Prova 1 - Trauma Flashcards
1
Q
- O trauma é a principal causa de morte em qual faixa etária?
A
- O trauma é a principal causa de morte entre aqueles com menos de 45 anos de idade. Estima-se que 5 milhões de pessoas em todo o mundo morram por ano em decorrência de lesões. (724)
2
Q
- Qual é a causa mais comum da hipotensão no trauma?
A
- O choque hemorrágico é a causa mais comum de hipotensão no trauma, embora outras causas devam ser consideradas durante a avaliação. Dentre as causas estão a hipovolemia relativa decorrente do retorno venoso obstruído, o choque cardiogênico e o choque neurogênico. (725)
3
Q
- Na hemorragia precoce, quais mecanismos fisiológicos existem para compensar a hipovolemia?
A
- Os reflexos compensatórios via simpática, o seio carotídeo e os barorreceptores do arco aórtico e outros receptores de baixa pressão podem mascarar a hemorragia precoce e resultar em normotensão. Esses reflexos levam a um aumento da resistência periférica total via vasoconstrição das arteríolas, a um aumento do retorno venoso por venoconstrição e a uma frequência cardíaca maior. (725)
4
Q
- Quais são as diferenças entre o choque progressivo e compensado?
A
- Os mecanismos compensatórios fisiológicos intactos podem ser capazes de sustentar uma perfusão adequada aos órgãos vitais no choque compensado. Estima-se que isso possa compensar a perda de sangue de até 15%. O choque progressivo ocorre à medida que esses não conseguem proporcionar uma perfusão no órgão-alvo. Se o choque progressivo não for corrigido, a hemorragia eventualmente levará à necrose generalizada do tecido e da célula, à acidose metabólica, à disfunção cardíaca e, por fim, à morte. (725)
5
Q
- O que é coagulopatia aguda do trauma?
A
- A coagulopatia traumática aguda é caracterizada por deficiência do fator, hiperfibrinólise e disfunção plaquetária. É o resultado da hipoperfusão do tecido, que leva a uma interação complexa entre os fatores inflamatórios, a disfunção celular e os anticoagulantes intrínsecos. A coagulopatia traumática aguda pode ser exacerbada pelos fatores iatrogênicos de ressuscitação, incluindo a hemodiluição, a hipocalcemia, a hipotermia e a acidose. Esses processos levam a uma alça de retroalimentação positiva que pode resultar em morte se não for corrigido. (725)
6
Q
- Quais informações com relação à lesão do paciente e estado geral são fornecidas para o departamento de emergência antes da chegada do paciente?
A
- As informações fornecidas para o departamento de emergência antes da chegada do paciente para atendimento incluem a identificação do paciente, o mecanismo de lesão, as lesões, os sinais vitais, outros sinais, a Escala de Coma de Glasgow (ECG), tratamentos e respostas ao tratamento. A equipe de saúde à espera pode então antecipar e preparar as necessidades clínicas de forma apropriada. (726)
7
Q
- Qual é o propósito de se ter instruções antes da chegada de um paciente a uma unidade de tratamento de trauma grave?
A
- O propósito de se ter instruções antes da chegada do paciente com trauma grave a uma unidade de tratamento é maximizar a eficiência e o desempenho da equipe. A apresentação dos membros quebra barreiras de comunicação. A preparação específica e os papéis podem ser discutidos, e as habilidades podem ser identificadas. (726)
8
Q
- O que é ATLS? Como essa abordagem é usada no trauma?
A
- O ATLS é o Suporte Avançado de Vida no Trauma, do inglês Advanced Trauma Life Support, uma abordagem ao paciente traumatizado desenvolvida pelo American College of Surgeons. O ATLS proporciona uma abordagem consistente e compartilhada a um paciente com trauma grave. É baseada em uma Avaliação Primária (para identificar imediatamente lesões potencialmente fatais), em uma Avaliação Secundária (para identificar lesões graves, mas que não são imediatamente fatais) e em uma Avaliação Terciária (para avaliar quaisquer lesões adicionais). (726)
9
Q
- Quais são os componentes da avaliação primária na abordagem do ATLS ao paciente traumatizado?
