Princípios Implícitos ou Reconhecidos Flashcards

1
Q

O que são os princípios implícitos da Administração Pública?

A

São princípios que, embora não sejam expressamente mencionados na Constituição, são reconhecidos e aplicados como base do regime jurídico administrativo. Muitos deles são, na prática, considerados implícitos, como o princípio da supremacia do interesse público e o da indisponibilidade do interesse público.

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2
Q

O que significa o princípio da supremacia do interesse público?

A

Significa que, em situações de conflito entre os interesses de um particular e o interesse coletivo, o interesse público deve prevalecer. Esse princípio é fundamental para justificar as prerrogativas administrativas, como a desapropriação de bens e o poder de polícia do Estado.

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3
Q

O que são prerrogativas administrativas?

A

São os poderes conferidos à Administração Pública para garantir sua posição de superioridade em relação ao administrado. Eles se aplicam quando o Poder Público atua em prol do interesse coletivo, como, por exemplo, nas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos ou no poder de polícia.

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4
Q

Como o princípio da supremacia do interesse público se aplica na elaboração da lei?

A

O princípio inspira o legislador, que deve considerar a predominância do interesse público ao criar normas gerais e abstratas. Exemplo disso é quando a lei permite que a Administração altere unilateralmente contratos administrativos para atender ao interesse público.

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5
Q

Qual a relação entre o princípio da supremacia do interesse público e a desapropriação de bens?

A

O princípio da supremacia justifica a desapropriação de bens para fins de utilidade pública, como quando o Estado adquire propriedade privada para construção de escolas, hospitais, ou outras infraestruturas de interesse coletivo. A desapropriação deve ser feita para atender ao interesse geral, não a fins privados.

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6
Q

O que caracteriza o princípio da indisponibilidade do interesse público?

A

Esse princípio impede que a Administração Pública disponha livremente dos bens e interesses públicos, que são de titularidade da coletividade. A Administração deve agir conforme a lei e o interesse público, não podendo tomar decisões para fins particulares ou privados.

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7
Q

O que são as sujeições administrativas impostas à Administração Pública?

A

São limitações que garantem que a Administração não atue de forma prejudicial ao interesse público ou aos direitos dos administrados, como a exigência de licitação e a realização de concursos públicos para contratações.

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8
Q

Qual é a relação entre o princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade?

A

O princípio da indisponibilidade está intimamente ligado à legalidade, pois a Administração Pública só pode atuar de acordo com a lei, que reflete a vontade legítima da coletividade. A Administração não pode agir livremente, e deve seguir as normas estabelecidas pela lei para proteger o interesse público.

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9
Q

Em quais situações a indisponibilidade do interesse público pode ser relativizada?

A

O princípio da indisponibilidade pode ser relativizado quando a Administração Pública faz acordos ou transações que, embora envolvam uma certa flexibilização, são vistas como mais eficazes para beneficiar a coletividade, conforme o entendimento do STF (RE nº 253.885/MG).

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10
Q

O que significa a inalienabilidade dos bens públicos sob o princípio da indisponibilidade?

A

Significa que a Administração Pública não pode vender ou transferir bens públicos que sejam destinados ao interesse público. Exemplos incluem prédios públicos usados por prefeituras. No entanto, essa inalienabilidade pode ser relativizada em determinadas situações, conforme previsão legal.

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11
Q

O que exigem os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na Administração Pública?

A

Exigem que a Administração Pública aplique limites e sanções dentro do estritamente necessário para satisfazer o interesse público, sem imposições exageradas ou desproporcionais

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12
Q

Onde os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressamente previstos?

A

Embora não estejam previstos de forma expressa na Constituição Federal, eles estão na Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo da Administração Pública federal.

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13
Q

Como os princípios da razoabilidade e proporcionalidade afetam a discricionariedade administrativa?

A

Esses princípios limitam a discricionariedade administrativa, impedindo que o agente público tome decisões exageradas ou incoerentes. A discricionariedade deve sempre ser exercida de acordo com os limites da razoabilidade e da proporcionalidade.

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14
Q

O que é discricionariedade na Administração Pública?

A

Discricionariedade ocorre quando a lei confere margem de escolha ao agente público, permitindo que ele decida a melhor forma de aplicar a norma ao caso concreto, como no exemplo de penalidades a servidores públicos.

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15
Q

Como um exemplo prático pode ilustrar a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade?

