Prova 2 - Toracica Flashcards
1
Q
- Descreva as avaliações objetivas da função pulmonar que podem auxiliar a avaliação da compatibilidade para a pneumonectomia e o tempo da extubação traqueal pós- operatória.
A
- Nenhum teste de função respiratória tem sido comprovadamente adequado como uma única forma de avaliação pré-operatória para verificar a possibilidade de o paciente passar por uma pneumonectomia e o momento da extubação traqueal no pós-operatório. Antes da cirurgia, a função respiratória deve ser avaliada em três áreas independentes, mas relacionadas: mecânica respiratória, função do parênquima pulmonar e interação cardiopulmonar. (470)
2
Q
- Como são os mecanismos respiratórios avaliados antes da anestesia para a ressecção pulmonar?
A
- O teste mais útil de mecânica respiratória é o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) calculado a partir da espirometria. A espirometria pode ser usada para calcular o VEF1 pós-operatório previsto (ppoVEF1). Pacientes com ppoVEF1 maior do que 40% têm um risco baixo de ter complicações pulmonares no pós-operatório, enquanto aqueles com ppoVEF1 menor do que 30% apresentam um risco elevado. (470)
3
Q
- Como a função do parênquima pulmonar é avaliada antes da anestesia para a ressecção pulmonar?
A
- A função do parênquima pulmonar se refere à capacidade do pulmão de trocar oxigênio e dióxido de carbono. A função do parênquima do pulmão pode ser avaliada pela capacidade de difusão pulmonar para o monóxido de carbono (DLCO) e a gasometria arterial. Uma ppoDLCO de mais de 40%, PaO2 superior a 60 mm Hg e PaCO2 inferior a 45 mm Hg estão associadas ao baixo risco de complicações pulmonares no pós-operatório. (470)
4
Q
- Como a interação cardiopulmonar é avaliada antes da anestesia para a ressecção pulmonar?
A
- A interação cardiopulmonar é mais precisamente avaliada com o teste físico para calcular V˙ O2máx, embora alguns substitutos possam ser usados. Pacientes com V˙ O2máx menor que 15 mL/kg/min têm o risco maior de ter complicações pulmonares. (471)
5
Q
- Como a cintilografia de ventilação e perfusão pode ajudar a prever a função pulmonar após a ressecção?
A
- A cintilografia de ventilação e perfusão pode modificar ainda mais a ppoVEF1ao fornecer uma avaliação da contribuição funcional do pulmão ou do lobo a sofrer a ressecção. (471)
6
Q
- Um paciente será submetido a uma lobectomia superior esquerda. Seu volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) é 62%. Qual é o VEF1 pós-operatório previsto (ppoVEF1)?
A
- O VEF1 pós-operatório previsto (ppoVEF1) é calculado usando a seguinte equação: ppoVEF1%=VEF1% no pré-operatório×(100−% do tecido funcional removido/100) 8.A proporção do pulmão funcional removido será 10/42 = 24% (10 subsegmentos pulmonares no lobo superior esquerdo e 42 no total). Um paciente com VEF1de 62% que passa por uma lobectomia superior esquerda terá, portanto, ppoVEF1 de 47% (ppoVEF1 = 62% × 0,76 = 47%). (471)
7
Q
- Quais intervenções pré-operatórias diminuem o risco de complicações pulmonares pós-operatórias para um paciente que tem o procedimento de lobectomia agendado?
A
- Diversas intervenções pré-operatórias podem diminuir as complicações pulmonares no pós-operatório de pacientes que têm uma lobectomia marcada. 11. O ato de parar de fumar reduz as complicações pulmonares independentemente do tempo sem fumar antes da cirurgia. O anestesiologista deve encorajar os pacientes a parar de fumar na avaliação pré-operatória, quando é provável que sejam mais receptivos à mensagem. 12. Devem-se buscar os sintomas e os sinais de uma infecção do trato respiratório e, se presentes, o paciente deve ser tratado, e a cirurgia deve ser remarcada, se for viável. 13. Todos os pacientes com DPOC devem receber a terapia com broncodilatador, conforme guiado pelos sintomas. Um paciente que tem controle precário em relação aos broncodilatadores anticolinérgicos e simpatomiméticos deve receber corticosteroides. Além disso, pacientes com DPOC têm menos complicações pulmonares no pós-operatório quando a fisioterapia torácica é iniciada no pré-operatório. Até em pacientes com DPOC grave é possível melhorar a tolerância ao exercício com fisioterapia, embora no primeiro mês se perceba uma pequena evolução. Entre os pacientes com DPOC, aqueles com excesso de escarro se 11. 68. Descreva os efeitos fisiológicos e farmacológicos do fumo.
