Patologia digestiva Flashcards
Sintomas típicos de DRGE?
Azia/pirose, regurgitação, dor retroesternal.
Achados endoscópicos/anatomopatológicos que confirmam diagnóstico DRGE?
Esofagite grau B, C e D. Estenose péptica. Epitélio de Barret.
Para diagnóstico de DRGE quanto tempo antes devemos suspender IBP
2-4 semanas
Na suspeita de DRGE, quando pedir exames endoscópicos?
Sintomas atípicos, sintomas ou sinais de alarme, fatores de risco
Na suspeita de DRGE, o que são sintomas ou sinais de alarme ou fatores de risco?
Disfagia ou odinofagia (suspeitar de estenosa esofágica), emagrecimento, anemia, hemorragia, vómitos persistentes.
Persistência, recidiva ou agravamento de sintomas sugestivos de DRGE mesmo sob tratamento médico. Rastreio de esófago de Barrett em: homens, caucasianos, obesos, >50anos e DRGE de longa duração (>5 anos).
Tratamento farmacológico DRGE - 1ª linha?
Inibidores de bomba de protões
Tratamento farmacológico DRGE - alternativas ou coadjuvantes IBPs
> Antiácidos: Sucralfato (1g, 4id, antes das refeições). Gaviscon (2-4cp, após as refeições) .
Anti-secretores: ranitidina, famotidina
Procinéticos: domperidona, metoclopramida.
Compostos com ácido hialurónico e condroitina (Esoxx®)
Abordagem síndromes esofágicas de DRGE (sem EDA prévia):
IBP (ex. omeprazol 20-40mg):
- resposta clínica em 4-8 sem -> redução gradual -> suspensão;
- se recorrer:
1) Dose de IBP de manutenção, com a dose mais baixa que controle os sintomas:
- Dose normal, 1-2x/Dia
- Dose mais baixa eficaz, incluindo possibilidade de tratamentos intermitentes
2) EDA se:
- Idade >50 anos, sem endoscopia prévia, mesmo na ausência de sinais de alarme.
Exame não invasivo H.pylori mais recomendado
Teste respiratório com Ureia-C13
Antes da realização do teste respiratório com Ureia-C13, deve-se suspender IBPs?
> IBP’s, pelo menos 2 semanas antes
Antibióticos e bismuto, pelo menos 4-6 semanas antes
Confirmação de erradicação? Se sim, como e quando?
Sim! Teste respiratório com Ureia-C13, pelo menos quatro semanas após completar tratamento de erradicação.
Tratamento 1ª linha na erradicação do H.pylori
Terapêutica quadrupla com bismuto (Pylera):
- bismuto 140mg + metronidazol 125mg + tetraciclina 125mg, 3cps 4id + IBP (omeprazol 20mg), 2id, durante 10 DIAS
Alternativa a terapêutica de 1ª linha na erradicação do H.pylori (com e sem alergia a penicilina)
SEM alergia a penicilina:
- terapêutica concomitante: amoxicilina 1g,12/12h + claritromicina 500mg, 12/12h + metronidazol 500mg, 12/12h + IBP 12/12h, durante 14 DIAS.
COM alergia a penicilina:
- terapêutica tripla: levofloxacina 500mg, id + metronidazol 500mg, 12/12h + IBP 12/12h, durante 14 DIAS.
Se H.pylori POSITIVO após tratamento de 1ª linha:
Se realizou tx prévia com Bismuto:
▪ Tx Tripla com fluoroquinolona: Amoxicilina 1g, 12/12h + levofloxacina 500, id + IBP 12/12h, durante 10-14 DIAS
▪ Tx concomitante
Se realizou tx concomitante prévia
▪ Tx Tripla com fluoroquinolona: Amoxicilina 1g, 12/12h + levofloxacina 500, id + IBP 12/12h, durante 10-14 DIAS
▪ Tx quadrupla com Bismuto
Se H.pylori POSITIVO, após tratamento de 2ªlinha:
Referenciar a Gastrenterologia
Tratamento DRGE com base nos achados endoscópicos - DRGE esofagite erosiva:
IBP alta dose, durante 8 semanas.
(ex. omeprazol 40mg, 1-2x/dia)
Repete EDA, se:
- modificação ou persistência de sintomas durante o tratamento médico
- Esofagite severa C e D da Classificação de Los Angeles ou úlcera péptica ou estenose esofágica
> Repetir após 8-12semanas sob IBP; NÃO suspender IBP antes da EDA.
