P2 Flashcards
GLICOGENÓLISE
processo de degradação do glicogênio para formar glicose-1-fosfato, que pode ser convertida em glicose-6-fosfato e entrar na glicólise ou, no fígado, ser convertida em glicose para ser liberada no sangue.
Ocorre principalmente no fígado e músculos.
Ativada em resposta a necessidades energéticas rápidas, como exercícios físicos intensos ou entre as refeições.
Estimulada por hormônios catabólicos, especialmente glucagon (no fígado) e adrenalina (no músculo).
GLICONEOGENESE
processo de síntese de glicose a partir de precursores não-glicídicos, como lactato, aminoácidos (principalmente alanina) e glicerol.
Contexto Metabólico:
Predominantemente ocorre no fígado, com uma pequena contribuição dos rins.
Ativada durante períodos prolongados de jejum ou inanição, quando as reservas de glicogênio se esgotam e o corpo precisa de uma fonte alternativa de glicose, principalmente para fornecer energia ao cérebro.
Estimulada pelo hormônio glucagon e inibida pela insulina.
precursores da gliconeogenese - lactato
Lactato: Proveniente principalmente do metabolismo anaeróbico nos músculos e eritrócitos. O lactato pode ser convertido em piruvato pela enzima lactato desidrogenase (LDH), e o piruvato pode então entrar na via da gliconeogênes
precursores da gliconeogenese - aminoácidos
Aminoácidos: Embora vários aminoácidos possam alimentar a gliconeogênese, a alanina é o mais proeminente. A alanina é transaminada para formar piruvato. Outros aminoácidos, quando degradados, entram na via em diferentes pontos, dependendo de sua estrutura química. Vale ressaltar que os aminoácidos leucina e lisina não são precursores gliconeogênicos porque são estritamente cetogênicos.
precursores da gliconeogenese - glicerol
Glicerol: Liberado durante a lipólise (degradação de triglicerídeos) no tecido adiposo. O glicerol é convertido em glicerol-3-fosfato pela glicerol quinase. Glicerol-3-fosfato pode ser oxidado para diidroxiacetona-fosfato (DHAP), um intermediário da glicólise e gliconeogênese.
precursores da gliconeogenese - propionil-coa
Propionil-CoA: Originado principalmente da degradação de aminoácidos ímpares e de alguns ácidos graxos. O propionil-CoA é convertido em succinil-CoA, que pode entrar no ciclo de Krebs e eventualmente produzir substratos para a gliconeogênese.
órgão chave no controle de glicemia
FÍGADO
Produção e Liberação de Glicose:Durante períodos de jejum ou quando há baixa disponibilidade de glicose, o fígado produz glicose através da gliconeogênese e a libera na corrente sanguínea.
O fígado também armazena glicogênio, uma forma polimérica de glicose. Quando há necessidade de elevar rapidamente a glicemia, o fígado degrada o glicogênio em glicose através da glicogenólise e a libera no sangue.
Captação de Glicose Pós-prandial:
Após uma refeição, quando há um aumento na glicemia, o fígado atua na captação e armazenamento da glicose excedente, convertendo-a em glicogênio (glicogênese) ou, em certas circunstâncias, em ácidos graxos para armazenamento.
Resposta Hormonal:
O fígado é altamente sensível à insulina e ao glucagon, os principais hormônios reguladores da glicemia. A insulina promove a captação e armazenamento de glicose no fígado, enquanto o glucagon estimula a produção e liberação de glicose.
Conversão de outros Substratos em Glicose:
Como mencionado anteriormente, o fígado pode converter vários substratos não-glicídicos, como lactato, aminoácidos e glicerol, em glicose através da gliconeogênese.
Regulação do Metabolismo de Outros Nutrientes:
O fígado também desempenha um papel central no metabolismo de lipídios e proteínas. Alterações nesses processos metabólicos podem influenciar indiretamente os níveis de glicose no sangue.
HORMÔNIOS CONTRA REGULATÓRIOS
aqueles que atuam para elevar a glicemia, contrapondo-se à ação da insulina, que diminui os níveis de glicose no sangue. Os principais hormônios contra-regulatórios são: GLUCAGON, ADRENALINA, CORTISOL E GH
Glucagon:
Produção: Produzido pelas células alfa das ilhotas de Langerhans no pâncreas.