A
- Os componentes da primeira avaliação na abordagem do ATLS ao paciente traumatizado são organizados no acrônimo ABCDE em inglês para controle da coluna cervical e das vias aéreas, respiração e oxigenação, circulação e controle da hemorragia, incapacidade e exposição. A incapacidade se refere à avaliação neurológica para identificar lesões potencialmente catastróficas que requerem um pronto manejo. A exposição se refere a inspecionar o paciente por completo para verificar se há outras lesões, enquanto se evita a hipotermia simultaneamente. (726)
10
Q
- Quais são algumas lesões ou indicações em pacientes traumatizados em que a intubação traqueal pode ser necessária?
A
- Algumas lesões nos pacientes traumatizados ou indicações de que a intubação traqueal pode ser necessária incluem o trauma maxilofacial, a instabilidade hemodinâmica grave, a saturação baixa de oxigênio, queimaduras, lesão na cabeça, estado mental alterado (intoxicação, alterações comportamentais e de segurança) e necessidade de transporte (radiologia, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva [UTI] e outros). (727)
11
Q
- Que fatores podem perder a eficácia da pré-oxigenação no paciente traumatizado?
A
- A pré-oxigenação pode ser difícil no paciente traumatizado como resultado de diversos fatores, que incluem lesão pulmonar direta (hemotórax ou pneumotórax, aspiração, contusão pulmonar, fratura nas costelas, complacência dos pacientes agitação associada ao traumatismo cranioencefálico [TCE] ou intoxicação), e doença preexistente (doença pulmonar e capacidade residual funcional reduzida [CFR] por ficar deitado ou maior pressão intra-abdominal). (727)
12
Q
- Por que a indução de sequência rápida é considerada o padrão de cuidado para pacientes traumatizados que passam pela intubação traqueal?
A
- Todos os pacientes traumatizados são considerados “estômago cheio”, então a indução de sequência rápida de anestesia é o padrão de cuidado quando esses pacientes passam por uma intubação traqueal. (727)
13
Q
- Por que as doses de drogas de indução de anestesia devem ser reduzidas em pacientes traumatizados instáveis?
A
- Os efeitos hemodinâmicos dos agentes de indução são exagerados no paciente traumatizado por duas razões: perda de volume intravascular agudo do sangramento e excesso de estimulação simpática causada pela dor, sofrimento e hipovolemia que podem mascarar o verdadeiro status do volume. Além disso, o sangue é relativamente desviado em direção aos órgãos essenciais durante o estado de choque e, portanto, o volume relativo de distribuição das drogas de indução é reduzido. Por todas essas razões, reduzir as doses das drogas de indução de anestesia minimiza o potencial efeito hemodinâmico exagerado em pacientes traumatizados. (727)
14
Q
- Como os pacientes traumatizados com suspeita de lesão na coluna cervical devem ser manejados durante a intubação traqueal?
A
- Pacientes traumatizados com lesão na coluna cervical devem usar um colar cervical rígido para estabilizar a coluna. Durante a laringoscopia, a parte da frente do colar deve ser afrouxada, e um outro médico deve estabilizar manualmente a cabeça e o pescoço no alinhamento para minimizar o movimento da coluna cervical. (728)
15
Q
- Quais são as três possíveis vantagens potenciais do uso de laringoscopia por vídeo no paciente traumatizado?
A
- A videolaringoscopia fornece algumas vantagens sobre a laringoscopia direta no paciente traumatizado. Ela oferece maior consciência situacional do grupo e o potencial para a força reduzida necessária para a visualização adequada da glote e é parte de muitas estratégias, melhorando a visualização na primeira tentativa. Em um contexto de aprendizagem, também permite uma supervisão melhor e uma orientação para os novatos. (728)
16
Q
- Após manter as vias aéreas de um paciente com a intubação traqueal, que necessidades devem ser consideradas como parte do cuidado pós-intubação?
A
- Após a intubação traqueal dos pacientes traumatizados, o cuidado pós-intubação consiste em colocar o paciente sob ventilação assistida e ajustar a regulagem do ventilador, implementando o plano de sedação contínua para evitar a hipertensão potencial associada com a consciência, avaliar a necessidade de acesso venoso ou arterial e determinar a disposição do paciente para o cuidado definitivo (ou seja, sala de cirurgia, departamento de radiologia ou UTI). (728)
17
Q
- Que grupo de pacientes e mecanismos de lesão precisam de considerações especiais para o manejo das vias aéreas?
