinética entre a risperidona é que esta última não sofre metabolismo hepático, e sua eliminação depende da excreção urinária. Por conseguinte, tem poucas interações medicamentosas farmacocinéticas.

Tende a ser mais tolerável, com menos sedação, menos hipotensão ortostática e menos efeitos colaterais motores, embora isso seja baseado na experiência clínica sem base científica, e não em estudos clínicos comparativos.

A paliperidona está associada a um risco moderado de ganho de peso e a problemas metabólicos.

78
Q

Ziprasidona

A

Antagonista de 5HT2A/D2, cuja principal característica diferencial é sua pouca ou nenhuma propensão a produzir ganho de peso ou distúrbios metabólicos.

É de ação curta, exige a administração de mais de uma dose ao dia e precisa ser tomada com alimentos.

As preocupações iniciais quanto ao risco de prolongamento de QTc pela ziprasidona agora parecem ser exageradas.
Diferentemente da iloperidona, da zotepina, do sertindol e da amissulprida, a ziprasidona não provoca prolongamento do QTc dependente da dose, e poucos fármacos têm o potencial de aumentar os níveis plasmáticos de ziprasidona.

79
Q

Lurasidona

A

Antagonista de 5HT2A/D2 aprovada para uso na esquizofrenia e muito mais popular para uso na depressão bipolar.

Esse composto exibe alta afinidade pelos receptores 5HT7 e pelos receptores 5HT2A.
Afinidade moderada pelos receptores 5HT1A e α2, porém com afinidade mínima pelos receptores de histamina H1 e colinérgicos M1.

Tem** baixo risco de ganho de peso ou disfunção metabólica.**

O risco de efeitos colaterais motores ou de sedação é reduzido se a dose de lurasidona for tomada à noite.

A lurasidona está aprovada no mundo inteiro para a esquizofrenia/manutenção (a partir de 10 anos de idade) e, devido à sua boa tolerabilidade, é frequentemente preferida para o tratamento de crianças.

80
Q

Aripiprazol

A

Agonista parcial de D2 /5HT1A.

Apresenta efeitos colaterais motores relativamente baixos, sendo o mais importante associado a essa medicação a acatisia, e reduz os níveis de prolactina em vez de aumentá-los.

Tem afinidade apenas moderada pelos receptores 5HT2A, porém tem maior afinidade pelos receptores 5HT1A.

Foi aprovado como tratamento adjuvante dos ISRS/IRSN no tratamento do transtorno depressivo maior, o que constitui certamente o seu principal uso na prática clínica nos EUA.

Naturalmente, não se sabe como o aripiprazol atua na depressão, em comparação com o seu mecanismo de ação na esquizofrenia, porém suas propriedades de agonista parcial potente de 5HT1A e de antagonista de 5HT2C e 5HT7 são explicações teóricas para as ações antidepressivas potenciais, visto que seriam ativas nas baixas doses geralmente usadas no tratamento da depressão.

O aripiprazol **carece das propriedades farmacológicas normalmente associadas à sedação, ou seja, propriedades colinérgicas muscarínicas e antagonistas do receptor de histamina H1, de modo que ele geralmente não é sedativo. **

Á semelhança da ziprasidona e da lurasidona, pouca ou nenhuma propensão a causar ganho de peso, embora o ganho de peso possa representar um problema para alguns pacientes, incluindo algumas crianças e adolescentes.

81
Q

Bexpiprazol

A

Química e farmacologicamente relacionado com o aripiprazol. Entretanto, difere farmacologicamente do aripiprazol, visto que **apresenta antagonismo de 5HT2A, agonismo parcial de 5HT1A e antagonismo α1 mais potentes **em relação a seu agonismo parcial de D2, o que teoricamente deve reduzir a sua propensão a causar efeitos colaterais motores e acatisia, porém isso não foi comprovado em ensaios clínicos comparativos.

O brexpiprazol apresenta potência agonista parcial de 5HT1A e potência relativamente maior para ligação dos receptores α1 e α2 do que o aripiprazol.

As ações α1 em particular podem ajudar, teoricamente, a explicar a eficácia do brexpiprazol demonstrada em algumas de suas novas indicações potenciais, encontra-se em fase avançada de desenvolvimento clínico, com estudos positivos para o tratamento da agitação na demência.
Existem também dados preliminares promissores para o brexpiprazol quando associado ao ISRS, sertralina, no tratamento do TEPT.