Ação: Estimula a glicogenólise (degradação do glicogênio em glicose) e a gliconeogênese (produção de glicose a partir de precursores não-glicídicos) no fígado, resultando na liberação de glicose para a corrente sanguínea.
Adrenalina (ou epinefrina):
Produção: Produzida pela medula adrenal (parte interna das glândulas suprarrenais).
Ação: Liberada em resposta ao estresse ou exercício físico intenso. A adrenalina estimula a glicogenólise no fígado e no músculo. Também inibe a captação de glicose nas células musculares e adiposas, ajudando a elevar a glicemia. Além disso, potencializa a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, fornecendo uma fonte alternativa de energia para os tecidos.
Cortisol:
Produção: Produzido pelo córtex adrenal (parte externa das glândulas suprarrenais).
Ação: Em situações de estresse prolongado, o cortisol aumenta a gliconeogênese hepática, contribuindo para elevar a glicemia. Também atua para reduzir a utilização de glicose por alguns tecidos, promovendo a mobilização de ácidos graxos como fonte alternativa de energia. Além disso, o cortisol pode reduzir a sensibilidade das células à insulina.
Hormônio do crescimento (GH):
Produção: Produzido pela hipófise anterior.
Ação: Embora seu papel principal seja estimular o crescimento, o GH tem efeitos metabólicos que resultam na elevação da glicemia. Ele reduz a captação de glicose nas células e aumenta a lipólise, liberando ácidos graxos como uma fonte alternativa de energia. A longo prazo, pode diminuir a sensibilidade à insulina.
JEJUM CURTO VS. JEJUM PROLONGADO
Jejum Curto (horas após a última refeição):
Glicogênio Hepático: Nos primeiros estágios do jejum, o fígado começa a degradar seu armazenamento de glicogênio para liberar glicose na corrente sanguínea. Esse processo é chamado de glicogenólise.
Ácidos Graxos: O tecido adiposo começa a liberar ácidos graxos na circulação, embora neste estágio inicial a glicose proveniente do glicogênio ainda seja a principal fonte de energia.
Utilização de Glicose: Muitos tecidos do corpo, incluindo músculos, ainda utilizam glicose como sua principal fonte de energia.
Jejum Prolongado (vários dias sem ingestão de alimentos):
Reservas de Glicogênio Esgotadas: O glicogênio hepático é tipicamente esgotado dentro de 24 horas. Como resultado, o corpo precisa de outras fontes de glicose.
Gliconeogênese: Com as reservas de glicogênio esgotadas, o fígado começa a sintetizar glicose a partir de precursores não-glicídicos, como aminoácidos (degradados a partir de proteínas musculares) e glicerol (degradado a partir de triglicerídeos).
Cetogênese: Como os ácidos graxos são mobilizados em grandes quantidades do tecido adiposo, o fígado começa a convertê-los em corpos cetônicos (como o beta-hidroxibutirato e acetoacetato). Esses corpos cetônicos podem ser usados como fonte de energia pelo cérebro e outros tecidos.
Proteólise: Com o prolongamento do jejum, o corpo começa a degradar proteínas musculares em uma taxa mais elevada para fornecer aminoácidos para a gliconeogênese.
Redução na Utilização de Glicose: Com o tempo, muitos tecidos do corpo começam a usar predominantemente ácidos graxos e corpos cetônicos como fonte de energia, poupando glicose para o cérebro e outros tecidos que são dependentes de glicose.
Adaptação Cerebral: Após um período de jejum prolongado, o cérebro começa a utilizar corpos cetônicos como uma fonte significativa de energia, reduzindo sua dependência de glicose.
JEJUM CURTO VS. JEJUM PROLONGADO - PRECURSORES
Jejum Curto (horas após a última refeição):
Glicogênio: No início do jejum, o principal precursor da glicose é o glicogênio armazenado no fígado (e em menor grau nos músculos). O glicogênio é rapidamente quebrado em glicose através da glicogenólise, fornecendo a principal fonte de energia para o corpo.
