Princípios de Psicofarmacologia Flashcards

1
Q

O que é farmacocinética?

A

É o estudo do que o corpo faz com o remédio: absorção, distribuição, metabolismo e excreção.

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2
Q

Quais são as quatro fases da farmacocinética?

A
  1. Absorção, 2. Distribuição, 3. Metabolismo, 4. Excreção.
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3
Q

O que acontece na absorção?

A

O remédio entra no corpo (estômago/intestino), pode ser influenciado por alimentos e sofrer 1ª passagem hepática.

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4
Q

O que é a distribuição?

A

É como o remédio se espalha pelo corpo — se é lipossolúvel, se liga à albumina, se vai para gordura ou SNC.

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5
Q

O que é metabolismo?

A

É a transformação química do remédio, geralmente no fígado (citocromo P450), podendo formar metabólitos ativos ou inativos.

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6
Q

O que é excreção?

A

É a eliminação do remédio: pode ser renal, biliar ou pelo leite materno.

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7
Q

Características PK da fluoxetina?

A

Boa absorção oral, metabolismo hepático lento, meia-vida longa (5–7 dias), retirada fácil, ideal para má adesão.

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8
Q

Características PK da sertralina?

A

Melhor absorção com comida, ligação moderada a proteínas, meia-vida ~26h, excreção renal/hepática.

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9
Q

O que é farmacodinâmica?

A

É o que o remédio faz com o corpo: ação em receptores, enzimas, canais iônicos e transportadores.

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10
Q

Mecanismo de ação da sertralina?

A

Inibe recaptação de serotonina, discretamente dopamina e atua em receptor σ-1.

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11
Q

Mecanismo de ação da fluoxetina?

A

Inibe recaptação de serotonina e bloqueia receptor 5HT2C → ↑ dopamina e noradrenalina.

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12
Q

Diferença entre PK e PD?

A

PK = caminho do remédio no corpo; PD = efeitos do remédio sobre o corpo.

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13
Q

Biodisponibilidade é PK ou PD?

A

PK.

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14
Q

Ligação ao SERT é PK ou PD?

A

PD.

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15
Q

Passagem pela BHE é PK ou PD?

A

PK.

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16
Q

Ação no receptor 5HT1A é PK ou PD?

A

PD.

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17
Q

O que é a curva dose-resposta?

A

É a relação entre dose e efeito, em formato de curva sigmoide.

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18
Q

O que é DE50?

A

Dose eficaz 50% – produz metade do efeito máximo.

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19
Q

O que é DT50?

A

Dose tóxica 50% – dose que causa toxicidade em 50% das pessoas.

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20
Q

O que é índice terapêutico (IT)?

A

Razão DT50/DE50. Quanto maior, mais seguro é o remédio.

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21
Q

Exemplo de remédio com IT baixo?

A

Lítio — fácil intoxicar.

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22
Q

Exemplo de remédio com IT alto?

A

Haloperidol — mais seguro para aumentar dose.

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23
Q

Benzodiazepínicos são seguros?

A

Sim, em toxicidade isolada. Mas têm risco alto de dependência.

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24
Q

Por que paroxetina exige cuidado?

A

Tem forte ação anticolinérgica — mais risco de efeitos adversos.

