PARACOCCIDIOIDOMICOSE Flashcards
Conceito de PARACOCCIDIOIDOMICOSE
Doença granulomatosa crônica, caracterizada por causar infecção pulmonar primária que pode se disseminar.
Etiologia
Paracoccidioides brasiliensis
EPIDEMIOLOGIA • Principal micose sistêmica\_\_\_\_\_\_\_\_ •\_\_\_\_\_\_: é o país com o maior n° de casos • Estados mais afetados: \_\_\_\_\_\_\_\_ • Características: \_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_\_
- Principal micose sistêmica da América do Sul
- Brasil: é o país com o maior n° de casos: 1-3/100.000 hab
- Estados mais afetados: SP, MG, RJ e GO
- Características: doença crônica de caráter recidivante, deixando seqüelas anatômicas e funcionais.
- Pb já foi isolado do solo em raras ocasiões, mas seu modo de vida e nicho ecológico ainda são desconhecidos.
Em relação à idade, até os 20 anos, a doença se manifesta com igual prevalência nos dois sexos. Nos adultos, entretanto, 90% dos casos ocorrem em ____ (___-___ anos). As ocupações que mais favorecem são ____________.
Em relação à idade, até os 20 anos, a doença se manifesta com igual prevalência nos dois sexos. Nos adultos, entretanto, 90% dos casos ocorrem em homens (30-50 anos), devido à maior exposição na natureza, e também por razões hormonais. As ocupações que mais favorecem são trabalhadores rurais, operadores de máquinas e pedreiros urbanos.
ECOLOGIA DO P. BRASILIENSIS
Tem sido isolado do solo; crescendo em detritos vegetais. As áreas definidas apresentam clima temperado ou quente (18-28°C), com verões chuvosos e inversnos secos; as altitudes são de 50 a 1700 m e os solos são – em geral - ácidos. Em relação à vegetação, as áreas de reserva estão em florestas tropicais, sub-tropicais e de transição para o cerrado. As áreas de cultivo de café apresentam casos devido ao grande revolvimento de terra.
INFECÇÃO PRIMÁRIA
Ocorre nas duas primeiras décadas de vida, por inalação de conídios. As manifestações são inexpressivas, reconhecidas apenas pela intradermorreação ou achados histopatológicos em necrópsias.
FORMAS CLÍNICAS
São divididas em dois grupos:
As manifestações clínicas resultam da inalação de elementos infectantes do fungo ou da reativação de lesão primária quiescente. Quadros com dispnéia, tosse e expectoração são queixas frequentes. São divididas em dois grupos: A) Por inalação do fungo: - Pulmonar primária regressiva - Pulmonar primária Regressiva - Disseminada grave tipo juvenil B) Reativação de lesão quiescente: - Pulmonar Progressiva Crônica - Disseminada tipo adulto
Pulmonar primária progressiva
Ocorre em pacientes jovens ou não, com quadro de infecção respiratória aguda, broncopneumonia basal e derrame pleural bilateral.
Disseminada juvenil
Inicia com sintomas de infecção respiratória. No curso da doença, as manifestações são linfo-hematopoiéticas. Os quadros podem ser de abdôme agudo, quadros septicêmicos com manifestações ósseas e linfoma. Simula TB ganglionar e linfomas.
Pulmonar Progressiva Crônica
Resulta de reativação da lesão quiescente. Os sintomas iniciais são de infecção respiratória inespecífica, sub-aguda ou crônica. Os quadros radiológicos também são inespecíficos ou só são visíveis tardiamente.
Pulmonar primária regressiva
Constatada por achados acidentais.
Disseminada tipo adulto
É a forma mais diagnosticada (70% dos casos). Resulta da reativação de lesão quiescente. Ocorre em homens adultos com mais de 30 anos. Clinicamente, as manifestações podem se limitar a um órgão ou estarem presentes em vários órgãos e sistemas (tipo multifocal). As lesões mais conhecidas são as que se situam na pele, mucosa oral, laringe, nariz e linfonodos superficiais. As lesões pulmonares da forma disseminada são clinica e radiologicamente semelhantes às da forma pulmonar progressiva. Entretanto, são as lesões da disseminação que mais incomodam o paciente, levando-o ao médico.
QUADRO RADIOLÓGICO
Não há um padrão definido, mas 40% dos casos são do tipo intersticial centrífugo, a partir da região hilar. Podem ser bilaterais simétricas, ocupando os terços médios pulmonares.
Vias de disseminação do fungo
Pode ser linfática, hematogênica e canalicular (generalização da lesão pulmonar por secreções contaminadas conduzidas pelos brônquios).
