PED03 - Imunizações e Síndromes Urinárias Flashcards
O que é imunidade inata e imunidade adquirida?
- Imunidade inata: barreiras, sistema complemento e fagócitos.
- Imunidade adquirida: anticorpos e células de memória.
O que é imunidade ativa e imunidade passiva?
- Ativa (antígeno):
> Natural: infecção.
> Artificial: vacina. - Passiva (anticorpo):
> Natural: anticorpos maternos.
> Artificial: imunoglobulina (base humana) ou soro (base de outro animal, é mais imunogênica e mais barata, mas tem mais efeitos colaterais).
O que são vacinas vivas?
- Microrganismos atenuados.
- Autoreplicativos, semelhantes a infecção natural.
- Administrados por via intradérmica, oral ou subcutânea (tentam simular via de infecção do microrganismo nativo).
- Podem causar doença.
- Sofrem interferência de anticorpos (diminuem a autoreplicação que é essencial para a imunização).
Qual a conduta frente ao uso de imunoglobulina ou hemoderivado próximo a vacinação com vacinas vivas?
- Adiar vacinação se uso recente de IG ou hemoderivado.
- Revacinar se IG/hemoderivado feitos até 2 semanas após a vacinação.
O que são vacinas não vivas?
- Diversas constituições (microrganismos inativos, fragmentados, produtos tóxicos inativos).
- Podem contes adjuvante (maior estimulação do sistema imune).
- Administradas por via intramuscular.
- Podem ser glicoconjugados.
O que são vacinas glicoconjugadas? Quais são elas?
São vacinas não vivas compostas por um sacarídeo e uma proteína, servem para imunizar crianças com menos de 2 anos contra patógenos com parede celular de polissacarídeos, a fim de promover uma resposta imune T dependente mais eficaz. São elas:
- Pneumo 10.
- Meningo C e ACWY.
- Haemophilus tipo B.
Qual o intervalo ideal entre as vacinações? Existe intervalo máximo?
- Vacinas diferente: podem ser simultâneas, tendo duas exceções em MENORES DE 2 ANOS:
> Febre amarela e tríplice viral.
> Febre amarela e tetraviral.
Nessas devemos esperar um intervalo mínimo de 30 dias de espaçamento entre uma e outra vacina. - Mesma vacina: seguir PNI, mas NÃO há intervalo máximo.
*Só revacina em casos de transplante de medula óssea ou não comprovação da vacinação, por exemplo.
Quais são as contraindicações da vacinação?
- TODAS as vacinas:
> Anafilaxia em dose prévia ou a componente. - Vacinas vivas:
> Gravidas.
> Imunodeprimidos.
*Mulheres em idade fértil após tomarem uma vacina viva devem esperar no mínimo 30 dias para engravidar.
**Na classe de imunodeprimidos entra imunodepressão por doença (ex.: AIDS, imunodeficiências primárias…) ou por medicamento (ex.: mais de 2mg/kg/dia ou 20mg/dia de prednisona por mais de 14 dias).
Quais são as FALSAS contra-indicações clássicas a vacinação? Em quais dessas situações realmente não devemos vacinar (ou seja, as exceções)?
- Doenças benignas comuns sem febre (mesmo em uso de ATB).
*SE presença de febre MS recomenda adiar vacinação.
- Desnutrição (diminui a eficácia da vacina, mas ela ainda assim deve ser administrada).
- Prematuridade.
*Prematuros recebem vacina em idade cronológica, não em idade corrigida.
- Amamentação.
> EXCEÇÃO: febre amarela (se lactente menor que 6 meses). Não é contraindicação absoluta, se vacinar suspende amamentação por 10 dias. - História familiar de eventos adversos (na vacinação de febre amarela, devemos fazer avaliação mais cuidadosa).
- Hospitalização.
> EXCEÇÃO: Vacina oral contra o rotavírus e vacina oral contra a poliomielite (o vírus vacinal nas fezes pode contaminar outros internados). - Alergia não grave.
- Dose baixa de corticoide sistêmico ou qualquer dose de corticoide não sistêmico (ex.: nasal).
Qual o calendário vacinal da criança (dos 0-4 anos) recomendado pelo Ministério da Saúde?
- Ao nascer: BêBe.
> BCG.