beneficiam mais da fisioterapia torácica. Um programa abrangente de reabilitação pulmonar envolve fisioterapia, prática de exercícios, nutrição e educação, e tem melhorado a capacidade funcional em pacientes com DPOC grave. Esses programas em geral têm a duração de alguns meses e normalmente não são uma opção no caso de ressecções para malignidade. (471)
- Diversas intervenções pré-operatórias podem diminuir as complicações pulmonares no pós-operatório de pacientes que têm uma lobectomia marcada. 11. O ato de parar de fumar reduz as complicações pulmonares independentemente do tempo sem fumar antes da cirurgia. O anestesiologista deve encorajar os pacientes a parar de fumar na avaliação pré-operatória, quando é provável que sejam mais receptivos à mensagem. 12. Devem-se buscar os sintomas e os sinais de uma infecção do trato respiratório e, se presentes, o paciente deve ser tratado, e a cirurgia deve ser remarcada, se for viável. 13. Todos os pacientes com DPOC devem receber a terapia com broncodilatador, conforme guiado pelos sintomas. Um paciente que tem controle precário em relação aos broncodilatadores anticolinérgicos e simpatomiméticos deve receber corticosteroides. Além disso, pacientes com DPOC têm menos complicações pulmonares no pós-operatório quando a fisioterapia torácica é iniciada no pré-operatório. Até em pacientes com DPOC grave é possível melhorar a tolerância ao exercício com fisioterapia, embora no primeiro mês se perceba uma pequena evolução. Entre os pacientes com DPOC, aqueles com excesso de escarro se 11. 68. Descreva os efeitos fisiológicos e farmacológicos do fumo.
8
Q
- Que intervenções pré-operatórias diminuem o risco de complicações cardíacas para um paciente com câncer de pulmão que será submetido ao procedimento de lobectomia?
A
- A avaliação do risco cardíaco deve seguir as Diretrizes de American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) para a Avaliação Cardiovascular Perioperatória e o Manejo de Pacientes que passam por Cirurgias Não Cardíacas. A cirurgia torácica é identificada como um fator de risco para os principais eventos cardíacos adversos. Além disso, a arritmia pós-operatória é comum após a cirurgia torácica ou esofágica, ocorrendo em 12% a 44% dos pacientes. A arritmia mais comumente observada é a fibrilação atrial, que em geral ocorre 2 a 3 dias após a cirurgia. Os fatores de risco para a fibrilação atrial no pós-operatório incluem sexo masculino, idade mais avançada, magnitude do pulmão ou do esôfago ressecado, histórico de insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar concomitante e duração do procedimento. Pode ser razoável fornecer diltiazem profilático para pacientes de alto risco (p. ex., pacientes mais velhos submetidos a pneumonectomia) para diminuir a incidência da fibrilação atrial no pós-operatório. (471)
9
Q
- Descreva algumas considerações pré-operatórias específicas a pacientes com câncer de pulmão que serão submetidos ao procedimento de lobectomia?
A
- Os pacientes que passam por ressecção pulmonar para verificar malignidade devem ser avaliados com relação aos “quatro
10
Q
- Descreva os efeitos fisiológicos e farmacológicos do fumo.
A
- A nicotina e o monóxido de carbono são as principais substâncias nocivas no fumo. A nicotina aumenta o efluxo simpático e a liberação de catecolamina, resultando no aumento da frequência cardíaca, no inotropismo cardíaco, na resistência vascular periférica, na pressão arterial e, portanto, no consumo de oxigênio do miocárdio. O monóxido de carbono diminui o transporte e a utilização de oxigênio. Outros componentes da fumaça do cigarro aumentam a secreção mucosa e a viscosidade e danificam o epitélio respiratório. O fumo a longo prazo altera a elasticidade pulmonar, resultando no enfisema. A meia-vida da nicotina é de 30 a 60 minutos. A meia-vida do monóxido de carbono é de 4 a 6 horas e depende principalmente da ventilação pulmonar. O monóxido de carbono se combina com a hemoglobina, a mioglobina e a oxidase citocrômica, resultando em uma menor capacidade de transportar o oxigênio no sangue e no músculo e também na menor utilização mitocondrial do oxigênio. (471)
11
Q
- Descreva as indicações para o isolamento pulmonar.
A
- O isolamento dos pulmões é indicado para (1) permitir a ventilação seletiva e o acesso cirúrgico ao tórax e a estruturas adjacentes (ressecção pulmonar e cirurgias mediastinal, cardíaca, vascular, esofágica e da coluna); (2) controlar a ventilação (fístula broncopleural); (3) prevenir a sujeira pulmonar contralateral (hemorragia pulmonar, fístula broncopleural e lavagem pulmonar completa), e (4) permitir padrões diferenciais de ventilação em pacientes com lesão pulmonar unilateral. (471)
12
Q
- Um tubo endobrônquico de duplo lúmen (TDL), um bloqueador brônquico (BB) e um tubo de único lúmen (TUL) avançados em um brônquio podem ser usados para o isolamento pulmonar. Quais são as vantagens e as desvantagens de cada um?
