PED03 - Imunizações e Síndromes Urinárias Flashcards

1
Q

O que é imunidade inata e imunidade adquirida?

A
  • Imunidade inata: barreiras, sistema complemento e fagócitos.
  • Imunidade adquirida: anticorpos e células de memória.
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2
Q

O que é imunidade ativa e imunidade passiva?

A
  • Ativa (antígeno):
    > Natural: infecção.
    > Artificial: vacina.
  • Passiva (anticorpo):
    > Natural: anticorpos maternos.
    > Artificial: imunoglobulina (base humana) ou soro (base de outro animal, é mais imunogênica e mais barata, mas tem mais efeitos colaterais).
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3
Q

O que são vacinas vivas?

A
  • Microrganismos atenuados.
  • Autoreplicativos, semelhantes a infecção natural.
  • Administrados por via intradérmica, oral ou subcutânea (tentam simular via de infecção do microrganismo nativo).
  • Podem causar doença.
  • Sofrem interferência de anticorpos (diminuem a autoreplicação que é essencial para a imunização).
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4
Q

Qual a conduta frente ao uso de imunoglobulina ou hemoderivado próximo a vacinação com vacinas vivas?

A
  • Adiar vacinação se uso recente de IG ou hemoderivado.
  • Revacinar se IG/hemoderivado feitos até 2 semanas após a vacinação.
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5
Q

O que são vacinas não vivas?

A
  • Diversas constituições (microrganismos inativos, fragmentados, produtos tóxicos inativos).
  • Podem contes adjuvante (maior estimulação do sistema imune).
  • Administradas por via intramuscular.
  • Podem ser glicoconjugados.
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6
Q

O que são vacinas glicoconjugadas? Quais são elas?

A

São vacinas não vivas compostas por um sacarídeo e uma proteína, servem para imunizar crianças com menos de 2 anos contra patógenos com parede celular de polissacarídeos, a fim de promover uma resposta imune T dependente mais eficaz. São elas:
- Pneumo 10.
- Meningo C e ACWY.
- Haemophilus tipo B.

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7
Q

Qual o intervalo ideal entre as vacinações? Existe intervalo máximo?

A
  • Vacinas diferente: podem ser simultâneas, tendo duas exceções em MENORES DE 2 ANOS:
    > Febre amarela e tríplice viral.
    > Febre amarela e tetraviral.
    Nessas devemos esperar um intervalo mínimo de 30 dias de espaçamento entre uma e outra vacina.
  • Mesma vacina: seguir PNI, mas NÃO há intervalo máximo.

*Só revacina em casos de transplante de medula óssea ou não comprovação da vacinação, por exemplo.

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8
Q

Quais são as contraindicações da vacinação?

A
  • TODAS as vacinas:
    > Anafilaxia em dose prévia ou a componente.
  • Vacinas vivas:
    > Gravidas.
    > Imunodeprimidos.

*Mulheres em idade fértil após tomarem uma vacina viva devem esperar no mínimo 30 dias para engravidar.

**Na classe de imunodeprimidos entra imunodepressão por doença (ex.: AIDS, imunodeficiências primárias…) ou por medicamento (ex.: mais de 2mg/kg/dia ou 20mg/dia de prednisona por mais de 14 dias).

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9
Q

Quais são as FALSAS contra-indicações clássicas a vacinação? Em quais dessas situações realmente não devemos vacinar (ou seja, as exceções)?

A
  • Doenças benignas comuns sem febre (mesmo em uso de ATB).

*SE presença de febre MS recomenda adiar vacinação.

  • Desnutrição (diminui a eficácia da vacina, mas ela ainda assim deve ser administrada).
  • Prematuridade.

*Prematuros recebem vacina em idade cronológica, não em idade corrigida.