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25
Fluoxetina e sertralina são seguras para titulação?
Sim, têm bom IT e tolerabilidade.
26
O que é neuroadaptação?
Processo de adaptação do cérebro à presença do antidepressivo — inicialmente pode piorar sintomas.
27
Onde ficam os neurônios serotoninérgicos?
No núcleo da rafe, no tronco cerebral.
28
Qual o papel do receptor 5HT1A?
Receptor inibitório autorregulador: reduz liberação de serotonina.
29
O que acontece se o 5HT1A está suprarregulado?
Inibe demais a liberação de serotonina → piora depressão.
30
O que o ISRS faz inicialmente?
Aumenta serotonina na fenda, hiperestimula 5HT1A → mais inibição!
31
Por que o paciente piora nos primeiros dias?
A serotonina fica presa no núcleo da rafe, o humor piora.
32
Quais são os sintomas iniciais da neuroadaptação?
Náusea, insônia, agitação, tontura, disforia, risco suicida (jovens).
33
Quando os efeitos colaterais são mais intensos?
Nos primeiros 7 dias.
34
Quando começa a downregulation do 5HT1A?
Entre 14 e 28 dias.
35
Quando a serotonina começa a subir de fato?
De 28 a 56 dias.
36
Quando o ISRS começa a melhorar o paciente?
Após 4 a 8 semanas (30 a 60 dias).
37
Qual a analogia do remédio-semente?
Nos primeiros dias nasce “cocô de pombo” (efeitos colaterais). Só depois vem a flor (melhora clínica).
38
O que acontece se parar o ISRS na primeira semana?
Perde o efeito — arranca a semente antes de brotar.
39
Por que não começar com dose alta?
Piora os efeitos colaterais e atrapalha adesão.
40
Qual início ideal em adultos?
25 mg sertralina → 50 mg na 2ª semana, subir conforme resposta.
41
Início ideal em idosos?
12,5–25 mg, manter por 1 semana, subir com cautela.
42
Início ideal em adolescentes?
12,5 mg (ou gotas), manter dose baixa por pelo menos 2 semanas.
43
Por que usar benzo nas primeiras semanas?
Para “anestesiar” o cérebro enquanto o ISRS ainda não faz efeito.
44
Exemplos de benzos comuns?
Clonazepam 0,25–0,5 mg, diazepam 5–10 mg, lorazepam 1–2 mg.
45
Por quanto tempo usar o benzo?
Apenas 2 a 4 semanas, com plano claro de retirada.
46
O que o médico deve explicar ao paciente?
Que a piora inicial é normal, e a melhora só virá após semanas.
47
Qual o acompanhamento ideal?
Reavaliação em 7–10 dias, depois em 30, 60 e 90 dias.
48
Conduta nos primeiros 14 dias?
Não subir dose ainda, avaliar efeitos e adesão.
49
Conduta entre 14 e 28 dias?
Subir dose se tolerado, manter adesão.
50
Conduta após 90 dias?
Manter dose eficaz ou iniciar desmame, se for o caso.
51
Quais são os efeitos colaterais iniciais mais comuns dos ISRSs?
Náusea, diarreia, cefaleia, tontura, insônia, agitação, ansiedade, disforia e risco de ideação suicida, especialmente em adolescentes.
52
Por que esses efeitos iniciais acontecem?
Pela hiperestimulação dos receptores serotoninérgicos antes da neuroadaptação.
53
Como manejar náusea nos primeiros dias?
Usar domperidona ou dividir a dose ao longo do dia.
54
Qual conduta diante da diarreia causada por ISRS?
Normalmente é autolimitada — evitar loperamida.
55
Cefaleia é comum no início do ISRS?
Sim, geralmente leve e tensional. Passa com analgésicos comuns.
56
Como lidar com insônia causada por ISRS estimulante?
Tomar o remédio pela manhã e ajustar rotina do sono.
57
Por que adolescentes têm mais risco de agitação/disforia?
Devido à neuroadaptação mais intensa e sensibilidade a serotonina.
58
Qual a conduta clínica se o paciente apresentar disforia grave?
Reduzir a dose, associar benzodiazepínico temporário e oferecer psicoeducação.
59
Quando se deve usar benzodiazepínico no início do ISRS?
Se o paciente estiver muito sintomático nas primeiras semanas, para “anestesiar” a adaptação.
60
O que é “apatia emocional” induzida por ISRS?
Estado de indiferença, falta de prazer e motivação por hiperestimulação serotoninérgica.
61
Como manejar apatia emocional por ISRS?
Reduzir dose, associar bupropiona ou considerar troca por dual.
62
O que é disfunção sexual causada por ISRS?
Redução de libido, anorgasmia e retardo ejaculatório — efeito colateral comum e subestimado.
63
Qual ISRS tem maior chance de causar disfunção sexual?
Paroxetina — devido à forte ação anticolinérgica e anti-H1.
64
Como manejar a disfunção sexual?
Reduzir dose, trocar para bupropiona, ou associá-la (150–300mg/dia).
65
ISRSs podem causar ganho de peso?
Sim, especialmente os mais sedativos como paroxetina e citalopram.
66
Fluoxetina causa ganho ou perda de peso?
Pode causar perda de peso no início, mas tende a estabilizar depois.
67
Como manejar o ganho de peso induzido por ISRS?
Trocar para fluoxetina ou bupropiona, usar metformina off-label e avaliar estilo de vida.
68
O que é a síndrome de descontinuação?
Conjunto de sintomas físicos e psíquicos ao suspender abruptamente ISRSs (exceto fluoxetina).
69
Quais são os sintomas da síndrome de descontinuação?
Tontura, vertigem, zaps elétricos, disforia, ansiedade, náusea, insônia, pesadelos vívidos.
70
Qual ISRS tem menor risco de descontinuação abrupta?
Fluoxetina — por sua longa meia-vida.
71
Como evitar a síndrome de descontinuação?
Retirar o ISRS de forma gradual ou trocar para fluoxetina antes de parar (estratégia “Prozac bridge”).
72
Qual a “regra de ouro” sobre dose inicial e efeitos adversos?
Quanto maior a dose inicial, maior o risco e a intensidade dos colaterais.
73
O que é uma resposta parcial ao ISRS?
Melhora de 25–49% dos sintomas após uso correto por 6–8 semanas.
74
O que define falha terapêutica a um ISRS?
Menos de 25% de melhora, mesmo após dose adequada por tempo suficiente.
75
O que é considerado refratariedade (TRD)?
Falha de pelo menos dois antidepressivos diferentes, em dose/tempo corretos e com adesão adequada.
76
O que é uma resposta parcial ao tratamento com ISRS?
Melhora de 25–49% dos sintomas, mesmo com dose e tempo adequados.
77
O que é falha terapêutica completa?
Menos de 25% de melhora após dose máxima por 6–8 semanas.
78
O que é transtorno depressivo refratário (TRD)?
Falha de pelo menos 2 antidepressivos diferentes, bem conduzidos e com adesão confirmada.
79
O que revisar antes de carimbar refratariedade?
Diagnóstico, dose, tempo de uso, adesão e qualidade do medicamento.
80
Exemplo de falha de qualidade do fármaco?
Escitalopram de marca genérica barata ≠ Lexapro.
81
Quando considerar trocar o antidepressivo?
Quando não houve resposta alguma, efeitos colaterais foram intoleráveis ou a adesão foi comprometida.
82
Ao trocar ISRS, qual a recomendação principal?
Mudar de classe, não só de molécula.
83
Exemplo de troca bem fundamentada?
Falha com sertralina → tentar venlafaxina (dual) ou amitriptilina (tricíclico).
84
Qual o cuidado ao trocar por IMAO?
Fazer washout de 14 dias (5 semanas se fluoxetina for o ISRS anterior).
85
Quando é melhor associar um antidepressivo em vez de trocar?
Em caso de resposta parcial, sintomas residuais e tolerância boa.
86
Quais combinações de ISRS são clássicas na prática?
ISRS + bupropiona, ISRS + mirtazapina, ISRS + trazodona.
87
Indicação da combinação ISRS + bupropiona?
Apatia, fadiga, disfunção sexual, sedação excessiva.
88
Indicação da combinação ISRS + mirtazapina?
Insônia, emagrecimento, ansiedade com perda de apetite.
89
Indicação da combinação ISRS + trazodona?
Insônia refratária.
90
Qual cuidado ao combinar ISRS com tricíclico (ex: nortriptilina)?
Risco de ↑ níveis séricos do tricíclico por inibição do CYP450 — titular lentamente.
91
Combinação perigosa que deve ser evitada?
ISRS + IMAO → risco de síndrome serotoninérgica grave.
92
ISRS + tramadol: é seguro?
Não. Aumenta risco de convulsão e síndrome serotoninérgica.
93
Quando usar potencializadores em vez de trocar ou combinar?
Quando houve tentativa adequada de pelo menos dois antidepressivos e o paciente permanece sintomático.
94
Qual o potencializador com maior evidência?
Lítio — eficaz na depressão refratária, reduz risco de suicídio.
95
Qual a dose-alvo e monitoramento do lítio?
Litemia entre 0,6–1,2 mEq/L; monitorar função renal, TSH, litemia mensal.
96
Efeitos adversos comuns do lítio?
Tremor, hipotireoidismo, acne, ganho de peso, sintomas cognitivos.
97
Qual hormônio pode ser usado como potencializador?
Triiodotironina (T3) — útil em hipotireoidismo subclínico e falha de ISRS.
98
Dose habitual do T3 como adjuvante?
25 a 50 mcg/dia.
99
Quais são os potencializadores modernos mais usados?
Aripiprazol, quetiapina, olanzapina, lurasidona, modafinil, metilfenidato, lisdexanfetamina.
100
Em que cenário clínico modafinil ou lisdexanfetamina são úteis?
Depressão com apatia, fadiga intensa ou sintomas tipo TDAH.
101
Qual o perfil clínico da fluoxetina?
Estimulante, ativadora. Boa para fadiga e bulimia. Pode piorar insônia e ansiedade.
102
Quando a sertralina é preferida?
Quando há depressão com ansiedade, TOC ou em gestantes. Tem perfil equilibrado.
103
Qual a característica marcante da paroxetina?
Sedativa, anticolinérgica. Boa para insônia e ejaculação precoce. Evitar em idosos.
104
Fluvoxamina é indicada para quê?
TOC e fobia social. Pouco usada em depressão. Alta chance de interações medicamentosas.
105
Citalopram é mais indicado para quem?
Idosos. É neutro, bem tolerado, mas tem risco de QTc em altas doses.
106
O que diferencia o escitalopram?
É o ISRS mais seletivo. Dose baixa eficaz, bem tolerado e com poucas interações.
107
Quais ISRSs são mais seguros em idosos?
Sertralina, citalopram e escitalopram (com cautela no QTc).
108
Quais ISRSs evitar em idosos?
Paroxetina (risco de confusão, sedação e retenção urinária) e fluoxetina (acúmulo por meia-vida longa).
109
Qual ISRS é mais seguro na gestação?
Sertralina — eleita por ter mais dados de segurança.
110
Quais ISRSs evitar na gestação?
Paroxetina (risco de malformação cardíaca) e citalopram (dúvidas sobre QTc).
111
Quais ISRSs são considerados seguros na amamentação?
Sertralina (1ª escolha) e fluoxetina (com cautela).
112
Paroxetina pode ser usada na lactação?
Sim, apesar do perfil ruim em jovens, é considerada segura no aleitamento.
113
Efeitos adversos neonatais esperados com ISRS?
Irritabilidade, tremores, hipotonia, dificuldade de sucção — geralmente leves e autolimitados.
114
Quais ISRSs são liberados em crianças?
Fluoxetina (a partir de 5 anos), sertralina (a partir de 6 anos para TOC).
115
Qual ISRS usar com mais cautela em adolescentes?
Paroxetina — risco maior de agitação, disforia e ideação suicida.
116
Por que iniciar ISRS com dose mínima em adolescentes?
Devido à neuroadaptação intensa e risco maior de reações adversas.
117
Qual ISRS é o mais seguro na epilepsia?
Sertralina — não reduz o limiar convulsivo.
118
Quais ISRSs devem ser evitados na epilepsia?
Fluoxetina e fluvoxamina — têm maior potencial de baixar o limiar convulsivo.
119
Qual ISRS é preferido em cardiopatas?
Sertralina — considerada a mais segura no geral.
120
Qual ISRS deve ser evitado em doses altas por risco de QTc?
Citalopram (limite de 40 mg) e escitalopram (cautela em altas doses).
121
ISRSs aumentam risco de glaucoma?
Sim, por causar midríase. Paroxetina é a pior, por efeito anticolinérgico.
122
Qual a recomendação em pacientes com glaucoma?
Evitar ISRSs com ação anticolinérgica (ex: paroxetina) e monitorar com oftalmo.
123
Qual ISRS é mais neutro em termos de efeitos adversos?
Escitalopram — limpo, seletivo, com boa tolerabilidade.
124
Qual ISRS é mais ativador e energizante?
Fluoxetina — útil para apatia e fadiga.
125
Qual ISRS é o mais sedativo e útil para insônia?
Paroxetina — embora deva ser evitada em idosos.
126
Qual a dose terapêutica usual da fluoxetina?
20–80 mg/dia.
127
Qual a dose da sertralina para adultos?
50–200 mg/dia.
128
Qual a faixa de dose da paroxetina?
20–60 mg/dia.
129
Qual a dose recomendada da fluvoxamina?
50–300 mg/dia.
130
Qual a faixa de dose do citalopram?
20–40 mg/dia (máx. 40 mg por risco de QTc).
131
Qual a dose do escitalopram?
10–20 mg/dia (dose mínima já é eficaz).
132
Quais ISRSs possuem solução oral?
Fluoxetina (20 mg/mL) e escitalopram (20 mg/mL).
133
Como usar a versão em gotas do escitalopram?
1 gota = 1 mg. Permite ajuste milimétrico da dose.
134
Em que situação usar escitalopram ODT (orodispersível)?
Em pacientes com disfagia, aversão a comprimidos ou dificuldades motoras.
135
Qual vantagem da paroxetina XR/CR?
Liberação prolongada → menos pico de efeito, menos colateral, dose única diária.
136
Quando usar fluoxetina solução oral?
Idosos, pacientes frágeis ou para iniciar titulação com doses muito baixas.
137
Qual a principal vantagem das formulações líquidas?
Permitem titulação gradual, ideal para pacientes sensíveis ou com alto risco de efeitos colaterais.
138
Em que paciente a versão ODT de escitalopram é especialmente útil?
Idosos, pacientes com disfagia, TDAH, TEA ou com aversão a comprimidos.
139
Em quais casos clínicos você preferiria solução oral em vez de comprimido?
Náusea intensa, início com dose mínima, ansiedade com hipersensibilidade ou após cirurgia bariátrica.
140
Como iniciar escitalopram em paciente sensível com solução oral?
Pode começar com 2–3 gotas/dia (2–3 mg) e subir gradualmente.
141
Por que a fluoxetina é ideal para pacientes com má adesão?
Meia-vida longa → mantém efeito mesmo se paciente esquecer doses.
142
Qual ISRS permite descontinuação abrupta sem risco de abstinência?
Fluoxetina — devido à meia-vida de 5 a 7 dias.
143
Quando preferir paroxetina em liberação controlada (CR)?
Em pacientes com intolerância à paroxetina padrão ou com efeitos colaterais iniciais intensos.
144
Quais ISRSs têm risco aumentado de síndrome de descontinuação?
Paroxetina e fluvoxamina — por meia-vida curta.
145
Quando escolher paroxetina CR ao invés da versão comum?
Se o paciente apresentar muitos efeitos no início do tratamento com paroxetina regular.
146
Para que serve a estratégia “bridge com fluoxetina”?
Para suspender ISRSs com meia-vida curta sem gerar abstinência — troca-se por fluoxetina e depois retira-se gradualmente.
147
Em qual situação a estratégia da fluoxetina bridge é indicada?
Ao suspender paroxetina ou venlafaxina — reduz síndrome de descontinuação.
148
O que avaliar antes de escolher formulação líquida ou ODT?
Capacidade de deglutição, tolerância gástrica, sensibilidade a colaterais e adesão.
149
Qual ISRS mais frequentemente usado em formulações alternativas (líquida ou ODT)?
Escitalopram — por ter gotas, ODT e perfil limpo.
150
O que a escolha da formulação pode influenciar no tratamento?
Pode melhorar adesão, reduzir efeitos colaterais e evitar desistência precoce.
151
Quando considerar que houve resposta ao antidepressivo?
Quando o paciente apresenta ≥ 50% de melhora dos sintomas iniciais.
152
O que é uma resposta parcial ao antidepressivo?
Melhora de 25–49% dos sintomas, mesmo com dose plena e tempo adequado.
153
O que define ausência de resposta?
Melhora < 25% após 6–8 semanas com dose máxima e adesão confirmada.
154
Quais fatores devem ser avaliados antes de concluir falha terapêutica?
Diagnóstico, dose, tempo de uso, adesão e qualidade do medicamento.
155
O que deve ser feito se o paciente estiver tomando um ISRS genérico de baixa qualidade?
Trocar por medicamento de referência e reavaliar resposta após 30 dias.
156
Quando optar por TROCAR o antidepressivo?
Em caso de não resposta, intolerância ou colaterais graves.
157
Ao trocar antidepressivo, qual estratégia é preferível?
Mudar de classe — por exemplo, de ISRS para dual, tricíclico ou atípico.
158
Quando optar por COMBINAR antidepressivos?
Quando há resposta parcial com tolerabilidade boa e sintomas residuais.
159
Quando optar por POTENCIALIZAR o tratamento?
Após falha com 2 antidepressivos diferentes, bem conduzidos.
160
Qual a combinação clássica para disfunção sexual induzida por ISRS?
ISRS + bupropiona.
161
Qual combinação é útil para insônia e emagrecimento?
ISRS + mirtazapina.
162
Qual ISRS jamais deve ser combinado com outro ISRS?
Nenhum ISRS deve ser combinado com outro ISRS — risco de síndrome serotoninérgica.
163
Qual interação ISRS deve ser evitada com analgésico?
ISRS + tramadol → ↑ risco de convulsões e serotonina excessiva.
164
Qual combinação com ISRS causa maior risco de morte?
ISRS + IMAO → contraindicação absoluta (síndrome serotoninérgica grave).
165
Quais medicamentos aumentam o risco de sangramento quando usados com ISRS?
AINEs, anticoagulantes (ex: warfarina), aspirina.
166
Como prevenir sangramentos com ISRS + AINE?
Associar inibidor de bomba de prótons (IBP), como omeprazol.
167
O que é síndrome serotoninérgica?
Estado tóxico causado por excesso de serotonina no SNC, geralmente por combinação de fármacos.
168
Quais os 3 pilares da síndrome serotoninérgica?
1. Alteração do sensório, 2. Hiperatividade neuromuscular (mioclonia, tremor), 3. Instabilidade autonômica (febre, sudorese, taquicardia).
169
Quais medicamentos podem precipitar a síndrome serotoninérgica?
ISRS + tramadol, lítio, IMAO, triptanos ou overdose isolada de serotonérgicos.
170
Qual é o tratamento da síndrome serotoninérgica?
Suspender drogas, hidratação, benzo IV, antipiréticos. Se grave: ciproeptadina (antagonista 5HT2A).
171
Quando considerar uso de ciproeptadina?
Em casos moderados a graves de síndrome serotoninérgica — dose 4–8 mg VO.
172
Quais exames devem ser monitorados na síndrome serotoninérgica?
CPK, função renal e hepática, eletrólitos.
173
Qual antipsicótico pode ser usado como potencializador leve em depressão resistente?
Aripiprazol — melhora sintomas residuais com pouco risco de sedação.
174
Qual psicoestimulante é usado em depressão com apatia e fadiga?
Modafinil ou lisdexanfetamina.
175
Quando pensar em ECT (eletroconvulsoterapia)?
Depressão grave, risco suicida iminente, catatonia ou falha a múltiplas medicações.
176
Melhor ISRS para insônia com depressão?
Paroxetina — efeito sedativo.
177
ISRSs que devem ser evitados em pacientes com insônia?
Fluoxetina e sertralina — mais ativadoras.
178
Melhor ISRS para apatia e fadiga?
Fluoxetina ou sertralina — têm efeito estimulante.
179
ISRS a evitar em pacientes apáticos?
Paroxetina — pode intensificar sedação e anedonia.
180
Melhor ISRS para ansiedade generalizada?
Escitalopram e sertralina — bem tolerados, ação ansiolítica robusta.
181
ISRS que pode piorar ansiedade no início?
Fluoxetina — efeito muito ativador nas primeiras semanas.
182
ISRS mais indicado para TOC?
Fluvoxamina e sertralina.
183
ISRS a evitar em TOC juvenil?
Paroxetina — maior risco de disforia e agitação em jovens.
184
Melhor ISRS para bulimia nervosa?
Fluoxetina — única aprovada para esse fim.
185
ISRS menos estudado em bulimia?
Citalopram — não tem aprovação formal.
186
Melhor conduta para disfunção sexual com ISRS?
Associar ou trocar para bupropiona.
187
ISRS com maior risco de disfunção sexual?
Paroxetina.
188
Melhor ISRS para ejaculação precoce com depressão?
Paroxetina — retarda a ejaculação.
189
Melhor ISRS para gestantes?
Sertralina — mais segura e preferida.
190
ISRS a evitar na gravidez?
Paroxetina — associada a malformações cardíacas.
191
ISRS preferido para lactantes?
Sertralina.
192
ISRSs com cautela na amamentação?
Fluoxetina (por meia-vida longa), citalopram (dados limitados).
193
Melhor ISRS para idosos?
Sertralina e citalopram — mais neutros e seguros.
194
ISRS com maior risco de confusão em idosos?
Paroxetina — sedativa e anticolinérgica.
195
Melhor ISRS para paciente com epilepsia?
Sertralina — considerada a mais segura.
196
ISRSs que reduzem limiar convulsivo?
Fluoxetina e fluvoxamina.
197
Melhor ISRS em paciente com cardiopatia?
Sertralina — perfil cardiovascular mais seguro.
198
ISRSs que exigem cautela em QTc prolongado?
Citalopram (>40mg) e escitalopram em altas doses.
199
Paciente com glaucoma: qual ISRS evitar?
Paroxetina — risco aumentado por ação anticolinérgica.
200
Em pacientes sensíveis a colaterais, qual formulação escolher?
Gotas ou ODT (ex: escitalopram gotas ou ODT).
201
Qual a importância de reconhecer uma resposta parcial?
"A resposta parcial indica que há utilidade em manter o antidepressivo e associar um potencializador."
202
O que é mais importante do que alcançar a dose máxima?
"Doses máximas não são obrigatórias, mas sim doses eficazes baseadas na resposta individual."
203
O que considerar antes de trocar a medicação?
"A escolha entre troca e associação depende da resposta anterior, perfil do paciente e tolerabilidade."