A
- As vantagens do tubo endobrônquico de duplo lúmen (TDL) em comparação ao bloqueador brônquico (BB) ou o tubo endotraqueal de único lúmen padrão (TUL) são as seguintes: o posicionamento bem-sucedido é fácil, o reposicionamento é raramente necessário, a broncoscopia pode ser realizada no pulmão isolado, a sucção ao pulmão isolado é possível, a CPAP é facilmente aplicada, a ventilação seletiva pode ser realizada com facilidade para cada um dos pulmões, e o posicionamento é possível se um broncoscópio não está disponível. As desvantagens de um TDL são as seguintes: a seleção do tamanho é mais difícil do que para o BB ou TUL; é um desafio colocá-lo em pacientes com vias aéreas difíceis ou traqueias anormais; não é a melhor opção para a ventilação no pós-operatório e tem o potencial para o trauma laríngeo ou brônquico. 19. As vantagens de um BB em comparação ao TDL incluem o fato de que a seleção do tamanho é raramente uma questão; ele pode ser acrescentado com facilidade a um TET; permite a ventilação durante a colocação e é mais fácil de ser colocado em pacientes com vias aéreas difíceis e nas crianças. Além disso, a ventilação nos dois pulmões no pós-operatório é fácil retirando- se o BB; o isolamento seletivo do lobo é possível e a CPAP ao pulmão isolado é possível. As desvantagens de um BB incluem o fato de ser necessário mais tempo para posicioná-lo, a exigência maior de reposição e o fato de o broncoscópio ser essencial para o posicionamento. Além disso, o isolamento pulmonar direito é limitado, uma vez que brônquio primário direito é relativamente curto em muitas pessoas; a broncoscopia no pulmão isolado não é possível; a sucção mínima pode ser aplicada ao pulmão isolado, e é difícil alternar a ventilação seletiva para cada um dos pulmões. 20. Uma vantagem do avanço de um TUL no brônquio em comparação a um TDL é a facilidade de colocação em pacientes com vias aéreas difíceis. As desvantagens de um TUL incluem o fato de a broncoscopia ser necessária para a colocação; o TDL não permite broncoscopia, sucção ou CPAP no pulmão isolado; o cuff não foi projetado para o isolamento pulmonar; e a ventilação seletiva no pulmão direito é extremamente difícil devido ao brônquio primário direito curto. (473)
13
Q
- Como se estima o tamanho correto de TDL para um paciente?
A
- Não há consenso com relação ao método mais eficiente para dimensionar um TDL. Um TDL com o tamanho ideal deve ter um diâmetro externo brônquico 1 a 2 mm menor do que o diâmetro brônquico para encaixar o cuff brônquico vazio. Uma radiografia torácica pode ser usada para auxiliar a seleção do TDL. A preferência dos autores é um método simplificado baseado no sexo e na altura do paciente. Para mulheres com mais de 1,60 m, use 37 Fr e, para aquelas com menos de 1,60 m, use 35 Fr. Para mulheres com menos de 1,52 m, considere 32 Fr. Para homens com mais de 1,70 cm, use 41 Fr e, para aqueles com menos de 1,70 m, use 39 Fr. Para homens com menos de 1,60 cm, considere 37 Fr. Um importante passo antes da colocação do tubo é verificar uma radiografia torácica ou, idealmente, um corte coronal de uma tomografia computadorizada (TC) do tórax, para excluir a anatomia aberrante (p. ex., obstrução endoluminal, desvio traqueal significativo ou uma separação aberrante no lobo superior direito). É importante considerar que, em comparação a um TUL, o TDL tem um diâmetro externo grande e não deve ser avançado contra a resistência. (473)
14
Q
- Quais as indicações para TDL do lado direito?
A
- Há duas principais indicações para um TDL do lado direito. A anatomia distorcida da entrada dos brônquios primários esquerdos pode ser eliminada usando um TDL do lado esquerdo (p. ex., compressão do tumor intraluminal ou externa ou aneurisma de aorta torácica descendente). Além disso, o local da cirurgia pode envolver o brônquio primário esquerdo (p. ex., o transplante pulmonar esquerdo, o rompimento traqueobrônquico do lado esquerdo, a pneumonectomia do lado esquerdo ou a ressecção em braçadeira no lado esquerdo). É possível realizar uma pneumonectomia com um TDL ou BB no lado esquerdo, mas o TDL ou o BB terá de ser retirado antes de grampear o brônquio primário esquerdo. (475)
15
Q
- Quais são alguns possíveis problemas associados ao uso de um TDL no lado direito para o isolamento pulmonar?
A
- Um TDL no lado direito deve ser posicionado com uma abertura no lúmen endobrônquico no orifício do lobo superior direito. Um pequeno movimento do TDL distalmente pode obstruir o lobo superior direito, resultando em hipoxemia, enquanto a migração proximal pode resultar na perda do isolamento pulmonar. Além disso, há a variação anatômica na distância do orifício do lobo superior direito em relação à carina da traqueia (um em cada 250 pacientes tem o lobo superior direito se originando na carina ou proximalmente a ela). A anatomia traqueobrônquica deve ser verificada antes da inserção do TDL no lado direito (corte coronal de uma TC ou broncoscopia) para confirmar o posicionamento normal do orifício do lobo superior direito. Se o orifício do lobo superior direito tiver origem a uma distância de mais de 1,5 cm da carina, é provável que o uso do TDL no lado direito seja bem-sucedido. (475)