  • Amamentação.
    > EXCEÇÃO: febre amarela (se lactente menor que 6 meses). Não é contraindicação absoluta, se vacinar suspende amamentação por 10 dias.
  • História familiar de eventos adversos (na vacinação de febre amarela, devemos fazer avaliação mais cuidadosa).
  • Hospitalização.
    > EXCEÇÃO: Vacina oral contra o rotavírus e vacina oral contra a poliomielite (o vírus vacinal nas fezes pode contaminar outros internados).
  • Alergia não grave.
  • Dose baixa de corticoide sistêmico ou qualquer dose de corticoide não sistêmico (ex.: nasal).
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10
Q

Qual o calendário vacinal da criança (dos 0-4 anos) recomendado pelo Ministério da Saúde?

A
  • Ao nascer: BêBe.
    > BCG.
    > Hepatite B.
  • 2 meses: 4Ps.
    > Penta.
    > Pólio.
    > Pneumo 10.
    > VORH (rotavírus, causa “piriri”).
  • 3 meses: vira o 3 vira um m.
    > Meningo-C.
  • 4 meses: igual a 2 meses.
    > Penta.
    > Pólio.
    > Pneumo 10.
    > VORH (rotavírus, causa “piriri”).
  • 5 meses: igual a 3 meses.
    > Meningo-C.
  • 6 meses: 5 + 1.
    > Penta.
    > VIP.
  • 9 meses:
    > Febre amarela.
  • 12 meses: Três Melhores Presentes (primeiro aniversário).
    > Triplice viral.
    > Meningo-C.
    > Pneumo 10.
  • 15 meses: A Debutante VOmita TEquila (debuta aos 15).
    > Hepatite A.
    > DTP.
    > VOP.
    > Tetraviral.
  • 4 anos: Depois Você Faz Vacina.
    > DTP.
    > VOP.
    > Febre amarela.
    > Varicela.

*Anualmente, durante as campanhas de vacinação, faz a vacina da influenza.

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11
Q

Qual as vacinas obrigatórias para adolescentes (10-19 anos), adultos (20-59 anos) e idosos (60 anos ou mais)?

A
  1. Adultos e adolescentes:
    - Hepatite B: 3 doses.
    - dT: 3 doses + reforço a cada 10 anos.
    - Tríplice viral: 2 doses (até os 29 anos ou profissional de saúde) OU 1 dose (30 anos ou mais).
    - Febre amarela: 1 dose + reforço (SE primeira dose antes dos 5 anos).
  2. Apenas adolescentes:
    - HPV.
    - Meningo ACWY.
  3. Idosos:
    - Hepatite B: 3 doses.
    - dT: 3 doses + reforço a cada 10 anos.

*Tríplice viral e febre amarela geralmente não são realizadas nessa faixa etária.

*Anualmente nas campanhas de vacinação deve-se fazer a vacina da influenza se paciente estiver na faixa etária recomentada pelo MS.

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12
Q

Quais são as vacinas vivas?

A

BRAVO 34
- (B)CG.
- VO(R)H.
- Febre (A)marela.
- (V)aricela.
- V(O)P.
- Tríplice viral.
- Tetraviral.

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13
Q

O que é e para que serve a vacina BCG? Quando ela é administrada? Existe tempo máximo para a administração?

A

É uma vacina viva com o Micobacterium bovis atenuado, feita em dose única ao nascer por via intradérmica. Ela demora várias semanas para que seja induzida resposta protetora e isso acompanha a evolução da lesão vacinal.

A idade máxima para sua realização é até os 5 anos.

Ela traz proteção contra formas graves de tuberculose (miliar e meníngea), mas não reduz risco de infecção por tuberculose pulmonar.

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14
Q

Qual é a evolução natural da lesão vacinal por BCG? Em que local ela se encontra?

A

Encontra-se no mesmo local da vacina (inserção inferior do deltoide direito). Evolução:
Nódulo > Pústula > Úlcera > Cicatriz.

*Pode haver a presença de um gânglio axilar ipslateral de até 3cm, não supurativo. Pode durar alguns meses e desaparece espontaneamente.