Jejum Prolongado (vários dias sem ingestão de alimentos):
Aminoácidos: Com o prolongamento do jejum e o esgotamento das reservas de glicogênio, o corpo começa a quebrar proteínas musculares, liberando aminoácidos. Muitos desses aminoácidos, como a alanina, são transportados para o fígado, onde são convertidos em glicose através da gliconeogênese.
Glicerol: Durante o jejum prolongado, a lipólise aumenta, resultando na quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. O glicerol é então transportado para o fígado, onde pode ser convertido em glicose.
Propionil-CoA: Este é um subproduto da degradação de alguns ácidos graxos e aminoácidos ímpares. No fígado, o propionil-CoA pode ser convertido em succinil-CoA, que eventualmente pode ser usado para produzir glicose.
Lactato: Embora mais relevante durante o exercício ou em condições anaeróbicas, o lactato pode ser convertido de volta em glicose no fígado através do ciclo de Cori.
É importante observar que, à medida que o jejum se prolonga, o corpo adota mecanismos para poupar a degradação proteica e a gliconeogênese, aumentando a produção e utilização de corpos cetônicos para atender às necessidades energéticas, especialmente do cérebro.
ENZIMAS EXCLUSIVAS DA GLICONEOGÊNESE
A gliconeogênese é o processo pelo qual a glicose é sintetizada a partir de precursores não-glicídicos, como lactato, glicerol e aminoácidos. Embora muitas das enzimas utilizadas na gliconeogênese sejam as mesmas da glicólise (mas atuando na direção oposta), existem algumas etapas da glicólise que são irreversíveis. Para contornar essas etapas irreversíveis, a gliconeogênese utiliza enzimas exclusivas. Aqui estão essas enzimas e suas respectivas funções:
Piruvato Carboxilase:
Fosfoenolpiruvato Carboxiquinase (PEPCK):
1,6-bisfosfatase (ou Frutose-1,6-bisfosfatase)
Glicose-6-fosfatase:
ENZIMAS EXCLUSIVAS DA GLICONEOGÊNESE - Piruvato Carboxilase:
Localização: Mitocondrial.
Função: Converte piruvato a oxaloacetato. Esta é uma reação anaplerótica, que significa que ela repõe o ciclo de Krebs com intermediários. A carboxilação do piruvato requer a coenzima biotina e ATP.
ENZIMAS EXCLUSIVAS DA GLICONEOGÊNESE - Fosfoenolpiruvato Carboxiquinase (PEPCK):
Localização: Mitocondrial e citosólica (existem isoformas da enzima em ambos os locais).
Função: Converte oxaloacetato a fosfoenolpiruvato (PEP). Esta reação consome GTP.
ENZIMAS EXCLUSIVAS DA GLICONEOGÊNESE - 1,6-bisfosfatase (ou Frutose-1,6-bisfosfatase)
Localização: Citosólica.
Função: Remove o fosfato da posição 1 da frutose-1,6-bisfosfato, formando frutose-6-fosfato. Esta etapa é o inverso da reação catalisada pela enzima fosfofrutoquinase-1 na glicólise.
ENZIMAS EXCLUSIVAS DA GLICONEOGÊNESE - Glicose-6-fosfatase:
Localização: No retículo endoplasmático do fígado e dos rins.
Função: Converte glicose-6-fosfato a glicose. Esta etapa permite a liberação de glicose no sangue. Note que a glicose-6-fosfatase não está presente em músculos ou em muitos outros tecidos, então esses tecidos não podem liberar glicose no sangue.
Estas enzimas exclusivas permitem que a gliconeogênese contorne as etapas irreversíveis da glicólise, facilitando a síntese de glicose a partir de precursores não-glicídicos.
conversão de piruvato em fosfoenolpiruvato (PEP) na gliconeogênese - ETAPA 1 -Conversão de Piruvato para Oxaloacetato pela Piruvato Carboxilase:
Localização: Esta reação ocorre nas mitocôndrias.
Processo:
A piruvato carboxilase catalisa a carboxilação irreversível do piruvato para formar oxaloacetato (OAA).
Esta reação requer a coenzima biotina e ATP. O ATP é hidrolisado para fornecer a energia necessária, resultando em ADP e fosfato inorgânico (Pi).
