Anato P3 Flashcards
Descreva as estruturas que conseguimos visualizar no RX do tórax
A - Traqueia e brônquios B - pulmões C - coração D - diafragma E - partes moles
Descreva uma Tomografia de tórax, de acordo com os seus níveis
Níveis:
- Alto: ápice dos pulmões, esôfago, traqueia, cabeça do úmero, clavícula, escápula, v. subclávia;
- Médio: pulmões, VCS, aorta ascendente, tronco pulmonar aa. e vv. pulmonares, esôfago, escápula;
- Baixo: pulmões, VCI, coração, aorta descendente, esôfago.
Em todos os níveis, conseguimos visualizar as vértebras e as costelas.
Localize os focos de ausculta no tórax dos pulmões nas paredes anterior e posterior
Parede anterior do tórax:
- Fossa supraclavicular D e E: ausculta-se os ápices dos pulmões;
- Região supramamária D e E (na linha hemiclavicular);
- Região mamária D e E (na linha hemiclavicular);
- Região inframamária D e E;
- Região axilar anterior superior e inferior.
Parede posterior do tórax:
- Região supraescapular;
- Região paravertebral superior, média e inferior;
- Região infraescapular;
- Região axilar posterior superior e inferior.
Projétil: entrada pelo terço médio do esterno e saída pela região interescapular à nível do corpo de T8. Dê as estruturas lesadas de anterior para posterior.
Nessa topografia, as estruturas do mediastino inferior (anterior, médio e posterior), junto com a parede posterior do tórax podem ter sido lesadas. Estratigraficamente, pode lesar: pele, TCS, fáscia peitoral, esterno, fáscia endotorácica, vasos torácicos internos, timo e linfonodos paraesternais, pericárdio fibroso, lâmina parietal do pericárdio seroso, lâmina visceral do pericárdio seroso, coração, lâmina visceral do pericárdio seroso, lâmina parietal do pericárdio seroso, pericárdio fibroso, plexo esofágico, esôfago, aorta descendente torácica, v. ázigo, ducto torácico, fáscia endotorácica, ligamento longitudinal anterior, corpo vertebral, ligamento longitudinal posterior, corpo adiposo extradural, medula espinal, lâmina do arco vertebral, processo espinhoso, ligamento interespinal, ligamento supraespinal, m. trapézio, fáscia muscular, TCS e pele.
Criança de 2 anos engoliu uma moeda. Explique, anatomicamente, o fato de a moeda seguir para a base do pulmão direito.
Sabe-se que o brônquio principal direito é mais largo, curto e verticalizado quando comparado com o brônquio principal esquerdo. Assim, caso uma criança em pé broncoaspire um corpo estranho, há maiores chances desse corpo progredir pelo brônquio principal direito em direção a base do pulmão direito.
Caso de um adulto com pneumonia: descreva o RX AP do tórax e como ele se apresenta nesse caso.
No RX de tórax em AP, observa-se o gradeado costal, a bolha gástrica, as cúpulas direita e esquerda do diafragma, a sombra da coluna vertebral, os contornos do átrio direito, ventrículo direito, ventrículo esquerdo, arco da aorta e aa. pulmonares. Vê-se também as sombras da árvore traquebrônquica, as clavículas, escápulas e, por fim, as regiões do hilo e parênquima pulmonar. Normalmente, o parênquima pulmonar se apresenta relativamente radiotransparente. No caso de uma pneumonia lobar, as regiões radiotransparentes tornam-se radiopacas.
Caso de um adulto com pneumonia: descreva o RX em perfil do tórax e como ele se apresenta nesse caso.
No RX em perfil, conseguimos visualizar com maior detalhe as regiões mediastinais, o coração, a aorta ascendente, o espaço retroesternal, os recessos costodiafragmáticos anteriores e posteriores, a aorta descendente torácica, as aa. pulmonares, a coluna vertebral, o esterno, o m. diafragma, os arcos costais e até mesmo as fissuras pulmonares. Dessa forma, é possível diferenciar qual lobo pode estar acometido pela pneumonia lobar com maior precisão e se há ou não a presença de líquido nos recessos costodiafragmáticos.