Funções Pulmonares
São comprometidas por distúrbios do tipo obstrutivo, em alguns casos associados tipo restritivo, trazendo hipóxia crônica. O pneumotórax é outra complicaão da Pbmicose pulmonar. A fibrose pulmonar é uma sequela importante da Pbmicose e leva a uma redução permanente da capacidade pulmonar.
Tropismo do P. brasiliensis
Além do pulmão, nas formas disseminadas, quaisquer outros órgãos poderão ser atingidos. Entre eles destacam-se:
Linfonodos: Quanto maior e mais precoce for o linfotropismo, pior é o prognóstico. Isso resulta em adenopatias, o que pode ser a principal queixa dos pacientes. As cadeias ganglionares mais atingidas são as do segmento cefálico, as supraclaviculares e as axilares. O comprometimento linfático abdominal tem sido relatado com maior frequência no Centro-Oeste, resultando em quadros clínicos semelhantes ao abdome agudo, ou massas tumorais que sugerem neoplasias.
Supra-renais: os elevados níveis de corticosteroides nas supra-renais reduzem as reações inflamatórias. Isto explica a predileção do Pb por estes órgãos. Os granulomas do PB podem causar total destruição (necrose caseosa), levando à insuficiência das supra-renais (Doença de Addison).
Tegumento cutâneo-mucoso: as lesões da mucosa oral podem ser: pápulo-erosivas com pontilhado hemorrágico; ulcerações, comprometendo gengivas, língua, palato mole e mucosa dos lábios, podendo ocorrer lesões com aspecto úlcero-vegetantes. As lesões cutâneas podem ser polimórficas, pápulas com ulcerações e lesões verrucosas e infiltrativas.
Ossos: o envolvimento ósseo é, em geral, assintomático. Os ossos mais atingidos são: costelas, esterno, clavícula e outros dos membros superiores. Quando houver o envolvimento das articulações, as dores são mais intensas e acompanhadas de perda funcional das mesmas.
AIDS E PBMICOSE
- A imunidade celular é o principal mecanismo de defesa anti-P.brasiliensis;
- A disfunção na imunidade celular pode resultar em reativação de lesões quiescentes;
- 1989: 1° caso de Pbmicose na SIDA; 1999 = 44 casos
- Incidência de Pbmicose na SIDA: 0,02%
- Causas da baixa prevalência: profilaxia anti-Pneumocystis carinii (Cotromoxazol); efeito de azóis na profilaxia anti-Candida; AIDS (grandes grupos urbanos) e Pbmicose (zona rural).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Histoplasmose, Tuberculose, Leishmaniose, Sífilis, TB miliar. Em 10% dos casos, há Pb + TB associadas.
HISTOPATOLOGIA
Nas formas crônicas, observam-se granulomas de células epitelióides, biópsias, aspirado de gânglios, lavado bronco-alveolar. Nas formas agudas, observam-se lesões supurativas piogênicas e necróticas sem a barreira conjuntivo-histiocitária.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Materiais biológicos: escarro, pus de lesões, biópsias, aspirado de gânglios, lavado bronco-alveolar.
Exame direto com KOH: materiais como pus, raspados ou biópsias são diretamente homogeneizados com KOH 10%. O escarro deve ser inicialmente homogeneizado com KOH ou NALC (N-acetil-L-cisteína), com volume similar ao escarro, aguardando-se de 15-30 min antes de centrifugar. O Pb apresenta-se como células esféricas multibrotantes com 5-60 m de diâmetro e com duplo contorno.
Cultivo: de modo geral são difíceis e lentos. Deve-se semear no Sabouraud, Mycosel, Lactrimel ou ágar sangue. Meios contendo antibacterianos ou antibacteriano + ciclohexemide (Mycosel) são indicados para escarro ou material de lesões abertas. Materiais de biópsia ou punções poderão ser semeados em Sabouraud. A incubação é a 30°C. Em geral, o crescimento é obtido em 21 dias, mas podem demorar até 50 dias.
Macromorfologia: colônias com topografia cerebriforme, textura aveludada ou umbilicada.
Micromorfologia: micélio filamentoso, hialino, septado, ramificado e com clamidoconídios intercalares terminais.
Reversão: é obrigatória para a correta identificação. Usa-se um meio rico, como o ágar SABHI com 5% de sangue, e incuba-se a 37 graus. Após 14-21 dias, observam-se colônias de aspecto glabroso, variando a branco-bege.
Inoculação: o material biológico ou as colônias podem ser inoculados em testículo de cobaios que, em 14-21 dias, desenvolverão orquite.