204
Qual aspecto é tão importante quanto o remédio escolhido?
"A adesão e a qualidade do medicamento são tão importantes quanto a substância usada."
205
O que determina a estratégia terapêutica?
"A neurobiologia do paciente é o que dita a estratégia — não a bula."
206
O que fazer diante de um paciente que ‘não sente mais nada’?
Considerar apatia emocional por serotonina excessiva — pensar em bupropiona ou mirtazapina.
207
Como agir se a sertralina 200 mg não está funcionando?
Testar Zoloft original por 1 mês — pode ser falha de biodisponibilidade da marca genérica.
208
Como evitar síndrome de descontinuação?
Fazer retirada gradual ou migrar para fluoxetina e descontinuar lentamente.
209
Por que escitalopram é favorito entre clínicos experientes?
Alta eficácia em baixa dose, excelente tolerância e flexibilidade de formulação.
210
O que justifica usar fluoxetina mesmo com histórico de ansiedade?
Se o paciente for apático, letárgico, e precisar de estímulo — com cautela nas primeiras semanas.
211
Qual ISRS é ideal para quem tem dificuldade de adesão?
Fluoxetina — meia-vida longa permite lapsos sem perda completa do efeito.
212
O que nunca esquecer ao iniciar um ISRS?
Explicar que ele pode piorar antes de melhorar, e que isso é esperado.
213
O que define um bom início de antidepressivo?
Dose baixa + adesão firme + psicoeducação adequada = menor abandono.
214
Quando o uso de benzodiazepínico é estratégico?
"No início do tratamento, ele serve como anestesia para a neuroadaptação."
215
Qual atitude aumenta a chance de sucesso com o 1º antidepressivo?
Caprichar na condução clínica — ajuste cuidadoso, explicação clara e acompanhamento próximo.
216
Como responder na prova se te perguntarem sobre ISRS em idosos?
"Sertralina ou citalopram são seguros. Evito paroxetina por risco anticolinérgico e de confusão."
217
Como responder sobre uso em gestante?
"Prefiro sertralina. Fluoxetina tem dados, mas meia-vida longa. Evito paroxetina por risco cardíaco fetal."
218
E se o paciente está ‘quase bom’, mas não melhora 100%?
É hora de avaliar potencialização ou combinação com outro mecanismo de ação.
219
Como pensar a lógica de titulação?
"Doses altas agem mais rápido, mas com mais colateral. Doses baixas são mais seguras, mas lentas. O ideal é individualizar."
220
O que fazer quando o paciente está ‘ansioso demais’ na 1ª semana?
Reduzir a dose, considerar benzo e reforçar psicoeducação — não desistir do ISRS ainda.
221
E se o paciente não responde a dois ISRSs?
Considerar TRD — avaliar troca de classe, potencialização ou terapias alternativas.
222
Como brilhar em prova ao falar de combinação?
“Associo ISRS à bupropiona quando há apatia, disfunção sexual ou fadiga residual.”
223
Como mostrar conhecimento clínico em depressão refratária?
“A ECT é opção segura, eficaz, rápida — especialmente em risco suicida, idosos e catatonia.”
224
Como diferenciar boa prática da automedicação?
"Boa prática exige diagnóstico correto, avaliação de risco, estratégia, e acompanhamento contínuo. Não é só dar remédio."
225
Qual a frase que resume a maestria em psicofarmacologia?
"Dominar psicofarmacologia é parar de jogar serotonina no escuro e começar a guiar o tratamento com precisão cirúrgica."
226
O que é a síndrome de descontinuação de ISRS?
Conjunto de sintomas físicos e psíquicos que ocorrem após a suspensão abrupta de um ISRS, especialmente os de meia-vida curta.
227
Quando a síndrome de descontinuação costuma ocorrer?
Dentro de 24 a 72 horas após a interrupção brusca do antidepressivo.
228
Qual ISRS tem menor risco de causar síndrome de descontinuação?
Fluoxetina — meia-vida longa protege contra flutuações abruptas.
229
Quais ISRSs têm maior risco de causar síndrome de descontinuação?
Paroxetina e venlafaxina.
230
Quais os principais sintomas da síndrome de descontinuação?
Tontura, vertigem, “choques elétricos” (zaps), náusea, insônia, pesadelos, irritabilidade, labilidade emocional.
231
O que são os “zaps elétricos”?
Sensações súbitas de corrente elétrica na cabeça ou no corpo — muito característicos da síndrome de retirada de ISRS.
232
Como diferenciar descontinuação de recaída depressiva?
A síndrome tem início rápido (dias), melhora com reinstauração do ISRS e inclui sintomas físicos atípicos (zaps, vertigem).
233
Qual a principal causa da síndrome de descontinuação?
Retirada abrupta do ISRS sem redução gradual da dose.
234
Como prevenir a síndrome de descontinuação?
Tapering (retirada gradual) ou migração para fluoxetina antes da suspensão (“Prozac bridge”).
235
O que é a estratégia “Prozac bridge”?
Substituir o ISRS por fluoxetina por 2 semanas e depois interromper — devido à longa meia-vida da fluoxetina.
236
Em que pacientes a descontinuação é mais frequente?
Pacientes sensíveis, ansiosos, adolescentes ou que fazem uso prolongado.
237
Qual é a conduta diante da síndrome instalada?
Reintroduzir o ISRS e fazer retirada lenta. Em casos leves, suporte e psicoeducação.
238
Pode-se usar outra medicação sintomática?
Sim, se necessário: benzodiazepínicos por curto prazo, anti-histamínicos para insônia ou náusea.
239
Quais medidas de suporte são úteis?
Orientação clara, tranquilização, hidratação, monitoramento.
240
Por que muitos médicos confundem com recaída?
Porque os sintomas emocionais podem parecer um retorno da depressão — mas o tempo de surgimento e os sintomas físicos ajudam a diferenciar.
241
Qual a taxa estimada de ocorrência da síndrome?
Estima-se que até 20% dos pacientes que interrompem ISRSs abruptamente possam apresentar sintomas.
242
A síndrome de descontinuação é perigosa?
Não costuma ser grave, mas pode causar sofrimento significativo e prejudicar a adesão futura.
243
Quanto tempo duram os sintomas, se não tratados?
Podem durar de 1 a 3 semanas, mas raramente persistem por mais de um mês.
244
Fluoxetina precisa de retirada gradual?
Em geral, não. Sua meia-vida longa (5–7 dias) permite suspensão direta em muitos casos.
245
Como manejar descontinuação em pacientes com histórico de sintomas intensos?
Fazer retirada ultra-lenta — reduzir dose em 25% a cada 2–4 semanas.
246
Como abordar um paciente com medo de parar o remédio?
Psicoeducar sobre a síndrome, oferecer plano gradual de retirada, e mostrar que é reversível e comum.
247
A síndrome de descontinuação ocorre com todos os ISRSs?
Pode ocorrer com qualquer ISRS, mas é mais comum nos de meia-vida curta.
248
A paroxetina pode causar sintomas mesmo com redução lenta?
Sim. É o ISRS com maior risco — requer retirada ainda mais cautelosa.
249
Qual o impacto da síndrome na adesão ao tratamento futuro?
Pode gerar medo, insegurança e resistência ao uso de antidepressivos novamente.
250
O que o paciente deve saber antes de interromper o ISRS?
Que sintomas podem surgir, mas são transitórios e preveníveis — e que a retirada será feita com acompanhamento.
251
Quais são os efeitos colaterais mais comuns após 4 a 8 semanas de uso dos ISRSs?
Disfunção sexual, apatia emocional, ganho de peso e anedonia secundária.
252
O que é a “apatia emocional” causada por ISRSs?
Redução do afeto, da empatia e da motivação. O paciente diz: “tô bem… mas tô meio robô”.
253
O que causa essa apatia emocional?
Hiperestimulação serotoninérgica → redução funcional da dopamina e da noradrenalina.
254
Como manejar a apatia emocional induzida por ISRS?
Reduzir a dose, associar bupropiona ou modafinil, ou trocar para antidepressivo dual/atípico.
255
Qual a disfunção sexual mais frequente com ISRS?
Retardo ejaculatório, anorgasmia e redução da libido.
256
Qual ISRS tem maior chance de causar disfunção sexual?
Paroxetina — devido ao forte bloqueio de receptores muscarínicos e H1.
257
Qual ISRS tem menor risco de disfunção sexual?
Nenhum é totalmente isento, mas fluoxetina e escitalopram tendem a causar menos.
258
Qual a melhor estratégia para disfunção sexual induzida por ISRS?
Reduzir dose, trocar para bupropiona, ou adicionar bupropiona 150–300 mg/dia.
259
Que outros fármacos podem ser úteis na disfunção sexual induzida por ISRS?
Mirtazapina ou agomelatina (se disponíveis).
260
Por que alguns pacientes ganham peso com ISRSs?
Efeito sedativo, aumento do apetite, melhora da depressão e alteração metabólica.
261
Quais ISRSs estão mais associados ao ganho de peso?
Paroxetina e citalopram.
262
Fluoxetina causa ganho ou perda de peso?
Pode causar perda de peso inicial, mas tende a estabilizar e até reverter com o tempo.
263
Qual a melhor estratégia para ganho de peso com ISRS?
Trocar para fluoxetina ou bupropiona, avaliar padrão alimentar e considerar metformina (off-label).
264
O que é anedonia secundária?
Incapacidade de sentir prazer mesmo após melhora da depressão — ligada ao excesso de serotonina.
265
Como manejar anedonia secundária ao ISRS?
Associar bupropiona, reduzir dose ou trocar por antidepressivo com ação noradrenérgica/dopaminérgica.
266
Por que pacientes dizem “não choro mais nem no enterro da minha mãe”?
Anulação afetiva — possível efeito colateral da serotonina em excesso, especialmente com paroxetina.
267
Anulação afetiva é cura da depressão?
Não. É um efeito colateral e deve ser tratado.
268
Quando o ISRS está “funcionando demais”?
Quando os sintomas depressivos sumiram, mas o paciente relata apatia, disfunção sexual e indiferença.
269
Como diferenciar efeito terapêutico de efeito colateral tardio?
O efeito terapêutico melhora humor e função; o colateral tira emoção, prazer ou energia.
270
Qual o impacto desses efeitos tardios na adesão?
Alto. Muitos pacientes desistem silenciosamente do tratamento.
271
O que fazer antes de rotular o paciente como refratário?
Avaliar se os sintomas são colaterais do tratamento, não da depressão em si.
272
Quando considerar modafinil como adjuvante?
Em casos de fadiga, lentidão, apatia e queixas cognitivas com uso de ISRS.
273
Quando usar lisdexanfetamina?
Em casos graves de anedonia, depressão resistente e sintomas TDAH-like.
274
Qual antidepressivo é mais neutro em termos de efeitos tardios?
Escitalopram — mais seletivo, menos propenso a causar disfunções tardias.
275
A mirtazapina engorda mais que ISRSs?
Sim, significativamente — por seu efeito anti-H1 e ação no apetite.
276
O que são antidepressivos duais?
São fármacos que inibem simultaneamente a recaptação de dois neurotransmissores: serotonina (5HT) e noradrenalina (NA).
277
Qual o nome técnico da classe dos antidepressivos duais?
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN), também conhecidos como SNRIs.
278
Por que alguns SNRIs também são chamados de “triais”?
Porque, além de aumentar serotonina e noradrenalina, eles elevam dopamina (DA) no córtex pré-frontal, de forma indireta, via bloqueio do NET.
279
Os SNRIs têm ação direta na dopamina?
Não diretamente. O aumento de dopamina no córtex pré-frontal ocorre indiretamente por inibição do NET, já que nessa região há poucos transportadores dopaminérgicos (DAT).
280
Qual é a diferença entre ISRS e SNRIs no mecanismo de ação?
ISRSs inibem apenas a recaptação de serotonina (SERT). SNRIs bloqueiam SERT e NET, afetando também a noradrenalina e, indiretamente, a dopamina.
281
Qual o efeito clínico principal do bloqueio do SERT?
Melhora do humor, ansiedade, obsessões e regulação do sono.
282
Qual o efeito clínico principal do bloqueio do NET?
Aumento de energia, foco, motivação, redução da dor e melhora da libido.
283
Qual a vantagem dos SNRIs em relação aos ISRSs?
Ação mais ampla, efeito energizante, analgesia e maior chance de resposta em quadros melancólicos, apáticos ou com sintomas físicos associados.
284
Em que região cerebral ocorre o aumento indireto de dopamina pelos SNRIs?
No córtex pré-frontal — por ter escassez de DATs, o bloqueio do NET resulta em aumento de dopamina nessa região.
285
O aumento de dopamina pelos SNRIs causa risco de psicose?
Não. Por ocorrer principalmente no córtex pré-frontal e de forma indireta, o risco de euforia, mania ou psicose é muito menor do que com dopaminérgicos diretos.
286
Quais são os quatro principais antidepressivos duais?
Venlafaxina (Efexor), Desvenlafaxina (Pristiq), Duloxetina (Cymbalta) e Milnaciprano (Ixel / Excel).
287
Qual a relação entre venlafaxina e desvenlafaxina?
Desvenlafaxina é o metabólito ativo da venlafaxina. Ambas têm perfis semelhantes, mas desvenlafaxina é mais estável.
288
A desvenlafaxina é superior à venlafaxina?
Não há superioridade clara. A desvenlafaxina tem absorção mais estável e menos pico plasmático, mas ambas são eficazes.
289
Por que os SNRIs são considerados antidepressivos de “segunda linha”?
Porque geralmente são indicados após falha de ISRSs ou quando há sintomas físicos importantes (dor, fadiga), mas em muitos casos podem ser primeira escolha.
290
O que significa “ação multimodal” nos SNRIs?
Que o medicamento atua em múltiplos neurotransmissores e vias sinápticas, oferecendo efeitos antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos e pró-cognitivos.
291
Qual o efeito final esperado de um SNRI no paciente?
Redução dos sintomas depressivos e ansiosos, melhora da energia, foco, libido, apetite, sono e analgesia.
292
Qual é a importância do bloqueio do NET para analgesia?
O aumento de NA modula as vias descendentes inibitórias da dor no tronco encefálico, restaurando o controle da dor em doenças como fibromialgia.
293
O que é importante saber sobre o início da ação dos SNRIs?
Assim como os ISRSs, os SNRIs também passam por uma fase de neuroadaptação, podendo causar efeitos colaterais iniciais como náusea, insônia e agitação.
294
Qual a principal diferença clínica entre os SNRIs no início do tratamento comparados aos ISRSs?
SNRIs podem causar mais sudorese e leve aumento da pressão arterial, devido à ação noradrenérgica.
295
Qual neurotransmissor é responsável pela maior parte dos colaterais iniciais dos SNRIs?
A serotonina, pelos mesmos mecanismos dos ISRSs (estimulação 5HT periférica, 5HT1A, 5HT2A etc.).
296
E qual neurotransmissor gera os colaterais mais exclusivos dos SNRIs?
A noradrenalina — responsável por sudorese, aumento da PA e maior risco de virada maníaca em bipolares.
297
O que o termo “dual de verdade” significa?
Refere-se à dose a partir da qual o SNRI começa a exercer bloqueio significativo do NET, ganhando efeito noradrenérgico além do serotoninérgico.
298
Por que é importante saber a dose que torna um SNRI verdadeiramente dual?
Porque doses abaixo desse limiar funcionam como ISRSs disfarçados, com menos eficácia clínica completa e mais risco de subdosagem terapêutica.
299
Um SNRI abaixo da dose dual pode funcionar?
Sim, mas seu efeito será predominantemente serotoninérgico, como um ISRS, e pode não atender às indicações específicas dos duais.
300
Qual a importância clínica do uso correto dos SNRIs desde o início?
Usar a dose correta, com titulação progressiva, evita subtratamento, melhora a adesão e reduz os colaterais — além de garantir ação verdadeiramente dual.
301
Quais são as principais indicações clínicas dos SNRIs?
Depressão com fadiga, dor crônica, fibromialgia, sintomas vasomotores da menopausa, depressão melancólica e transtornos ansiosos refratários.
302
Qual SNRI é aprovado para dor crônica e fibromialgia?
Duloxetina — aprovada pelo FDA para dor musculoesquelética, neuropatia diabética e fibromialgia.
303
Como os SNRIs atuam no controle da dor?
Aumentam 5HT e NA, reativando as vias descendentes inibitórias da dor no tronco encefálico e medula espinhal.
304
O que são vias descendentes inibitórias da dor?
Vias do tronco cerebral que liberam 5HT e NA na medula espinhal, reduzindo a transmissão dos estímulos dolorosos.
305
Qual SNRI é mais citado para controle de fogachos da menopausa?
Desvenlafaxina — demonstrou eficácia na redução de sintomas vasomotores em mulheres perimenopáusicas.
306
Qual o SNRI mais utilizado para depressão com apatia, lentidão e fadiga?
Desvenlafaxina, por sua ação mais estável em NA e efeito pró-cognitivo.
307
Em que casos os SNRIs podem ser indicados como primeira linha?
Quando há dor associada à depressão, sintomas físicos intensos ou falha prévia com ISRS.
308
Qual SNRI é melhor tolerado nos primeiros dias?
Desvenlafaxina — tem menor variação plasmática e menos colaterais iniciais em relação à venlafaxina.
309
A venlafaxina atua como dual desde o início?
Não. Atua predominantemente como ISRS até 75 mg; o efeito dual só começa a partir de 150 mg.
310
A desvenlafaxina atua como dual desde o início?
Não. Até 50 mg tem ação predominantemente serotoninérgica. A ação dual inicia em 100 mg.
311
Qual dose de duloxetina começa a gerar efeito dual relevante?
A partir de 60 mg — abaixo disso o efeito noradrenérgico é discutível.
312
Qual SNRI já nasce “dual” mesmo em baixa dose?
Milnaciprano — desde 30 mg já tem efeito significativo sobre noradrenalina.
313
Qual SNRI tem maior efeito analgésico?
Duloxetina — devido à sua ação equilibrada e aprovação para condições dolorosas crônicas.
314
Qual SNRI tem maior estabilidade farmacocinética?
Desvenlafaxina — absorção previsível, meia-vida mais longa e liberação controlada.
315
Como interpretar a venlafaxina em doses de 75 mg?
Está funcionando mais como ISRS — se a resposta for fraca, deve-se considerar aumentar para 150 mg ou mais.
316
Quais SNRI são melhores para sintomas físicos e cognitivos?
Desvenlafaxina e duloxetina — boa ação em energia, foco e dor.
317
Qual SNRI é mais noradrenérgico do que serotoninérgico?
Milnaciprano — possui ação mais intensa em NA do que em 5HT.
318
Em que dose a duloxetina é comumente iniciada?
30 mg/dia, mas o efeito dual esperado ocorre a partir de 60 mg.
319
Quando usar duloxetina com cautela?
Em hepatopatas, pacientes com retenção urinária ou em uso de medicações metabolizadas pelo CYP450.
320
Em que pacientes a venlafaxina deve ser usada com cautela?
Hipertensos, devido ao risco de aumento da PA em doses elevadas.
321
Quais SNRIs são preferidos para depressão + dor?
Duloxetina e desvenlafaxina.
322
Quais SNRIs são menos indicados para ansiedade pura?
Milnaciprano (pouco serotoninérgico) e doses altas de venlafaxina (podem ativar).
323
Qual SNRI pode ser bom para menopausa + humor rebaixado?
Desvenlafaxina — melhora sintomas vasomotores e o humor.
324
O que fazer se o paciente melhora parcialmente com 75 mg de venlafaxina?
Subir a dose para 150 mg para alcançar o efeito dual completo.
325
Por que é importante titular os SNRIs corretamente?
Para garantir o efeito dual, evitar colaterais e não manter o paciente em dose subterapêutica.
326
Quais são os efeitos colaterais iniciais mais comuns dos SNRIs?
Náusea, cefaleia, diarreia leve, insônia, agitação, tontura.
327
Esses efeitos iniciais são causados por qual neurotransmissor?
Pela serotonina — semelhante aos ISRSs, por hiperestimulação de receptores como 5HT1A e 5HT3.
328
Quanto tempo duram os efeitos colaterais iniciais?
Costumam ocorrer nos primeiros 7–14 dias, fase da neuroadaptação, e melhoram progressivamente.
329
O que fazer para minimizar os efeitos colaterais iniciais dos SNRIs?
Iniciar com dose baixa, titular devagar, oferecer suporte e, se necessário, associar benzodiazepínico temporariamente.
330
Qual SNRI mais frequentemente causa náusea?
Duloxetina e venlafaxina, principalmente em doses iniciais.
331
Por que os SNRIs podem causar mais sudorese que os ISRSs?
Pela ação noradrenérgica, que estimula vias adrenérgicas e colinérgicas responsáveis pela termorregulação.
332
Qual SNRI é mais associado à sudorese excessiva?
Venlafaxina — muito comum em doses acima de 150 mg.
333
Como manejar a sudorese induzida por SNRI?
Reavaliar a dose, considerar troca para desvenlafaxina, prescrever anticolinérgicos leves, como oxibutinina, em alguns casos.
334
Os SNRIs aumentam a pressão arterial?
Sim, em média 3–4 mmHg. Em pacientes hipertensos descompensados, esse aumento pode ser clinicamente relevante.
335
Qual SNRI tem maior risco de elevar a PA?
Venlafaxina, principalmente em doses acima de 225 mg.
336
O aumento de PA pelos SNRIs exige suspensão imediata?
Não necessariamente — pode ser manejado com ajuste de dose ou otimização do controle pressórico.
337
Quais sintomas indicam virada maníaca induzida por SNRI?
Agitação intensa, insônia, euforia, aumento da energia, ideias grandiosas.
338