Defina o conceito de segmento broncopulmonar
O segmento broncopulmonar é a unidade anatomocirúrgica dos pulmões que apresenta separação por tecido conjuntivo, são supridos independentemente por um brônquio segmentar e um ramo arterial pulmonar, são drenados por partes interssegmentares de vv. pulmonares que se situam no tecido conjuntivo adjacente e, por fim, são cirurgicamente ressecáveis.
Cite os segmentos do lobo superior do pulmão esquerdo.
- Segmento apicoposterior do lobo superior do pulmão esquerdo;
- Segmento anterior do lobo superior do pulmão esquerdo;
- Segmento lingular superior do lobo superior do pulmão esquerdo;
- Segmento lingular inferior do lobo superior do pulmão esquerdo.
Cite os segmentos broncopulmonares do lobo superior do pulmão direito.
- Segmento apical do lobo superior do pulmão esquerdo;
- Segmento posterior do lobo superior do pulmão esquerdo;
- Segmento anterior do lobo superior do pulmão esquerdo
Cite os segmentos broncopulmonares dos pulmões esquerdo e direito
PULMÃO ESQUERDO
- Lobo superior (4): apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior;
- Lobo inferior (4): superior, basilar anteromedial, basilar lateral e basilar posterior.
PULMÃO DIREITO
- Lobo superior (3): apical, posterior e anterior;
- Lobo médio (2): lateral e medial;
- Lobo inferior (5): superior, basilar medial, basilar anterior, basilar lateral e basilar posterior
Descreva os recessos pleurais
Os recessos pleurais são espaços pleurais, em que a pleura parietal está mais afastada da pleura visceral. Esses espaços são importantes, por estarem comumente associados ao acúmulo de líquidos no tórax. Existem dois tipos de recessos pleurais:
- Recessos costomediastinais: formado pelo encontro da pleura parietal costal com a pleura mediastinal;
- Recessos costodiafragmáticos: formado pelo encontro da pleura parietal costal com a pleura parietal diafragmática
Quadro de tumor de mediastino com paciente apresentando epífora (gotejamento contínuo da lágrima), enoftalmia, etc. Explique, anatomicamente, o por quê o paciente apresentou sintomas da Síndrome de Claude-Bernard-Horner nesse caso.
Provavelmente houve essa sintomatologia, porque o tumor em questão deve ter comprimido os gânglios simpáticos torácicos ligados à feixes responsáveis pela inervação simpática da face.
*Síndrome de Claude-Bernard-Horner: é decorrente de uma interrupção do trajeto dos nervos de um lado do cérebro até o rosto e os olhos.
Qual o lobo pulmonar mais acometido pelo tumor de Pancoast e suas repercussões anatomoclínicas?
O tumor de Pancoast é um tumor de ápice pulmonar, ou seja, um tipo de câncer que atinge o ápice dos lobos pulmonares superiores. Em geral, é mais comum no ápice do pulmão direito e é um dos responsáveis pela síndrome de Claude-Bernard-Horner. Nesse caso, o tumor cresce a ponto de comprimir o gânglio estrelado da cadeia cervical simpática, levando à miose, ptose palpebral, anidrose, hiperemia da hemiface atingida. Além disso, pode comprimir outras estruturas adjacentes, como: plexo braquial, n. laríngeo recorrente, vasos subclávios, n. frênico e n. vago, levando a outras repercussões sintomatológicas.
Punção pleural: qual o local mais apropriado para realizá-la?
A toracocentese normalmente é realizada no 9º EIC, na linha axilar média durante a expiração, a fim de se evitar a margem inferior do pulmão. A agulha é angulada para cima para evitar transfixação do recesso costodiafragmático. Vale ressaltar que a agulha é introduzida superiormente a costela para evitar o feixe vasculonervoso intercostal.
Descreva a drenagem linfática do pulmão.
Os plexos linfáticos pulmonares superficial e profundo se comunicam livremente entre si e drenam em última análise para os linfonodos broncopulmonares no hilo do pulmão. O plexo linfático profundo, que drena linfa dos brônquios e tecidos peribrônquicos, drena, primeiramente, para linfonodos intrapulmonares e, em seguida, para os linfonodos broncopulmonares. A partir daí, toda a linfa é drenada para os linfonodos traqueobrônquicos superiores e inferiores e segue para os troncos linfáticos broncomediastinais que vão convergir ao ducto torácico à esquerda e ao ducto linfático à direita. Vale lembrar que o lobo superior do pulmão esquerdo drena para os linfonodos broncopulmonares, linfonodos do arco da aorta e só depois para os linfonodos traqueobrônquicos superiores no lado esquerdo. O lobo inferior esquerdo também drena para os linfonodos intrapulmonares e broncopulmonares, e para os linfonodos traqueobronquiais inferiores, mas depois principalmente para os linfonodos traqueobronquiais superiores direitos, de onde a linfa segue a mesma direção que a linfa do pulmão direito.