**Não se deve realizar qualquer tratamento para a lesão ou para o linfonodo aumentado.

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15
Q

Quando devemos indicar revacinação da BCG?

A

Apenas em contactantes não sintomáticos de hanseníase. NÃO devemos revacianar se ausência de cicatriz.

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16
Q

Quais são os efeitos adversos da BCG?

A

São efeitos adversos locais ou regionais.
- Úlcera >1cm após 12 semanas de vacinação.
- Abcesso subcutâneo frio.
- Linfadenopatia regional supurada.
Em TODOS esses casos devemos tratar com isoniazida até desaparecimento das lesões.

*Abcesso quente (com sinais flogísticos) nos remeteria a infecção bacteriana segundária e o tratamento seria drenagem + ATB.

*SEMPRE notificar nesses casos.

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17
Q

Quando devemos adiar ou mesmo contraindicar a vacinação por BCG?

A
  • Peso menor que 2.000g.
  • Doença subcutânea extensa.
  • Contato domiciliar com basilífero.
  • Imunossupressão (risco de infecção disseminada pelo BCG).
  • Adiar se uso de imunomoduladores durante gestação.
    • todas as contraindicações de vacinas vivas.

*Se paciente após vacinação pelo BCG fizer quadro de infecção disseminada pela vacina temos que investigar quadros de imunossupressão.

**Exposição perinatal ao HIV não causa imunossupressão imediata, logo, não é contra indicação a vacinação.

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18
Q

O que é a vacina oral contra a poliomielite (VOP)? Quando ela deve ser administrada e sob quais condições?

A

É uma vacina viva bivalente (1 e 3) indicada nos reforços e nas campanhas por conseguir romper a cadeia de transmissão da poliomielite, o que a VIP não consegue fazer (reduz risco de infecção, sem reduzir risco de transmissão).

É administrada pelo PNI os 15 meses e 4 anos e SEMPRE deve ser feita após a VIP por reduzir a chance de poliomielite associada a vacina.

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19
Q

Quais os eventos adversos e as contraindicações a vacina oral contra a poliomielite (VOP)? O que fazer em caso de contraindicação?

A
  • Efeitos adversos:
    > Poliomielite associada a vacina.
  • Contraindicações:
    > Contactantes de imunodeficientes e hospitalizados.
    > Imunodeprimidos (+ todas as contraindicações de vacinas vivas).
    Nos casos acima, devemos realizar os reforços vacinais com VIP.
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20
Q

O que é a vacina oral do rotavírus humano (VORH)? Qual a idade máxima para vacinação e o intervalo mínimo entre as doses?

A

É uma vacina viva monovalente (G1P8) que traz cobertura contra formas graves de diarreia. Pelo PNI de ser feita aos 2 e 4 meses. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 4 semanas. Idade máxima para vacinação:
- 1º dose: 3 meses e 15 dias.
- 2º dose: 7 meses e 29 dias.

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21
Q

Quais as contraindicações da VORH?

A
  • Ivaginação intestinal.
  • Malformação congênita não corrigida (principalmente TGI).
    • todas a contraindicações de vacinas vivas.

*A VORH não é contraindicada em contactantes de imunodeprimidos e hospitalizados como a VOP.

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22
Q

Se após administração da VOP ou da VORH a criança vomitar ou cuspir qual deve ser a conduta?

A

Nenhuma conduta específica deve ser tomada, NÃO devemos revacinar e a criança será considerada imunizada.

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23
Q

O que é a vacina da febre amarela? Quando ela deve ser administrada e quando devemos realizar o reforço vacinal?

A

É uma vacina viva indicada em todo o Brasil até os 59 anos. Pelo PNI é dada os 9 meses e aos 4 anos. A necessidade de reforço varia de acordo com a idade de administração da primeira dose:
- Vacinados com <5 anos: 1 dose + reforço (PNI).
- Vacinados com >5 anos: dose única.

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24
Q

Quais são os eventos adversos e as contraindicações associadas a vacina da febre amarela?