Quando há maior risco de virada maníaca com SNRIs?
Em pacientes com transtorno bipolar ou predisposição familiar, especialmente em doses altas.
339
Qual SNRI apresenta maior estabilidade e menos variação de pico plasmático?
Desvenlafaxina — menos náusea, menor oscilação clínica.
340
Quais os efeitos colaterais tardios comuns dos SNRIs?
Ganho de peso (2–4 kg), disfunção sexual, apatia emocional, insônia crônica.
341
Os SNRIs causam disfunção sexual como os ISRSs?
Sim, com frequência semelhante ou até maior. Atinge até 70% dos usuários.
342
Como manejar disfunção sexual com SNRI?
Associar bupropiona, reduzir dose ou trocar por fármaco com menor impacto sexual (ex: vortioxetina).
343
Os SNRIs causam mais ou menos ganho de peso do que os ISRSs?
Similar ou um pouco menor que mirtazapina, mas ainda relevante em uso prolongado.
344
Qual SNRI é mais associado a distúrbios do sono?
Milnaciprano e doses altas de venlafaxina — pelo efeito ativador noradrenérgico.
345
Qual a conduta prática para insônia induzida por SNRI?
Administrar pela manhã e, se necessário, associar mirtazapina, trazodona ou benzo à noite.
346
Qual SNRI deve ser evitado em pacientes com ansiedade grave não controlada?
Milnaciprano — tem menos ação em serotonina e mais potencial de ativação.
347
Qual SNRI deve ser evitado em pacientes com histórico de hipertensão descompensada?
Venlafaxina — especialmente acima de 150 mg/dia.
348
Qual cuidado deve-se ter ao usar SNRIs em pacientes com propensão à desidratação ou hipotensão?
Monitorar PA e evitar doses altas sem hidratação adequada.
349
Qual SNRI tem maior risco de retenção urinária?
Duloxetina — contraindicar em pacientes com HBP ou obstrução urinária.
350
Quais efeitos adversos justificam troca de SNRI?
Sudorese incapacitante, PA elevada persistente, disfunção sexual grave, náusea incontrolável, hepatotoxicidade (em duloxetina).
351
Quais são os quatro principais SNRIs usados na prática clínica?
Venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina e milnaciprano.
352
Qual a dose mínima e máxima da venlafaxina?
75 a 225 mg/dia (até 600 mg em casos graves sob supervisão).
353
A partir de qual dose a venlafaxina é considerada “dual de verdade”?
A partir de 150 mg/dia. Abaixo disso, o efeito é predominantemente serotoninérgico.
354
Qual a meia-vida da venlafaxina?
Cerca de 5 horas. Por isso, é usada preferencialmente na formulação XR.
355
Qual o principal efeito adverso da venlafaxina em altas doses?
Aumento da pressão arterial e sudorese intensa.
356
Quais pacientes se beneficiam mais da venlafaxina?
Aqueles com TAG, depressão melancólica, sintomas físicos e vasomotores da menopausa.
357
Qual a diferença clínica entre venlafaxina e desvenlafaxina?
Desvenlafaxina é mais estável, com liberação mais uniforme e menos variação de pico plasmático.
358
Qual a dose usual da desvenlafaxina?
50–200 mg/dia (até 400 mg em refratariedade).
359
A desvenlafaxina é dual desde o início?
Não. É predominantemente serotoninérgica até 50 mg; a ação noradrenérgica começa em torno de 100 mg.
360
Qual SNRI é melhor tolerado entre venlafaxina e desvenlafaxina?
Desvenlafaxina — menos náusea, sudorese e instabilidade de humor.
361
Quais pacientes se beneficiam mais da desvenlafaxina?
Mulheres na menopausa, pacientes com fadiga, lentidão, foco prejudicado e sintomas físicos marcantes.
362
Qual SNRI é o mais usado para dor crônica e fibromialgia?
Duloxetina.
363
Qual a dose terapêutica padrão da duloxetina?
60–120 mg/dia. Abaixo de 60 mg, seu efeito dual é discutível.
364
Qual a meia-vida da duloxetina?
Aproximadamente 12 horas.
365
Quais as principais vantagens clínicas da duloxetina?
Eficácia comprovada em dor crônica, ação estável, melhora da fadiga, da energia e da dor musculoesquelética.
366
Quando evitar duloxetina?
Em hepatopatas, pacientes com retenção urinária ou uso de múltiplos fármacos metabolizados por CYP450.
367
Qual SNRI tem menor potência serotoninérgica?
Milnaciprano — sua principal ação é sobre noradrenalina.
368
Qual a dose da milnaciprano?
30–200 mg/dia. Atua como dual desde 30 mg.
369
Qual a meia-vida da milnaciprano?
Cerca de 8 horas. É de liberação imediata.
370
Qual perfil clínico é ideal para uso de milnaciprano?
Pacientes com dor crônica pura, fadiga extrema, foco prejudicado e que não toleram serotonina.
371
Quais são os SNRIs mais indicados para transtornos ansiosos?
Venlafaxina e desvenlafaxina — por sua potência serotoninérgica.
372
Quais são melhores para sintomas físicos (dor, fadiga)?
Duloxetina e desvenlafaxina.
373
Qual SNRI é mais ativador e menos ansiolítico?
Milnaciprano — pouco efeito em 5HT, mais ação em NA.
374
Qual SNRI tem mais chance de causar insônia?
Milnaciprano e venlafaxina em doses altas.
375
Qual SNRI tem maior potência noradrenérgica?
Milnaciprano, seguido de desvenlafaxina.
376
Quando considerar que o SNRI não está funcionando?
Quando, após 6–8 semanas em dose adequada, a melhora dos sintomas é inferior a 50%.
377
O que revisar antes de trocar ou associar um SNRI?
Diagnóstico correto, adesão ao tratamento, dose e marca do fármaco (qualidade do genérico).
378
Quando é melhor trocar o SNRI?
Quando não houve nenhuma resposta, há colaterais intensos ou o paciente não tolera a medicação.
379
Quando é melhor associar outro fármaco ao SNRI?
Quando houve resposta parcial com boa tolerância, ou quando se quer tratar sintomas residuais específicos.
380
O que é potencialização no contexto dos duais?
Uso de agentes como lítio, T3, antipsicóticos ou bupropiona para aumentar a eficácia antidepressiva.
381
Qual a combinação chamada de “California Rocket Fuel”?
Venlafaxina + mirtazapina — ação potente em 5HT, NA e bloqueio de 5HT2, 5HT3 (sono, apetite).
382
Quais fármacos são úteis para associar em disfunção sexual causada por SNRI?
Bupropiona (150–300 mg/dia) ou mirtazapina.
383
Quais são boas associações com SNRI para insônia?
Mirtazapina, trazodona ou quetiapina (baixa dose).
384
Quais combinações com SNRIs devem ser evitadas?
SNRIs com ISRSs, IMAOs, tramadol ou triptanos — risco de síndrome serotoninérgica.
385
Quais SNRIs têm maior risco de síndrome de descontinuação?
Venlafaxina (principalmente) e desvenlafaxina.
386
Quais os sintomas da síndrome de descontinuação de SNRIs?
Tontura, zumbidos, “zaps” elétricos, náusea, instabilidade emocional, sintomas gripais.
387
Como prevenir a síndrome de descontinuação?
Retirar lentamente ou migrar para fluoxetina (meia-vida longa) antes de suspender.
388
O que fazer se o paciente parar SNRI abruptamente e apresentar sintomas?
Reintroduzir o fármaco e iniciar retirada gradual, ou usar fluoxetina como ponte.
389
Quais duais têm menor risco de descontinuação?
Duloxetina e milnaciprano (apesar de ainda requererem retirada lenta).
390
Quando associar lítio ao SNRI?
Quando há falha terapêutica com dois antidepressivos e sintomas graves ou risco suicida.
391
Qual dose de lítio para potencialização antidepressiva?
Litemia entre 0,6–1,2 mEq/L — com monitoramento de função renal e TSH.
392
Quais antipsicóticos podem ser usados para potencializar SNRIs?
Aripiprazol, quetiapina, olanzapina, lurasidona — em doses baixas.
393
Qual combinação é boa para depressão com dor crônica?
Duloxetina + mirtazapina ou duloxetina + bupropiona.
394
O que nunca se deve fazer ao prescrever duais?
Associar com IMAO, usar em hipertensos sem controle, ou manter dose baixa esperando efeito dual.
395
Qual frase resume a escolha da dose no SNRI?
“75 mg de venlafaxina é ISRS disfarçado — o efeito dual só aparece a partir de 150 mg.”
396
Frase para brilhar na prova: desvenlafaxina vs. venlafaxina?
“Desvenlafaxina é mais estável plasmaticamente, com menor variação de efeito e menos colateral.”
397
Frase sobre uso em dor?
“Duloxetina é o SNRI com melhor evidência em dor crônica, fibromialgia e neuropatia diabética.”
398
Frase sobre riscos?
“Todos os duais aumentam sudorese e podem elevar a pressão arterial — cuidado com hipertensos.”
399
Frase sobre combinação inteligente?
“Prefiro associar bupropiona à duloxetina quando o foco é libido, energia e cognição.”
400
Frase sobre erro comum?
“Muitos pacientes estão tomando SNRI em dose subdual e acham que estão ‘resistentes’. O problema é a dose, não o paciente.”
401
O que são benzodiazepínicos?
São fármacos que potencializam a ação do neurotransmissor GABA no receptor GABA-A, produzindo efeito inibitório no sistema nervoso central.
402
Qual o principal efeito neuroquímico dos benzodiazepínicos?
Aumentam a frequência de abertura dos canais de cloro mediados por GABA-A, levando à hiperpolarização e inibição neuronal.
403
Benzodiazepínicos funcionam sozinhos, sem GABA endógeno?
Não. Eles apenas potencializam o GABA já presente — não abrem o canal de cloro sozinhos.
404
Quais os principais efeitos clínicos dos benzodiazepínicos?
Ansiolítico, hipnótico, miorrelaxante, anticonvulsivante e amnésico.
405
Qual benzodiazepínico é mais usado para ansiedade generalizada?
Clonazepam, lorazepam ou alprazolam.
406
Qual benzodiazepínico é preferido em crise convulsiva?
Diazepam (EV ou retal) ou midazolam (EV ou intranasal).
407
Qual benzo é usado em abstinência alcoólica?
Diazepam (preferido pela meia-vida longa) ou clordiazepóxido (ultra longa, pouco disponível).
408
Qual efeito desejado dos benzos justifica seu uso pré-anestésico?
Amnésia anterógrada e sedação.
409
Qual benzo é mais usado em sedação para exames?
Midazolam — efeito rápido e curta duração.
410
Qual benzo é melhor para uso em hepatopatas?
Lorazepam — não depende de metabolismo hepático.
411
Como os benzos são classificados segundo a meia-vida?
Curta (< 6h), intermediária (6–24h), longa (> 24h).
412
Exemplos de benzodiazepínicos de meia-vida curta?
Midazolam, triazolam.
413
Exemplos de benzos de meia-vida intermediária?
Alprazolam, lorazepam, bromazepam.
414
Exemplos de benzos de meia-vida longa?
Diazepam, clonazepam, clobazam.
415
Qual a vantagem clínica dos benzos de meia-vida longa?
Menor risco de abstinência, efeito contínuo, melhor para desmame e controle de sintomas em uso prolongado.
416
Qual a vantagem dos benzos de meia-vida curta?
Início de ação rápido, ideal para crises e emergências.
417
Qual o risco dos benzos de meia-vida curta?
Maior risco de abstinência, ansiedade rebote e dependência.
418
Qual a principal indicação do clonazepam?
Transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, estabilização emocional.
419
Em que situação o alprazolam é mais usado?
Ansiedade intensa e crise de pânico — início de ação rápido.
420
Qual o risco associado ao alprazolam?
Alto potencial de dependência, efeito euforizante, abstinência intensa.
421
Quando usar midazolam em psiquiatria?
Em situações de agitação extrema ou sedação em ambiente hospitalar.
422
Qual benzodiazepínico é preferido para idosos?
Lorazepam — menor risco de acúmulo e metabolismo hepático independente.
423
O que o perfil de meia-vida influencia na clínica?
Duração do efeito, risco de acúmulo, intensidade da abstinência e necessidade de ajuste na retirada.
424
Em qual condição clínica o uso de benzodiazepínico é claramente benéfico e seguro?
Abstinência alcoólica, emergência convulsiva, insônia aguda de curto prazo, início de ISRS com ansiedade intensa.
425
Qual a recomendação principal ao iniciar benzo com ISRS?
Explicar que o uso será temporário, por 2–4 semanas, apenas para cobrir a fase de neuroadaptação.
426
Qual a dose equivalente a 10 mg de diazepam?
10 mg de diazepam = 1 mg de clonazepam = 0,5 mg de alprazolam = 1 mg de lorazepam.
427
Quanto de bromazepam equivale a 10 mg de diazepam?
Aproximadamente 3 mg de bromazepam.
428
Qual a equivalência prática de 2 mg de clonazepam?
Aproximadamente: 20 mg de diazepam, 2 mg de alprazolam, 2 mg de lorazepam, 6 mg de bromazepam.
429
Qual benzo tem maior potência por miligrama?
Alprazolam — ação rápida e potente, com efeito euforizante mais intenso.
430
Qual benzo tem menor risco de reforço positivo e abuso?
Clonazepam — ação mais estável, sem pico euforizante.
431
Qual benzodiazepínico é melhor para conversão antes de desmame?
Diazepam — meia-vida longa, titulação suave e menor risco de abstinência.
432
Por que a equivalência entre benzos é importante?
Para conversão segura durante troca de medicação, desmame ou ajustes terapêuticos.
433
Qual benzo tem ação mais rápida por via sublingual?
Alprazolam ou clonazepam sublingual — úteis para ataques de pânico.
434
Quais são os principais efeitos adversos dos benzos em idosos?
Sonolência diurna, confusão, risco de quedas e fraturas.
435
Qual efeito colateral está relacionado ao uso prolongado de benzo?
Tolerância, dependência, déficit cognitivo e risco de abstinência.
436
O que é amnésia anterógrada induzida por benzos?
Dificuldade de formar novas memórias após o uso, especialmente com midazolam e diazepam.
437
O que são reações paradoxais?
Respostas opostas às esperadas: agitação, agressividade, disforia — mais comum em idosos e crianças.
438
Qual benzo está mais associado a amnésia anterógrada?
Midazolam e diazepam em doses altas.
439
Qual a relação entre meia-vida curta e abstinência?
Benzos de meia-vida curta causam mais ansiedade rebote e sintomas de abstinência intensos.
440
Quais são os sinais de alerta para síndrome de abstinência de benzo?
Insônia, irritabilidade, ansiedade intensa, sudorese, tremores, crises convulsivas.
441
Qual benzo causa maior risco de abstinência grave?
Alprazolam — curta meia-vida, ação potente, retirada abrupta gera sintomas intensos.
442
O que é ansiedade rebote?
Retorno da ansiedade em intensidade maior após retirada súbita do benzo.
443
Qual a vantagem do uso de benzos de liberação prolongada (XR)?
Reduz picos e quedas de efeito, minimiza ansiedade rebote (ex: alprazolam XR).
444
Qual a meia-vida do diazepam e seu impacto clínico?
Meia-vida de 20–100 horas. Favorece uso em abstinência alcoólica e retirada lenta.
445
Qual benzo é mais usado em anestesia e sedação hospitalar?
Midazolam — efeito rápido, curta duração, ideal para procedimentos.
446
Qual benzo é formulado em gotas para uso ambulatorial?
Clonazepam (Rivotril gotas) — facilita titulação e desmame.
447
Qual benzo pode ser usado por via EV ou IM em emergência?
Midazolam ou diazepam — início rápido em convulsão ou agitação grave.
448
Quais os efeitos adversos cognitivos associados ao uso prolongado de benzos?
Déficit de atenção, concentração, memória e aprendizado.
449
Quais são os efeitos autonômicos raros dos benzos?
Bradicardia, constipação, retenção urinária, reações alérgicas (raras).
450
Quando há maior risco de abstinência com benzos?
Quando o uso é prolongado (>3 meses), especialmente com benzos de meia-vida curta como alprazolam.
451
Quais são os principais sintomas de abstinência de benzodiazepínicos?
Ansiedade rebote, insônia, irritabilidade, tremores, sudorese, confusão, e em casos graves: convulsões.
452
O que é ansiedade rebote?
Recrudescimento abrupto da ansiedade, geralmente maior do que o nível basal pré-tratamento.
453
Qual sintoma sensorial comum na abstinência?
Zumbidos, parestesia, fotofobia, hipersensibilidade auditiva.
454
Qual risco grave pode ocorrer na suspensão abrupta de benzos?
Crises convulsivas, principalmente em pacientes que usavam altas doses ou alprazolam.
455
Quais benzos têm maior risco de abstinência severa?
Alprazolam e triazolam (curta meia-vida).
456
Qual a primeira etapa no plano de retirada de benzos?
Trocar o fármaco atual por um de meia-vida longa (ex: alprazolam → diazepam).
457
Qual a segunda etapa da retirada?
Redução progressiva da dose — geralmente 10–25% por semana.
458
Como individualizar a velocidade do desmame?
A depender da tolerância do paciente: desacelerar se surgirem sintomas de abstinência.
459
Quando usar formulação em gotas para retirada?
Para doses pequenas e ajustes finos — clonazepam gotas permite titulação de 1 gota por semana.
460
Qual medicação é útil como ponte para desmame lento?
Diazepam — meia-vida longa, permite retirada suave e menos oscilação de efeito.
461
Qual a velocidade segura de redução de benzo após estabilização?
Reduzir 10% da dose a cada 1–2 semanas.
462
O que fazer se sintomas de abstinência forem intensos durante o desmame?
Estabilizar a dose por 1–2 semanas e reduzir mais lentamente na sequência.
463
O que deve ser tratado antes da retirada do benzo?
Comorbidades associadas — como depressão, TAG, insônia — com ISRS, psicoterapia ou outros.
464
Que medicação pode ser usada para substituir o efeito hipnótico durante o desmame?
Trazodona, mirtazapina, ou drogas Z (como zolpidem).
465
Qual combinação pode facilitar a retirada de benzos em insônia?
ISRS + trazodona ou ISRS + mirtazapina, enquanto retira gradualmente o benzo.
466
Por que não se deve suspender benzo abruptamente em uso crônico?
Risco de abstinência grave, incluindo delirium e convulsões.
467
Quando a retirada abrupta pode ser indicada?
Apenas em casos de emergência médica com suporte hospitalar (ex: overdose, interação grave).
468
Qual suporte deve ser oferecido ao paciente em desmame?
Acompanhamento clínico frequente, psicoeducação e, se possível, suporte psicoterápico.
469
Como tranquilizar o paciente durante a retirada?
Explicando o processo com clareza, oferecendo alternativas sintomáticas e validando sintomas de transição.
470
O que deve ser feito em pacientes com forte dependência comportamental?
Reforçar vínculo terapêutico, avaliar histórico de uso, evitar julgamento e reforçar estratégias de enfrentamento.
471
Qual ferramenta ajuda a prever gravidade da abstinência?
Escala CIWA-B (versão benzodiazepínica da CIWA-Ar), ainda que pouco usada na prática.
472
Como lidar com recaídas após tentativa de retirada?
Reintroduzir benzo de forma controlada, revisar plano de desmame e ajustar a estratégia.
473
O que evitar durante o processo de retirada?
Julgamentos, pressa excessiva, abandono do paciente e ausência de plano alternativo.
474
Qual a dica final sobre desmame de benzo?
Sempre individualize, vá devagar, e use a meia-vida longa como sua aliada.
475
Em quais situações clínicas o uso de benzo é indicado?
Transtorno de pânico agudo, início de ISRS em TAG, abstinência alcoólica, insônia aguda, emergência psiquiátrica.
476
Por quanto tempo é seguro usar benzo no início de um ISRS?
Por 2 a 4 semanas, apenas como cobertura da fase de neuroadaptação.
477
Qual é o risco do uso prolongado de benzodiazepínicos?
Tolerância, dependência, abstinência, declínio cognitivo, quedas e sedação excessiva.
478
Qual o perfil de paciente ideal para uso pontual de benzo?
Ansioso agudo, sem histórico de dependência, com orientação clara e plano de retirada definido.
479
Quando o uso de benzo deve ser evitado?
História de dependência química, depressão com risco suicida, insônia crônica sem ansiedade, idosos com risco de queda, uso com opioides ou álcool.
480
Por que evitar benzo em pacientes com histórico de abuso de substâncias?
Alto risco de uso compulsivo, reforço positivo e dependência cruzada.
481
Por que benzo é perigoso em depressão com ideação suicida?
Pode ser usado em overdose — risco letal se combinado com álcool ou outros depressores.
482
Benzo é indicado para insônia crônica sem comorbidade?
Não. O tratamento deve ser preferencialmente não farmacológico (higiene do sono, TCCi).
483
Por que o uso de benzos é arriscado em idosos?
Aumento do risco de quedas, confusão, sonolência e efeitos paradossensoriais.
484
Qual combinação é absolutamente proibida com benzo?
Benzo + álcool ou benzo + opioides — risco de depressão respiratória e morte.
485
Qual a melhor abordagem para insônia crônica?
Psicoterapia (TCCi), higiene do sono, e, se necessário, fármacos de baixo potencial de abuso como trazodona ou mirtazapina.
486
Qual cuidado ao usar benzo junto de antipsicótico sedativo?
Risco de sedação excessiva, hipotensão, confusão e depressão do SNC.
487
Benzo pode ser usado com ISRS?
Sim, especialmente no início do tratamento para reduzir agitação e ansiedade até o ISRS começar a agir.
488
Benzo pode ser combinado com estabilizador de humor?
Sim, principalmente em episódios agudos de ansiedade ou insônia em pacientes bipolares.
489
Qual o risco de combinar benzo com antidepressivo sedativo (ex: mirtazapina)?