Quais são os ramos da aorta descendente torácica? Por que a traqueia necrosa em pacientes que fazem cirurgia para retirada do pulmão?
A aorta descendente torácica apresenta os seguintes ramos: Aa. brônquicas, Aa. esofágicas, Aa. intercostais posteriores, Aa. frênicas superiores, Aa. subcostais, Ramos pericárdicos e ramos mediastinais.
A traqueia necrosa após a retirada do pulmão, porque o suprimento arterial dos brônquios principais e da porção mais distal da traqueia provém das aa. brônquicas. Uma vez retiradas, a irrigação dessa região será deficitária, levando à necrose local.
Dê o conteúdo do mediastino posterior
A parte posterior do mediastino inferior (posterior) contém a aorta descendente torácica, o ducto torácico e os troncos linfáticos, os linfonodos mediastinais posteriores, as vv. ázigo e hemiázigo, o esôfago e o plexo venoso esofágico. Há também os troncos simpáticos torácicos e os nervos esplâncnicos torácicos.
Dê o conteúdo do mediastino superior. Quais são os parâmetros anatômicos para a divisão dos mediastinos?
O mediastino superior possui o timo, os grandes vasos (vv. braquiocefálicas, VCS, arco da aorta e seus ramos. os nn. vagos, laríngeo recorrente esquerdo, nn. frênicos, parte torácica do esôfago, traqueia, plexo nervoso esofágico, gânglios simpáticos torácicos superiores, ducto torácico e linfático direito, entre outros. A divisão do mediastino superior e inferior é feita por uma linha imaginária que liga o ângulo esternal ao disco IV entre T4 e T5.
O mediastino inferior ainda é subdividido em anterior, médio e posterior pelas margens cardíacas anterior e posterior.
Descreva sobre o mediastino
É um compartimento central da cavidade torácica, coberto de cada lado pela pleura mediastinal, que contém todas as vísceras e estruturas torácicas, com exceção dos pulmões.
Estende-se súpero-inferiormente da abertura superior do tórax (1ªs costelas) até o diafragma e, ântero-posteriormente, do esterno e das cartilagens costais até os corpos das vértebras torácicas.
A divisão do mediastino em superior e inferior é feita pelo plano transverso do tórax, uma linha imaginária horizontal que inclui o ângulo do esterno e as vértebras T4 e T5.
- Mediastino superior: timo, vv. braquiocefálicas, VCS, arco da aorta e seus ramos (tronco braquiocefálico, a. carótida comum E e a. subclávia E), n. laríngeo recorrente E, frênico e vaso, esôfago, traqueia, ducto torácico e troncos linfáticos.
- Mediastino inferior: é subdividido pelo pericárdio
— Anterior: timo, gordura retroesternal, vasos torácicos internos, linfonodos e vasos linfáticos;
— Médio: coração e pericárdio;
— Posterior: traqueia e brônquios principais, esôfago, aorta torácica, vv. Ázigo e hemiázigo, troncos simpáticos, ducto torácico e troncos linfáticos, gordura.
Resumo do tórax
- Limites: gradil costal; coluna torácica; 1ª costela; diafragma
- Pulmão: termina na altura da 7ª costela ou de T10;
- Toracocentese: é feita posteriormente, no 10-11º espaço intercostal (recesso costodiafragmático posterior);
- Gânglio estrelado (cervicotorácico): Síndrome de Claude-Bernard-Horner - ptose, miose, enoftalmia, epífora;
- Seio transverso: ao colocar o dedo, anteriorizam-se a aorta e as aa. pulmonares
- Área de Sauer-Murdock: é a projeção do coração na parte posterior do tórax, situado entre as escápulas;
- Seio transverso: ao colocar o dedo, as Aa. pulmonares a aorta são anteriorizadas;
- Seio oblíquo: ao levantar o ápice do coração, introduz o dedo nele e encontram-se as Vv. pulmonares;
- Área de Ziedler (projeção anterior do coração): 2º EIC, linha paraesternal D, ictus cordis;
- Sistema ázigo: recebe as Vv. intercostais posteriores, faz a circulação colateral da VCS e da VCI;
- Diafragma: inervado pelo N. frênico e Nn. intercostais; irrigado pelas Aa. frênicas superiores e inferiores, intercostais posteriores, torácica interna e musculofrênica. De T4-T5 (expiração) até T12 (inspiração).