Tratamento DRGE com base nos achados endoscópicos - DRGE não erosiva:
IBP (ex. omeprazol 20-40mg):
- resposta clínica em 4-8 sem -> redução gradual -> suspensão;
- se recorrer:
1) Dose de IBP de manutenção, com a dose mais baixa que controle os sintomas:
- Dose normal, 1-2x/Dia
- Dose mais baixa eficaz, incluindo possibilidade de tratamentos intermitentes
DRGE - quem tem indicação para terapêutica de manutenção após controlo dos sintomas?
DRGE complicada:
- Esofagite severa C e D da Classificação de Los Angeles
- Úlcera péptica
- Estenose esofágica
- Esófago de Barret
Quem devemos referenciar na DRGE?
- DRGE refratária à terapêutica médica
- Indicação para monitorização ambulatória de refluxo.
- Hemorragia com repercussão clínica
- Carcinoma ou displasia de alto grau
- Estenose esofágica
Quem tem indicação para monitorização ambulatória de refluxo?
> pHmetria ou impedância-pHmetria esofágica de 24h:
* Confirmação de diagnóstico em pessoas com sintomas típicos de DRGE sem evidência de esofagite ou complicação de RGE, antes de realizar tratamento cirúrgico ou endoscópico
* Pessoas com sintomas atípicos e/ou extra-esofágicos
* Situações de dúvidas de diagnóstico
* Avaliação de recidiva de sintomas após cirurgia anti-refluxo
> Impedância-pHmetria esofágica de 24h
* Sintomas sugestivos de DRGE, sem evidência endoscópica de esofagite e pHmetria normal.
* Esclarecimento diagnóstico de sintomas sugestivos de RGE, com suspeita de RGE não-ácido
* Sintomas típicos de DRGE, sem resposta satisfatória aos IBP
Esófago de Barret - orientação clinica / vigilância
Achados endoscópicos:
- Linha z irregular/epitélio colunar <1cm : NÃO repete EDA
- EB ≥ 1cm e <3cm: REPETE em 5 anos
- EB ≥ 3cm e <10cm: REPETE em 3 anos
- EB ≥ 10cm: Referenciar
- Displasia: Referenciar
Lesões gástricas pré malignas - abordagem: Gastrite crónica?
Sem necessidade de vigilância
Lesões gástricas pré malignas - abordagem: gastrite atrófica apenas no antro?
Sem necessidade de vigilância
Gastrite atrófica ligeira a moderada, na ausência de metaplasia intestin
Lesões gástricas pré malignas - abordagem: metaplasia intestinal
Se apenas antro OU corpo:
* Avaliar: Hx familiar de neoplasia gástrica; MI incompleta; H.pylori persistente OU gastrite auto-imune?
SIM: repete EDA em 3 anos
NÃO: sem vigilância
MI no antro E no corpo:
* Avaliar se Hx familiar de neoplasia gástrica em 1º grau?
SIM: repete EDA em 1-2 anos
NÃO: repete EDA em 3 anos
Lesões gástricas pré malignas - abordagem: gastrite atrófica
Ligeira a moderada apenas antro: sem necessidade de vigilância
GA no antro E no corpo:
* Avaliar: Hx familiar de neoplasia gástrica em 1º grau?
SIM: repete EDA em 1-2 anos
NÃO: repete EDA em 3 anos
Lesões gástricas pré malignas - abordagem: displasia
Referenciar a Centro de Referência
Pólipos gástricos - abordagem: presença de atrofia/metaplasia
Orientar conforme as lesões pré-malignas
Pólipos gástricos - abordagem: adenoma
Precursores de neoplasia gástrica → ressecar (R/ centro de referência) → EDA anual
Pólipos gástricos - abordagem: hiperplásico
Ressecar se >10mm → repete EDA após um ano
Pólipos gástricos - abordagem: pólipos de glândulas fúndicas
Sem displasia → sem vigilância
Displasia, >10 mm ou múltiplos (>10-20 pólipos) → ponderar Polipose Adenomatosa Familiar (raro!)
Pólipos gástricos - abordagem: tumores neuroendócrinos
Referenciar a Centro de Referência
Lesões do cólon - orientação/vigilância: pólipos hiperplásicos
Colonoscopia em 10 anos ou rastreio organizado
Lesões do cólon - orientação/vigilância: pólipos serreados
- Pólipo serreado com <10mm sem displasia: Sem necessidade de vigilância endoscópica; retoma rastreio organizado (PSOF em 5 anos) ou colonoscopia em 10 anos.
- Qualquer pólipo serreado com ≥10mm OU com displasia: repete colonoscopia em 3 anos
Lesões do cólon - orientação/vigilância: adenomas/pólipos adenomatosos
- 1-4 adenomas com <10mm com baixo grau de displasia (independentemente de componentes vilosos): Sem necessidade de vigilância endoscópica; retoma rastreio organizado (PSOF em 5 anos) ou colonoscopia em 10 anos.