A
  • Eventos adversos:
    > Doença neurológica.
    > Doença viscerotrópica (potencialmente fatal).
  • Contraindicações e precauções:
    > Menores de 6 meses.
    > Mulheres amamentando crianças de 6 meses (se fizer vacina, não amamentar por 10 dias).
    > Anafilaxia a ovo (controverso).
    > Gravidez (ver caso a caso, se área endêmica pode-se vacinar).
    > Doenças do timo.
    > Imunodeficiência.
    > + todas contraindicações a vacinas vivas.

*Anafilaxia a ovo como evento pessoal é contraindicação (ainda assim isso é controverso), história familiar não contraindica.

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25
Q

Como devemos proceder na vacinação de febre amarela em pacientes com HIV/AIDS?

A
  • Alteração imunológica ausente (CD4 >25%) OU contagem de CD4 > 350: vacinar.
  • Alteração imunológica moderada (CD4 15-25%) OU contagem de CD4 200-350: oferecer vacinação.
  • Alteração imunológica grave (CD4 <15%) OU contagem de CD4 < 200: NÃO vacinar.

*Alteração imunológica é o parâmetro usado em menores de 13 anos e a contagem de CD4 em maiores de 13.

26
Q

O que é a vacina da tríplice viral? Quando e como deve ser feita a vacinação?

A

É uma vacina viva com vírus atenuado do sarampo, rubéola e caxumba. Pelo PNI é feita aos 12 e aos 15 meses (tetraviral, que é a tríplice mais varicela). O numero de doses depende da idade.
- 1 aos 29 anoo: 2 doses (PNI).
- 30 aos 59 anos: 1 dose.

*Se vacinação feita antes 1 ano (ex.: controle de surto), não devemos contabiliza-la no cartão vacinação e seguir esquema como se essa vacinação não estivesse existido.

27
Q

O que é a vacina tetraviral? Quando e como deve ser feita a vacinação?

A

É uma vacina viva com vírus atenuado do sarampo, rubéola, caxumba (tríplice viral) e da varicela. Pelo PNI é feita aos 15 meses (tríplice viral é feita aos 12 meses). Deve ser feita apenas após a tríplice viral por reduzir o risco de crise febril.

*Curiosidade: ao se fazer tríplice viral e varicela separados o risco de crise febril não aumenta. Esse risco e aumentado apenas quando fazermos a tetraviral antes a tríplice.

28
Q

Qual a idade máxima para a realização da tríplice viral, da tetraviral e da vacina da varicela?

A

Tetraviral: 5 anos.
- Varicela: 7 anos.
- Tríplice viral: 59 anos.

29
Q

Quais são as vacinas vivas?

A

Todas que não compõem o mnemônico BRAVO 34.
- Hepatite B.
- Penta.
- Pneumo 10.
- Meningo-C / ACWY.
- VIP.
- Hepatite A.
- HPV.
- Influenza.

30
Q

O que é a vacina para hepatite B? Quando ela deve ser realizada?

A

É uma vacina não viva (AgHBs) indicada para toda a população independente da idade. Idealmente a primeira dose deve ser dada nas primeiras 12-24h de vida seguida de mais 3 doses (PNI - aos 2,4,6 meses na penta).

Doses:
- > 7 anos não vacinados: 3 doses (0-1-6 meses).
- Imunodeprimidos, nefropatas: 4 doses.

*A vacina da hepatite B, se não feita ao nascimento, deve ser feita em até no máximo 30 dias. Após isso, a imunização ocorrerá com as doses de hepatite B dentro da penta (em 3 doses a criança já está imune),

31
Q

O que fazer frente a um recém-nascido com mãe HbsAg +?

A

Vacina + Imunoglobulina idealmente até as 12h de vida. Depois seguir com 3 doses pelo PNI.

32
Q

Quando devemos indicar comprovação sorológica após vacinação da hepatite B? Como devemos realizar o seguimento desses pacientes?