- Acidente por desaceleração: rompimento do ligamento arterial > sangramento > compressão do N. laríngeo recorrente > alteração da voz/morte.
Anatomia do pericárdio e suas relações anatômicas
O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de seus grandes vasos. Trata-se de um saco fechado formado por duas camadas: a camada externa e mais resistente, o pericárdio fibroso e a camada mais interna, o pericárdio seroso, que é subdividido em dois: a lâmina parietal, brilhante e que constitui a parte interna do pericárdio fibroso e a lâmina visceral, que recobre diretamente o coração. O pericárdio seroso é composto principalmente por mesotélio, uma única camada de células achatadas que formam um epitélio de revestimento da face interna do pericárdio fibroso e da face externa do coração.
Descreva a cadeia simpática torácica
O tronco simpático é a principal formação anatômica do sistema simpático, formado por uma cadeia de gânglios unidos por ramos interganglionares. Na porção torácica do tronco simpático, o número de gânglios varia entre 10 e 12.
Nessa cavidade, existem três plexos: cardíaco, pulmonar e esofágico, cujas fibras simpáticas se originam nos três gânglios cervicais e nos seis primeiros gânglios torácicos. Já as fibras parassimpáticas se originam do nervo vago.
- Plexo cardíaco: a inervação simpática provém das fibras pré ganglionares, com corpos celulares nas colunas intermédiolaterais (IML) dos cinco ou seis segmentos torácicos superiores da medula espinal, e das fibras simpáticas pós-ganglionares, com corpos celulares nos gânglios paravertebrais cervicais e torácicos superiores dos troncos simpáticos. No plexo cardíaco, a estimulação simpática aumenta a FC, a condução do impulso, a força de contração e, ao mesmo tempo, o fluxo sanguíneo pelos vasos coronários para garantir o aumento da atividade.
- Plexo pulmonar: as fibras simpáticas são pós-ganglionares, com os corpos celulares situados nos gânglios simpáticos paravertebrais dos troncos simpáticos. Elas são inibitórias para o m. brônquico (broncodilatadoras), motoras para os vasos pulmonares (vasoconstritoras) e inibitórias para as glândulas alveolares da árvore bronquial.
- Plexo esofágico: o tronco simpático é formado pelos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maiores, que conduzem as fibras pré-ganglionares para a cavidade abdominopélvica e pelos plexos periarteriais, ao redor das artérias gástrica esquerda e frênica inferior.
Localize os focos de ausculta no tórax do coração nas paredes anterior e posterior
Parede anterior do tórax:
- Foco mitral: localiza-se na linha hemiclavicular esquerda no 5º EIC;
- Foco tricúspide: localiza-se na região do processo xifóide;
Foco pulmonar: localiza-se à esquerda no ângulo do esterno (ângulo de Louis) na linha paraesternal em nível do 2º EIC;
Foco aórtico: localiza-se à direita no ângulo do esterno na linha paraesternal em nível do 2º EIC;
- Foco aórtico acessório: localiza-se entre o foco pulmonar e o foco tricúspide.
Parede posterior do tórax: não se ausculta o coração pela parede posterior devido à presença dos pulmões, à aorta, ao esôfago e outras estruturas que estão interpostas. Mas vale ressaltar que entre as escápulas há a área de Sauer-Murdock, a qual evidencia a projeção cardíaca na parede posterior do tórax.
Cite ramos das aa. coronárias E e D e locais de anastomoses entre ambas
Artéria coronária E:
- Ramo circunflexo: emite ramos como a A. marginal esquerda e o ramo posterior do ventrículo esquerdo;
- Ramo interventricular anterior: emite ramos como a A. lateral (“diagonal”) e septais para suprir os 2/3 anteriores do septo interventricular.