A

No caso de um servidor que chega atrasado e recebe uma penalidade de suspensão de noventa dias, mesmo sem prejudicar ninguém, a medida seria considerada desproporcional e desarrazoada, pois a sanção poderia ser mais leve, respeitando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

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16
Q

O que significa o princípio da razoabilidade?

A

O princípio da razoabilidade exige que a ação administrativa seja racional, aceitável e em sintonia com o senso comum. Atos desarrazoados, incoerentes ou bizarras são ilegítimos e passíveis de anulação.

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17
Q

Qual é o conceito do princípio da proporcionalidade?

A

O princípio da proporcionalidade exige que os meios utilizados pela Administração Pública sejam adequados ao fim desejado, necessários e proporcionais em sentido estrito, ou seja, os benefícios devem superar as desvantagens ou limitações impostas ao administrado.

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18
Q

Quais são os três elementos do princípio da proporcionalidade?

A

a) Adequação: Os meios devem ser compatíveis com os fins desejados.
b) Necessidade: Não deve existir outro meio menos gravoso para alcançar o fim.
c) Proporcionalidade em sentido estrito: As vantagens devem superar as desvantagens.

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19
Q

O que significa a adequação no princípio da proporcionalidade?

A

Adequação significa que os meios empregados devem ser eficazes para alcançar os resultados desejados, ou seja, a ação administrativa deve ser pertinente ao fim buscado.

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20
Q

O que implica a necessidade no princípio da proporcionalidade?

A

Necessidade significa que a Administração deve escolher o meio que cause o menor impacto ou prejuízo possível para os indivíduos, garantindo que o meio escolhido seja o mais eficiente e menos gravoso.

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21
Q

O que significa proporcionalidade em sentido estrito no princípio da proporcionalidade?

A

Significa que os benefícios conquistados com a ação administrativa devem ser superiores às desvantagens ou restrições impostas ao administrado.

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22
Q

Qual é a relação entre o princípio da razoabilidade e o controle judicial?

A

O princípio da razoabilidade permite que o Judiciário anule atos administrativos que sejam desarrazoados, excessivos ou incoerentes, mesmo que o agente público tenha atuado dentro de sua competência e formalidades legais.

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23
Q

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade podem ser aplicados a qualquer função do Estado?

A

Sim, esses princípios se aplicam não apenas ao controle dos atos administrativos, mas também a outras funções do Estado, como a função legislativa, onde o STF pode declarar a inconstitucionalidade material de leis desproporcionais ou desarrazoadas.

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24
Q

O que é o princípio do controle ou tutela?

A

O princípio do controle ou tutela assegura que as entidades da Administração Indireta observem o princípio da especialidade, sendo controladas pela Administração Direta para garantir que atuem conforme suas finalidades institucionais.