> Hepatite B. - 2 meses: 4Ps.
> Penta.
> Pólio.
> Pneumo 10.
> VORH (rotavírus, causa “piriri”). - 3 meses: vira o 3 vira um m.
> Meningo-C. - 4 meses: igual a 2 meses.
> Penta.
> Pólio.
> Pneumo 10.
> VORH (rotavírus, causa “piriri”). - 5 meses: igual a 3 meses.
> Meningo-C. - 6 meses: 5 + 1.
> Penta.
> VIP. - 9 meses:
> Febre amarela. - 12 meses: Três Melhores Presentes (primeiro aniversário).
> Triplice viral.
> Meningo-C.
> Pneumo 10. - 15 meses: A Debutante VOmita TEquila (debuta aos 15).
> Hepatite A.
> DTP.
> VOP.
> Tetraviral. - 4 anos: Depois Você Faz Vacina.
> DTP.
> VOP.
> Febre amarela.
> Varicela.
*Anualmente, durante as campanhas de vacinação, faz a vacina da influenza.
Qual as vacinas obrigatórias para adolescentes (10-19 anos), adultos (20-59 anos) e idosos (60 anos ou mais)?
- Adultos e adolescentes:
- Hepatite B: 3 doses.
- dT: 3 doses + reforço a cada 10 anos.
- Tríplice viral: 2 doses (até os 29 anos ou profissional de saúde) OU 1 dose (30 anos ou mais).
- Febre amarela: 1 dose + reforço (SE primeira dose antes dos 5 anos). - Apenas adolescentes:
- HPV.
- Meningo ACWY. - Idosos:
- Hepatite B: 3 doses.
- dT: 3 doses + reforço a cada 10 anos.
*Tríplice viral e febre amarela geralmente não são realizadas nessa faixa etária.
*Anualmente nas campanhas de vacinação deve-se fazer a vacina da influenza se paciente estiver na faixa etária recomentada pelo MS.
Quais são as vacinas vivas?
BRAVO 34
- (B)CG.
- VO(R)H.
- Febre (A)marela.
- (V)aricela.
- V(O)P.
- Tríplice viral.
- Tetraviral.
O que é e para que serve a vacina BCG? Quando ela é administrada? Existe tempo máximo para a administração?
É uma vacina viva com o Micobacterium bovis atenuado, feita em dose única ao nascer por via intradérmica. Ela demora várias semanas para que seja induzida resposta protetora e isso acompanha a evolução da lesão vacinal.
A idade máxima para sua realização é até os 5 anos.
Ela traz proteção contra formas graves de tuberculose (miliar e meníngea), mas não reduz risco de infecção por tuberculose pulmonar.
Qual é a evolução natural da lesão vacinal por BCG? Em que local ela se encontra?
Encontra-se no mesmo local da vacina (inserção inferior do deltoide direito). Evolução:
Nódulo > Pústula > Úlcera > Cicatriz.
*Pode haver a presença de um gânglio axilar ipslateral de até 3cm, não supurativo. Pode durar alguns meses e desaparece espontaneamente.
**Não se deve realizar qualquer tratamento para a lesão ou para o linfonodo aumentado.
Quando devemos indicar revacinação da BCG?
Apenas em contactantes não sintomáticos de hanseníase. NÃO devemos revacianar se ausência de cicatriz.
Quais são os efeitos adversos da BCG?
São efeitos adversos locais ou regionais.
- Úlcera >1cm após 12 semanas de vacinação.
- Abcesso subcutâneo frio.
- Linfadenopatia regional supurada.
Em TODOS esses casos devemos tratar com isoniazida até desaparecimento das lesões.
*Abcesso quente (com sinais flogísticos) nos remeteria a infecção bacteriana segundária e o tratamento seria drenagem + ATB.
*SEMPRE notificar nesses casos.
Quando devemos adiar ou mesmo contraindicar a vacinação por BCG?
- Peso menor que 2.000g.
- Doença subcutânea extensa.
- Contato domiciliar com basilífero.
- Imunossupressão (risco de infecção disseminada pelo BCG).
- Adiar se uso de imunomoduladores durante gestação.
- todas as contraindicações de vacinas vivas.
*Se paciente após vacinação pelo BCG fizer quadro de infecção disseminada pela vacina temos que investigar quadros de imunossupressão.
