Pós-Operatório Flashcards
REMIT
Causa complicações comuns no pós-op, na tentativa de disponibilizar água e glicose ao organismo. Se dá na primeira fase (adrenérgica-corticoide, 5-8 dias) do pós-op.
Anabolismo
Mediado pela insulina, cursa com glicogênese. Está presente na segunda fase do pós-op (anabólica precoce) e na terceira (anabólica tardia, com balanço nitrogenado positivo).
Catabolismo
Mediado pelos contrainsulínicos, cursa com glicogenólise e gliconeogênese. Em seguida, é consumido o tecido muscular (glutamina e alanina, ciclo de Felig»_space; pode diminuir o drive respiratório e aumentar o risco de infecção) e então o adiposo (glicerol e ácidos graxos, corpos cetônicos).
*no sítio do trauma, lactato – ciclo de cori – glicose.
Como impedir o catabolismo? 400kcal/dia»_space; 100g glicose»_space; 2L de soro glicosado 5%
Quais os hormônios contrainsulínicos envolvidos na REMIT e o que causam?
- Cortisol: regula ação das catecolaminas, causa leucocitose e eosinopenia
- Catecolaminas: preserva perfusão = vasoconstrição + aumento da FC; lipólise (com GH, risco de microembolias gordurosas) e íleo adinâmico.
- ADH: oligúria funcional (reabsorção em TCD ou coletores) + vasoconstrição esplâncnica
- Aldosterona: retém sódio, excreta H e K, causando alcalose.
- Glucagon: hiperglicemia
No REMIT, febre e hipertermia são causados pelo que?
Pela incisão cirúrgica, mediados por TNF-alfa dos macrófagos (anorexia) e IL-1 (hipertermia). Bloqueio do neuroeixo inibe aferências.
Quais os dois tecidos adultos que regeneram?
Osso e parênquima hepático.
Quais os tipos de fechamento de uma ferida?
Primário, secundário (contaminação e contração) e terciário (primário tardio).
Quais as fases da cicatrização?
Reativa, regenera, remodela. Podem aparecer ao mesmo tempo. Vasodilatação > PMN > angiogênese > fibroblastos > colágeno.
Na fase inflamatória da cicatrização, qual célula altera a permeabilidade?
Mastócitos liberam histamina e serotonina para vasodilatação
Na fase inflamatória da cicatrização vários fatores promovem aderência e quimiotaxia de qual célula?
Neutrófilos (PMN), que predominam no sítio enquanto houver estímulo da infecção não resolvida, inclusive quando a ferida complica. Após vem os mononucleares.
Na fase inflamatória da cicatrização qual é a célula essencial?
Macrófago, que coordena a resposta imune por citocinas, principalmente TNF-alfa e IL-1 (lembra da REMIT?)
O que caracteriza a fase proliferativa da cicatrização?
Angioplastia + fibroplasia + epitelização. Tecido de granulação, composto de ác hialurônico, colágeno frouxo, leito capilar, (mio)fibroblasto (este importantíssimo para a maturação), fibronectina e macrófagos.
Cite as citocinas pró-inflamatórias e descreva cada uma com uma única palavra
TNF-alfa (Citotoxicidade), IL-1 (colágeno), IL-2 (fibroblastos), IL-6 (PCR), IL-8 (queratinócitos), IFN-gama (colagenase).
Quais os 2 tipos de colágenos mais importantes para cicatrização?
III, presente na fase inicial e nos bebês e I, presente em 80% do corpo adulto e na cicatriz matura. São formados por hidroxiprolina (prolina hidrolisada com ác ascórbico) e hidroxilisina
Como se dá a epitelização?
Horas após a lesão, forma-se um coágulo e se recrutam queratinócitos.
quais são os fatores menos óbvios que inibem a cicatrização?
vit C e A
Zn e Fe
doxorrubicina e glicocorticoide
diferencie cicatriz hipertrófica de quelóide
queloide não respeita os bordos da lesão, aparece depois de 3 meses, não regride, do pescoço pra cima, colágeno anárquico. tratar com injeção intralesional de corticoide ou compressão com curativo de silicone
cicatriz hipertrófica respeita os bordos, aparece após 4 semanas, pode regredir, em regiões de tensão, colágeno chato
o que é úlcera de Marjolin?
carcinoma espinocelular sobre ferida crônica não cicatrizante, comum em grandes queimados.
seroma
complicação benigna em espaço morto do subcutâneo, prevenida com drenos de sucção e tratada com aspiração asséptica e compressão
hematoma
massa expansiva em sítio cirúrgico causando compressão, também apresenta risco de infecção secundária e está associado a coagulopatias.
deiscência de suturas
até o 20º dia pós-op
suspeita de drenagem salmão súbita da FO, com risco de evisceração abdominal. pouca dor, baixo risco de choque.
pontos de retenção captonados, fechamento com telas absorvíveis e PORTOVAC
infecção de sítio cirúrgico
incisionais superficiais (pele e sc) ou profundas (fáscia e músculo), relacionadas ao espaço orgânico
0-30 dias ou até 1 ano se corpo estranho
s. aureus ou coagulase negativos se limpa
enterococos ou e. coli se contaminada ou suja
abre, limpa, lava e fecha
tricotomia AUMENTA risco por microcortes
TRATAMENTO com ATB somente se celulite
MCR - micobactéria de crescimento rápido
colonizam aparelho cirúrgico
resistentes à esterilização química do material com agentes líquidos
associados à cirurgia videoendoscópica, plástica e outros procedimentos transcutâneos (limpos) que podem complicar com seromas
forma granuloma e abscesso (insidioso)
dx por BAAR
tto excisão da lesão e ATB com claritromicina, etambutol e terizidona
A febre no pós-op não indica necessariamente infecção de FO, principalmente nas primeiras 72h. Quais são suas outras possíveis causas?
atelectasia
ITU, IVA, infec intestinal por clostridium, febre por ATB, TVP
Deiscência de anastomose gastrointestinal pode ocorrer por diversos fatores físicos óbvios (falha técnica, pressão elevada, isquemia), além da questão cicatricial per se. Contudo, há locais de alto risco para tal complicação. Quais são?
esofagianas (falta de serosa), pancreáticas (friabilidade), colônicas (risco de infecção)
A deiscência de anastomoses cirúrgicas pode variar de acordo com a drenagem da anastomose: livre para cavidade, tamponada pelo omento ou fistulizada. Em caso de fístula, quais os fatores desfavoráveis para o fechamento da fístula e qual o tratamento adequado?
fatores de risco: trajeto curto (< 2cm) e epitelizado, fístula terminal, origem em duodeno lateral, estômago e íleo.
tto: dieta zero (nutrição parenteral precoce) + IBP + volume, correção de distúrbio hidroeletrolítico + ATB
- se fatores desfavoráveis e quadro grave, fistulectomia urgente!
contraindicação à nutrição enteral
íleo paralítico, isquemia GI, vômitos biliosos ou persistentes, fístula intestinal de alto débito (> 500mL/d), obstrução mecânica
há risco de HIPERGLICEMIA, trombose e infecção relacionada ao cateter, e distúrbio hidroeletrolítico.