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25
O que caracteriza a autonomia das entidades da Administração Indireta?
As entidades possuem autonomia administrativa e financeira, mas estão vinculadas à Administração Direta, que pode exercer controle sobre elas para assegurar que cumpram suas finalidades.
26
O que estabelece o princípio da autotutela?
Administração Pública possui o poder de controlar seus próprios atos, podendo anulá-los quando ilegais e revogá-los quando inconvenientes ou inoportunos, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
27
Quais súmulas do STF tratam do princípio da autotutela?
A Súmula 346 (a Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos) e a Súmula 473 (a Administração pode anular seus próprios atos quando ilegais ou revogá-los por conveniência ou oportunidade).
28
Em que artigo da Lei 9.784/1999 o princípio da autotutela está previsto?
No art. 53, que determina que a Administração deve anular atos ilegais e pode revogá-los por conveniência ou oportunidade, respeitando os direitos adquiridos.
29
Quais são os dois aspectos da autotutela na atuação administrativa?
1- Legalidade: Anulação de atos ilegais, realizada de ofício ou por provocação. 2- Mérito: Revogação de atos válidos por conveniência ou oportunidade, após juízo de valor sobre sua manutenção.
30
Como a autotutela se difere do controle judicial?
A autotutela permite que a Administração aja de ofício, enquanto o controle judicial só ocorre mediante provocação. Além disso, a Administração pode revogar seus atos administrativos, o que não é permitido ao Judiciário.
31
O que acontece quando um ato administrativo válido é revogado?
A Administração revoga atos válidos quando considera que são inconvenientes ou inoportunos, com base em conveniência e oportunidade, algo que o Judiciário não pode fazer.
32
Quais são as limitações da autotutela?
1-Segurança jurídica: O direito da Administração de anular atos favoráveis ao destinatário decai em cinco anos, salvo má-fé. 2-Contraditório e ampla defesa: Para atos individuais que afetem direitos específicos, deve ser garantido o contraditório e a ampla defesa.
33
O que diz o art. 54 da Lei 9.784/1999 sobre a autotutela?
A Administração deve anular seus atos administrativos que resultem em efeitos favoráveis aos destinatários dentro de cinco anos, salvo em caso de má-fé.
34
Quando a Administração pode revogar um ato administrativo?
A Administração pode revogar um ato quando considerar que é inconveniente ou inoportuno, por motivos de conveniência e oportunidade, respeitando os direitos adquiridos e não podendo prejudicar o interesse público de forma excessiva.
35
Em que situação a Administração Pública pode zelar pelos bens do seu patrimônio sem recorrer ao Judiciário?
Administração pode, por meio de medidas de polícia administrativa, proteger seu patrimônio sem necessitar de título judicial, conforme a doutrina de Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
36
O que se entende por atos individuais e atos gerais no contexto da autotutela?
Atos individuais afetam pessoas ou situações específicas, exigindo a garantia de contraditório e ampla defesa antes de serem anulados. Atos gerais não envolvem indivíduos específicos e, portanto, não exigem essas garantias, como no caso da anulação de um concurso público.
37
O que é o princípio da motivação?
O princípio da motivação exige que o administrador público indique os fundamentos de fato e de direito que justificam suas decisões, demonstrando a correlação lógica entre a situação e as providências adotadas.
38
Qual a relação entre o princípio da motivação e o Estado Democrático de Direito?
O princípio da motivação decorre do Estado Democrático de Direito, exigindo que os agentes públicos apresentem os fundamentos que levaram à sua decisão, garantindo a transparência e a legalidade da atuação administrativa.
39
O que ensina Hely Lopes Meirelles sobre a motivação nos atos administrativos?
Segundo Hely Lopes Meirelles, a vontade do administrador é irrelevante se não estiver alicerçada na Lei e no Direito. Todo ato do Poder Público deve ter uma base legal e ser justificado, com a demonstração dos motivos.
40
Em que casos a motivação é dispensável nos atos administrativos?
Alguns doutrinadores acreditam que, nos atos administrativos discricionários, a motivação pode ser dispensada, bastando demonstrar a competência e a conformidade com o interesse público.
41
Qual o entendimento majoritário sobre a obrigatoriedade da motivação?
A doutrina majoritária e a jurisprudência afirmam que todos os atos administrativos devem ser motivados, com exceção da exoneração ad nutum, que não requer motivação, pois tem previsão constitucional própria.
42
O que diz o STJ sobre a motivação dos atos administrativos?
O STJ considera que a motivação é um requisito essencial à formação do ato administrativo, sendo indispensável para a análise da legalidade, finalidade e moralidade administrativa.
43
O que estabelece o art. 2º, parágrafo único, VII da Lei 9.784/1999 sobre a motivação?
A Lei 9.784/1999 determina que a motivação deve incluir a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que levaram à decisão, sendo um critério aplicável ao processo administrativo.
44