**Exposição perinatal ao HIV não causa imunossupressão imediata, logo, não é contra indicação a vacinação.
O que é a vacina oral contra a poliomielite (VOP)? Quando ela deve ser administrada e sob quais condições?
É uma vacina viva bivalente (1 e 3) indicada nos reforços e nas campanhas por conseguir romper a cadeia de transmissão da poliomielite, o que a VIP não consegue fazer (reduz risco de infecção, sem reduzir risco de transmissão).
É administrada pelo PNI os 15 meses e 4 anos e SEMPRE deve ser feita após a VIP por reduzir a chance de poliomielite associada a vacina.
Quais os eventos adversos e as contraindicações a vacina oral contra a poliomielite (VOP)? O que fazer em caso de contraindicação?
- Efeitos adversos:
> Poliomielite associada a vacina. - Contraindicações:
> Contactantes de imunodeficientes e hospitalizados.
> Imunodeprimidos (+ todas as contraindicações de vacinas vivas).
Nos casos acima, devemos realizar os reforços vacinais com VIP.
O que é a vacina oral do rotavírus humano (VORH)? Qual a idade máxima para vacinação e o intervalo mínimo entre as doses?
É uma vacina viva monovalente (G1P8) que traz cobertura contra formas graves de diarreia. Pelo PNI de ser feita aos 2 e 4 meses. O intervalo mínimo entre as doses deve ser de 4 semanas. Idade máxima para vacinação:
- 1º dose: 3 meses e 15 dias.
- 2º dose: 7 meses e 29 dias.
Quais as contraindicações da VORH?
- Ivaginação intestinal.
- Malformação congênita não corrigida (principalmente TGI).
- todas a contraindicações de vacinas vivas.
*A VORH não é contraindicada em contactantes de imunodeprimidos e hospitalizados como a VOP.
Se após administração da VOP ou da VORH a criança vomitar ou cuspir qual deve ser a conduta?
Nenhuma conduta específica deve ser tomada, NÃO devemos revacinar e a criança será considerada imunizada.
O que é a vacina da febre amarela? Quando ela deve ser administrada e quando devemos realizar o reforço vacinal?
É uma vacina viva indicada em todo o Brasil até os 59 anos. Pelo PNI é dada os 9 meses e aos 4 anos. A necessidade de reforço varia de acordo com a idade de administração da primeira dose:
- Vacinados com <5 anos: 1 dose + reforço (PNI).
- Vacinados com >5 anos: dose única.
Quais são os eventos adversos e as contraindicações associadas a vacina da febre amarela?
- Eventos adversos:
> Doença neurológica.
> Doença viscerotrópica (potencialmente fatal). - Contraindicações e precauções:
> Menores de 6 meses.
> Mulheres amamentando crianças de 6 meses (se fizer vacina, não amamentar por 10 dias).
> Anafilaxia a ovo (controverso).
> Gravidez (ver caso a caso, se área endêmica pode-se vacinar).
> Doenças do timo.
> Imunodeficiência.
> + todas contraindicações a vacinas vivas.
*Anafilaxia a ovo como evento pessoal é contraindicação (ainda assim isso é controverso), história familiar não contraindica.
Como devemos proceder na vacinação de febre amarela em pacientes com HIV/AIDS?
- Alteração imunológica ausente (CD4 >25%) OU contagem de CD4 > 350: vacinar.
- Alteração imunológica moderada (CD4 15-25%) OU contagem de CD4 200-350: oferecer vacinação.
- Alteração imunológica grave (CD4 <15%) OU contagem de CD4 < 200: NÃO vacinar.
*Alteração imunológica é o parâmetro usado em menores de 13 anos e a contagem de CD4 em maiores de 13.
O que é a vacina da tríplice viral? Quando e como deve ser feita a vacinação?
É uma vacina viva com vírus atenuado do sarampo, rubéola e caxumba. Pelo PNI é feita aos 12 e aos 15 meses (tetraviral, que é a tríplice mais varicela). O numero de doses depende da idade.
- 1 aos 29 anoo: 2 doses (PNI).
- 30 aos 59 anos: 1 dose.
*Se vacinação feita antes 1 ano (ex.: controle de surto), não devemos contabiliza-la no cartão vacinação e seguir esquema como se essa vacinação não estivesse existido.
