PQ Flashcards
Existe alguma relação do neurodesenvolvimento com os Transtornos mentais? Dê Exemplos.
Sim, há uma relação direta dos transtornos mentais com as alterações que ocorrem no neurodesenvolvimento.
- Autismo: é uma doença que ocorre por um defeito da poda neural, pois acredita-se que nas crianças com esse transtorno a poda não acontece, de forma que a criança não consegue aprender coisas novas. Além disso, também acredita-se que ela é decorrente por defeitos de migração do empacotamento dos neurônios.
- Depressão: doença da neuroplasticidade, relacionada à formação de novos neurônios e migração pelas demandas internas e externas.
- O ambiente enriquecido para a criança é um fator neuroprotetor importante, pois em ambientes empobrecidos o cérebro é prejudicado por redução do uso das áreas cerebrais, gerando prejuízos orgânicos por falta do uso de circuitos, ocorrendo a pode neural em locais em que ela não deveria acontecer.
- Já foi comprovado, cientificamente, que a doença psiquiátrica ocorre por uma descompensação do circuito pré-frontal-sistema límbico
Que métodos de pesquisa poderiam nos auxiliar na avaliação da relação de anormalidades no neurodesenvolvimento com o desenvolvimento de transtornos mentais?
Neuroimagem in vivo: estudo do cérebro com função, estruturas, neuroimagem molecular.
Cite alguns fatores que podem influenciar positivamente e outros que podem influenciar negativamente o neurodesenvolvimento
Fatores que influenciam negativamente (fatores de risco):
- Eventos estressantes da vida, como quaisquer mudanças no ambiente que normalmente induzem a criança a um alto grau de tensão, como os mal tratos;
- Negligência: quando a criança é privada de algo que ela necessite, quando isto é essencial para o seu desenvolvimento, como alimentação, vestuário, segurança, oportunidade de estudo;
- Violência sexual
Fatores que influenciam positivamente (fatores de proteção):
- Atributos disposicionais da criança, como atividades, autonomia, orientação social positiva, auto-estima e preferências;
- Características familiares, como coesão, afetividade e ausência de discórdia e negligência;
- Fontes de apoio individual ou institucional disponíveis para a criança e a família.
Em relação às doenças mentais: as características genéticas, o ambiente intra-útero e trauma na infância são considerados que tipo de fatores?
São considerados como fatores predisponentes à ocorrência de doenças mentais.
O que são os fatores perpetuantes das doenças mentais? Qual seria a forma de remediá-los?
Os fatores perpetuadores são aqueles que mantém o transtorno depois da sua instalação. Sua identificação e manejo, como por exemplo fazer orientações sobre a importância da aderência ao tratamento, permitem uma melhor recuperação funcional.
Atualmente, o que é considerado como principal causa para os transtornos mentais?
Uma interação entre múltiplas causas de diferentes naturezas, agindo em diferentes momentos da vida.
O que é o modelo biopsicossocial no tratamento das doenças?
O modelo biopsicossocial é um conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso das doenças utilizando-se de fatores biológicos (genéticos, bioquímicos), fatores psicológicos (estado de humor, de personalidade, de comportamento) e fatores sociais (culturais, familiares, socioeconômicos, médicos).
Esse modelo postula uma relação médico-paciente baseada na compreensão global do indivíduo.
Qual é o objetivo do exame do estado mental?
O exame do estado mental é a pesquisa sistemática de sinais e sintomas, de alterações do funcionamento mental, durante a entrevista psiquiátrica. Dessa forma, ele avalia a psicopatologia atual, através da descrição de sinais e sintomas.
Quais são os componentes que fazem parte do exame do estado mental?
Orientação, atenção, memória Curso, forma e conteúdo do pensamento Humor subjetivo e objetivo Aparência e comportamento Juízo crítico
Um paciente com choro fácil, perda de interesse e pensamentos pessimistas tem seu humor descrito como?
Depressivo
O que são os delírios?
É um conjunto de juízos falsos, que para o paciente são verdadeiros. Esses pensamentos não se corrigem em argumentações racionais. Eles podem ser de vários tipos, como: de perseguição, depreciativos, religiosos, sexuais, grandeza, culpa, ruína e hipocondríacos.
Os delírios nem sempre são secundários à alucinações.
Como são chamadas as percepções incorretas de estímulos ambientais reais?
ILUSÕES.
Alucinações: é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são percepções sem um estímulo externo.
Distúrbios sensoriais: são bastante comuns no autismo. O indivíduo tem uma resposta adversa a sons ou texturas específicos; fascínio visual com luzes em movimento; exploração inadequada de objetos.
Ilusão: é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção.
Em que alteração o delirium pode ser classificado?
O delirium é uma alteração quantitativa, relacionado ao rebaixamento do nível de consciência do indivíduo. Dessa forma, ele é considerado como uma alteração da consciência.