A

Devemos solicitar o Anti-Hbs após a vacinação em imunodeprimidos e em profissionais da saúde, por exemplo.

  • Sorologia realizada entre 1 e 2 meses após esquema completo:
    > Se positivo: imune.
    > Se negativo: repetir esquema e repetir sorologia depois (pode repetir o esquema vacinal até 3 vezes).
  • Sorologia realizada após 6 meses do esquema completo:
    > Se positivo: imune.
    > Se negativo: faz uma dose e nova sorologia. SE positivo está imune, SE negativo completa o esquema com mais duas doses e repete sorologia (revacinar até 3 vezes).

*Se após repetição por 3 vezes do esquema vacinal e o anti-Hbs continua negativo, não devemos revacinar e considerar aquele indivíduo suscetível.

33
Q

O que é a vacina Pentavalente? Qual a idade que devemos administra-la de acordo com o PNI e qual a idade máxima de administração?

A

É uma vacina não viva que cobre para difteria + tétano + coqueluche (DTP), haemophilus influenza tipo B e hepatite B. É realizada aos 2,4,6 meses. A idade máxima para sua realização é aos 7 anos.

34
Q

O que são e para que são usadas as vacinas DTP, DTPa, DT, dT e dTpa?

A
  • DTP: tríplice bacteriana celular ou de células inteira, é a da penta e dos reforços na infância. Pode ser feita até os 7 anos.
  • DTPa: tríplice bacteriana acelular, usada em alguns casos de eventos adversos ou com risco elevado para eventos adversos (ex,: prematuros a depender do peso e IG, doença neurológica ou convulsiva crônica…). Pode ser feita até os 7 anos.
  • DT: dupla do tipo infantil, usada em alguns casos de eventos adversos mais graves. Pode ser feita até os 7 anos.
  • dT: dupla do tipo adulto, dado para quem nunca foi vacinado na infância, em 3 doses. Usada também nos reforços a cada 10 anos. Sem tempo máximo para sua realização.
  • dTpa: tríplice bacteriana acelular do adulto. Faz para gestantes (com mais de 20 semanas para trazer proteção a criança também) ou puérperas (se não fez quando gestantes).
35
Q

Quais os eventos adversos associados a vacinação com a Pentavalente? Qual deve ser a conduta frente a esses eventos adversos?

A

A maior parte dos casos de eventos adversos vem devido a DTP dentro da penta.

  • Febre alta ou choro persistente/incontrolável: manter DTP (não altera esquema vacinal).
  • Episódio hipotônico hiporresponsivo e/ou convulsão: DTPa (a maior causa de eventos adversos é pelo componente celular da pertusis).
  • Encefalopatia: DT (retira-se a maior causa de eventos adversos que é a pertusis).

*Na presença de eventos adversos ou comorbidades com essa ou outras vacinas devemos referenciar para o CRIE.

36
Q

O que é e quando deve ser realizada a Pneumocócica 10 valente? A partir de qual idade não podemos mais realiza-la?

A

É uma vacina não viva, conugada e 10 valente. Traz proteção contra doença pneumocócica e otite média aguda. De acordo com o PNI é dado aos 2, 4 e 12 meses. A pneumo 10 não deve ser feita depois dos 5 anos de idade.

37
Q

Quais as indicações da Pneumo-23 valente (polissacarídea) e Pneumo-13 conjugada pelo MS?

A
  • Pneumo-23 valente (polissacarídea, menos eficaz):
    > Maiores de dois anos com comorbidades (CRIE).
    > Idosos institucionalizados.
  • Pneumo-13 conjugada
    > Maiores de 5 anos com HIV/AIDS, neoplasias, transplantes e SEM pneumo-10.

*A pneumo-10 deve ser feita antes dos 5 anos, após essa idade, e nos pacientes com as comorbidades descritas acima, devemos fazer a pneumo-13 para não deixar os pacientes sem a proteção de uma vacina conjugada. Após isso, completamos a vacinação com a Pneumo-23.