O que é a vacina tetraviral? Quando e como deve ser feita a vacinação?
É uma vacina viva com vírus atenuado do sarampo, rubéola, caxumba (tríplice viral) e da varicela. Pelo PNI é feita aos 15 meses (tríplice viral é feita aos 12 meses). Deve ser feita apenas após a tríplice viral por reduzir o risco de crise febril.
*Curiosidade: ao se fazer tríplice viral e varicela separados o risco de crise febril não aumenta. Esse risco e aumentado apenas quando fazermos a tetraviral antes a tríplice.
Qual a idade máxima para a realização da tríplice viral, da tetraviral e da vacina da varicela?
Tetraviral: 5 anos.
- Varicela: 7 anos.
- Tríplice viral: 59 anos.
Quais são as vacinas vivas?
Todas que não compõem o mnemônico BRAVO 34.
- Hepatite B.
- Penta.
- Pneumo 10.
- Meningo-C / ACWY.
- VIP.
- Hepatite A.
- HPV.
- Influenza.
O que é a vacina para hepatite B? Quando ela deve ser realizada?
É uma vacina não viva (AgHBs) indicada para toda a população independente da idade. Idealmente a primeira dose deve ser dada nas primeiras 12-24h de vida seguida de mais 3 doses (PNI - aos 2,4,6 meses na penta).
Doses:
- > 7 anos não vacinados: 3 doses (0-1-6 meses).
- Imunodeprimidos, nefropatas: 4 doses.
*A vacina da hepatite B, se não feita ao nascimento, deve ser feita em até no máximo 30 dias. Após isso, a imunização ocorrerá com as doses de hepatite B dentro da penta (em 3 doses a criança já está imune),
O que fazer frente a um recém-nascido com mãe HbsAg +?
Vacina + Imunoglobulina idealmente até as 12h de vida. Depois seguir com 3 doses pelo PNI.
Quando devemos indicar comprovação sorológica após vacinação da hepatite B? Como devemos realizar o seguimento desses pacientes?
Devemos solicitar o Anti-Hbs após a vacinação em imunodeprimidos e em profissionais da saúde, por exemplo.
- Sorologia realizada entre 1 e 2 meses após esquema completo:
> Se positivo: imune.
> Se negativo: repetir esquema e repetir sorologia depois (pode repetir o esquema vacinal até 3 vezes). - Sorologia realizada após 6 meses do esquema completo:
> Se positivo: imune.
> Se negativo: faz uma dose e nova sorologia. SE positivo está imune, SE negativo completa o esquema com mais duas doses e repete sorologia (revacinar até 3 vezes).
*Se após repetição por 3 vezes do esquema vacinal e o anti-Hbs continua negativo, não devemos revacinar e considerar aquele indivíduo suscetível.
O que é a vacina Pentavalente? Qual a idade que devemos administra-la de acordo com o PNI e qual a idade máxima de administração?
É uma vacina não viva que cobre para difteria + tétano + coqueluche (DTP), haemophilus influenza tipo B e hepatite B. É realizada aos 2,4,6 meses. A idade máxima para sua realização é aos 7 anos.
O que são e para que são usadas as vacinas DTP, DTPa, DT, dT e dTpa?
- DTP: tríplice bacteriana celular ou de células inteira, é a da penta e dos reforços na infância. Pode ser feita até os 7 anos.
- DTPa: tríplice bacteriana acelular, usada em alguns casos de eventos adversos ou com risco elevado para eventos adversos (ex,: prematuros a depender do peso e IG, doença neurológica ou convulsiva crônica…). Pode ser feita até os 7 anos.
- DT: dupla do tipo infantil, usada em alguns casos de eventos adversos mais graves. Pode ser feita até os 7 anos.
- dT: dupla do tipo adulto, dado para quem nunca foi vacinado na infância, em 3 doses. Usada também nos reforços a cada 10 anos. Sem tempo máximo para sua realização.
- dTpa: tríplice bacteriana acelular do adulto. Faz para gestantes (com mais de 20 semanas para trazer proteção a criança também) ou puérperas (se não fez quando gestantes).
Quais os eventos adversos associados a vacinação com a Pentavalente? Qual deve ser a conduta frente a esses eventos adversos?
