Princípios Implícitos ou Reconhecidos Flashcards
O que são os princípios implícitos da Administração Pública?
São princípios que, embora não sejam expressamente mencionados na Constituição, são reconhecidos e aplicados como base do regime jurídico administrativo. Muitos deles são, na prática, considerados implícitos, como o princípio da supremacia do interesse público e o da indisponibilidade do interesse público.
O que significa o princípio da supremacia do interesse público?
Significa que, em situações de conflito entre os interesses de um particular e o interesse coletivo, o interesse público deve prevalecer. Esse princípio é fundamental para justificar as prerrogativas administrativas, como a desapropriação de bens e o poder de polícia do Estado.
O que são prerrogativas administrativas?
São os poderes conferidos à Administração Pública para garantir sua posição de superioridade em relação ao administrado. Eles se aplicam quando o Poder Público atua em prol do interesse coletivo, como, por exemplo, nas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos ou no poder de polícia.
Como o princípio da supremacia do interesse público se aplica na elaboração da lei?
O princípio inspira o legislador, que deve considerar a predominância do interesse público ao criar normas gerais e abstratas. Exemplo disso é quando a lei permite que a Administração altere unilateralmente contratos administrativos para atender ao interesse público.
Qual a relação entre o princípio da supremacia do interesse público e a desapropriação de bens?
O princípio da supremacia justifica a desapropriação de bens para fins de utilidade pública, como quando o Estado adquire propriedade privada para construção de escolas, hospitais, ou outras infraestruturas de interesse coletivo. A desapropriação deve ser feita para atender ao interesse geral, não a fins privados.
O que caracteriza o princípio da indisponibilidade do interesse público?
Esse princípio impede que a Administração Pública disponha livremente dos bens e interesses públicos, que são de titularidade da coletividade. A Administração deve agir conforme a lei e o interesse público, não podendo tomar decisões para fins particulares ou privados.
O que são as sujeições administrativas impostas à Administração Pública?
São limitações que garantem que a Administração não atue de forma prejudicial ao interesse público ou aos direitos dos administrados, como a exigência de licitação e a realização de concursos públicos para contratações.
Qual é a relação entre o princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da legalidade?
O princípio da indisponibilidade está intimamente ligado à legalidade, pois a Administração Pública só pode atuar de acordo com a lei, que reflete a vontade legítima da coletividade. A Administração não pode agir livremente, e deve seguir as normas estabelecidas pela lei para proteger o interesse público.
Em quais situações a indisponibilidade do interesse público pode ser relativizada?
O princípio da indisponibilidade pode ser relativizado quando a Administração Pública faz acordos ou transações que, embora envolvam uma certa flexibilização, são vistas como mais eficazes para beneficiar a coletividade, conforme o entendimento do STF (RE nº 253.885/MG).
O que significa a inalienabilidade dos bens públicos sob o princípio da indisponibilidade?
Significa que a Administração Pública não pode vender ou transferir bens públicos que sejam destinados ao interesse público. Exemplos incluem prédios públicos usados por prefeituras. No entanto, essa inalienabilidade pode ser relativizada em determinadas situações, conforme previsão legal.
O que exigem os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade na Administração Pública?
Exigem que a Administração Pública aplique limites e sanções dentro do estritamente necessário para satisfazer o interesse público, sem imposições exageradas ou desproporcionais
Onde os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade estão expressamente previstos?
Embora não estejam previstos de forma expressa na Constituição Federal, eles estão na Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo da Administração Pública federal.
Como os princípios da razoabilidade e proporcionalidade afetam a discricionariedade administrativa?
Esses princípios limitam a discricionariedade administrativa, impedindo que o agente público tome decisões exageradas ou incoerentes. A discricionariedade deve sempre ser exercida de acordo com os limites da razoabilidade e da proporcionalidade.
O que é discricionariedade na Administração Pública?
Discricionariedade ocorre quando a lei confere margem de escolha ao agente público, permitindo que ele decida a melhor forma de aplicar a norma ao caso concreto, como no exemplo de penalidades a servidores públicos.
Como um exemplo prático pode ilustrar a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade?
No caso de um servidor que chega atrasado e recebe uma penalidade de suspensão de noventa dias, mesmo sem prejudicar ninguém, a medida seria considerada desproporcional e desarrazoada, pois a sanção poderia ser mais leve, respeitando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
O que significa o princípio da razoabilidade?
O princípio da razoabilidade exige que a ação administrativa seja racional, aceitável e em sintonia com o senso comum. Atos desarrazoados, incoerentes ou bizarras são ilegítimos e passíveis de anulação.
Qual é o conceito do princípio da proporcionalidade?
O princípio da proporcionalidade exige que os meios utilizados pela Administração Pública sejam adequados ao fim desejado, necessários e proporcionais em sentido estrito, ou seja, os benefícios devem superar as desvantagens ou limitações impostas ao administrado.
Quais são os três elementos do princípio da proporcionalidade?
a) Adequação: Os meios devem ser compatíveis com os fins desejados.
b) Necessidade: Não deve existir outro meio menos gravoso para alcançar o fim.
c) Proporcionalidade em sentido estrito: As vantagens devem superar as desvantagens.
O que significa a adequação no princípio da proporcionalidade?
Adequação significa que os meios empregados devem ser eficazes para alcançar os resultados desejados, ou seja, a ação administrativa deve ser pertinente ao fim buscado.
O que implica a necessidade no princípio da proporcionalidade?
Necessidade significa que a Administração deve escolher o meio que cause o menor impacto ou prejuízo possível para os indivíduos, garantindo que o meio escolhido seja o mais eficiente e menos gravoso.
O que significa proporcionalidade em sentido estrito no princípio da proporcionalidade?
Significa que os benefícios conquistados com a ação administrativa devem ser superiores às desvantagens ou restrições impostas ao administrado.
Qual é a relação entre o princípio da razoabilidade e o controle judicial?
O princípio da razoabilidade permite que o Judiciário anule atos administrativos que sejam desarrazoados, excessivos ou incoerentes, mesmo que o agente público tenha atuado dentro de sua competência e formalidades legais.
Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade podem ser aplicados a qualquer função do Estado?
Sim, esses princípios se aplicam não apenas ao controle dos atos administrativos, mas também a outras funções do Estado, como a função legislativa, onde o STF pode declarar a inconstitucionalidade material de leis desproporcionais ou desarrazoadas.
O que é o princípio do controle ou tutela?
O princípio do controle ou tutela assegura que as entidades da Administração Indireta observem o princípio da especialidade, sendo controladas pela Administração Direta para garantir que atuem conforme suas finalidades institucionais.