A
- Os pacientes com as vias aéreas queimadas, trauma oral ou trauma direto nas vias aéreas precisam de uma avaliação rápida e do manejo das vias aéreas porque eles podem desenvolver o comprometimento das vias aéreas por causa do edema. O trauma oral e das vias aéreas pode resultar na presença de sangue nas vias aéreas superiores ou no rompimento das vias aéreas. Os videolaringoscópios e os fibroscópios não são tão eficazes na ruptura da traqueia. Esses pacientes devem ser manejados por médicos mais experientes, e a equipe cirúrgica deve estar disponível para oferecer uma via aérea segura, se necessário. (728)
18
Q
- Quais são alguns sinais clínicos de que um paciente traumatizado pode ter possíveis queimaduras nas vias aéreas?
A
- Alguns sinais clínicos de que o paciente traumatizado pode ter queimaduras nas vias aéreas incluem queimaduras faciais, fuligem na boca ou no nariz, escarro carbonáceo, lesões por explosão na parte de cima do corpo e estridor. (728)
19
Q
- Quais são os componentes da Escala de Coma de Glasgow (ECG)? Em um exemplo em que um paciente se lesionou em um acidente de motocicleta, calcule o escore da ECG se ele estiver resmungando, mas disser coisas sem sentido e abrir os olhos quando a enfermeira tentar inserir um acesso venoso enquanto afasta o braço dele.
A
- Os componentes da ECG são as respostas dos pacientes com a abertura ocular (1-4), resposta verbal (1-5) e resposta motora (1-6). O escore máximo é 15, e o mínimo é 3. Neste exemplo, o escore da ECG é 8, calculado da seguinte forma: abertura ocular = 2 (ao estímulo doloroso), resposta verbal = 2 (sons incompreensíveis) e resposta motora = 4 (movimento de retirada ao estímulo doloroso). (729)
20
Q
- O que é um centro cirúrgico híbrido? Que vantagem esse ambiente tem sobre o centro cirúrgico tradicional?
A
- Um centro cirúrgico híbrido é aquele que funciona como um conjunto completo de angiografia, bem como uma sala cirúrgica tradicional completamente funcional. A vantagem é que, em um centro cirúrgico híbrido, um único local pode proporcionar todos os serviços emergenciais de intervenção de que qualquer trauma grave possa precisar. Em geral, eles também ficam dentro de uma sala cirúrgica maior, proporcionando um ambiente mais familiar com a assistência mais próxima disponível. (730)
21
Q
- Quais são alguns comportamentos demonstrados por um bom líder? Quais são alguns comportamentos demonstrados por um bom membro de equipe?
A
- Um bom líder sintetiza a informação e ajuda a concentrar as energias de uma equipe para gerar um resultado desejado. O líder ouve a equipe, fornece instruções claras e as expectativas para o cuidado do paciente, compartilha incertezas, delega de forma adequada e se afasta e mantém a “visão geral” (não fica gerenciando minúcias). Um bom membro de equipe está alerta, é comunicativo com relação às expectativas sobre as questões do paciente. Os membros da equipe ajudam o líder a ter a informação mais atual para guiar a tomada de decisão. Eles usam uma comunicação fechada; oferecem sugestão, alertam os líderes para mudanças no quadro clínico; fornecem feedback de quaisquer limitações pessoais, habilidades ou experiência e usam técnicas como assertividade graduada quando apropriado. (730)
22
Q
- O que é assertividade graduada? Descreva como a técnica PACE (probe, alert, challenge e emergency action, em português, inspeção, alerta, desafio e ação de emergência) de assertividade graduada pode ser usada para comunicar preocupações sobre um paciente gravemente hipotenso com traumatismo cranioencefálico.
A
- A assertividade graduada é uma estratégia de comunicação que permite que os membros da equipe expressem passo a passo e de forma estruturada suas preocupações com relação a decisões para o líder da equipe. Um exemplo é a técnica PACE de assertividade graduada que usa quatro declarações de comunicação na seguinte ordem: inspeção, alerta, desafio e ação de emergência. Por exemplo, preocupações com um paciente gravemente hipotenso com traumatismo cranioencefálico podem ser inicialmente comunicadas como inspeção, como “Por que não tentamos manter a pressão arterial um pouco mais alta no traumatismo cranioencefálico”? Se isso for ineficaz ou insuficiente, então um alerta deve ser usado. Um alerta pode ser apresentado como “Você reparou que a pressão arterial caiu muito? Você quer que eu trate disso?” Se isso ainda não estiver tratando a questão, então um desafio seguido de uma ação de emergência deve ser apropriado. Um exemplo de declaração de desafio é “Há uma razão para não tratar a hipotensão?” e um exemplo de ação de emergência é “Vou tratar a pressão arterial, que está muito baixa.” (730)