A maior parte dos casos de eventos adversos vem devido a DTP dentro da penta.
- Febre alta ou choro persistente/incontrolável: manter DTP (não altera esquema vacinal).
- Episódio hipotônico hiporresponsivo e/ou convulsão: DTPa (a maior causa de eventos adversos é pelo componente celular da pertusis).
- Encefalopatia: DT (retira-se a maior causa de eventos adversos que é a pertusis).
*Na presença de eventos adversos ou comorbidades com essa ou outras vacinas devemos referenciar para o CRIE.
O que é e quando deve ser realizada a Pneumocócica 10 valente? A partir de qual idade não podemos mais realiza-la?
É uma vacina não viva, conugada e 10 valente. Traz proteção contra doença pneumocócica e otite média aguda. De acordo com o PNI é dado aos 2, 4 e 12 meses. A pneumo 10 não deve ser feita depois dos 5 anos de idade.
Quais as indicações da Pneumo-23 valente (polissacarídea) e Pneumo-13 conjugada pelo MS?
- Pneumo-23 valente (polissacarídea, menos eficaz):
> Maiores de dois anos com comorbidades (CRIE).
> Idosos institucionalizados. - Pneumo-13 conjugada
> Maiores de 5 anos com HIV/AIDS, neoplasias, transplantes e SEM pneumo-10.
*A pneumo-10 deve ser feita antes dos 5 anos, após essa idade, e nos pacientes com as comorbidades descritas acima, devemos fazer a pneumo-13 para não deixar os pacientes sem a proteção de uma vacina conjugada. Após isso, completamos a vacinação com a Pneumo-23.
Qual a faixa etária para vacinação da mningocócica-C e meningocócica-ACWY?
- Mningocócica-C: calendário da criança aos 3, 5 e 12 meses (idade máxima 5 anos) ou CRIE (pode ser feito com mais de 5 anos se comorbidades).
- Meningocócica-ACWY: adolescentes ente 11-14 anos (pelo PNI, setor privado pode fazer até no primeiro ano de vida).
O que é e para que é usada a vacina inativa da poliomielite (VIP)?
É uma vacina não viva que cobre os tipo 1,2 e 3 a poliomielite. Deve sempre ser usada nas doses iniciais, pelo PNI aos 2,4 e 6 meses. Além disso, é usada nos reforços para imunodeprimidos, comunicantes de imunodeprimidos e hospitalizados.
Quais as diferenças no tempo de vacinação da hepatite A pelo MS e pela SPB?
- MS: dose única aos 15 meses.
- SBP: 2 doses, aos 12 e 18 meses.
O que é a vacina do HPV e quais sorotipos ela cobre? Qual a idade para vacinação de acordo com o PNI?
É uma vacina não viva e quadrivalente (6,11,16 e 18).
- Meninos e meninas de 9-14 anos: 2 doses (0-6 meses).
- HIV / Neoplasias / Transplantes de 9-45 anos: 3 doses (0-2-6 meses).
*Se vacinação ocorrer após 15 anos, serão sempre 3 doses independente da comorbidade.
**Rede privada disponibiliza vacina HPV9, que traz proteção contra 9 sorotipos.
Quanto tempo, após vacinação da febre amarela, o paciente já está protegido?
10 dias.
Como deve ser realizada a profilaxia para tétano em acidentes?
- Risco mínimo: ferimento superficial, limpo e sem complicações.
- ≥ 3 doses com última dose há < 5 anos: nda.
- ≥ 3 doses com última dose ente 5-10 anos: nda.
- ≥ 3 doses com última dose há > 10 anos: vacina.
- < 3 doses ou incerta: vacina. - Risco mínimo: ferimento profundo, PAF, arma branca, mordedura…
- ≥ 3 doses com última dose há < 5 anos: nda.
- ≥ 3 doses com última dose ente 5-10 anos: vacina¹.
- ≥ 3 doses com última dose há > 10 anos: vacina¹ ².
- < 3 doses ou incerta: vacina + soro/imunoglobulina.
¹Idoso, desnutrido ou imunodeprimido: associar soro/imunoglobulina.
²Sem acompanhamento: considerar soro/imunoglobulina.
O que é a vacina da influenza? Quando e como devemos administrar? E como deve ocorrer a primovacinação?