Sedação excessiva — necessário ajustar as doses e monitorar.
490
Quando usar benzo em conjunto com antipsicótico em urgência?
Em casos de agitação psicomotora grave — por exemplo: haloperidol + diazepam ou lorazepam.
491
Benzo é contraindicado com quais medicamentos comuns?
Álcool, opioides, tramadol, anticolinérgicos em idosos — potencializam efeitos adversos.
492
Qual a conduta ideal com benzo em paciente idoso frágil?
Evitar se possível. Se necessário, usar menor dose, com benzo de meia-vida curta ou intermediária, sem metabolismo hepático (ex: lorazepam).
493
Quando benzo pode ser seguro em idoso?
Em situações agudas, bem monitoradas, com dose mínima, curta duração e formulação de meia-vida adequada.
494
O uso de benzo está contraindicado em gestantes?
É evitado principalmente no primeiro trimestre (risco de malformações) e no final da gestação (risco de depressão neonatal).
495
Qual o risco do uso crônico de benzo em gestante no final da gestação?
Depressão respiratória neonatal, síndrome de abstinência no recém-nascido.
496
Benzo pode ser usado em lactantes?
Deve ser evitado. Se necessário, preferir benzos com menor meia-vida e dose mínima (ex: lorazepam).
497
Benzo pode ser prescrito em adolescentes?
Uso restrito. Evitar em <14 anos. Em adolescentes, apenas sob indicação rigorosa e com monitoramento.
498
Quais os sinais clínicos que indicam efeito excessivo de benzo?
Sedação, sonolência diurna, fala arrastada, instabilidade postural, confusão, hiporreflexia.
499
Qual estratégia ajuda a evitar dependência comportamental ao benzo?
Explicar ao paciente que o uso é temporário, definir prazo de reavaliação e programar retirada desde o início.
500
501
O que são as drogas Z?
Fármacos não benzodiazepínicos com ação nos receptores GABA-A, indicados para insônia (ex: zolpidem, zopiclona, eszopiclona, zaleplon).
502
Qual é o mecanismo de ação das drogas Z?
Ligam-se ao receptor GABA-A (subunidade α1), promovendo efeito hipnótico seletivo.
503
Qual a vantagem das drogas Z em relação aos benzodiazepínicos?
Menor interferência no sono REM, menos sedação residual, menor risco de dependência (teoricamente).
504
Drogas Z têm ação ansiolítica?
Não significativa. Elas são hipnóticas puras — não tratam ansiedade.
505
Qual droga Z é mais comum no Brasil?
Zolpidem — disponível em formulação simples e CR (liberação controlada).
506
Qual é a meia-vida do zolpidem simples?
Aproximadamente 2 a 3 horas. Ideal para insônia de início.
507
E a meia-vida do zolpidem CR (liberação prolongada)?
Cerca de 6 horas — útil para insônia terminal ou intermediária.
508
O que é a eszopiclona?
Uma versão da zopiclona com meia-vida mais longa (~9h), mais potente.
509
O que é o zaleplon?
Drogas Z de ação ultracurta (meia-vida ~1h). Não disponível no Brasil. Ideal para insônia inicial.
510
Quando indicar drogas Z?
Em insônia aguda, com preferência por curto prazo e após falha de medidas não farmacológicas.
511
Qual droga Z tem mais risco de causar amnésia e comportamentos bizarros?
Zolpidem, especialmente em doses altas ou uso prolongado.
512
Quais efeitos adversos comuns das drogas Z?
Amnésia anterógrada, sonambulismo, confusão, alucinações, gosto metálico (zopiclona).
513
As drogas Z causam dependência?
Podem causar, especialmente com uso prolongado ou sem supervisão — embora menos do que benzos tradicionais.
514
Quem tem mais risco de efeitos paradoxais com zolpidem?
Idosos, mulheres, pacientes com TCE ou uso associado de álcool.
515
Qual a dose usual de zolpidem simples?
5 a 10 mg à noite. Em idosos, iniciar com 5 mg.
516
Qual a dose do zolpidem CR?
12,5 mg (comprimido de liberação controlada) — exige receita azul.
517
Qual é o principal risco das drogas Z em idosos?
Confusão, quedas, alucinações, sedação matinal prolongada.
518
Pode-se usar zolpidem e benzo ao mesmo tempo?
Evitar. Aumenta o risco de sedação, confusão e eventos adversos.
519
O que é “sonambulismo farmacológico”?
Episódios de comportamentos automáticos sem memória (andar, comer, dirigir) após uso de zolpidem.
520
O que é recomendado ao prescrever drogas Z?
Usar por curto prazo, orientar o paciente, evitar associar com álcool ou outras medicações sedativas.
521
Qual o uso ideal da eszopiclona?
Insônia total ou intermediária, especialmente quando o paciente acorda várias vezes à noite.
522
Zopiclona é usada no Brasil?
Pouco comum — mais utilizada na Europa. Pode causar gosto metálico intenso.
523
As drogas Z devem ser retiradas gradualmente?
Sim, especialmente após uso prolongado. Parar abruptamente pode causar rebote de insônia.
524
Quais pacientes não devem usar drogas Z?
Gestantes, lactantes, idosos com risco de queda, pacientes com histórico de sonambulismo, dependência ou TCE.
525
As drogas Z afetam a arquitetura do sono?
Preservam melhor o sono REM do que os benzos, mas ainda interferem no sono profundo (fase N3) em alguns casos.
526
Qual frase resume o uso ideal de benzodiazepínicos?
“Benzo é anestesia psiquiátrica: eficaz, mas exige vigilância e tempo certo.”
527
Quando o uso de benzo é mais defensável?
No início de ISRS, abstinência alcoólica, insônia aguda, emergência psiquiátrica e crise convulsiva.
528
Qual estratégia aumenta segurança no uso de benzo com ISRS?
Explicar que é temporário e planejar retirada em 2–4 semanas.
529
Qual frase mostra raciocínio clínico maduro sobre alprazolam?
“Alprazolam é potente, rápido e arriscado. Prefiro clonazepam em pacientes ansiosos com risco de abuso.”
530
Qual a escolha ideal de benzo para hepatopatas?
Lorazepam — metabolismo não hepático, menor risco de acúmulo.
531
Qual benzo escolher para idosos, se inevitável?
Lorazepam ou clonazepam em doses mínimas, com retirada programada.
532
Qual a frase de prova sobre desmame?
“Antes de retirar, troco por diazepam e reduzo devagar, 10% por semana, conforme tolerância.”
533
Qual a lógica da equivalência entre benzos?
Usamos diazepam como padrão. Ex: 10 mg de diazepam ≈ 1 mg clonazepam ≈ 0,5 mg alprazolam.
534
Quando usar benzo com ISRS é recomendado?
Para cobrir a fase inicial de ansiedade e agitação nos primeiros dias.
535
O que dizer sobre efeitos paradoxais em crianças/idosos?
“Benzo pode causar o oposto: agitação, irritabilidade e agressividade em extremos etários.”
536
Qual frase sobre zolpidem impressiona em consulta?
“Zolpidem ajuda a dormir, mas precisa ser usado com orientação: pode causar amnésia e sonambulismo.”
537
Como resumir a diferença benzo × drogas Z?
“Benzo trata ansiedade e sono. Drogas Z tratam só o sono — com menos potência, mas também menos dependência.”
538
O que considerar ao usar drogas Z em idosos?
Evitar ou iniciar com dose mínima. Risco de quedas, confusão e comportamentos bizarros aumenta.
539
Qual droga Z é mais segura para insônia terminal?
Eszopiclona ou zolpidem CR — maior duração.
540
Qual a diferença de ação entre zolpidem simples e CR?
Simples → insônia inicial. CR → insônia intermediária ou terminal.
541
Qual o risco de não planejar retirada de benzo?
Abstinência grave: insônia, ansiedade, convulsão, rebote emocional, agitação.
542
Qual a frase para lidar com pacientes resistentes a parar benzo?
“A gente não vai tirar à força — vamos tirar com segurança, devagar, e substituindo por algo que te ajude de verdade.”
543
Quando considerar que um benzo é o problema, não a solução?
Quando o paciente tem uso crônico, sem melhora real, com sedação diurna e perda funcional.
544
Como tranquilizar o paciente sobre a retirada?
“Vamos te acompanhar passo a passo. A ideia não é te deixar sofrendo, é te libertar com segurança.”
545
Qual a melhor forma de começar o desmame?
Converter para benzo de meia-vida longa (ex: diazepam), estabilizar e reduzir em gotas lentamente.
546
Qual frase prática resume a função da mirtazapina na retirada?
“Mirtazapina ajuda a substituir o sono do benzo — e ainda trata a ansiedade e o humor.”
547
Como escolher entre clonazepam e alprazolam?
Clonazepam é mais estável, menos euforizante, menos reforço de uso; alprazolam tem início rápido e maior risco de dependência.
548
Qual frase resume o risco da associação com opioides?
“Benzo + opioide é depressão respiratória na certa — combinação que pode matar.”
549
O que dizer ao paciente que usa zolpidem há 2 anos?
“Vamos avaliar alternativas para não depender tanto desse remédio. Tem outras formas de você dormir bem.”
550
Qual o raciocínio final sobre benzo em psiquiatria?
“Benzo é remédio potente e útil — mas sem plano de retirada, vira prisão disfarçada de conforto.”
551
Qual é a principal diferença entre antipsicóticos típicos e atípicos?
Típicos bloqueiam apenas D2; atípicos bloqueiam D2 + 5HT2A (serotonina), reduzindo SEP e melhorando sintomas negativos.
552
O que define se um antipsicótico é típico ou atípico?
O antagonismo do receptor 5HT2A. Atípicos antagonizam 5HT2A além de D2.
553
Quais são exemplos de antipsicóticos típicos?
Haloperidol, clorpromazina, flufenazina, trifluoperazina, levomepromazina, pimozida.
554
Quais são exemplos de antipsicóticos atípicos?
Risperidona, olanzapina, quetiapina, aripiprazol, lurasidona, ziprasidona, clozapina.
555
Qual é o principal receptor-alvo dos antipsicóticos?
Receptor dopaminérgico D2. Todos os antipsicóticos atuam nele.
556
O que acontece ao bloquear D2 na via mesolímbica?
Redução de sintomas positivos da esquizofrenia: delírios, alucinações, agitação.
557
O que acontece ao bloquear D2 na via mesocortical?
Piora dos sintomas negativos (apatia, embotamento) — por reduzir ainda mais a dopamina já deficiente.
558
O que acontece ao bloquear D2 na via nigroestriatal?
Induz sintomas extrapiramidais: parkinsonismo, acatisia, distonia.
559
O que acontece ao bloquear D2 na via túbero-infundibular?
Reduz a inibição da prolactina → causa hiperprolactinemia (galactorreia, amenorreia, ginecomastia).
560
Quais são as 4 principais vias dopaminérgicas envolvidas nos efeitos dos antipsicóticos?
Mesolímbica, mesocortical, nigroestriatal, túbero-infundibular.
561
Qual via dopaminérgica está hiperativa na esquizofrenia?
Mesolímbica — associada aos sintomas positivos.
562
Qual via dopaminérgica está hipoativa na esquizofrenia?
Mesocortical — associada aos sintomas negativos e cognitivos.
563
O que são sintomas positivos na esquizofrenia?
Delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento bizarro/agitado.
564
O que são sintomas negativos na esquizofrenia?
Apatia, abolia, anedonia, alogia, embotamento afetivo, lentificação do pensamento.
565
Por que antipsicóticos típicos podem piorar sintomas negativos?
Porque bloqueiam dopamina na mesocortical, que já está hipoativa.
566
Por que os atípicos melhoram sintomas negativos?
Pelo bloqueio de 5HT2A, que aumenta liberação de dopamina na via mesocortical.
567
Qual o nível ideal de ocupação do receptor D2 para efeito antipsicótico?
Entre 60% e 80%. Abaixo disso, é ineficaz; acima disso, aumenta risco de SEP.
568
O que acontece quando D2 é ocupado acima de 80%?
Risco elevado de SEP, hiperprolactinemia e discinesia tardia.
569
O que acontece com >90% de ocupação de D2?
Maior risco de catatonia, síndrome neuroléptica maligna e efeitos motores severos.
570
Qual a diferença entre potência e seletividade de um antipsicótico?
Potência = força do bloqueio D2. Seletividade = se atua apenas no D2 ou em múltiplos receptores.
571
Qual antipsicótico tem alta potência e alta seletividade para D2?
Haloperidol — ação incisiva, alto risco de SEP.
572
Qual antipsicótico tem baixa potência e ação difusa?
Clozapina — menos SEP, mas mais sedação, ganho de peso e efeitos metabólicos.
573
Qual a ocupação de D2 dos atípicos geralmente?
Fica entre 65–75%, com ação simultânea em 5HT2A → menos efeitos motores.
574
Por que os atípicos são considerados mais "inteligentes"?
Porque equilibram dopamina e serotonina em diferentes vias, reduzindo sintomas com menos colaterais.
575
Qual o princípio básico para escolher o antipsicótico ideal?
Entender as vias dopaminérgicas, o equilíbrio D2/5HT2A e o perfil do paciente: sintomas, risco de SEP, metabolismo, adesão.
576
O que são sintomas extrapiramidais (SEP)?
Efeitos colaterais motores causados pelo bloqueio de dopamina na via nigroestriatal.
577
Qual a via dopaminérgica envolvida nos SEPs?
Via nigroestriatal – responsável pelo controle motor fino.
578
O que acontece quando bloqueamos dopamina na via nigroestriatal?
Acetilcolina assume o controle → excesso colinérgico → tremor, rigidez, distonia.
579
Por que o SEP ocorre com antipsicóticos?
Porque a dopamina inibe acetilcolina. Ao bloquear dopamina, há aumento relativo de atividade colinérgica.
580
Quais são os principais tipos de SEP?
Parkinsonismo induzido, acatisia, distonia aguda, discinesia tardia.
581
O que é parkinsonismo induzido por antipsicótico?
Tremor de repouso, rigidez, bradicinesia, marcha arrastada e face em máscara.
582
Qual o tratamento para parkinsonismo induzido por droga?
Reduzir dose ou trocar antipsicótico. Associar anticolinérgico (ex: biperideno 2–4 mg/dia).
583
O que é acatisia?
Inquietação motora subjetiva intensa. O paciente "não consegue parar quieto".
584
Como diferenciar acatisia de agitação psicótica?
Acatisia é interna, o paciente sabe que está agitado. Psicose gera agitação sem crítica.
585
Qual o tratamento de escolha para acatisia?
Propranolol (20–40 mg/dia), benzodiazepínico ou redução da dose do antipsicótico.
586
O que é distonia aguda?
Contrações musculares involuntárias intensas: torcicolo, trismo, crise oculógira.
587
Quando a distonia aguda ocorre?
Nas primeiras horas ou dias após início do antipsicótico.
588
Qual o tratamento da distonia aguda?
Prometazina 50 mg IM ou biperideno 5 mg IM. Depois manter anticolinérgico VO por alguns dias.
589
O que é discinesia tardia?
Movimentos repetitivos involuntários, geralmente orais: estalar lábios, protrusão da língua, caretas.
590
Quando aparece a discinesia tardia?
Após meses ou anos de uso crônico de antipsicótico.
591
Discinesia tardia responde a anticolinérgicos?
Não. Pode até piorar.
592
Qual o tratamento da discinesia tardia?
Trocar por clozapina, reduzir dose ou considerar inibidores de VMAT2 (valbenazina, tetrabenazina).
593
O que é síndrome neuroléptica maligna?
SEP gravíssimo: rigidez muscular, hipertermia, alteração do sensorio, disfunção autonômica. (Ver Parte 4)
594
Quais antipsicóticos mais causam SEP?
Típicos de alta potência (ex: haloperidol, flufenazina).
595
Quais antipsicóticos têm menor risco de SEP?
Clozapina, quetiapina, aripiprazol.
596
Qual SEP mais frequentemente confundido com recaída?
Acatisia — inquietação motora pode parecer agitação psicótica.
597
Como funciona a relação dopamina-acetilcolina nos SEPs?
Dopamina ↓ → Acetilcolina ↑ → SEP. Anticolinérgico corrige esse desequilíbrio.
598
O que fazer diante de SEP intenso?
Reduzir dose, trocar por antipsicótico com menos ação D2, usar anticolinérgico ou propranolol conforme o tipo.
599
Qual SEP exige conduta de urgência?
Distonia aguda — risco de comprometimento de via aérea e muito sofrimento.
600
Quando suspeitar de SEP mascarado como insatisfação com o remédio?
Quando o paciente relata “inquietação”, “tremores” ou “marcha estranha”, principalmente no início do tratamento.
601
O que são antipsicóticos típicos de alta potência?
Fármacos que bloqueiam D2 de forma intensa e seletiva. Ex: haloperidol, flufenazina.
602
O que são antipsicóticos típicos de baixa potência?
Fármacos que bloqueiam D2 fracamente, mas atuam em muitos outros receptores (H1, M1, α1). Ex: clorpromazina, levomepromazina.
603
Qual antipsicótico típico é considerado de altíssima potência?
Haloperidol — bloqueia D2 com muita força.
604
Qual a principal vantagem dos típicos de alta potência?
Efeito antipsicótico rápido, ideal para contenção e surto agudo.
605
Qual o maior risco dos típicos de alta potência?
SEP grave (parkinsonismo, distonia, acatisia, discinesia tardia).
606
Qual a principal vantagem dos típicos de baixa potência?
Maior sedação, menos SEP, útil para insônia psicótica ou inquietação.
607
Quais são os efeitos colaterais mais comuns dos típicos de baixa potência?
Sedação intensa, hipotensão, boca seca, constipação, delírio anticolinérgico.
608
Quais típicos são mais usados em pronto-socorro?
Haloperidol (IM/EV), muitas vezes combinado com prometazina.
609
Qual típico é mais usado para sedação noturna em pacientes psicóticos?
Levomepromazina (Neozine).
610
Clorpromazina é mais sedativa ou antipsicótica?
Muito mais sedativa — tem baixo bloqueio D2.
611
Qual típico pode ser usado em gestantes com psicose?
Clorpromazina — considerado seguro, mas com muitos colaterais.
612
Qual típico é útil em agitação terminal/paliativa?
Levomepromazina — sedação potente.
613
Qual típico causa menos SEP e mais efeitos anticolinérgicos?
Clorpromazina, levomepromazina, periciazina (Neuleptil).
614
Qual a forma mais comum do haloperidol para agitação aguda?
IM ou EV (5–10 mg por dose, até 20 mg em 24h).
615
Qual a apresentação do haloperidol para tratamento contínuo?
Haloperidol decanoato (50–200 mg IM/mês).
616
Qual típico tem apresentação em gotas e é útil em pacientes com recusa de comprimido?
Clorpromazina, levomepromazina e Neuleptil (periciazina).
617
O que significa “potência” em antipsicóticos?
Força com que bloqueia o D2. Alta potência = mais D2 bloqueado com menor dose.
618
O que significa “sujidade farmacológica”?
Ação em múltiplos receptores além do D2 (H1, M1, α1), causando sedação, hipotensão, boca seca.
619
Qual o maior risco da levomepromazina em idosos?
Delírio anticolinérgico, hipotensão postural, risco de broncoaspiração.
620
Quando preferir haloperidol em vez de clorpromazina?
Em surto psicótico agudo, sem necessidade de sedação forte.
621
Quando evitar clorpromazina em emergência?
Se houver risco de hipotensão ou broncoaspiração.
622
Qual a dose média de haloperidol decanoato para um paciente estável com 10 mg VO/dia?
Aproximadamente 200 mg IM/mês.
623
Como fazer a conversão de haloperidol VO para depósito?
Multiplica-se a dose diária oral por 10 a 20 para obter dose mensal IM.
624
Qual típica baixa potência é mais tolerável em idosos?
Neuleptil (periciazina) — menos sedativa e menos anticolinérgica que levomepromazina.
625
Qual a grande diferença prática entre típicos de alta e baixa potência?
Alta potência: mais antipsicótico, mais SEP. Baixa potência: mais sedativo, mais colateral “sujo”.
626
O que é a síndrome neuroléptica maligna (SNM)?
Uma reação grave e potencialmente fatal associada ao uso de antipsicóticos, principalmente os de alta potência.
627
Quais os 4 sinais cardinais da SNM?
1) Rigidez muscular intensa; 2) Hipertermia; 3) Alteração do sensorio; 4) Disfunção autonômica (taquicardia, PA elevada).
628
Quais exames ajudam no diagnóstico da SNM?
CPK (↑↑↑), leucocitose, mioglobinúria, elevação de creatinina e TGO/TGP.
629
Qual o diagnóstico diferencial da SNM?
SEP grave, infecção do SNC, catatonia, abstinência de BZD.
630
Qual a conduta imediata diante de SNM?
Suspender o antipsicótico, hospitalizar, hidratar, controlar temperatura e iniciar bromocriptina ou dantrolene em casos graves.
631
Qual a mortalidade estimada da SNM?
10% a 20%, principalmente se não for tratada precocemente.
632
Quando posso reintroduzir antipsicótico após SNM?
Após pelo menos 2 semanas, com antipsicótico atípico e titulação lenta.
633
Qual é o antipsicótico mais associado à SNM?
Haloperidol, especialmente em altas doses ou na formulação depósito.
634
Quais fatores aumentam o risco de SNM?
Uso IM, alta dose, desidratação, uso de lítio, agitação intensa, histórico prévio.
635
O que nunca fazer diante de SNM?
Reintroduzir o antipsicótico rapidamente ou administrar nova dose antes da estabilização.
636
Qual a principal regra ao trocar antipsicótico?
Fazer “cross-taper”: iniciar o novo enquanto reduz gradualmente o anterior.
637
Quando uma troca de antipsicótico pode ser abrupta?
Apenas em emergências: SNM, reação alérgica grave, arritmia ou convulsão.
638
Como trocar de antipsicótico típico para atípico?
Iniciar o atípico em dose baixa e reduzir o típico aos poucos.
639
Como trocar de antipsicótico de depósito para oral?
Iniciar o oral antes da meia-vida final do depósito e sobrepor por um tempo.
640
Quando usar antipsicótico por tempo indeterminado?