A biotina, covalentemente ligada à piruvato carboxilase, atua como transportadora de CO2 e é essencial para a transferência de um grupo carboxil para o piruvato.
conversão de piruvato em fosfoenolpiruvato (PEP) na gliconeogênese - ETAPA 2 - Conversão de Oxaloacetato para Fosfoenolpiruvato pela Fosfoenolpiruvato Carboxiquinase (PEPCK):
Localização: O OAA precisa ser transportado para o citosol para a próxima etapa. Isso pode acontecer diretamente como OAA, ou o OAA pode ser reduzido temporariamente a malato para facilitar o transporte mitocondrial. Uma vez no citosol, se o OAA foi convertido em malato, ele é então reoxidado de volta a OAA.
Processo:
A PEPCK catalisa a conversão de oxaloacetato em PEP.
Esta reação consome GTP, que é hidrolisado para produzir GDP e fosfato inorgânico (Pi).
A conversão de piruvato para PEP é crítica na gliconeogênese porque contorna a reação irreversível da piruvato quinase na glicólise, permitindo que o piruvato (e, portanto, precursores como lactato ou aminoácidos) seja utilizado para a produção de glicose.
regulador alostérico Frutose-2,6-bifosfato (F2,6P)
A frutose-2,6-bisfosfato (F2,6P) desempenha um papel crucial na regulação da glicólise e da gliconeogênese, atuando como um potente modulador alostérico das enzimas fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) e frutose-1,6-bisfosfatase (FBPase-1). Esse regulador alostérico desempenha um papel chave em garantir que a glicólise e a gliconeogênese não ocorram simultaneamente na mesma célula, o que evitaria um ciclo fútil e um gasto desnecessário de energia.
A concentração intracelular de F2,6P é regulada por uma única enzima bifuncional chamada fosfofrutoquinase-2/frutose-2,6-bisfosfatase (PFK-2/FBPase-2). A atividade dessa enzima bifuncional é, por sua vez, regulada por fosforilação. Quando PFK-2 é ativa (na forma não fosforilada), produz-se F2,6P, favorecendo a glicólise. Quando FBPase-2 é ativa (na forma fosforilada), a F2,6P é degradada, favorecendo a gliconeogênese.
Hormônios como insulina e glucagon desempenham um papel crucial na regulação da atividade da PFK-2/FBPase-2, e, por extensão, dos níveis de F2,6P, ajudando assim a determinar se uma célula está em um estado glicolítico ou gliconeogênico. Por exemplo, o glucagon ativa uma cascata de eventos que resulta na fosforilação e ativação da FBPase-2 (e inativação da PFK-2), enquanto a insulina tem o efeito oposto.
REGULADOR ALOSTERICO FRUTOSE-2, 6-FOSFATO Sobre a Fosfofrutoquinase-1 (PFK-1):
Ativação: A F2,6P atua como um ativador alostérico da PFK-1. Ao se ligar à PFK-1, a F2,6P aumenta a afinidade da enzima pelo seu substrato, frutose-6-fosfato, e diminui sua inibição pelo ATP. Como resultado, a atividade da PFK-1 é estimulada, impulsionando a glicólise.
GLUCAGON INATIVA PFK2
INSULINA ATIVA PFK2
REGULADOR ALOSTERICO FRUTOSE-2, 6-FOSFATO Sobre a Frutose-1,6-bisfosfatase (FBPase-1):
Inibição: A F2,6P atua como um inibidor alostérico da FBPase-1. Quando a F2,6P se liga à FBPase-1, a atividade enzimática diminui, inibindo assim a gliconeogênese.
A concentração intracelular de F2,6P é regulada por uma única enzima bifuncional chamada fosfofrutoquinase-2/frutose-2,6-bisfosfatase (PFK-2/FBPase-2). A atividade dessa enzima bifuncional é, por sua vez, regulada por fosforilação. Quando PFK-2 é ativa (na forma não fosforilada), produz-se F2,6P, favorecendo a glicólise. Quando FBPase-2 é ativa (na forma fosforilada), a F2,6P é degradada, favorecendo a gliconeogênese.
GLUCAGON ATIVA FBPASE-2
INSULINA INATIVA FBPASE-2