É uma vacina não viva e trivalente administrada anualmente durante as campanhas para grupos de risco e crianças entre 6 meses e 5 anos (idade gratuita pelo MS). Primovacinação:
- 6 meses aos 9 anos: 2 doses + reforço anual.
- Mais de 9 anos: 1 dose + reforço anual.
Quais são as formas clínicas e os mecanismos de ITU na infância?
- Tipos:
- Cistite: ITU baixa, é um processo inflamatório da mucosa vesical.
- Pielonefrite: ITU alta ou complicada. - Mecanismos:
- Infecção ascendentes (valvulas antirefluxo pouco eficazes).
- Via hematogênica (bem menos frequente, um pouco mais comum em recém-nascidos).
Quais são as formas clínicas e os mecanismos de ITU na infância?
- Tipos:
- Cistite: ITU baixa, é um processo inflamatório da mucosa vesical.
- Pielonefrite: ITU alta ou complicada. - Mecanismos:
- Infecção ascendentes (valvulas antirefluxo pouco eficazes).
- Via hematogênica (bem menos frequente, um pouco mais comum em recém-nascidos).
Qual o grande problema na ocorrência de ITU de repetição na infância?
A possível ocorrência de pielonefrite associada (ITU alta) com formação de cicatrizes renais, o que pode evoluir com disfunção e doença renal crônica.
Quais os fatores de risco para ITU? Em qual dos sexos ela é mais prevalente?
A ITU quando ocorre antes de um ano é mais prevalente no sexo masculino pela presença de fimose, após essa faixa etária a ITU é 10x mais prevalente no sexo feminino.
Fatores de risco gerais:
- Sexo femino.
- Ausência de circuncisão.
- Obstrução do trato urinário (ex.: alteração anatômica).
- Treinamento de toilete (criança fica muito tempo “prendendo” a urina).
- Constipação (o bolo fecal interfere no esvaziamento vesical) e disfunção miccional.
- Refluxo vesicoureteral.
Quais os agente etiológicos mais prevalentes na ITU? Qual pode causa cistite hemorrágica e qual pode causar cálculos de estruvita na via urinária?
- Escherichia coli (gram negativo): agente etiológico mais comum, principalmente em mulheres.
- Proteus (gram negativo): mais comum no sexo masculino (mesma prevalência que a E. coli). Pode causar cálculos de estruvita na via urinária por alcalinizar a urina.
- Outros gram negativos: Klebisiella (segundo mais comum no sexo feminino).
- Gram positivos: S. saprophyticus (importância maior em mulheres jovens sexualmente ativa).
- Vírus: adenovírus (geram quadro de cistite hemorrágica, com urocultura negativa).
*Mesmo na vigência de um quadro de cistite hemorrágica, o patógeno mais comum é a E. coli.
Qual o quadro clínico de ITU na infância?
- Inespecífico.
- Manifestações específicas (disúria, poliúria, dor em abdômen inferior…) apenas em crianças maiores.
- Febre pode ser a única manifestação.
*A principal causa de febre sem sinais localizatorios na infância é ITU.
**Se apresentar febre com ITU, devemos pensar em pielonefrite.
Qual a principal causa d pielonefrite na infância?
Refluxo vesicoureteral.
Como é feito o diagnóstico de ITU na infância?
- EAS:
- Leucocitúria com ≥ 5 leucóticos por campo ou 10.000/ml.
- Esterase leucocitária positiva.
- Nitrito positivo.
*Leucocitúria e esterase leucocitária indicam a mesma informação, ou seja, presença de leucócitos na urina. Esse exame tem alta sensibilidade e baixa especificidade.
**Na urina existe nitrato, que é convertido em nitrito por algumas bactérias gram negativas. Assim, esse exame tem elevada especificidade e baixa sensibilidade.
- Urinocultura:
- Obrigatória para confirmação.
- Forma de coletar:
> Jato médio: considera positivo se ≥ 100.000 UFC/ml.
> Saco coletor (alto risco de contaminação): valorizar se negativo.
> Cateterismo: considera positivo se ≥ 50.000 UFC/ml.
> Punção suprapúbica: considera positivo se ≥ 50.000 UFC/ml ou qualquer crescimento (varia de acordo com referência).