Quais atos administrativos devem ser motivados segundo a Lei 9.784/1999?
A motivação é obrigatória quando os atos administrativos: I-Neguem, limitem ou afetem direitos; II-Imponham ou agravem deveres ou sanções; III-Decidam concursos ou seleções públicas; IV-Dispensem ou declarem inexigibilidade de licitação; V-Decidam recursos administrativos; VI-Derivem de reexame de ofício; VII-Diverjam de jurisprudência ou pareceres oficiais; VIII-Anulem, revoguem, suspendam ou convalidam atos administrativos.
45
O que diz o art. 50 da Lei 9.784/1999 sobre a motivação?
O art. 50 da Lei 9.784/1999 exige que os atos administrativos sejam motivados com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos, podendo ser feita referência a pareceres ou informações anteriores.
46
O que é motivação aliunde?
: A motivação aliunde ocorre quando a motivação do ato administrativo é feita por referência a pareceres, informações ou propostas anteriores, sem necessidade de reproduzir todo o conteúdo desses documentos.
47
Como a Lei 9.784/1999 regula a motivação em decisões de órgãos colegiados?
A Lei 9.784/1999 determina que a motivação das decisões de órgãos colegiados ou comissões deve constar da respectiva ata ou de um termo escrito (art. 50, §3º).
48
Quais são as exigências quanto à clareza na motivação dos atos administrativos?
A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo ser feita por meio de declaração de concordância com pareceres ou informações anteriores, sem prejuízo para os direitos ou garantias dos interessados.
49
O que estabelece o princípio da continuidade dos serviços públicos?
O princípio da continuidade determina que os serviços públicos devem ser prestados de maneira contínua, sem interrupções, para garantir o cumprimento das funções essenciais do Estado à coletividade.
50
Quais são as consequências do princípio da continuidade dos serviços públicos, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro?
As consequências incluem: - Proibição de greve dos servidores públicos, com exceções definidas por lei. - Necessidade de suplência, delegação e substituição para funções públicas temporariamente vagas. - Impossibilidade de invocar a cláusula "exceptio non adimpleti contractus" em contratos com a Administração. - Possibilidade de utilizar equipamentos da empresa contratada para garantir a continuidade. - Encampação da concessão de serviço público.
51
O que é a reversão de bens nos contratos de concessão ou permissão de serviço público?
A reversão de bens significa que, ao término de um contrato de concessão ou permissão, os bens necessários à prestação do serviço público são incorporados ao patrimônio da Administração Pública, com a devida indenização por bens não amortizados.
52
Como o princípio da continuidade se relaciona com o princípio da supremacia do interesse público?
O princípio da continuidade busca assegurar que a coletividade não sofra prejuízos devido a interesses privados, alinhando-se com a supremacia do interesse público ao priorizar a manutenção dos serviços essenciais.
53
Como o princípio da continuidade se relaciona com o princípio da eficiência?
A continuidade está relacionada à eficiência, pois serviços públicos eficientes são aqueles que não sofrem interrupção, garantindo a qualidade e a disponibilidade constante dos serviços essenciais.
54
Quais são as limitações do direito de greve dos servidores públicos com base no princípio da continuidade?
O direito de greve é limitado nas áreas essenciais, como segurança pública e saúde. O STF reconheceu que categorias como policiais civis e militares não podem exercer o direito de greve. Além disso, a Administração pode descontar os dias de paralisação, exceto em casos de conduta ilícita do poder público.
55
O que o STF afirmou sobre o direito de greve para policiais civis?
O STF entendeu que o direito de greve é inconstitucional para os policiais civis, assim como para os militares, devido à natureza das funções que desempenham, relacionadas à segurança pública.
56
O que a Lei 8.987/1995 diz sobre a interrupção de serviços públicos?
A Lei 8.987/1995 permite a suspensão temporária de serviços públicos em situações emergenciais ou para reparos técnicos e melhorias, desde que haja aviso prévio e a suspensão não seja permanente. A interrupção pode ocorrer, por exemplo, por inadimplemento do usuário.
57
Como o Tribunal de Contas da União (TCU) aplicou o princípio da continuidade?
O TCU aplicou o princípio da continuidade ao determinar que, mesmo diante de falhas em um procedimento licitatório, os serviços essenciais à Administração continuassem a ser prestados até a realização de uma nova licitação, sem prejudicar a continuidade dos serviços.
58
O que ocorre quando há alterações unilaterais nos contratos administrativos?
A Administração pode realizar alterações unilaterais nos contratos administrativos, mas essas mudanças não podem modificar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, pois isso prejudicaria a continuidade dos serviços.
59
Quando a interrupção de um serviço público é permitida de acordo com a Lei 8.987/1995?
A interrupção é permitida em casos de emergência ou para questões técnicas e de segurança das instalações, como no caso de inadimplemento do usuário, desde que haja um aviso prévio e o serviço seja restabelecido assim que o débito seja quitado.