Em esquizofrenia com múltiplos surtos ou sintomas persistentes.
641
Quanto tempo manter o antipsicótico após o 1º episódio psicótico?
No mínimo 1 a 2 anos após remissão total dos sintomas.
642
Qual a recomendação para retirada em psicose breve?
Manter o antipsicótico por 1 a 3 meses após remissão.
643
Em transtorno bipolar com psicose, como usar o antipsicótico?
Durante a fase aguda; manutenção com estabilizador pode permitir retirada posterior.
644
Quando suspender antipsicótico em esquizofrenia?
Apenas após longo período estável, com acompanhamento rigoroso e retirada lenta.
645
Quais critérios para tentar retirada de antipsicótico?
Remissão total ≥ 6 meses, adesão firme, rede de apoio, plano de recaída pronto.
646
Como suspender antipsicótico com segurança?
Redução gradual (em semanas a meses), com reavaliações frequentes.
647
Qual o risco de retirar antipsicótico abruptamente em esquizofrenia?
Alta chance de recaída, descompensação grave e re-hospitalização.
648
Quanto tempo manter antipsicótico após psicose induzida por substância?
Em geral, 1–3 meses após total abstinência e remissão completa.
649
Quando manter uso contínuo mesmo com sintomas negativos?
Se houver histórico de múltiplas recaídas ou risco de descompensação.
650
Qual o papel da rede de apoio na retirada segura de antipsicótico?
Monitoramento, suporte em caso de recaída, ajuda na adesão ao plano de tratamento.
651
O que caracteriza um antipsicótico atípico?
Bloqueio de D2 + antagonismo de 5HT2A. Isso reduz SEP e melhora sintomas negativos.
652
Qual é o antipsicótico atípico mais “arroz com feijão”?
Risperidona — eficaz, barato, mas sobe bastante a prolactina.
653
Qual atípico é mais sedativo e engordativo?
Olanzapina — sedação +++, ganho de peso +++, risco metabólico alto.
654
Qual atípico tem menos SEP e mais ação sedativa para insônia?
Quetiapina — boa opção em bipolaridade e ansiedade associada.
655
Qual atípico é mais “leve” e ativador, ideal para sintomas mistos?
Aripiprazol — agonista parcial de D2, baixo risco de SEP e sedação.
656
Qual o atípico mais potente, indicado para esquizofrenia refratária?
Clozapina — único eficaz após falha de 2 antipsicóticos.
657
Qual atípico tem menor impacto em prolactina?
Aripiprazol — pode até reduzir prolactina e é usado como adjuvante.
658
Qual atípico é mais usado em sintomas negativos e embotamento?
Cariprazina (ou clozapina) — melhor atuação em D3 e 5HT1A.
659
Qual o principal efeito colateral da risperidona?
Hiperprolactinemia — galactorreia, amenorreia, ginecomastia.
660
Qual o principal risco da olanzapina em longo prazo?
Síndrome metabólica — ganho de peso, resistência insulínica, dislipidemia.
661
Qual atípico tem maior chance de disfunção metabólica grave?
Clozapina e olanzapina — são os campeões.
662
Qual atípico tem perfil mais neutro em peso, sedação e SEP?
Lurasidona — indicado em esquizofrenia leve/moderada com preocupação metabólica.
663
Qual atípico exige alimentação para funcionar bem?
Ziprasidona — deve ser tomada com ≥500 kcal.
664
Qual atípico é o menos sedativo?
Aripiprazol — pode até causar insônia leve em alguns pacientes.
665
Qual atípico pode causar sialorreia noturna?
Clozapina — bastante frequente e incômoda.
666
Qual atípico tem mais risco de hipotensão e taquicardia?
Clozapina e quetiapina — ação α1-adrenérgica.
667
Qual atípico é mais usado em depressão resistente e TOC?
Aripiprazol — como adjuvante ao antidepressivo.
668
Qual atípico é melhor para bipolaridade com insônia?
Quetiapina — boa opção para fases mistas ou depressivas.
669
Qual atípico tem uso aprovado para autismo e irritabilidade?
Aripiprazol e risperidona — com doses muito baixas.
670
Qual atípico tem melhor tolerância em idosos?
Aripiprazol e quetiapina em dose baixa — menos sedação e menos risco motor.
671
Qual o efeito colateral mais preocupante da clozapina?
Agranulocitose — risco hematológico que exige monitoramento.
672
Qual atípico exige ECG basal por risco de QTc?
Ziprasidona e clozapina — maior chance de prolongamento.
673
Quais atípicos têm menor risco de SEP?
Clozapina, quetiapina, aripiprazol, lurasidona.
674
Quais atípicos causam mais SEP?
Risperidona (em doses altas) e ziprasidona.
675
Qual a melhor escolha para paciente com intolerância ao ganho de peso?
Aripiprazol, ziprasidona ou lurasidona — perfil metabólico mais leve.
676
Quando está indicada a clozapina?
Esquizofrenia refratária (após falha de 2 antipsicóticos, sendo um atípico, em dose e tempo adequados).
677
Quais outras indicações formais da clozapina?
Redução de risco suicida, agressividade, impulsividade, psicose com uso de substâncias, esquizofrenia com comportamento violento.
678
Por que a clozapina é tão eficaz?
Bloqueia D2 com menor afinidade, antagoniza 5HT2A, M1, H1 e α1, modulando múltiplos sistemas.
679
Quais são os principais benefícios da clozapina?
Redução de sintomas positivos, melhora de sintomas negativos, menos SEP, menor risco de suicídio.
680
Qual a principal desvantagem metabólica da clozapina?
Altíssimo ganho de peso e risco de síndrome metabólica.
681
Qual sintoma incomum e incômodo ocorre com clozapina?
Sialorreia noturna — salivação excessiva durante o sono.
682
Quais efeitos anticolinérgicos são mais comuns com clozapina?
Constipação (grave), boca seca, sedação intensa.
683
Qual risco hematológico exige controle rigoroso com clozapina?
Agranulocitose — risco de morte por infecção grave.
684
Qual exame deve ser feito semanalmente nos primeiros 6 meses de clozapina?
Hemograma com contagem de neutrófilos.
685
Quais são as fases de monitoramento da clozapina?
Semanal por 6 meses → mensal até 12 meses → trimestral após 1 ano, se estável.
686
Qual o valor de neutrófilos para suspender a clozapina?
Neutrófilos <1.000/mm³ = suspender. Agranulocitose = <500/mm³.
687
Qual outro risco grave pode surgir nas primeiras 6 semanas?
Miocardite — quadro clínico com febre, dor torácica e aumento de troponina/ECG alterado.
688
Clozapina pode causar convulsões?
Sim, principalmente em doses >600 mg/dia.
689
Como prevenir convulsão com clozapina em doses altas?
Associar ácido valproico (usado off-label como protetor).
690
Qual a dose inicial da clozapina?
12,5 mg/dia (1 ou 2x/dia).
691
Como titular clozapina com segurança?
Aumentar lentamente: +25 mg/dia. Dose terapêutica média: 300–600 mg/dia.
692
Por que nunca se deve subir rápido a clozapina?
Risco de colapso cardiovascular, hipotensão, miocardite.
693
Quais exames devem ser monitorados além do hemograma?
ECG, TGO/TGP (hepatite), CPK (se febre/mialgia), glicemia, perfil lipídico, peso, IMC.
694
Clozapina aumenta prolactina?
Não. É neutra nesse aspecto.
695
Clozapina causa SEP?
Raramente. Tem baixa afinidade pelo D2. É uma das mais seguras nesse ponto.
696
Pode-se usar clozapina em pacientes com SEP grave prévio?
Sim — é uma das melhores escolhas para quem não tolera SEP.
697
O que sempre deve ser prescrito junto com clozapina desde o início?
Laxativo de rotina e dieta rica em fibras — constipação pode ser grave e levar à oclusão.
698
Clozapina pode ser usada com outros antipsicóticos?
Em casos refratários, sim — combinações com aripiprazol, amisulprida ou lítio são descritas.
699
Qual frase clínica resume o uso de clozapina?
“A clozapina é a arma mais poderosa da psiquiatria, mas deve ser usada com vigilância de UTI.”
700
Qual o papel da clozapina em pacientes com esquizofrenia + dependência química?
Reduz craving, risco de recaída e violência — é uma excelente opção nesses casos.
701
O que caracteriza os antipsicóticos de terceira geração?
São agonistas parciais do receptor D2 e atuam também nos receptores serotoninérgicos (5HT1A e 5HT2A).
702
Qual o mecanismo único dessa geração?
Onde há dopamina em excesso → eles bloqueiam; onde há dopamina em falta → eles ativam parcialmente.
703
Quais são os principais antipsicóticos de terceira geração?
Aripiprazol, brexpiprazol e cariprazina.
704
Qual é o perfil clínico do aripiprazol?
Leve, estabilizador, pouco sedativo, baixa chance de SEP, neutro em peso, seguro em idosos.
705
Aripiprazol aumenta ou reduz a prolactina?
Reduz a prolactina — e é usado como adjuvante quando há hiperprolactinemia induzida por outro antipsicótico.
706
Aripiprazol pode causar acatisia?
Sim, em alguns pacientes sensíveis, especialmente nas primeiras semanas.
707
Qual a dose usual de aripiprazol?
10–30 mg/dia, iniciando com 5–10 mg/dia.
708
Qual a meia-vida do aripiprazol?
Aproximadamente 75 horas — longa duração e boa cobertura.
709
Em quais quadros o aripiprazol é especialmente útil?
TOC, depressão resistente (como adjuvante), TDAH com impulsividade, autismo com irritabilidade.
710
Aripiprazol é bom para qual fase do transtorno bipolar?
Manutenção e episódios mistos; não é o melhor para insônia ou mania aguda isolada.
711
Qual o principal efeito colateral do aripiprazol?
Acatisia (agitação interna) e, ocasionalmente, insônia leve.
712
O que é o brexpiprazol?
Antipsicótico similar ao aripiprazol, com mais afinidade por serotonina e menos risco de acatisia.
713
Qual a principal diferença entre aripiprazol e brexpiprazol?
Brexpiprazol é mais tolerável, causa menos acatisia, mas tem perfil de ativação menos intenso.
714
Qual é a dose usual do brexpiprazol?
1–4 mg/dia — geralmente iniciada em 1 mg.
715
O que é a cariprazina?
Antipsicótico que atua com maior seletividade sobre D3 (além de D2) e 5HT1A.
716
Qual o perfil clínico ideal para cariprazina?
Sintomas negativos persistentes, embotamento, lentidão cognitiva, falta de motivação.
717
Qual a dose usual da cariprazina?
1,5–6 mg/dia.
718
Cariprazina tem efeitos metabólicos importantes?
Não — perfil metabólico leve, segura para pacientes com obesidade ou diabetes.
719
Em que paciente a cariprazina pode ser excelente escolha?
Esquizofrenia com predomínio de sintomas negativos e apatia funcional.
720
Qual a principal vantagem dos antipsicóticos de 3ª geração?
Estabilização dopaminérgica com menos risco de SEP, prolactina e sedação.
721
Qual a principal limitação dos antipsicóticos de 3ª geração?
Podem causar acatisia leve e não são ideais para pacientes com insônia grave ou agitação intensa.
722
Qual desses antipsicóticos é o melhor para correção de prolactina elevada?
Aripiprazol — dose de 5–10 mg/dia pode normalizar prolactina.
723
Os antipsicóticos de terceira geração são bons para esquizofrenia refratária?
Não são os mais potentes nesses casos. Clozapina continua sendo a escolha padrão.
724
Qual a frase clínica que resume o aripiprazol?
“É o antipsicótico que cobre o necessário sem pesar — ideal para estabilizar sem sedar.”
725
Qual o perfil ideal de paciente para iniciar com aripiprazol?
Jovem funcional, com sintomas psicóticos leves, ansiedade ou sintomas mistos — e que valoriza clareza mental e baixa sedação.
726
Quais antipsicóticos são mais usados na fase maníaca do transtorno bipolar?
Olanzapina, quetiapina, risperidona, haloperidol.
727
Quais antipsicóticos são úteis na fase depressiva do transtorno bipolar?
Quetiapina, lurasidona, combinação olanzapina + fluoxetina.
728
Quais antipsicóticos são mais indicados para manutenção no transtorno bipolar?
Aripiprazol, quetiapina, risperidona e olanzapina (com cuidado).
729
Quais antipsicóticos são úteis em agitação e impulsividade no bipolar?
Quetiapina e aripiprazol.
730
Quando usar antipsicótico no TOC?
Quando há refratariedade a ISRS em dose plena — aripiprazol ou risperidona (baixa dose) como adjuvantes.
731
Qual antipsicótico é preferido como adjuvante no TOC?
Aripiprazol (5–10 mg/dia). Alternativa: risperidona (0,5–2 mg).
732
Como manejar TDAH com impulsividade ou tics?
Usar antipsicótico leve (aripiprazol, risperidona em microdoses).
733
Antipsicótico aprovado para irritabilidade no autismo?
Aripiprazol e risperidona — em doses baixas.
734
Qual antipsicótico é preferido em idosos com psicose + risco de queda?
Aripiprazol ou quetiapina em dose baixa.
735
Qual atípico tem perfil mais seguro na gestação?
Quetiapina.
736
Quando considerar antipsicótico injetável de longa ação (LAI)?
Baixa adesão, múltiplos surtos, recusa a comprimidos, risco de recaída grave.
737
Quais são os principais LAIs disponíveis?
Risperidona LAI, paliperidona LAI (1x/mês ou 1x/3m), aripiprazol LAI, olanzapina LAI.
738
Qual LAI é mais usado no SUS?
Risperidona LAI — fácil acesso, bom controle.
739
Qual LAI é melhor para pacientes muito instáveis?
Paliperidona — versões mensal e trimestral.
740
Qual LAI é bom para paciente funcional que quer liberdade?
Aripiprazol LAI — baixo impacto metabólico, discreto.
741
O que é necessário antes de aplicar LAI?
Teste prévio com a versão oral do mesmo fármaco — verificar tolerância e eficácia.
742
Pode-se trocar oral por LAI de forma imediata?
Não. É necessário sobrepor por alguns dias ou semanas conforme o fármaco.
743
Clozapina tem formulação LAI?
Não. Clozapina exige uso oral e monitoramento constante.
744
Quais antipsicóticos combinam bem com estabilizadores de humor?
Quetiapina, olanzapina, risperidona, aripiprazol.
745
Quando combinar aripiprazol com risperidona?
Para corrigir hiperprolactinemia induzida por risperidona.
746
Quando associar clozapina com outro antipsicótico?
Em esquizofrenia ultra-refratária, como último recurso (ex: amisulprida, aripiprazol).
747
Qual combinação é usada na depressão bipolar?
Olanzapina + fluoxetina.
748
Qual a frase clínica clássica sobre quetiapina?
“Quetiapina acalma até fantasma.” Boa para ansiedade, insônia, bipolaridade.
749
Qual a frase prática sobre risperidona?
“Risperidona é arroz com feijão: segura, eficaz, mas sobe prolactina.”
750
Qual frase resume o papel da LAI?
“O que o paciente esquece de tomar, o LAI garante por semanas.”
751
Qual a principal diferença entre antipsicóticos típicos e atípicos?
Atípicos bloqueiam D2 + 5HT2A; típicos bloqueiam apenas D2.
752
O que o bloqueio de 5HT2A proporciona nos antipsicóticos atípicos?
Reduz SEP, melhora sintomas negativos e modula dopamina no mesolímbico.
753
Como o bloqueio de 5HT2A reduz SEP?
Estimula liberação de dopamina no estriado, equilibrando o bloqueio de D2.
754
Como o bloqueio de 5HT2A melhora sintomas negativos?
Estimula liberação de dopamina na via mesocortical, aliviando embotamento e apatia.
755
O que significa “bloqueio de D2 com freio no freio”?
Bloqueia D2, mas o bloqueio de 5HT2A evita bloqueio excessivo de dopamina → equilíbrio.
756
Qual a relação dos atípicos com sintomas positivos?
Bloqueio de D2 na mesolímbica → mantêm eficácia contra delírios e alucinações.
757
Como a risperidona atua nos receptores?
Bloqueia D2 com força e 5HT2A moderadamente.
758
Qual a dose usual da risperidona?
1–6 mg/dia.
759
Quais os prós da risperidona?
Potente, boa para surto, agitação, resposta rápida em dose baixa.
760
Quais os contras da risperidona?
SEP acima de 4 mg, aumento de prolactina, disfunção sexual.
761
Perfil ideal da risperidona?
Paciente agitado em surto, precisa de controle rápido.
762
Como a olanzapina age nos receptores?
Bloqueia D2, 5HT2A e fortemente H1 (histamina).
763
Qual a dose usual da olanzapina?
5–20 mg/dia.
764
Quais os prós da olanzapina?
Eficaz em sintomas positivos e negativos, ótimo em bipolaridade, sedativo.
765
Quais os contras da olanzapina?
Ganho de peso severo, dislipidemia, sedação intensa.
766
Perfil ideal da olanzapina?
Paciente grave, magro, sem DM, que precisa melhorar rápido.
767
Como a quetiapina atua?
Bloqueia D2 leve, 5HT2A, H1 e α1 – efeito depende da dose.
768
Qual a relação entre dose e efeito na quetiapina?
<150 mg = sedativo; 300–800 mg = antipsicótico real.
769
Quais os prós da quetiapina?
Boa para sintomas afetivos, depressão bipolar, ansiedade, insônia.
770
Quais os contras da quetiapina?
Sedação forte, hipotensão, ganho de peso moderado.
771
Perfil ideal da quetiapina?
TOC, bipolaridade com insônia, paciente idoso ou ansioso.
772
Qual a principal indicação da clozapina?
Esquizofrenia refratária.
773
Quais receptores a clozapina bloqueia?
D4, 5HT2A, M1, H1, α1 – ação ampla.
774
Qual a dose da clozapina?
100–900 mg/dia (dose média terapêutica 300–600 mg/dia).
775
Quais os prós da clozapina?
Melhor eficácia da classe, reduz suicídio, melhora sintomas negativos.
776
Quais os contras da clozapina?
Agranulocitose, convulsões, sedação, ganho de peso, sialorreia.
777
O que a clozapina exige para uso?
Hemograma semanal por 18 semanas, depois mensal.
778
Perfil ideal da clozapina?
Paciente refratário com sintomas negativos persistentes.
779
Como age o aripiprazol?
Agonista parcial de D2 e 5HT1A, antagonista de 5HT2A.
780
Qual a dose do aripiprazol?
10–30 mg/dia.
781
Quais os prós do aripiprazol?
Baixo SEP, não engorda, reduz prolactina, leve ativador.
782
Quais os contras do aripiprazol?
Pode causar acatisia, insônia e não é sedativo.
783
Perfil ideal do aripiprazol?
Paciente funcional, preocupado com peso, com sintomas leves/moderados.
784
Como a lurasidona atua?
Antagonista de D2, 5HT2A e 5HT7 (ação antidepressiva).
785
Qual o cuidado especial com a lurasidona?
Deve ser tomada com alimento (↑ absorção).
786
Qual sua dose terapêutica?
40–160 mg/dia.
787
Quais os prós da lurasidona?
Boa para depressão bipolar, não engorda, neutra em prolactina.
788
Quais os contras da lurasidona?
Pode causar acatisia e é cara.
789
Perfil ideal da lurasidona?
Jovem com depressão bipolar e risco metabólico.
790
Qual atípico é mais eficaz em surto psicótico com agitação?
Risperidona ou olanzapina.
791
Qual atípico deve ser evitado em surto agudo por ser pouco incisivo?
Aripiprazol.
792
Qual é a melhor opção para depressão bipolar com sintomas psicóticos?
Quetiapina ou lurasidona.
793
Quais atípicos são ideais para pacientes com insônia + sintomas afetivos?
Quetiapina e olanzapina.
794
Qual atípico é considerado padrão ouro para esquizofrenia refratária?
Clozapina.
795
Quais antipsicóticos devem ser evitados em obesidade ou diabetes?
Olanzapina e clozapina.
796
Quais atípicos são mais seguros para pacientes com risco cardiometabólico?
Aripiprazol e lurasidona.
797
Qual o melhor atípico para pacientes com risco motor (parkinsonismo)?
Quetiapina ou clozapina.
798
Qual atípico é melhor para pacientes com prolactina elevada?
Aripiprazol.
799
Quais antipsicóticos são mais propensos a elevar a prolactina?
Risperidona, paliperidona e amisulprida.
800
Qual antipsicótico atípico é o menos sedativo?
Aripiprazol.
801
Quais são os mais sedativos entre os atípicos?
Clozapina, quetiapina, olanzapina.
802
Qual atípico tem maior potencial de causar acatisia?
Aripiprazol.
803
Qual atípico é bom para pacientes com sintomas negativos e embotamento?
Clozapina ou cariprazina.
804
Qual atípico é excelente para TOC refratário (em associação)?
Aripiprazol ou quetiapina.
805
Qual atípico pode ser usado em autismo com irritabilidade?
Risperidona e aripiprazol.
806
Qual atípico deve ser evitado em pacientes com histórico de arritmia?
Ziprasidona ou haloperidol EV.
807
Quando trocar um antipsicótico por outro?
Eficácia insatisfatória, intolerância, efeitos colaterais graves.
808
Como trocar de risperidona para quetiapina com segurança?
Sobrepor por 1–2 semanas: sobe quetiapina enquanto reduz risperidona.
809
Qual cuidado ao trocar de olanzapina para aripiprazol?
Fazer sobreposição lenta para evitar rebote de sintomas ou agitação.
810
Quando é aceitável manter dois antipsicóticos?
Apenas em casos refratários ou transição entre medicações com justificativa clara.
811
O que priorizar na escolha de antipsicótico em idoso?
Pouca sedação, baixo risco de SEP e impacto cardiovascular mínimo.
812
Qual antipsicótico atípico é mais associado à disfunção sexual?
Risperidona.
813
Qual atípico apresenta menos risco de discinesia tardia?
Clozapina.
814
Qual antipsicótico é ideal para paciente funcional, sensível a efeitos adversos e com sintomas leves?
Aripiprazol ou lurasidona.
815
Qual é a principal indicação formal da clozapina?
Esquizofrenia refratária (falha terapêutica com pelo menos 2 antipsicóticos, um deles atípico).
816
Que outras indicações clínicas têm respaldo para clozapina?
Redução do risco suicida, agressividade, impulsividade, psicose com uso de substâncias.
817
Qual é a dose terapêutica média da clozapina?
300–600 mg/dia (podendo ir até 900 mg/dia em casos refratários extremos).
818
Qual é a dose inicial segura da clozapina?
