Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica Flashcards
A partir de quanto tempo de ventilação mecânica eu posso pensar em PAV?
48h-72h após intubação orotraqueal ou, 24h após extubação
Após período estável ou melhora dos parâmetros de VM por 2 dias (PEEP ou FiO2), que características na evolução do doente sugerem complicação associada a ventilação mecânica (CAV)? (2)
Ao menos 1:
- FiO2 miníma diária pelo menos 0.2 e assim permanece ou pior por 2 ou mais dias;
- PEEP mínimo diário aumenta pelo menos 3 cmH2O e assim permanece ou aumenta por 2 ou mais dias
Quais 2 condições, se o doente apresentar, eu devo levantar a hipótese de uma infecção relacionada a CAV (ICAV)?
- Tax > 38ºC ou <36ºC ou leucocitos maior ou igual a 12.000/mm³ ou MENOR OU IGUAL a 4.000/mm³
- Início de novo ATB, sendo continuado por 4 dias ou mais
ICAV se diferencia em PAV POSSÍVEL E PAV PROVÁVEL, distingua as 2
PAV possível
- Secreção respiratória purulenta EM MAIS DE 1 aspiração ou
- Cultura positiva em aspirado traqueal, LBA, biópsia ou escovado protegido
PAV provável
- Secreção respiratória purulenta (em mais de uma aspiração) + um dos seguintes:
a. Escovado protegido com 10³ ou mais ufc/mL
b. LBA com 10^4 ou mais ufc/mL
c. Aspirado traqueal com 10^5 ou mais ufc/mL
ou
- Cultura positiva de liquido pleural, bx pulmonar compatível, teste urinário de Legionella sp positivo, ou teste positivo em secreção respiratória para vírus (influenza, VSR, adenovírus, parainfluenza…)
Critérios clínicos para PAV (IDSA/ATS - 2016)
Obrigatório: Novo infiltrado ou infiltrado com piora progressiva ao Raio-X
+ (ao menos 2 critérios)
1 - Tax > 38ªC ou < 36ªC
2 - Leuco > 12.000 ou <4.000
3- Secreção respiratória purulenta
O que é o CIPS?
Escore Clínico MAIS USADO para o dx de PAV;
Cut-off MAIOR OU IGUAL A 6 pontos;
Sensibilidade de 65% e especificidade de 64% (muitos falso-positivos) - porém é a melhor ferramenta para o dx de PAV
Como ´é o CIPS??
Critério (0-1-2 pts) - maior ou igual a 6 é o cut-off dx - avalia 6 domínios: secreção traqueal, infiltrado, Tax, leuco, P/F e microbiologia:
Secreção Traqueal
- Ausente
- Não purulenta
- Purulenta
Infiltrado no Rx de tórax
- Não
- Difuso
- Localizado
Tax
0 36.5-38.4
1. 38.5-38.9
2. 39 ou MAIS ou 36 ou MENOS
Leuco
- 4.000-11.000
- Menos de 4.000 ou MAIS QUE 11.000
- 4.000 OU MENOS OU 11.000 OU MAIS E MAIS DE 500 CÉLULAS IMATURAS
Microbiologia
- Negativa
- Ausente
- Positiva (patógeno compatível)
P/F
- > 240 ou SDRA
- MENOR OU IGUAL A 240 E SEM SDRA
Na suspeita de nova infecção, o que também devemos sempre considerar?
- Buscar OUTROS FOCOS infecciosos;
2. Infiltrado pulmonar pode ser secundário a SIRS ou sepse de foco NÃO-PULMONAR.
Diagnóstico Microbiológico - considerações importantes (3)
- Patógeno isolado - se isolado - COMPATÍVEL com ITR inferior;
- Cultura de liquido pleural (se presente) e hemoculturas também são aceitos
- O diagnóstico depende da quantidade de UFC que cresceu por diferentes métodos:
a. Aspirado traqueal maior ou igual a 10^6;
b. LBA e mini-lavado maior ou igual a 10^4;
c. Escovado protegido maior ou igual a 10³
d. Cultura semiquantitativa maior ou igual a 3+
Métodos invasivos (3) e métodos não invasivos (1) para obtenção de material do TR inferior? E o método de escolha?
Invasivos:
- LBA
- Escovado protegido (PSB);
- Minilavado broncoalveolar (mini-LAB)
Não-invasivos
1. Aspirado traqueal (segundo o IDSA, 2016, deve ser o método preferido - melhor custo/benefício - porém não é tão bom quanto o LBA)
Etiologia (mais comuns)
- Pseudomonas aeruginosas
- Staphylococcus aureus;
- Enterobaacterias;
- BGN não-fermentadores não-pseudomonas
a. Acinetobacter
b. Stenotrophomonas
c. Burkholderia
Após quantas a horas a flora é da orofaringe é substituída? E quais fatores de risco interferem nisso?
24h.
• Especialmente em doentes com muitas comorbidades;
A flora de S. viridas, Haemophilus e anaerobios é substituída por S. aureus e BGN.
Pacientes previamente higidos podem demorar DIAS APÓS O INÍCIO DE AVM para ter mudança significativa de flora;
Fatores de Risco para micro-organismos nosocomiais
- Comorbidades prévias
- Uso de ATB prévio - especialmente betalactâmicos;
- Corticoides
Fatores de risco para Staphylococcus aureus
No Brasil >33% dos casos de PAV são devido ao S. aureus. (Variação entre serviços de 40 à 80%).
- TCE
- Injúria cerebral aguda;
- Insuficiência renal;
- Drogas IV
- Síndrome gripal recente
- HIV+
- Uso crônico de corticoesteroides
O IDSA/ATS 2016 RECOMENDA COBERTURA SE O PERFIL DE OCORRENCIA NA UNIDADE FOR >10-20% DOS S. AUREUS ISOLADOS FOREM MRSA, OU A PREVALÊNCIA SEJA DESCONHECIDA.
Fatores de risco para Pseudomonas
- Doença pulmonar crônica prévia
- VMI por mais de 5 dias
- Uso de corticoesteroides
- Uso de antibiótico recente
Anaerobios
- Cirurgia abdominal alta recente;
- Dentes mal-conservados;
- Corpo estranho em VA
Fungos
a. Candidas
b. Aspergillus
- Uso de corticoesteroide sistêmico
2. Doença pulmonar crônica
Vírus
- Paciente sem dx etiológico bacteriano
a. Herpes
b. Metapneumovírus
Fatores de risco para multirresistência a drogas na PAV
- Emprego de ATB nos últimos 90 dias;
- Hospitalização por mais de 5 dias;
- Presença de choque séptico por conta de PAV no momento do diagnóstico
- Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) - precedendo a PAV
- TSR precedendo o início da PAV