60
O que garantem os princípios do contraditório e da ampla defesa?
Garantem aos litigantes e acusados, em processos judiciais ou administrativos, o direito de ser informado sobre as alegações da parte contrária, de se contrapor a elas, de alegar e provar o que deseja, e de se valer de todos os meios e recursos juridicamente válidos.
61
O que a Constituição Federal diz sobre o contraditório e a ampla defesa?
A CF, no art. 5º, LV, assegura aos litigantes e acusados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, tanto em processos judiciais quanto administrativos.
62
O que o devido processo legal exige da Administração Pública e como se relaciona com o contraditório e a ampla defesa?
O devido processo legal, previsto no art. 5º, LIV da CF, exige que a Administração Pública atue dentro dos limites da lei, garantindo que os interessados no processo administrativo possam exercer o contraditório e a ampla defesa.
63
Qual a diferença entre contraditório e ampla defesa?
O contraditório assegura ao interessado o direito de tomar conhecimento das alegações contrárias e de contestá-las. A ampla defesa permite ao cidadão o direito de alegar, provar o que afirma, e se valer de todos os meios e recursos legais, incluindo o direito de produzir provas e interpor recursos.
64
É obrigatória a defesa técnica por advogado em processos administrativos?
Não. Em processos administrativos disciplinares, não é obrigatória a defesa técnica por advogado, conforme entendimento do STF na Súmula Vinculante nº 5.
65
O que é o princípio da especialidade?
O princípio da especialidade implica que entidades da Administração Pública, como autarquias e empresas públicas, devem cumprir finalidades específicas previstas em lei, sendo vedado o exercício de atividades diversas dessas finalidades.
66
Quais entidades são abrangidas pelo princípio da especialidade?
O princípio da especialidade aplica-se a todas as entidades da Administração Indireta, como autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
67
O que caracteriza o princípio da segurança jurídica?
O princípio da segurança jurídica busca assegurar a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, protegendo os direitos adquiridos e os atos jurídicos perfeitos, evitando mudanças retroativas de entendimento por parte da Administração Pública.
68
Quais são algumas das aplicações do princípio da segurança jurídica?
O princípio da segurança jurídica se aplica à proteção do direito adquirido, ao ato jurídico perfeito, à coisa julgada, à prescrição e decadência, e à edição de súmulas vinculantes para evitar controvérsias e insegurança jurídica.
69
O que diz a Lei 9.784/1999 sobre a segurança jurídica?
A Lei 9.784/1999, no art. 2º, caput, e art. 13, parágrafo único, determina que a Administração Pública deve aplicar as normas de forma a garantir o atendimento ao fim público, respeitando a segurança jurídica e evitando a aplicação retroativa de novas interpretações legais.
70
O que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro dispõe sobre segurança jurídica?
A Lei de Introdução (Lei 13.655/2018) estabelece que as autoridades públicas devem agir para aumentar a segurança jurídica, incluindo a edição de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas, as quais terão caráter vinculante até revisão posterior.
71
Qual é a diferença entre os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança?
A segurança jurídica trata do aspecto objetivo, garantindo a estabilização jurídica, enquanto a proteção à confiança refere-se ao aspecto subjetivo, refletindo o sentimento do indivíduo em relação à legitimidade dos atos estatais, baseado na boa-fé.
72
O que é o aspecto subjetivo da segurança jurídica e como se relaciona com a proteção à confiança?
O aspecto subjetivo da segurança jurídica refere-se à boa-fé do indivíduo, que acredita que os atos estatais foram praticados de acordo com a lei, e isso fundamenta a proteção à confiança no sentido de que o administrado age com a expectativa de que está cumprindo a legislação.
73
O que diz o art. 54 da Lei 9.784/1999 sobre a anulação de atos administrativos?
O art. 54 estabelece que a Administração Pública tem o direito de anular atos administrativos que resultem em benefícios para os destinatários dentro de 5 anos após a prática do ato, salvo em casos de má-fé. Isso combina segurança jurídica (por meio do decurso do tempo) com a proteção à confiança (relacionada à boa-fé do beneficiário).
74
Como o princípio da segurança jurídica se aplica em casos de boa-fé nos atos administrativos?
A segurança jurídica preserva os efeitos de atos administrativos nulos, quando esses atos beneficiaram terceiros de boa-fé, como no exemplo de um concurso público onde a pessoa foi nomeada sem cumprir requisitos, mas que agiu de boa-fé ao exercer seu cargo.
75
Qual é a diferença entre os princípios da proteção à confiança e da boa-fé?
A proteção à confiança protege a boa-fé do administrado, ou seja, o cidadão que confia que os atos estatais foram praticados corretamente. A boa-fé é mais ampla, exigindo que tanto a Administração quanto o administrado ajam com honestidade e correção.
76
O que a Lei 9.784/1999 diz sobre o dever de boa-fé da Administração Pública?