25 mg no primeiro dia, com aumento de 25–50 mg a cada 2 a 3 dias.
819
Qual a principal exigência laboratorial para uso da clozapina?
Hemograma com contagem de leucócitos e neutrófilos.
820
Com que frequência se deve fazer o hemograma no início?
Semanal por 18 semanas.
821
Após os 6 primeiros meses, com que frequência monitorar o hemograma?
Mensal, enquanto o paciente estiver em uso.
822
Quando a clozapina deve ser suspensa imediatamente?
Neutrófilos <1.000/mm³ ou leucócitos <2.000/mm³.
823
Qual efeito hematológico grave a clozapina pode causar?
Agranulocitose.
824
Qual outro efeito grave e raro pode ocorrer nas primeiras 6 semanas?
Miocardite.
825
Como monitorar risco de miocardite com clozapina?
PCR e troponina semanalmente nas 6 primeiras semanas.
826
Quais efeitos anticolinérgicos são comuns com clozapina?
Constipação (grave), boca seca, retenção urinária.
827
Qual é o tratamento da sialorreia induzida por clozapina?
Amitriptilina em baixa dose, biperideno, atropina SL (off-label) ou conduta expectante.
828
A clozapina causa SEP?
Quase nunca — tem risco baixíssimo de sintomas extrapiramidais.
829
A clozapina causa discinesia tardia?
Risco quase zero — pode ser usada em pacientes com discinesia.
830
Como iniciar clozapina em paciente que ainda usa outro antipsicótico?
Associar temporariamente (ex: haloperidol), e retirar gradualmente conforme a clozapina for titulada.
831
Qual o impacto da clozapina nos sintomas negativos?
Melhora significativa — considerada a melhor opção para sintomas negativos.
832
A clozapina tem efeito antidepressivo?
Sim, com impacto positivo em sintomas afetivos e suicidas.
833
O que é a “janela terapêutica” da clozapina?
Período ideal (até 2 anos após diagnóstico) para iniciar a clozapina e obter melhores resultados.
834
Por que a clozapina é subutilizada?
Risco de agranulocitose, efeitos colaterais graves, exigência laboratorial e medo clínico.
835
Qual o maior erro clínico ao lidar com esquizofrenia refratária?
Adiar demais a introdução da clozapina, deixando o paciente se deteriorar.
836
Qual é o risco de esperar anos para iniciar clozapina?
Atrofia cerebral, perda funcional e irreversibilidade do quadro.
837
A clozapina melhora cognição e interação social?
Sim — muitos pacientes relatam melhora na afetividade, espontaneidade e desejo de se relacionar.
838
Pode-se associar estabilizadores à clozapina?
Sim — valproato pode ser usado para prevenir convulsão em doses altas.
839
Qual é o perfil ideal de paciente para iniciar clozapina?
Esquizofrenia refratária, com sintomas negativos marcantes e falha terapêutica documentada.
840
O que é hipofrontalismo na esquizofrenia?
Redução da atividade nos lobos frontais → embotamento, apatia, lentidão, alogia, desmotivação.
841
Qual antipsicótico é mais eficaz em reverter o hipofrontalismo?
Clozapina — melhora cognição, afeto, motivação e espontaneidade.
842
Como a Clozapina impacta a vida social do paciente?
Permite recuperação funcional: estudar, trabalhar, se relacionar — devolve dignidade.
843
O que é a “janela terapêutica” da Clozapina?
Período ideal (até 2 anos após diagnóstico) para iniciar clozapina e evitar deterioração irreversível.
844
O que acontece se atrasamos demais o início da Clozapina?
Atrofia cortical, dilatação ventricular, perda funcional e sináptica permanente.
845
Qual a lição do caso clínico da “paciente do SBT”?
Clozapina pode recuperar pacientes considerados perdidos, mas exige monitoramento rigoroso.
846
O que aconteceu quando a paciente do SBT teve agranulocitose?
Clozapina foi suspensa e nunca mais houve resposta semelhante com outros antipsicóticos.
847
Por que clozapina é considerada "transplante de vida cerebral"?
Porque pode restaurar afetividade, cognição e contato social onde outros falharam.
848
Quais exames devem ser reforçados nas primeiras 6 semanas de Clozapina?
Hemograma, PCR e troponina (miocardite precoce).
849
Qual antipsicótico é considerado "irmão gêmeo" da Clozapina, mas com mais efeitos metabólicos?
Olanzapina.
850
Qual antipsicótico é sedativo, antidepressivo e multifuncional, mas com baixa potência antipsicótica abaixo de 300 mg?
Quetiapina.
851
Qual atípico tem uso sublingual, baixo perfil metabólico e pouca evidência prática?
Asenapina.
852
Clozapina é indicada em quais casos off-label?
Depressão refratária grave, TAB ultra-refratário, impulsividade borderline, esquizoafetivo grave.
853
O que a Clozapina tem que nenhum outro atípico tem?
Evidência robusta para redução de suicídio e melhora de sintomas negativos.
854
Quais pacientes se beneficiam mais da Clozapina?
Refratários, com sintomas negativos marcantes e perdas funcionais.
855
Em que casos a Clozapina pode ser considerada antes dos 2 anos de doença?
Falha terapêutica precoce com dois antipsicóticos em dose plena e adesão confirmada.
856
Clozapina causa discinesia tardia?
Quase nunca — pode até ser usada para tratar casos de discinesia induzida por outros antipsicóticos.
857
Como Clozapina afeta o humor e ideação suicida?
Reduz ideação suicida — único com aprovação formal para isso em esquizofrenia.
858
Clozapina pode ser combinada com outros antipsicóticos?
Sim, em casos refratários: amisulprida, aripiprazol, lítio são opções.
859
Clozapina engorda?
Sim — risco elevado de ganho de peso, dislipidemia e resistência à insulina.
860
O que diferencia Clozapina de Olanzapina?
Clozapina tem mais eficácia clínica e menos SEP, mas exige hemograma rigoroso.
861
O que diferencia Clozapina de Quetiapina?
Clozapina é muito mais potente; quetiapina é útil em sintomas leves/moderados ou bipolares.
862
Quais os pontos fracos da Clozapina?
Agranulocitose, sedação, constipação, miocardite, alto custo e necessidade de exames constantes.
863
Por que muitos psiquiatras evitam Clozapina?
Medo dos efeitos colaterais graves e da logística de monitoramento laboratorial.
864
Qual o resumo clínico ideal da Clozapina?
É o antipsicótico mais eficaz que existe — e o que mais exige conhecimento, vigilância e coragem para usar.
865
Qual a dose terapêutica usual da olanzapina?
5–20 mg/dia (pode ir até 40 mg em casos excepcionais).
866
Quais são os principais efeitos da olanzapina?
Potente em surto, agressividade, impulsividade, mas com risco altíssimo de ganho de peso e sedação.
867
Quando evitar olanzapina?
Obesidade, diabetes, histórico familiar de síndrome metabólica.
868
Qual é o resumo clínico da olanzapina?
“Tira da crise, mas leva pro endocrino.”
869
Qual é a faixa de dose da quetiapina?
25–800 mg/dia.
870
Como os efeitos da quetiapina variam com a dose?
<150 mg = sedativo; 100–300 mg = antidepressivo; >400 mg = antipsicótico.
871
Quando usar quetiapina?
Depressão bipolar, insônia com sintomas afetivos, pacientes com risco de SEP.
872
Quando evitar quetiapina?
Paciente com ganho de peso excessivo ou que precisa de ação rápida.
873
Qual é a principal armadilha da quetiapina?
Usar como hipnótico isolado (off-label), sem comorbidade psiquiátrica real.
874
Qual antipsicótico é sublingual e pouco lembrado?
Asenapina — dose 5–10 mg BID, sem evidência robusta.
875
Qual a principal limitação da asenapina?
Via sublingual desconfortável e pouca experiência clínica consolidada.
876
Qual a dose habitual da risperidona?
1–6 mg/dia (até 9 mg em casos raros).
877
Qual o principal efeito colateral da risperidona?
Hiperprolactinemia — galactorreia, ginecomastia, disfunção sexual.
878
Quando preferir risperidona?
Surto psicótico, bipolaridade aguda, TOC refratário (em associação).
879
Quando evitar risperidona?
Parkinsonismo prévio, ginecomastia, disfunção sexual, hiperprolactinemia.
880
Qual antipsicótico é considerado a “prima rica” da risperidona?
Paliperidona — mesma base ativa, com liberação mais estável.
881
Quais as apresentações de paliperidona?
Oral (Invega) e injetáveis mensais/trimestrais (Invega Sustenna / Trinza).
882
Qual é o principal diferencial da paliperidona?
Menor pico plasmático → menos SEP, melhor adesão com formulação LAI.
883
Quando usar paliperidona?
Esquizofrenia com baixa adesão e sintomas positivos predominantes.
884
Qual a dose habitual da ziprasidona?
40–160 mg/dia.
885
Qual exigência específica a ziprasidona tem?
Deve ser tomada com pelo menos 300 kcal para absorção adequada.
886
Quais os prós da ziprasidona?
Excelente perfil metabólico, pouco ganho de peso, boa estabilidade.
887
Quando evitar ziprasidona?
Histórico de arritmia ou quando não se pode garantir ingestão com comida.
888
Qual é o diferencial da lurasidona?
Ação antidepressiva, baixa sedação, neutra em peso e prolactina.
889
Qual é o cuidado na prescrição da lurasidona?
Também exige ingestão com alimentos. É cara e pode causar acatisia.
890
Qual a frase clínica da lurasidona?
“É a vortioxetina dos antipsicóticos — moderna, eficaz, mas com custo elevado.”
891
O que caracteriza os piprazóis?
São agonistas parciais dopaminérgicos, principalmente no receptor D2, com ação moduladora.
892
Como agem os piprazóis no D2?
Onde há dopamina em excesso (mesolímbica), eles reduzem; onde há falta (mesocortical), eles estimulam.
893
Qual o principal piprazol usado no Brasil?
Aripiprazol.
894
Qual é o perfil farmacológico do aripiprazol?
Agonista parcial de D2 e 5HT1A, antagonista de 5HT2A; meia-vida ~75 horas.
895
Quais as apresentações do aripiprazol?
Comprimido, solução oral (1 mg/mL), injetável de longa ação (monohidratado).
896
Quais os principais prós do aripiprazol?
Pouca sedação, não causa ganho de peso, reduz prolactina, baixo risco de SEP.
897
Qual é o efeito colateral mais comum do aripiprazol?
Acatisia (inquietação interna e motora).
898
Qual a estratégia para evitar acatisia com aripiprazol?
Iniciar com dose baixa (2–5 mg), titular lentamente a cada 5–7 dias.
899
Qual a conduta se o paciente apresentar acatisia com aripiprazol?
Suspender temporariamente, usar propranolol (30–120 mg/dia) ou benzodiazepínico, considerar troca.
900
Quais indicações clínicas o aripiprazol cobre bem?
Esquizofrenia leve/moderada, depressão resistente (adição), bipolar em manutenção, borderline impulsivo, TDAH com irritabilidade.
901
Quando evitar o uso isolado de aripiprazol?
Em surtos psicóticos graves ou pacientes muito agitados — potência antipsicótica é moderada.
902
903
Qual o papel do aripiprazol na depressão resistente?
Adjuvante ao ISRS em casos com apatia, fadiga, disfunção executiva, anedonia.
904
Quais doses são usadas como potencializador antidepressivo?
2–5 mg/dia. Evitar ultrapassar 10 mg quando usado como adjuvante.
905
O que é o brexpiprazol?
Um piprazol com perfil similar ao aripiprazol, mas mais estável, menos ativador e com menor risco de acatisia.
906
Qual a meia-vida do brexpiprazol?
Cerca de 91 horas.
907
Quais os prós do brexpiprazol?
* Menor risco de acatisia * Leve sedação * Bom para depressão resistente * Impulsividade.
908
Qual o resumo comparativo entre aripiprazol e brexpiprazol?
Aripiprazol é mais ativador (“cafeína”), brexpiprazol é mais suave (“chá preto”).
909
Quando preferir brexpiprazol em vez de aripiprazol?
Paciente sensível a ativação, histórico de acatisia, insônia ou com depressão mista.
910
O que é a cariprazina?
Um piprazol com alta afinidade por D3 — efeito pró-cognitivo, útil para sintomas negativos.
911
Em que casos a cariprazina tem sido estudada?
* Esquizofrenia com embotamento * Depressão bipolar * TDAH adulto * Disfunção executiva.
912
Qual a dose usual da cariprazina?
1,5–6 mg/dia.
913
Cariprazina já está disponível no Brasil?
Ainda não amplamente. Estudos clínicos continuam em andamento.
914
Quando considerar usar piprazol como adjuvante ao ISRS?
Quando há resposta parcial com sintomas residuais como apatia, lentidão ou disfunção sexual.
915
Qual piprazol pode reduzir disfunção sexual induzida por ISRS?
Aripiprazol — por efeito dopaminérgico leve e redução da prolactina.
916
Qual a grande vantagem clínica dos piprazóis?
Mínimo risco metabólico, peso neutro, segurança cardiovascular, perfil leve e adaptável.
917
O que são os sintomas extrapiramidais (SEP)?
Efeitos colaterais motores causados pelo bloqueio de dopamina na via nigroestriatal.
918
Qual o SEP mais precoce?
Distonia aguda — surge em 24–72 horas após início ou aumento da dose.
919
Quais são os sintomas da distonia aguda?
* Torcicolo * Trismo * Crise oculógira * Laringoespasmo * Protrusão de língua.
920
Qual o tratamento imediato da distonia aguda?
Biperideno 5 mg IM ou prometazina IM.
921
Quando prevenir distonia com anticolinérgico?
Jovens, homens, pacientes agitados e em altas doses de típicos.
922
O que é parkinsonismo induzido por antipsicótico?
Tremor de repouso, rigidez, bradicinesia, hipomimia, marcha arrastada.
923
Em quanto tempo aparece o parkinsonismo medicamentoso?
Semanas após início do tratamento.
924
Qual a conduta no parkinsonismo induzido por antipsicótico?
* Reduzir dose * Trocar por atípico com menor afinidade por D2 * Associar biperideno ou amantadina.
925
O que é acatisia?
Sensação interna de inquietação e necessidade de se mover constantemente.
926
Como diferenciar acatisia de agitação psicótica?
Na acatisia, o paciente tem crítica e relata sofrimento subjetivo.
927
Quando aparece acatisia?
Dias a semanas após início da medicação.
928
Qual o tratamento da acatisia?
* Propranolol (1ª linha) * Benzodiazepínico * Reduzir dose ou trocar antipsicótico.
929
Anticolinérgico ajuda na acatisia?
Não — pode piorar.
930
O que é discinesia tardia?
Movimentos involuntários repetitivos, geralmente orofaciais (estalar lábios, caretas, protrusão de língua).
931
Quando aparece a discinesia tardia?
Após meses ou anos de uso contínuo de antipsicótico.
932
Qual a principal causa da discinesia tardia?
Supersensibilidade dopaminérgica induzida por bloqueio crônico de D2.
933
Qual a conduta na discinesia tardia?
* Reduzir dose * Trocar para clozapina * Usar inibidores de VMAT2 (valbenazina, deutetrabenazina).
934
Quais antipsicóticos têm menor risco de SEP?
* Clozapina * Quetiapina * Aripiprazol.
935
Qual antipsicótico tem maior risco de SEP?
Haloperidol.
936
O que é a Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM)?
Reação grave e potencialmente fatal por bloqueio intenso de dopamina.
937
Quais os sintomas clássicos da SNM?
* Febre alta * Rigidez “em cano de chumbo” * Confusão * Taquicardia * PA lábil * CPK muito elevada.
938
Qual o tratamento inicial da SNM?
* Suspender o antipsicótico * Internação * Hidratação vigorosa * Controle da temperatura.
939
Quando usar bromocriptina ou dantrolene?
Em SNM grave, com risco de falência orgânica.
940
Qual o valor típico de CPK na SNM?
Geralmente >1000 U/L (pode chegar a 50.000 U/L).
941
Qual SEP pode causar risco de morte imediato?
SNM e laringoespasmo em distonia aguda.
942
Qual SEP pode causar maior prejuízo social a longo prazo?
Discinesia tardia — por estigmatização e irreversibilidade.
943
Quais antipsicóticos têm maior risco de síndrome metabólica?
* Olanzapina * Clozapina.
944
Quais antipsicóticos têm risco metabólico moderado?
* Quetiapina * Risperidona * Paliperidona.
945
Quais têm menor risco de ganho de peso?
* Aripiprazol * Ziprasidona * Lurasidona.
946
Quais parâmetros devem ser monitorados para síndrome metabólica?
* Peso * IMC * Cintura abdominal * Glicemia * HbA1c * Perfil lipídico.
947
Qual a frequência ideal para monitorar peso e IMC?
Mensal nos 3 primeiros meses; depois a cada 3–6 meses.
948
Quando considerar metformina para controle de peso em uso de antipsicótico?
Ganho persistente ≥5% do peso corporal, principalmente com clozapina ou olanzapina.
949
Quais antipsicóticos são mais relacionados à hiperprolactinemia?
* Risperidona * Paliperidona * Amisulprida * Haloperidol.
950
Quais sintomas indicam prolactina elevada?
* Galactorreia * Amenorreia * Ginecomastia * Disfunção sexual * Infertilidade.
951
Qual antipsicótico pode ser usado para corrigir prolactina elevada?
Aripiprazol (5–10 mg/dia).
952
Quais antipsicóticos não aumentam a prolactina?
* Clozapina * Aripiprazol * Quetiapina.
953
Quando dosar prolactina?
Após 3 meses de uso ou diante de sintomas clínicos.
954
Quais antipsicóticos têm maior risco de prolongamento do QTc?
* Ziprasidona * Haloperidol EV * Clozapina * Quetiapina em alta dose.
955
Quando solicitar ECG antes de iniciar antipsicótico?
Se histórico de arritmia, síncope, uso de medicações QTc+, idosos ou uso EV.
956
Qual valor de QTc representa contraindicação absoluta para seguir com antipsicótico?
QTc > 500 ms.
957
Quais interações medicamentosas com antipsicóticos são perigosas?
* Antipsicótico + BZD (depressão respiratória) * + ISRS (↑ níveis) * + álcool * + metoclopramida * + carbamazepina (↓ eficácia).
958
Antipsicótico para “só dormir” é aceitável?
Não — quetiapina 25 mg sem comorbidade psiquiátrica relevante é erro comum.
959
Quando o uso noturno de antipsicótico é aceitável para sono?
Em pacientes com depressão resistente, bipolaridade, ou insônia com sintomas psicóticos.
960
Quando considerar trocar antipsicótico por ganho de peso?
Quando houver impacto metabólico significativo ou risco cardiovascular aumentado.
961
Quando reduzir a dose de antipsicótico?
Sedação incapacitante, hipotensão, sintomas anticolinérgicos, QTc limítrofe.
962
Quando manter o antipsicótico mesmo com colaterais leves?
Se houver boa resposta clínica, sem risco grave — monitorar e orientar.
963
Quando é obrigatório suspender o antipsicótico?
* SNM * QTc > 500 ms * Agranulocitose * Reação alérgica grave * Discinesia grave ou psicose paradoxal.
964
Qual o exame mais importante nas primeiras 6 semanas de clozapina?
Hemograma semanal (rastreio de agranulocitose), além de PCR e troponina para miocardite.
965
Quais exames devem ser solicitados antes de iniciar qualquer antipsicótico?
* Glicemia * Lipídios * IMC * PA * ECG * Hemograma * TSH * Função hepática * Prolactina.
966
Qual conduta clínica diante de discinesia tardia?
* Trocar para clozapina ou quetiapina * Considerar valbenazina ou deutetrabenazina se disponível.
967
Qual o maior erro ao não monitorar antipsicótico?
Permitir progressão silenciosa de colaterais graves como disfunção metabólica, arritmia ou disfunção hormonal.
968
Qual o principal desafio no tratamento do transtorno bipolar?
A imprevisibilidade, recorrência e ciclagem entre fases, com risco de virada e baixa adesão.
969
Por que estabilizar humor em TAB não é uma receita de bolo?
Porque exige adaptação contínua, avaliação individual e múltiplas combinações terapêuticas.
970
O que significa eutimia?
Estado de equilíbrio emocional entre os polos de depressão e mania.
971
Quais são as fases do humor no transtorno bipolar?
* Eutimia * Hipertimia * Hipomania * Mania * Mania psicótica / Eutimia * Hipotimia * Depressão.
972
O que é um episódio misto?
Estado em que o paciente apresenta sintomas de mania e depressão ao mesmo tempo.
973
Qual é o papel do estabilizador de humor?
Tratar crises, prevenir recaídas e evitar viradas de fase (depressão → mania ou vice-versa).
974
Um antidepressivo é considerado estabilizador de humor?
Não, pois pode tratar a depressão mas induzir virada maníaca — não previne recaídas.
975
O que caracteriza um verdadeiro estabilizador de humor?
* Tratar crises * Prevenir recaídas * Não induzir virada.
976
Exemplo clássico de virada maníaca induzida?
Paciente em depressão tratado com fluoxetina que evolui para euforia, impulsividade e insônia.
977
Quais medicamentos são eficazes para mania aguda?
* Valproato * Carbamazepina * Oxcarbazepina * Lítio * Risperidona * Olanzapina.
978
Quais medicamentos são eficazes para depressão bipolar?
* Lítio * Lamotrigina * Quetiapina * Lurasidona * Brexpiprazol.
979
Quais fármacos cobrem bem mania e depressão (ponta a ponta)?
* Lítio * Quetiapina.
980
Quais medicamentos são eficazes para mania aguda?
Valproato, carbamazepina, oxcarbazepina, lítio, risperidona, olanzapina.
981
Quais medicamentos são eficazes para depressão bipolar?
Lítio, lamotrigina, quetiapina, lurasidona, brexpiprazol.
982
Quais fármacos cobrem bem mania e depressão (ponta a ponta)?
Lítio, quetiapina e, em parte, aripiprazol.
983
Existe um remédio único que funcione para todo paciente bipolar?
Não. O tratamento é sempre individualizado e exige ajuste conforme resposta.
984
O que é a 'virada depressiva'?