38
Q

Qual a faixa etária para vacinação da mningocócica-C e meningocócica-ACWY?

A
  • Mningocócica-C: calendário da criança aos 3, 5 e 12 meses (idade máxima 5 anos) ou CRIE (pode ser feito com mais de 5 anos se comorbidades).
  • Meningocócica-ACWY: adolescentes ente 11-14 anos (pelo PNI, setor privado pode fazer até no primeiro ano de vida).
39
Q

O que é e para que é usada a vacina inativa da poliomielite (VIP)?

A

É uma vacina não viva que cobre os tipo 1,2 e 3 a poliomielite. Deve sempre ser usada nas doses iniciais, pelo PNI aos 2,4 e 6 meses. Além disso, é usada nos reforços para imunodeprimidos, comunicantes de imunodeprimidos e hospitalizados.

40
Q

Quais as diferenças no tempo de vacinação da hepatite A pelo MS e pela SPB?

A
  • MS: dose única aos 15 meses.
  • SBP: 2 doses, aos 12 e 18 meses.
41
Q

O que é a vacina do HPV e quais sorotipos ela cobre? Qual a idade para vacinação de acordo com o PNI?

A

É uma vacina não viva e quadrivalente (6,11,16 e 18).
- Meninos e meninas de 9-14 anos: 2 doses (0-6 meses).
- HIV / Neoplasias / Transplantes de 9-45 anos: 3 doses (0-2-6 meses).

*Se vacinação ocorrer após 15 anos, serão sempre 3 doses independente da comorbidade.

**Rede privada disponibiliza vacina HPV9, que traz proteção contra 9 sorotipos.

42
Q

Quanto tempo, após vacinação da febre amarela, o paciente já está protegido?

A

10 dias.

43
Q

Como deve ser realizada a profilaxia para tétano em acidentes?

A
  1. Risco mínimo: ferimento superficial, limpo e sem complicações.
    - ≥ 3 doses com última dose há < 5 anos: nda.
    - ≥ 3 doses com última dose ente 5-10 anos: nda.
    - ≥ 3 doses com última dose há > 10 anos: vacina.
    - < 3 doses ou incerta: vacina.
  2. Risco mínimo: ferimento profundo, PAF, arma branca, mordedura…
    - ≥ 3 doses com última dose há < 5 anos: nda.
    - ≥ 3 doses com última dose ente 5-10 anos: vacina¹.
    - ≥ 3 doses com última dose há > 10 anos: vacina¹ ².
    - < 3 doses ou incerta: vacina + soro/imunoglobulina.

¹Idoso, desnutrido ou imunodeprimido: associar soro/imunoglobulina.
²Sem acompanhamento: considerar soro/imunoglobulina.

44
Q

O que é a vacina da influenza? Quando e como devemos administrar? E como deve ocorrer a primovacinação?

A

É uma vacina não viva e trivalente administrada anualmente durante as campanhas para grupos de risco e crianças entre 6 meses e 5 anos (idade gratuita pelo MS). Primovacinação:
- 6 meses aos 9 anos: 2 doses + reforço anual.
- Mais de 9 anos: 1 dose + reforço anual.

45
Q

Quais são as formas clínicas e os mecanismos de ITU na infância?

A
  1. Tipos:
    - Cistite: ITU baixa, é um processo inflamatório da mucosa vesical.
    - Pielonefrite: ITU alta ou complicada.
  2. Mecanismos:
    - Infecção ascendentes (valvulas antirefluxo pouco eficazes).
    - Via hematogênica (bem menos frequente, um pouco mais comum em recém-nascidos).
45
Q

Quais são as formas clínicas e os mecanismos de ITU na infância?

A
  1. Tipos:
    - Cistite: ITU baixa, é um processo inflamatório da mucosa vesical.
    - Pielonefrite: ITU alta ou complicada.
  2. Mecanismos:
    - Infecção ascendentes (valvulas antirefluxo pouco eficazes).
    - Via hematogênica (bem menos frequente, um pouco mais comum em recém-nascidos).
46
Q

Qual o grande problema na ocorrência de ITU de repetição na infância?