O art. 2º, parágrafo único, IV da Lei 9.784/1999 exige que a Administração Pública atue segundo padrões éticos de boa-fé, probidade e decoro, e o art. 4º, II, determina que o administrado também deve agir com boa-fé, lealdade e urbanidade.
77
O que significa agir de boa-fé de forma objetiva e subjetiva?
De forma objetiva, boa-fé significa agir com lealdade e honestidade. De forma subjetiva, significa agir com a crença de que está fazendo algo correto, sem saber que está cometendo um ato ilegal.
78
O que é o princípio da intranscendência subjetiva das sanções?
O princípio da intranscendência subjetiva das sanções estabelece que a penalidade deve atingir apenas a pessoa responsável pela irregularidade, não podendo prejudicar outros indivíduos ou órgãos que não tenham sido responsáveis pelo ato ilegal.
79
Qual é o exemplo que ilustra a aplicação do princípio da intranscendência subjetiva das sanções?
Se um ex-prefeito não prestou contas corretamente e o município foi penalizado, o novo prefeito não pode ser prejudicado por atos cometidos por sua antecessor, especialmente se ele estiver corrigindo a falha.
80
Como o princípio da intranscendência subjetiva das sanções se aplica no caso do descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal?
O princípio impede que o Governo do Estado seja penalizado por infrações cometidas por órgãos autônomos, como o Ministério Público, que não estão sob sua jurisdição ou controle direto. Isso foi confirmado por decisão do STF, que excluiu a possibilidade de sanções ao Executivo estadual por erros de outros órgãos autônomos.
81
O que é o princípio da subordinação na Administração Pública?
O princípio da subordinação estabelece que, como regra, o subordinado deve cumprir as ordens dos superiores hierárquicos. Ele também envolve a possibilidade de rever atos, delegar, avocar atribuições e punir subordinados que cometam irregularidades.
82
Em que situações o princípio da subordinação se aplica?
O princípio da subordinação se aplica principalmente no exercício da função administrativa, e não nas funções jurisdicional e legislativa. Com as súmulas vinculantes, a subordinação hierárquica também passou a ser aplicada entre o STF e os órgãos do Judiciário.
83
O que significa o princípio da precaução?
O princípio da precaução determina que a Administração deve adotar medidas preventivas diante da possibilidade de danos ao ambiente ou ao interesse público, como a inversão do ônus da prova em projetos que possam causar riscos à coletividade.
84
O que é a presunção de legitimidade e a presunção de veracidade?
A presunção de legitimidade significa que um ato foi praticado conforme a lei, enquanto a presunção de veracidade implica que os fatos alegados para a prática do ato são verdadeiros. Juntas, elas formam a presunção de legalidade, permitindo a execução imediata dos atos administrativos, salvo nulidade declarada.
85
Como funciona a presunção de legalidade dos atos administrativos?
A presunção de legalidade dos atos administrativos é relativa, ou seja, admite prova em contrário. Isso implica que o particular que questionar a legalidade do ato deve provar a sua ilegalidade, invertendo o ônus da prova.
86
O que significa o princípio da sindicabilidade?
O princípio da sindicabilidade afirma que todo ato administrativo pode ser submetido a algum tipo de controle, seja através de autotutela pela Administração ou por controle judicial. No Brasil, isso também está vinculado ao princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV).
87
O que implica o princípio da indisponibilidade na Administração Pública?
O princípio da indisponibilidade afirma que o agente público não pode ser "dono" da coisa pública. Ele deve prestar contas da utilização de recursos públicos e, em caso de irregularidade, pode ser responsabilizado, com a obrigação de ressarcir danos causados.
88
O que significa o princípio da limitação da atuação do Estado?
O princípio da limitação da atuação do Estado afirma que a participação do Estado na sociedade deve ser limitada às funções exclusivas, como segurança e justiça, e atuar supletivamente nas questões sociais e econômicas, quando necessário.
89
O que caracteriza o princípio da supremacia do interesse público?
O princípio da supremacia do interesse público significa que a Administração Pública tem poder para impor sua vontade, através de atos imperativos e de forma unilateral. No entanto, modelos mais modernos buscam diminuir o autoritarismo, valorizando a participação popular e o consenso.
90
O que é o princípio da consensualidade na Administração Pública?
O princípio da consensualidade busca substituir medidas coercitivas e autoritárias por práticas mais participativas e consensuais, envolvendo o cidadão na decisão administrativa. Exemplos incluem acordos como termos de ajustamento de conduta, contratos de gestão e parcerias público-privadas.
91
Cite exemplos de aplicação do princípio da consensualidade.
Exemplos de aplicação do princípio da consensualidade incluem: termos de ajustamento de conduta, contratos de gestão, consórcios públicos, parcerias público-privadas, audiências e consultas públicas, e métodos alternativos de resolução de conflitos, como conciliação, mediação e arbitragem.