Artéria coronária D:
- Ramo atrial: ramos do nó sinoatrial, cone arterial, nó atrioventricular;
- Ramo marginal direito;
- Ramo interventricular posterior: emite ramos septais para o 1/3 posterior do septointerventricular.
As anastomoses entre as Aa. coronárias D e E podem ocorrer pelos ramos interventriculares posterior e anterior no ápice do coração; pelos ramos septais anteriores e posteriores no septo interventricular; pela A. circunflexa e A. coronária D na parede posterior do ventrículo E; pelas Aa. marginais E e D também no ápice do coração; e entre as próprias Aa. coronárias D e E no sulco coronário.
Paciente com infarto de tronco de coronária direita. Explique o porquê de o paciente apresentar muita arritmia no período pós-IAM.
Sabe-se que, anatomicamente, em cerca de 60% da população, o ramo arterial do nó sinoatrial provém da A. coronária direita (dominância direita). Além disso, o ramo arterial do nó atrioventricular também provém dessa artéria na maioria dos casos. Assim, caso a passagem de sangue seja bloqueada anteriormente à saída desses vasos, o paciente sofrerá de crises de arritmia, pois os locais chave do complexo estimulante do coração estarão em hipóxia.
Sistema de condução do coração
Nó sinoatrial (ramos superior, médio e inferior) > Nó atrioventricular > Feixe de His (ramos direito e esquerdo) > Fibras de Purkinje
Descreva o sistema de condução cardíaco
A condução elétrica do coração se inicia no nó sinoatrial, localizado anatomicamente na transição entre a V. cava superior e a parede do átrio direito. O nó sinoatrial funciona como um marcapasso natural do coração e emite, via condução miogênica, impulsos nervosos pela parede do átrio direito em direção ao nó atrioventricular.
O nó atrioventricular está localizado na região do esqueleto fibroso do coração, próximo à parte membranácea do septo interventricular. Dele emergem fibras nervosas que se dividem em dois fascículos atrioventriculares (feixes de His) que migram em direção ao ápice cardíaco em cada ventrículo. O feixe esquerdo perfura o septo membranáceo e percorre pelo ventrículo esquerdo, enquanto o feixe direito corre pelo ventrículo direito. Uma vez no ápice, esses feixes se ramificam para inervar o miocárdio de cada ventrículo (fibras de Purkinje).
Descreva a irrigação do sistema de condução cardíaco
O nó sinoatrial é irrigado geralmente (em 60% dos casos) pela A. coronária direita (ACD) através da A. do nó sinoatrial. O nó atrioventricular, por sua vez, é suprido pela A. do nó atrioventricular, geralmente o primeiro ramo septal da A. interventricular posterior. Em casos de dominância direita, é a A. coronária direita, em última análise, que envia sangue para esse nó. Os fascículos atrioventriculares, por sua vez, são irrigados pelos ramos septais tanto da ACD quanto da ACE.
Descreva diferenças entre predominância e preponderância do sistema de irrigação cardíaco
O termo predominância se refere a qual artéria coronária é responsável pela formação do ramo interventricular posterior. Em 67% dos casos, há dominância direita, ou seja, é a ACD responsável por irrigar o ramo interventricular posterior. Entretanto, pode ocorrer casos em que a ACE realiza essa função ou até mesmo casos de codominância arterial.
No caso do termo preponderância, está se avaliando qual das artérias coronárias apresenta maior aporte sanguíneo num mesmo período de tempo. Nesse caso, a ACE é preponderante, pois é mais calibrosa que a ACD.
Descreva os planos atravessados e possíveis estruturas lesadas para realização da massagem cardíaca interna.
A massagem cardíaca interna é realizada com a mão do cirurgião alocada no seio oblíquo do pericárdio. Logo, para se chegar nesse espaço atravessa-se basicamente: Pele, TCS, fáscia peitoral, esterno, fáscia endotorácica, pericárdio fibroso e lâmina parietal do pericárdio seroso. Pode-se lesar, nesse procedimento, os vasos torácicos internos, os feixes vasculonervosos intercostais anteriores, os vasos pericardiofrênicos e os Nn. frênicos, por exemplo. Vale lembrar que a incisão no pericárdio fibroso é oblíqua da base para o ápice cardíaco justamente para evitar lesão dos Nn. frênicos..