A

A possível ocorrência de pielonefrite associada (ITU alta) com formação de cicatrizes renais, o que pode evoluir com disfunção e doença renal crônica.

47
Q

Quais os fatores de risco para ITU? Em qual dos sexos ela é mais prevalente?

A

A ITU quando ocorre antes de um ano é mais prevalente no sexo masculino pela presença de fimose, após essa faixa etária a ITU é 10x mais prevalente no sexo feminino.

Fatores de risco gerais:
- Sexo femino.
- Ausência de circuncisão.
- Obstrução do trato urinário (ex.: alteração anatômica).
- Treinamento de toilete (criança fica muito tempo “prendendo” a urina).
- Constipação (o bolo fecal interfere no esvaziamento vesical) e disfunção miccional.
- Refluxo vesicoureteral.

48
Q

Quais os agente etiológicos mais prevalentes na ITU? Qual pode causa cistite hemorrágica e qual pode causar cálculos de estruvita na via urinária?

A
  • Escherichia coli (gram negativo): agente etiológico mais comum, principalmente em mulheres.
  • Proteus (gram negativo): mais comum no sexo masculino (mesma prevalência que a E. coli). Pode causar cálculos de estruvita na via urinária por alcalinizar a urina.
  • Outros gram negativos: Klebisiella (segundo mais comum no sexo feminino).
  • Gram positivos: S. saprophyticus (importância maior em mulheres jovens sexualmente ativa).
  • Vírus: adenovírus (geram quadro de cistite hemorrágica, com urocultura negativa).

*Mesmo na vigência de um quadro de cistite hemorrágica, o patógeno mais comum é a E. coli.

49
Q

Qual o quadro clínico de ITU na infância?

A
  • Inespecífico.
  • Manifestações específicas (disúria, poliúria, dor em abdômen inferior…) apenas em crianças maiores.
  • Febre pode ser a única manifestação.

*A principal causa de febre sem sinais localizatorios na infância é ITU.

**Se apresentar febre com ITU, devemos pensar em pielonefrite.

50
Q

Qual a principal causa d pielonefrite na infância?

A

Refluxo vesicoureteral.

51
Q

Como é feito o diagnóstico de ITU na infância?

A
  1. EAS:
    - Leucocitúria com ≥ 5 leucóticos por campo ou 10.000/ml.
    - Esterase leucocitária positiva.
    - Nitrito positivo.

*Leucocitúria e esterase leucocitária indicam a mesma informação, ou seja, presença de leucócitos na urina. Esse exame tem alta sensibilidade e baixa especificidade.

**Na urina existe nitrato, que é convertido em nitrito por algumas bactérias gram negativas. Assim, esse exame tem elevada especificidade e baixa sensibilidade.

  1. Urinocultura:
    - Obrigatória para confirmação.
    - Forma de coletar:
    > Jato médio: considera positivo se ≥ 100.000 UFC/ml.
    > Saco coletor (alto risco de contaminação): valorizar se negativo.
    > Cateterismo: considera positivo se ≥ 50.000 UFC/ml.
    > Punção suprapúbica: considera positivo se ≥ 50.000 UFC/ml ou qualquer crescimento (varia de acordo com referência).
52
Q

Urinocultura positiva isolada tem que significado clínico? Devemos tratar tal condição?

A

Urinocultura positiva isolada sem clínica e sem alterações no EAS não é ITU e sim bacteriúria assintomática. Não devemos tratar a menos que em:
- Mulheres grávidas.
- Pacientes que irão fazer procedimento urológico.

53
Q

Qual o tratamento da ITU?

A
  1. Cistite:
    - Tratamento ambulatorial.
    - Várias opções: cefalexina, nitrofurantoína, amoxicilina…

*Evitar usar Sulfametoxazol + Trimetoprima (Bactrim) pela elevada taxa de resistência.