De acordo com a OMS, como é melhor definida a saúde mental?
Estado de bem-estar em que cada indivíduo consegue trabalhar produtivamente, contribuir com sua comunidade e lidar com estressores do cotidiano.
Durante a vida, qual a porcentagem dos adultos sofrerá de uma doença mental diagnosticável?
25% da população mundial experimenta algum transtorno mental diagnosticável durante a sua vida.
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6% tem alguma doença psiquiátrica grave que tem impacto a longo prazo em sua vida, sendo que a depressão, o TAB (Transtorno Afetivo Bipolar) e a esquizofrenia são os principais.
Quais são os fatores que fazem parte da avaliação da gravidade de um episódio de depressão?
Risco de suicídio Sintomas psicóticos Impacto funcional Suporte social Tempo de doença
Quais são os aspectos essenciais de plano de tratamento para um episódio depressivo?
Avaliação de fatores precipitantes e mantenedores
Informações sobre diagnóstico e efeitos do tratamento
Escolha da medicação antidepressiva
Avaliação de envolvimento da equipe multiprofissional
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FASE AGUDA DO TRATAMENTO: remissão da sintomatologia, retorno ao padrão de funcionamento social e ocupacional, lidar com questões relacionadas à tolerabilidade, interromper processo de agressão.
FASE DE MANUTENÇÃO: ajudar a dose dos medicamentos com o intuito de manter o status de remissão, gerenciar efeitos adversos, programar intervenções.
Descreva a respeito da eletroconvulsoterapia (ECT)
A ECT é a passagem de uma breve corrente elétrica pelo cérebro para induzir convulsão no SNC. O mecanismo é pouco compreendido, porém se sabe que existe um efeito em receptores GABA e que isso estimula a neurogênese.
É indicada em pacientes com ideação suicida, presença de sintomas psicóticos, depressão muito resistente, catatonia, intolerância a medicamentos ou gestantes.
Cerca de 30% dos pacientes com depressão não respondem ao tratamento. Nessas situações, o que é importante que o clínico reavalie?
- O diagnóstico, pois diversas doenças podem vir acompanhadas de síndromes depressivas. Além disso, na quase totalidade dos casos de falha de tratamento indica a existência de outro quadro clínico subjacente;
- A aderência ao tratamento, pois alguns pacientes podem não acreditar na eficácia do tratamento. Além disso, alguns pacientes podem também não tolerar os efeitos colaterais, que consistem em redução da libido, perda de apetite, náuseas, retardo da ejaculação, insônia, ansiedade/inquietação.
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ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO
- Inicial: avaliação a cada 2-4 semanas para otimização da dose (ou intervalo menor de acordo com a necessidade do paciente);
- A partir da 4ª semana:
» Resposta parcial: continuar 2-4 semanas com o mesmo antidepressivo;
» Ausência de resposta: substituição do antidepressivo.
- A partir da 6ª-8ª semana:
» Resposta parcial: potencialização/combinação;
» Ausência de resposta: substituição do antidepressivo.
- 12 semanas: é o tempo máximo para a intervenção.
Como são classificados os episódios depressivos?
O episódio depressivo pode ser, quanto à intensidade, classificado como: leve, moderado ou grave. Os episódios leves ou moderados podem ser classificados de acordo com a presença ou ausência de sintomas somáticos. Os episódios depressivos graves são subdivididos de acordo com a presença ou ausência de sintomas psicóticos.
Mulher, 32 anos, há 6 meses apresentou episódio depressivo moderado com sintomas de ansiedade. Iniciou tratamento com fluoxetina, porém não tolerou devido a efeitos gastrointestinais. Há 5 meses está em uso de sertralina 200 mg, com melhora completa dos sintomas. Há 2 meses retomou o trabalho e as atividades sociais. Quando questionada, a paciente afirma estar bem, apenas com medo de voltar a ter sintomas se parar a medicação. Paciente não apresenta episódios depressivos anteriores, nega uso de substâncias e doenças clínicas. Qual é a conduta mais adequada nesse momento?
Manter sertralina por pelo menos mais 4 meses, oferecer psicoterapia para prevenção de recaídas.
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TRATAMENTO
- Fase de continuação (até 4-9 meses): o objetivo é consolidar a melhora obtida;
- Manutenção (mínimo de 1 ano): evitar novos episódios. Nessa fase a terapia é o tratamento mais recomendado.
Dê exemplos de transtornos do humor
Episódios de Mania
Distimia
Transtorno Bipolar
Episódio depressivo
O que diferencia o humor deprimido da tristeza normal?
O humor deprimido é caracterizado por ser uma tristeza de longa duração, que causa alterações do sono, perda de interesse e também ansiedade.
Os dois quadros podem ser causados após a ocorrência de um estresse, só que a tristeza é um sentimento momentâneo.