Transição abrupta da mania para depressão, com risco alto de suicídio.
985
Por que a virada depressiva pode ser mal interpretada?
Porque parece uma melhora após crise de mania, mas na verdade é uma recaída grave.
986
O que significa 'estabilizar o humor' em termos clínicos?
Manter o paciente o mais próximo possível da eutimia, sem oscilações graves.
987
Qual é a diferença entre tratar a crise e estabilizar o humor?
Tratar a crise resolve o agora; estabilizar o humor previne novas crises.
988
Quais critérios definem um estabilizador do humor verdadeiro?
Controle de fase aguda, prevenção de recaída, ausência de virada e segurança de uso.
989
Todos os estabilizadores atuam igualmente em mania e depressão?
Não. Alguns são mais eficazes para um dos polos.
990
O que deve orientar a escolha do estabilizador inicial?
A fase predominante da doença e o histórico de episódios prévios.
991
Qual antipsicótico atípico é eficaz tanto em mania quanto em depressão?
Quetiapina.
992
A oxcarbazepina é eficaz na prevenção da depressão bipolar?
Não — sua ação é melhor na mania.
993
A lurasidona é eficaz na prevenção da mania bipolar?
Não — é mais eficaz em episódios depressivos.
994
Qual é o risco de usar antidepressivo sem estabilizador em bipolar?
Induzir virada maníaca, agitação, impulsividade e comportamento de risco.
995
Qual é o objetivo final do tratamento do TAB com estabilizadores?
Manter o paciente estável, funcional e longe de recaídas — com segurança e adesão.
996
Qual a melhor forma de entender onde cada estabilizador atua?
Visualizar a linha do humor: acima = mania, abaixo = depressão.
997
Qual é o foco da medicação na fase maníaca?
Reduzir impulsividade, aceleração e delírios.
998
Qual é o foco da medicação na fase depressiva?
Reativar energia e humor sem causar virada para mania.
999
Quais são os estabilizadores mais eficazes para mania?
Valproato, carbamazepina, oxcarbazepina, lítio, risperidona, olanzapina.
1000
Quais medicamentos têm melhor eficácia em depressão bipolar?
Lítio, lamotrigina, quetiapina, lurasidona, brexpiprazol.
1001
Quais estabilizadores atuam em ambos os polos (mania e depressão)?
Lítio, quetiapina, aripiprazol (com menor potência).
1002
O que define a escolha do estabilizador em um paciente bipolar?
A fase predominante (mania vs depressão) e histórico clínico individual.
1003
Que tipo de paciente precisa de estabilizador antimaníaco potente?
Aquele com recorrência de episódios maníacos ou mistos.
1004
Que tipo de paciente se beneficia mais de antidepressivo com ação estabilizadora?
Pacientes com depressão bipolar recorrente.
1005
Em pacientes com episódios mistos ou ciclagem rápida, o que geralmente é necessário?
Combinação de dois ou mais fármacos com perfis complementares.
1006
Por que lamotrigina não deve ser usada sozinha na mania?
Porque ela não atua bem na fase maníaca aguda — seu foco é prevenção da depressão.
1007
Por que valproato não é ideal para fase depressiva?
Ele tem baixa eficácia comprovada na depressão bipolar.
1008
Qual o papel dos antipsicóticos atípicos no transtorno bipolar?
Tratam mania, depressão e ajudam na estabilização em monoterapia ou associação.
1009
Qual antipsicótico atípico é melhor na fase depressiva?
Lurasidona.
1010
Qual antipsicótico atípico pode causar aumento de prolactina e SEP?
Risperidona.
1011
Quando o aripiprazol é mais útil no TAB?
Em manutenção e sintomas leves ou como adjuvante antidepressivo.
1012
Brexpiprazol é eficaz em qual polo do TAB?
Em depressão bipolar (em estudo crescente).
1013
Exemplo de combinação eficaz para mania com risco de recaída?
Valproato + quetiapina.
1014
Qual combinação é boa para paciente com depressão bipolar recorrente?
Lítio + lamotrigina.
1015
Qual combinação pode ser usada para depressão bipolar grave com risco de virada?
Lítio + quetiapina + lurasidona.
1016
Quando considerar usar antidepressivo em bipolar?
Apenas após estabilização plena com estabilizador de humor.
1017
Qual antidepressivo tem menor risco de virada maníaca?
Bupropiona — por não atuar diretamente no 5HT.
1018
Quais antidepressivos são os mais perigosos em bipolaridade?
Tricíclicos, venlafaxina, IMAOs — alto risco de virada.
1019
Qual é a principal regra ao usar antidepressivo em TAB?
Nunca prescrever isoladamente — sempre com estabilizador.
1020
Valproato é sinônimo de qual substância ativa?
Ácido valpróico. Também aparece como valproato de sódio ou divalproato de sódio.
1021
Qual é a diferença entre ácido valpróico, valproato de sódio e divalproato?
Divalproato tem melhor tolerância gastrointestinal e liberação mais estável; os outros são mais baratos, mas mais irritativos.
1022
Como o valproato age no sistema nervoso?
Aumenta GABA, reduz glutamato e fecha canais de sódio — efeito anticonvulsivante e estabilizador.
1023
Em quais indicações psiquiátricas o valproato é eficaz?
Mania aguda, estados mistos, manutenção do TAB, impulsividade borderline, agressividade, enxaqueca, TEPT refratário.
1024
Valproato é eficaz para depressão bipolar?
Não — tem baixa eficácia em episódios depressivos.
1025
Valproato é eficaz para ansiedade?
Não — seu efeito é fraco para quadros ansiosos.
1026
Em que situações o valproato é especialmente eficaz?
Mania, episódios mistos, ciclagem rápida, impulsividade, bipolar + borderline.
1027
Qual a dose inicial padrão de valproato?
250 mg 2x/dia (500 mg/dia).
1028
Qual a dose terapêutica usual de valproato?
1000–1500 mg/dia (até 3000 mg/dia em casos graves).
1029
Qual é a litemia ideal (valproatemia) para efeito terapêutico?
85–125 mcg/mL (alvo prático = 100).
1030
Em quanto tempo o valproato atinge o steady state?
De 5 a 7 dias após dose estável.
1031
Quais exames devem ser feitos antes de iniciar valproato?
Hemograma completo, TGO/TGP, coagulograma e valproatemia (após estabilização).
1032
Com que frequência repetir exames nos primeiros 3 meses de uso?
Mensal.
1033
Quais exames de manutenção após o primeiro ano com valproato?
A cada 6 meses: hemograma, TGO/TGP, coagulograma.
1034
Quais são os efeitos colaterais mais comuns do valproato?
Náusea, sedação, ganho de peso, queda de cabelo, tremor fino, disfunção menstrual.
1035
Como manejar tremor induzido por valproato?
Usar propranolol ou reduzir dose.
1036
Como prevenir náusea e dispepsia associadas ao valproato?
Administrar com alimentos ou trocar para divalproato.
1037
Como tratar queda de cabelo induzida por valproato?
Suplementação de zinco e selênio.
1038
O que fazer se houver sedação intensa no início?
Administrar à noite ou fracionar a dose.
1039
Quais combinações com valproato exigem cuidado?
Valproato + lamotrigina (↑ 50% dos níveis da lamotrigina).
1040
Valproato pode ser combinado com lítio?
Sim — é uma das combinações mais eficazes para mania ou ciclagem rápida.
1041
Em que casos o valproato é contraindicado?
Crianças <2 anos, hepatopatas graves, pancreatite prévia, gestação.
1042
Por que evitar valproato na gravidez?
Risco de malformações do tubo neural e retardo cognitivo fetal.
1043
Em que situações o valproato é perigoso mesmo em dose estável?
Com uso de AINEs, diuréticos, ECA/BRA ou em quadros de desidratação, diarreia ou febre.
1044
Lítio é o quê, farmacologicamente?
Um íon metálico – sal simples, sem metabolismo hepático, excretado por via renal.
1045
Quais são as principais indicações do lítio na psiquiatria?
Transtorno bipolar (manutenção e mania), depressão bipolar, impulsividade, prevenção de suicídio.
1046
Em que tipo de mania o lítio atua melhor?
Mania clássica (sem psicose), com poucos episódios prévios e sem ciclagem rápida.
1047
O lítio é eficaz para depressão bipolar?
Sim — principalmente na manutenção e como adjuvante em episódios depressivos.
1048
O lítio pode ser usado na depressão unipolar?
Sim — como potencializador em casos refratários.
1049
Qual o efeito mais documentado e único do lítio?
Redução do risco de suicídio — até 8x menos.
1050
Quando o lítio é menos eficaz?
Mania psicótica, estados mistos, ciclagem rápida, comorbidades graves.
1051
Qual a dose inicial típica do lítio?
300 mg à noite; pode subir para 600 ou 900 mg conforme resposta.
1052
Qual a litemia terapêutica ideal no transtorno bipolar?
0,6 – 1,2 mEq/L (alvo prático: 0,8–1,0).
1053
Litemia >1,5 mEq/L indica o quê?
Risco de toxicidade — necessidade de suspensão ou redução imediata.
1054
Como e quando fazer a coleta de litemia?
12h após a última dose, em jejum e antes da próxima dose.
1055
Qual é a meia-vida do lítio?
18–24h em adultos, até 60h em idosos.
1056
Em quanto tempo se atinge o steady state do lítio?
Em 4–7 dias após dose estável.
1057
Quais exames devem ser feitos antes de iniciar lítio?
TSH, T4, creatinina, ureia, sódio, ECG, hemograma.
1058
Com que frequência repetir litemia e exames?
Semanal no início; mensal até 6 meses; depois trimestral ou semestral.
1059
Quais são os principais efeitos colaterais do lítio?
Tremor, poliúria, ganho de peso, disfunção tireoidiana, acne, sonolência.
1060
Como tratar tremor fino causado pelo lítio?
Reduzir dose ou usar propranolol.
1061
Como manejar hipotireoidismo induzido pelo lítio?
Repor T4 — geralmente não é necessário suspender o lítio.
1062
Qual a tríade clássica de intoxicação por lítio?
Tremor intenso, diarreia, rebaixamento do nível de consciência.
1063
Quando indicar hemodiálise em intoxicação por lítio?
Litemia >2,5 com sintomas neurológicos, falência renal ou refratariedade ao tratamento clínico.
1064
Quais medicamentos aumentam o risco de intoxicação por lítio?
Diuréticos, AINEs (exceto AAS), IECA, BRA.
1065
O lítio pode ser usado na gravidez?
Contraindicado no 1º trimestre (risco de malformação de Ebstein); uso relativo no restante da gestação.
1066
E na amamentação?
Controverso — pode ser permitido com monitoramento rigoroso, mas é evitado por muitos.
1067
Por que idosos precisam de maior vigilância com lítio?
Risco aumentado de nefrotoxicidade, hipotireoidismo e intoxicação com doses mais baixas.
1068
O lítio pode ser usado com antipsicótico?
Sim — especialmente na fase aguda de mania, mas com cuidado pelo risco aumentado de SEP.
1069
Qual a principal ação da lamotrigina no TAB?
Prevenir recaídas depressivas — não atua bem em crises agudas.
1070
Lamotrigina é boa para mania?
Não. Atua pouco ou nada na fase maníaca.
1071
Lamotrigina pode causar virada maníaca?
Muito raramente — perfil excelente de segurança.
1072
Qual o principal público-alvo da lamotrigina?
Bipolares com predomínio depressivo, TAB II, ciclagem rápida, episódios mistos com base depressiva.
1073
Qual é o tempo esperado para início do efeito clínico da lamotrigina?
De 4 a 12 semanas — efeito lento, com foco na manutenção.
1074
Como é o escalonamento ideal da lamotrigina?
Semana 1–2: 25 mg/dia; 3–4: 50 mg; 5–6: 100 mg; semana 7+: 200 mg.
1075
Qual a dose máxima da lamotrigina em psiquiatria?
400 mg/dia (raramente usada).
1076
O que fazer ao usar lamotrigina com valproato?
Reduzir a dose da lamotrigina pela metade (valproato ↑ seus níveis em 50%).
1077
Qual é o efeito colateral mais temido da lamotrigina?
Rash cutâneo — pode evoluir para Síndrome de Stevens-Johnson (grave).
1078
Como prevenir rash grave com lamotrigina?
Escalonar devagar, evitar iniciar em dose alta e suspender ao primeiro sinal de rash.
1079
Pode-se reintroduzir lamotrigina após rash leve?
Sim, com cautela e retitulação lenta — exceto se for rash grave (aí não).
1080
Quais são os efeitos colaterais leves comuns da lamotrigina?
Tontura, náusea, cefaleia, insônia ou sonolência leve, ataxia.
1081
Lamotrigina causa ganho de peso?
Não. É considerada neutra ou até redutora de peso.
1082
Lamotrigina afeta libido ou causa sedação relevante?
Raramente — tem perfil muito bem tolerado.
1083
Como é a excreção da lamotrigina?
Renal — exige cautela em insuficiência renal.
1084
Lamotrigina exige dosagem sérica para ajuste?
Não. A monitorização laboratorial de rotina não é obrigatória.
1085
Qual a meia-vida média da lamotrigina?
Entre 24 e 35 horas — permite dose única diária.
1086
Com quais medicamentos a lamotrigina interage?
Valproato (↑ níveis), sertralina (↑ níveis leve), carbamazepina/fenitoína (↓ níveis).
1087
Lamotrigina pode ser usada em pacientes com epilepsia?
Sim — é também um antiepiléptico clássico.
1088
A monitorização laboratorial de rotina é obrigatória para ajuste de dosagem sérica?
Não
1089
Qual a meia-vida média da lamotrigina?
Entre 24 e 35 horas
1090
Com quais medicamentos a lamotrigina interage?
* Valproato (↑ níveis) * Sertralina (↑ níveis leve) * Carbamazepina/Fenitoína (↓ níveis)
1091
Lamotrigina pode ser usada em pacientes com epilepsia?
Sim
1092
Lamotrigina é segura em idosos?
Sim, mas exige titulação mais cuidadosa e lenta
1093
Lamotrigina pode ser usada na gestação?
Relativamente segura (FDA categoria C)
1094
Pode-se usar lamotrigina na lactação?
Contraindicação relativa
1095
Em que pacientes evitar lamotrigina?
Com história de rash grave prévio ou hipersensibilidade conhecida
1096
Quando a lamotrigina é mais indicada como monoterapia?
TAB tipo II, episódios depressivos recorrentes, paciente com intolerância a outros estabilizadores
1097
Qual é a frase clínica-chave da lamotrigina?
“Remédio do futuro, não do agora”
1098
Qual é o mecanismo principal da carbamazepina?
Bloqueio de canais de sódio voltagem-dependentes
1099
A carbamazepina é aprovada para TAB?
Sim, pelo FDA
1100
Em quais quadros psiquiátricos a carbamazepina é útil?
* Mania aguda * Estados mistos * Ciclagem rápida * Impulsividade borderline
1101
Quais os principais efeitos colaterais da carbamazepina?
* Sedação * Tontura * Diplopia * Rash * Leucopenia
1102
Quais efeitos graves da carbamazepina merecem atenção?
* Agranulocitose * Anemia aplástica * Síndrome de Stevens-Johnson * Hepatotoxicidade
1103
Qual teste genético pode prever risco de rash grave com carbamazepina?
HLA-B1502
1104
Quais exames monitorar durante o uso de carbamazepina?
* Hemograma * TGO/TGP * Eletrólitos (Na+) * ECG (se >50 anos ou cardiopata)
1105
Qual o principal problema de interação da carbamazepina?
É indutora enzimática
1106
Qual é a dose usual da carbamazepina?
400–1200 mg/dia
1107
Qual nível sérico ideal da carbamazepina?
Entre 8 e 10 mcg/mL
1108
A oxcarbazepina é igual à carbamazepina?
Não
1109
Oxcarbazepina é eficaz para qual fase do TAB?
Mais eficaz na mania leve e impulsividade
1110
Qual colateral importante da oxcarbazepina exige atenção?
Hiponatremia
1111
Oxcarbazepina é autoindutora enzimática como a carbamazepina?
Não
1112
Quais exames devem ser monitorados com oxcarbazepina?
* Sódio * Função hepática * Função renal
1113
Qual é a dose usual da oxcarbazepina?
600–2400 mg/dia, divididos em 2 tomadas
1114
O topiramato é um estabilizador de humor verdadeiro?
Não
1115
Topiramato é indicado para tratar fases do TAB?
Não tem eficácia comprovada
1116
Em quais quadros topiramato pode ser útil como adjuvante?
* Compulsão alimentar * TDAH * Impulsividade * Abstinência de álcool ou cocaína
1117
Quais colaterais comuns do topiramato preocupam?
* Perda cognitiva * Parestesia * Sedação * Cálculo renal
1118
Qual o risco metabólico do topiramato?
Pode causar acidose metabólica
1119
Qual a dose terapêutica do topiramato?
Até 400 mg/dia
1120
Pregabalina é um estabilizador de humor?
Não
1121
Quais as indicações reais da pregabalina?
* TAG * Fibromialgia * Neuropatias * Ansiedade refratária
1122
Quais colaterais da pregabalina merecem atenção?
* Sedação intensa * Tontura * Ganho de peso * Euforia paradoxal
1123
Existe um único esquema ideal para todos os pacientes bipolares?
Não
1124
Qual é uma combinação clássica para mania aguda e estados mistos?
Valproato + antipsicótico atípico
1125
Qual a melhor combinação para bipolar tipo II ou depressão recorrente?
Lítio + lamotrigina
1126
Qual combinação é eficaz para manutenção de humor em pacientes com muitos episódios?
Lítio + antipsicótico atípico
1127
Qual a combinação ideal para paciente com impulsividade borderline + bipolaridade?
Valproato + lamotrigina
1128
O que considerar ao usar valproato + lamotrigina?
Valproato aumenta níveis da lamotrigina em 50%
1129
Qual a vantagem do uso combinado de estabilizadores?
Potencializar efeitos positivos e cobrir ambos os polos
1130
Combinação eficaz para paciente com depressão grave e risco de virada?
Lítio + quetiapina + lurasidona
1131
Em que momento é seguro introduzir antidepressivo em TAB?
Após estabilização plena com estabilizador de humor
1132
Qual antidepressivo tem menor risco de virada maníaca?
Bupropiona
1133
Quais antidepressivos têm maior risco de induzir virada?
* Tricíclicos * Duais (venlafaxina) * IMAOs
1134
Esquema ideal para mania psicótica?
Risperidona ou olanzapina + valproato ou lítio
1135
Qual é a melhor estratégia para paciente em estado misto?
Valproato + lamotrigina ou valproato + antipsicótico
1136
Qual o cuidado ao tratar pacientes com ciclagem rápida?
Evitar antidepressivos
1137
Qual esquema priorizar em paciente bipolar com ideação suicida?
Lítio ± cetamina em casos graves
1138
Qual combinação é útil em bipolar tipo II com predomínio depressivo?
Lamotrigina + quetiapina ou lurasidona
1139
Estratégia eficaz em bipolar com comorbidade borderline?
Lamotrigina + valproato
1140
Quando o uso de psicoestimulantes é permitido em TAB + TDAH?
Apenas após estabilização plena do humor
1141
Quais estabilizadores são preferidos em TAB + dependência química?
* Valproato * Quetiapina
1142
Em paciente com TAB e múltiplos surtos por ano, qual abordagem é recomendada?
Combinação de 2 ou até 3 estabilizadores
1143
Como ajustar o tratamento após estabilização da fase aguda?
Reduzir antipsicótico mais incisivo
1144
Qual antipsicótico pode ser mantido a longo prazo na profilaxia?
Quetiapina
1145
Quando usar cetamina em depressão bipolar?
Em episódios graves com ideação suicida
1146
A manutenção preventiva no TAB é mais importante que o tratamento da crise?
Sim
1147
Qual é o estabilizador com melhor evidência para prevenir suicídio?
Lítio
1148
Qual combinação é considerada padrão ouro para depressão bipolar recorrente?
Lítio + lamotrigina
1149
Qual estabilizador é mais eficaz para episódios mistos e ciclagem rápida?
Valproato
1150
Em qual subtipo de paciente a lamotrigina brilha?
Bipolar tipo II, episódios depressivos frequentes
1151
Qual estabilizador tem pior tolerância metabólica?
Olanzapina
1152
Qual antipsicótico é o mais versátil no TAB?
Quetiapina
1153
Quais estabilizadores NÃO devem ser usados isoladamente na fase aguda depressiva do TAB?
* Lamotrigina * Lítio
1154
Quando usar antidepressivo no TAB?
Após estabilização plena com estabilizador de humor
1155
Quais são as 3 principais classes de estabilizadores de humor?
* Lítio * Anticonvulsivantes * Antipsicóticos atípicos
1156
Paciente com mania psicótica → melhor esquema?
Risperidona ou olanzapina + valproato
1157
Bipolar com depressão recorrente?
Lamotrigina + lítio
1158
Bipolar tipo II?
Lamotrigina + quetiapina ou lurasidona
1159
Estado misto?
Valproato + lamotrigina ou + antipsicótico
1160
Ciclador rápido?
Valproato ou lamotrigina + antipsicótico
1161
Bipolar + borderline?
Lamotrigina + valproato ou quetiapina
1162
Bipolar com ideação suicida?
Lítio (prevenção), cetamina (ação rápida)
1163
Bipolar + dependência química?
Valproato + quetiapina
1164
Bipolar + TDAH?
Estabiliza humor primeiro, depois psicoestimulante
1165
Frase sobre o uso precoce da lamotrigina?
“Remédio do futuro, não do agora.”
1166
Frase sobre lítio e suicídio?
“O único estabilizador com efeito antissuicida comprovado.”
1167
Frase sobre valproato e ansiedade?
“Excelente para mania, péssimo para ansiedade.”
1168
Frase sobre quetiapina?
“É estabilizador, antidepressivo e hipnótico — depende da dose.”
1169
Frase sobre uso de antidepressivos em TAB?
“Antidepressivo sem estabilizador é roleta russa.”
1170
Frase sobre monoterapia em casos graves?
“Monoterapia é luxo. Na prática, combinamos para salvar.”
1171
Frase sobre manutenção do humor?
“A crise passa. O dano acumulado, não.”
1172
Frase sobre oxcarbazepina?
“Boa prima da carbamazepina, mas com menos evidência.”
1173
Frase sobre cetamina em depressão bipolar grave?
“Rápida, eficaz, mas é ponte — não pilar.”
1174
Frase sobre prescrição de estabilizadores?
“Escolha quem cobre a fase atual, mas proteja contra a próxima.”