  1. Pielonefrite:
    - Tratamento ambulatorial ou hospitalar (SE menor que 3 meses ou grados graves).
    - Não aguardar resultado da urinocultura para iniciar tratamento (aumentar risco de cicatriz renal).
    - Não usar nitrofurantoína (baixadisponibilidade renal) nem Sulfametoxazol + Trimetoprima (altas taxas de resistência).

*Infecção febril = pensar em ITU alta = não usar nitrofurantoína.

54
Q

Quais as indicações para o uso de profilaxia para ITU?

A
  • Durante investigação ou até a cirurgia.
  • Refluxo vesicoureteral classes III e IV.
  • ITU de repetição.
55
Q

Quando e como devemos realizar investigação das condições associadas a ITU?

A
  • Em menores de 2 anos: SEMPRE realizar USG.
    > Normal: acompanhamento.
    > Alterada: fazer uretrocistografia miccional (UCM) + avaliar cintilografia com DMSA.
  • Se recidiva (qualquer idade)s: indicar UCM.
56
Q

O que pode identificar a USG de vias urinárias, a uretrocistografia miccional (UCM) e a cintilografia com DMSA na investigação de condições associadas a ITU na infância?

A
  • USG de vias urinárias: identifica alterações grosseiras e algumas malformações do trato urinário, porém não identifica refluxo vesicoureteral.
  • Uretrocistografia miccional (UCM): padrão ouro para o diagnóstico e classificação de refluxo vesicoureteral. É realizado um cateterismo via ureteral com infusão de contraste, é positivo quando se evidência contraste refluindo pelos ureteres.
  • Cintilografia com DMSA: na fase aguda faz o diagnóstico de certeza de pielonefrite, após alguns meses identifica a presença de cicatrizes renais.
57
Q

Quais são as principal causas de leucocitúria estéril?

A
  • Tuberculose renal.
  • Glomerulopatias.
  • Nefrolitíase.
58
Q

Qual deve ser a conduta frente a um recém nascido que está em ambiente bacilífero caso ele não tenha ?

A
  1. Iniciar quimioprofilaxia com isoniazida ou rifampicina por meses.
  2. Após 3 meses, medir PPD.
    - Se reator (>10mm): completar tratamento para tuberculose latente (mais 3 meses de isonizaida ou mais 1 mês de rifampicina). Nesses casos não é mais feita a vacinação.
    - Se não reator (<10mm): suspender medicamentos e vacinar.
59
Q

Qual vacina devemos ter um cuidado especial caso a criança esteja usando AAS?

A

A vacina da varicela, por ser uma vacina viva e ter um risco teórico de ocorrência da síndrome de Reye. Nesse caso, devemos encaminhar o paciente para realizar a vacina em um centro hospitalizado e suspender o AAS por 6 semanas após a administração da vacina.

60
Q

Quais os patógenos devemos nos preocupar em pacientes esplenectomizados, sendo de essencial importância a vacinação?

A
  • Meningococo.
  • Pneumococo.
  • Heamophilus influenza.
61
Q

O que é válvula de uretra posterior? Quais as manifestações clínicas, o diagnóstico e o tratamento?

A

A válvula de uretra posterior consiste na presença de um folheto membranoso na uretra prostática que interfere no esvaziamento vesical. Consequentemente, a criança apresenta risco aumentado para infecções de repetição.

Clínica:
- Pré-natal: hidronefrose com dilatação posterior a válvula, espessamento da parede da bexiga (>3mm). Oligoidrâmnio pode estar presentes em casos graves.
- Pós-natal: hipoplasia pulmonar, ITU de repetição, fluxo urinário deficiente com esforço urinário e enurese noturna

Diagnóstico: uretrocistografia miccional (padrão ouro - diagnóstica e classifica). A USG apenas expressa alterações grosseiras.

Tratamento: fulguração desta membrana, que deve ser realizada logo após o diagnóstico.