Drenagem linfática do coração
Os vasos linfáticos no miocárdio e no tecido conectivo subendocárdico seguem até o plexo linfático subepicárdico. Os vasos desse plexo seguem até o sulco coronário e acompanham as Aa. coronárias. Um único vaso linfático, formado pela união de vários vasos linfáticos provenientes do coração, ascende entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo e termina no linfonodos traqueobronquiais inferiores, geralmente no lado direito.
RESUMO
Miocárdicos > Subendocárdicos > Subepicárdicos > Paratraqueais > Ducto torácico/Ducto linfático D.
Rede linfática profunda > Rede linfática superficial > Linfonodos traqueobronquiais > Linfonodos mediastínicos craniais.
Descreva a respeito do esôfago
- Camadas: longitudinal externa e circular interna;
- Constrições: faringoesofágica, broncoaórtica e diafragmática;
- Proximidade com: N. vago, N. laríngeo recorrente, brônquio principal D e aorta;
- Linha Z de Zenker: transição da mucosa esôfago-estômago;
- Esôfago de Barret: modificação pré-maligna da mucosa, na área de transição.
Irrigação e drenagem do esôfago
- Irrigação:
» Parte cervical: ramos esofágicos, geralmente derivados da A. tireóidea inferior ou ramos direto
derivados do tronco tireocervical ou A. carótida comum;
» Parte torácica: Ramos esofágicos derivados da parte torácica da aorta;
» Parte abdominal: ramos esofágicos, derivados da A. gástrica esquerda. - Drenagem venosa:
» Parte cervical: veias esofágicas, com drenagem para a V. tireóidea inferior ou para a V. braquiocefálica esquerda;
» Parte torácica: Veias esofágicas, com drenagem à esquerda, acima, para a V. hemiázigo acessória ou para a V. braquiocefálica esquerda; à esquerda, abaixo, para a Veia hemiázigo; à direita para a V. ázigo;
» Parte abdominal: veias esofágicas com drenagem para a V. gástrica esquerda. - Drenagem linfática:
» Parte cervical: conduz a linfa no sentido cranial principalmente para os linfonodos cervicais profundos e daí para o tronco jugular;
» Parte torácica: tem dois sentidos de drenagem:
»> Cranial para os troncos bronco mediastinais (metade superior);
»> Caudal: em parte através dos Ll. frênicos superiores também para os troncos broncomediastinais (metade inferior). Uma parte menor, pode através de finos vasos linfáticos, atingir o abdome superior por via transdiafragmática (através do hiato esofágico) e estabelecer conexão com a parte abdominal do esôfago;
» Parte abdominal: assim como o estômago, tem conexão com os Ll. celíacos. Durante um refluxo da corrente nesses linfonodos esofágicos inferiores (alteração da posição do corpo e da pressão nas cavidades - respiração, pressão abdominal - pode provocar distúrbios no sentido do fluxo linfático em questão.
Relações do esôfago
Esôfago cervical:
- Tem início em C6, é anterior à traquéia e posterior a coluna vertebral
- Lateralmente: nervos vago D e E, Aa. carótidas comuns D e E
Esôfago torácico:
- Tem início em T2, a altura de T5 - curvatura da aorta e bifurcação da traquéia;
- Desce ao longo do mediastino posterior, onde a aorta, após sua curvatura, se torna posterior ao esôfago à altura de T9
Esôfago abdominal:
- Atravessa o hiato esofágico (M. diafragma) na altura de T10;
- Termina no óstio cardíaco do estômago na altura de T1.
Mecanismos anti-refluxo (esfíncter esofagiano inferior - fisiológico)
- Pressão abdominal elevada;
- Plexo venoso que ingurgita e colaba a luz ao comermos;
- Ângulo de Hiss;
- Membrana frenoesofagiana: comunica as fáscias endotorácicas e prende o esôfago;
- Clearance (peristalse).
Mecanismos para impedir o refluxo gastro-esofágico
- Pressão abdominal positiva: tendência das paredes do esôfago de ficarem colabadas;
- Ângulo de Hiss (angulação entre esôfago e estômago);
- Plexo venoso submucoso ingurgita após alimentação, dificultando a volta do alimento;
- Membrana freno-esofágica;
- Movimentos peristálticos: contração muscular que leva o conteúdo em direção ao estômago.