Urinocultura positiva isolada tem que significado clínico? Devemos tratar tal condição?
Urinocultura positiva isolada sem clínica e sem alterações no EAS não é ITU e sim bacteriúria assintomática. Não devemos tratar a menos que em:
- Mulheres grávidas.
- Pacientes que irão fazer procedimento urológico.
Qual o tratamento da ITU?
- Cistite:
- Tratamento ambulatorial.
- Várias opções: cefalexina, nitrofurantoína, amoxicilina…
*Evitar usar Sulfametoxazol + Trimetoprima (Bactrim) pela elevada taxa de resistência.
- Pielonefrite:
- Tratamento ambulatorial ou hospitalar (SE menor que 3 meses ou grados graves).
- Não aguardar resultado da urinocultura para iniciar tratamento (aumentar risco de cicatriz renal).
- Não usar nitrofurantoína (baixadisponibilidade renal) nem Sulfametoxazol + Trimetoprima (altas taxas de resistência).
*Infecção febril = pensar em ITU alta = não usar nitrofurantoína.
Quais as indicações para o uso de profilaxia para ITU?
- Durante investigação ou até a cirurgia.
- Refluxo vesicoureteral classes III e IV.
- ITU de repetição.
Quando e como devemos realizar investigação das condições associadas a ITU?
- Em menores de 2 anos: SEMPRE realizar USG.
> Normal: acompanhamento.
> Alterada: fazer uretrocistografia miccional (UCM) + avaliar cintilografia com DMSA. - Se recidiva (qualquer idade)s: indicar UCM.
O que pode identificar a USG de vias urinárias, a uretrocistografia miccional (UCM) e a cintilografia com DMSA na investigação de condições associadas a ITU na infância?
- USG de vias urinárias: identifica alterações grosseiras e algumas malformações do trato urinário, porém não identifica refluxo vesicoureteral.
- Uretrocistografia miccional (UCM): padrão ouro para o diagnóstico e classificação de refluxo vesicoureteral. É realizado um cateterismo via ureteral com infusão de contraste, é positivo quando se evidência contraste refluindo pelos ureteres.
- Cintilografia com DMSA: na fase aguda faz o diagnóstico de certeza de pielonefrite, após alguns meses identifica a presença de cicatrizes renais.
Quais são as principal causas de leucocitúria estéril?
- Tuberculose renal.
- Glomerulopatias.
- Nefrolitíase.
Qual deve ser a conduta frente a um recém nascido que está em ambiente bacilífero caso ele não tenha ?
- Iniciar quimioprofilaxia com isoniazida ou rifampicina por meses.
- Após 3 meses, medir PPD.
- Se reator (>10mm): completar tratamento para tuberculose latente (mais 3 meses de isonizaida ou mais 1 mês de rifampicina). Nesses casos não é mais feita a vacinação.
- Se não reator (<10mm): suspender medicamentos e vacinar.
Qual vacina devemos ter um cuidado especial caso a criança esteja usando AAS?
A vacina da varicela, por ser uma vacina viva e ter um risco teórico de ocorrência da síndrome de Reye. Nesse caso, devemos encaminhar o paciente para realizar a vacina em um centro hospitalizado e suspender o AAS por 6 semanas após a administração da vacina.
Quais os patógenos devemos nos preocupar em pacientes esplenectomizados, sendo de essencial importância a vacinação?
- Meningococo.
- Pneumococo.
- Heamophilus influenza.
O que é válvula de uretra posterior? Quais as manifestações clínicas, o diagnóstico e o tratamento?
A válvula de uretra posterior consiste na presença de um folheto membranoso na uretra prostática que interfere no esvaziamento vesical. Consequentemente, a criança apresenta risco aumentado para infecções de repetição.
Clínica:
- Pré-natal: hidronefrose com dilatação posterior a válvula, espessamento da parede da bexiga (>3mm). Oligoidrâmnio pode estar presentes em casos graves.
- Pós-natal: hipoplasia pulmonar, ITU de repetição, fluxo urinário deficiente com esforço urinário e enurese noturna
Diagnóstico: uretrocistografia miccional (padrão ouro - diagnóstica e classifica). A USG apenas expressa alterações grosseiras.
Tratamento: fulguração desta membrana, que deve ser realizada logo após o diagnóstico.