- Pelo menos 1 adenoma com ≥ 10mm com remoção completa: repete colonoscopia em 3 anos
- ≥ 5 adenomas: repete colonoscopia em 3 anos
- ≥ 10 adenomas: referenciar a consulta de Genética
Lesões do cólon - orientação/vigilância: displasia de alto grau
Lesões do cólon - orientação/vigilância: pólipos com remoção incompleta
Pólipos com ≥20mm com remoção endoscópica em
fragmentos: colonoscopia em 3-6 meses → depois repetir colonoscopia após 12 meses
Colonoscopia com preparação intestinal inadequada - orientação?
Repetir colonoscopia em 12 meses (no máximo)
Lesões do cólon - orientação/vigilância: pólipos com sinais de malignidade
Referenciar a consulta de Gastro/Oncologia
Lesões do colon sob vigilância - follow-up?
Se não for detetado nenhum pólipo na 1ª colonoscopia de vigilância (quando realizada após 3 anos) -> repete em 5 anos -> mantem-se sem pólipos -> retoma rastreio organizado
Lesões do colon: quando suspender a vigilância endoscópica pós-polipectomia
80 anos ou mais cedo, se expetativa de vida limitada por comorbilidades.
O que pedir na suspeita de Doença celíaca?
Teste serológicos: Anticorpo Anti-Transglutaminase (tTG-IgA) + IgA Total
(outros: anticorpo anti-endomísio (EMA-IgA), anticorpos anti-gliadina)
> Se tTG-IgA positivo -> EDA com biopsia do intestino delgado
Se Se tTG-IgA negativo E IgA T detetavel E elevado risco de doença celiaca -> EDA com biopsia do intestino delgado
Tratamento da doença celíaca
Adesão a dieta sem gluten:
- resposta clínica em poucas semanas
- acompanhamento com Gastrenterologia/Nutricionista
- identificação e tratamento de deficiências nutricionais
Prognóstico a longo prazo é EXCELENTE (se aderir à dieta).
Sindrome do Intestino irritável - Critérios Roma IV
1) Dor abdominal recorrente, em média,
pelo menos 1dia/semana, nos últimos 3
meses, associado a ≥2 dos seguintes:
A. Relação com a defecação
B. Alteração da frequência das
dejeções
C. Alteração na aparência/forma das
fezes
Serologias Hepatite B - interpretação: HBs Ag - / Anti-HBc - / Anti-HBs -
Individuo suscetível (não imune, não infetado)
Serologias Hepatite B - interpretação: HBs Ag - / Anti-HBc + / Anti-HBs +
Imunidade devido a infeção natural
Serologias Hepatite B - interpretação: HBs Ag + / Anti-HBc + (IgM anti-HBc + / IgG anti-HC - ) / Anti-HBs -
Infeção aguda
Serologias Hepatite B - interpretação: HBs Ag + / Anti-HBc + (IgM anti-HBc - / IgG anti-HC + ) / Anti-HBs -
Infeção crónica
Serologias Hepatite B - interpretação: HBs Ag - / Anti-HBc - / Anti-HBs +
Imunidade devido a vacinação
Serologias Hepatite B - interpretação: AgHBs +; AgHBe +; anti-HBs - ; anti-HBc IgM -; anti-HBc IgG +.
Infeção crónica com alta replicação
Rastreio / estudo lab de infeção pelo vírus da hepatite C
Anticorpos anti-VHC
Reativo: referenciar! Irá ser pedido ARN de VHC (ativa vs resolvida)
Hepatite A - modo de transmissão
- Via fecal-oral (++ frequente)
▪ Ingestão de alimentos ou água contaminados
▪Contacto próximo inter-pessoalcom pessoas infetadas - Via sexual (associada a surtos em homens que fazem sexo com homens)
▪ Associadas a práticas sexuais que facilitam a transmissão fecal-oral, quando um dos parceiros está infetado.
Diagnóstico Hepatite A
Anticorpos anti-VHA IgM
IgG surgem na fase convalescença (imunidade protetora duradoura)
Hepatite A - Interpretação: Anti-VHA Igm positivo, na ausência de sintomas
Infeção antiga (no max 3-6 meses)
OU falso positivo OU infeção aguda assintomática (muito frequente na criança)
Vacinação Hepatite A - critérios gratuitidade
Candidatos a transplante hepático. Crianças sob tx com fatores de coagulação derivados do plasma.
Hepatite B - modo de transmissão
- Via sexual: vaginal, anal e oral (forma de transmissão mais comum)
- Via parentérica
- Transmissão vertical (de mãe para filho)
Hepatite C - modo de transmissão
- Via parentérica
- A transmissão por via sexual é rara, mas pode ocorrer, principalmente se houver lesões das mucosas genitais.