p1 Flashcards
composição dos tecidos
os tecidos são compostos não somente por células, com sua estrutura interna de filamentos do citoesqueleto mas
também de matriz extracelular, que é secretada pelas próprias células ao seu
redor, e essa matriz fornece o apoio aos tecidos, como o osso ou a madeira
Como as células podem ser mantidas ?
As células podem ser mantidas unidas através da matriz extracelular ou diretamente ligadas uma à outra.
MATRIZ EXTRACELULAR E TECIDO CONECTIVO
As plantas e os animais evoluíram sua organização multicelular de forma independente, e seus tecidos são construídos em diferentes princípios. Os animais matam outros seres vivos para se alimentarem, e, para isso, eles devem ser fortes e ágeis. Eles devem possuir tecidos capazes de movimentos rápidos, e as células que formam esses tecidos devem ser capazes de gerar e transmitir força e mudar de forma rapidamente. As plantas, por outro lado, são sedentárias, e seus tecidos são mais ou menos rígidos, e suas células são fracas e frágeis se isoladas do seu tecido de sustentação
O tecido conjuntivo dos animais consiste principalmente em matriz extracelular
Tradicionalmente são distinguidos quatro principais tipos de tecidos animais: o
conectivo, o epitelial, o nervoso e o muscular. A diferença na arquitetura básica
ocorre entre o tecido conectivo e os demais. No tecido conectivo, a matriz
extracelular é abundante e suporta a força mecânica. Nos outros tecidos, como
o epitelial, a matriz extracelular é escassa, e as células são unidas diretamente
umas às outras, e elas mesmas suportam a força mecânica. Veremos primeiro o
tecido conectivo.
Os tecidos conectivos animais?
Os tecidos conectivos animais são consideravelmente variáveis. Eles podem ser rígidos e flexíveis, como os tendões ou a derme, duros e densos, como
os ossos, elástico e com capacidade de absorver choques, como a cartilagem, ou
macios e transparentes, como a gelatina, que preenche o interior dos olhos.
Em todos esses tecidos, a resistência elástica, seja forte ou fraca, é conferida não por um polissacarídeo, como nos vegetais, mas por uma proteína fibrosa, o colágeno
O colágeno fornece a resistência à tração do tecido conectivo dos animais?
O colágeno é encontrado em todos os tecidos animais multicelulares e de diversos tipos. Os mamíferos possuem cerca de 20 genes diferentes de colágeno
codificando formas variantes do colágeno necessário a diferentes tecidos. Os colágenos são as proteínas mais importantes no osso, no tendão e na pele (o couro é puro colágeno) e constituem 25% do total da massa proteica dos mamíferos,
mais do que qualquer outro tipo de proteína.
Biossíntese do colágeno?
Cadeias polipeptídicas individuais de colágeno são sintetizadas no RER dos fibroblastos.
No lúmen do RER, algumas prolinas e lisinas são hidroxiladas (Hidroxiprolinae hidroxilisina) permitindo, assim, que as cadeias se combinem através de pontes de hidrogênio formando a tripla-hélice de um pró-colágeno. A triplahélice formada é secretada para o espaço extracelular.
A enzima Colagenase cliva as porções N e C terminal do pró-colágeno dando origem às moléculas de colágeno que vão se organizar em fibrilas na MEC.
As integrinas unem a matriz externa de uma célula com o citoesqueleto interno
Se as células empurram e se arrastam sobre a matriz, elas devem ser capazes de
se ligarem a ela. As células não se ligam bem ao colágeno desguarnecido. Outra
proteína de matriz extracelular, a fibronectina, fornece a ligação. Uma parte da molécula de fibronectina se liga ao colágeno, e a outra forma um sítio de ligação para a célula .
As células se ligam a sítios específicos na fibronectina por uma proteína
receptora denominada integrina, que se estende na membrana plasmática celular. Enquanto o domínio extracelular da integrina se liga à fibronectina, o domínio intracelular (por uma série de moléculas adaptadoras) se liga aos filamentos de actina do interior da célula. Graças a esse ancoramento, em vez de serem rompidas da fina bicamada lipídica em um momento de tensão entre as células e a matriz, as moléculas de integrina transmitem o estresse da matriz para o citoesqueleto.
As integrinas fazem mais do que transmitir o estresse passivamente, elas
também reagem ao estresse e a sinais químicos de dentro para fora da célula controlando se elas irão manter sua ligação a outras moléculas ou se serão
liberadas. As integrinas formam e desfazem ligações, por exemplo, quando as
células se movem sobre um tecido, prendendo-se à matriz na porção posterior e liberando-a na porção anterior
funções das integrinas
As integrinas desempenham essas funções sofrendo mudanças conformacionais. A ligação a uma molécula em um lado da membrana faz com que a molécula de integrina passe a um estado estendido e ativado, de modo que possa
prender outra molécula do lado oposto, um efeito que atua nas duas direções
através da membrana
A integrina produzida pelo homem
O homem produz pelo menos 24 tipos distintos de integrinas, que reconhecem diferentes estruturas extracelulares e possuem distintas funções dependendo do tipo de células onde são encontradas. Por exemplo, as integrinas auxiliam
na migração dos leucócitos para fora dos vasos sanguíneos em direção ao local
de infecção para combater os micro-organismos. Indivíduos que não possuem
este tipo de integrina desenvolvem uma doença denominada deficiência na adesão de leucócitos e sofrem de repetidas infecções bacterianas. Uma forma diferente de integrina é encontrada nas plaquetas. Indivíduos que não possuem essa integrina sangram excessivamente, porque suas plaquetas não podem ligar-se
aos fatores de coagulação necessários na matriz extracelular.
Géis de polissacarídeos e proteínas preenchem os espaços e resistem à compressão
Enquanto o colágeno confere força elástica para resistir à tensão, um grupo
completamente diferente de macromoléculas na matriz extracelular dos tecidos animais fornece a função complementar, resistindo à compressão e preenchendo o espaço. Esses são os proteoglicanos, proteínas extracelulares ligadas a uma classe especial de polissacarídeos complexos negativamente carregados, os glicosaminoglicanos (GAGs) (Figura 20-16). Os proteoglicanos são extremamente diversos em tamanho, forma e química. Tipicamente, muitas cadeias GAG são ligadas a uma única proteína central, a qual pode, por sua vez, estar ligada pela outra extremidade a outro GAG, criando uma enorme macromolécula semelhante a uma escova de garra
Os glicosaminoglicanos (GAGs)?
os GAGs são bastante hidrofílicos e tendem a adotar conformações extremamente estendidas que ocupam um grande volume com relação à sua massa
(ver Figura 20-17). Eles formam géis mesmo em concentrações muito baixas,
suas múltiplas cargas negativas atraem uma nuvem de cátions, como o Na+
que são osmoticamente ativos, fazendo com que grandes quantidades de água
sejam sugadas para a matriz. Isso cria uma pressão de intumescência que é
equilibrada pela tensão nas fibras de colágeno que estão entrelaçadas com os
proteoglicanos
Os proteoglicanos funções sofisticadas
Os proteoglicanos desempenham muitas funções sofisticadas, além de fornecer um espaço hidratado ao redor das células. Eles podem formar géis e poros
de tamanho e densidade de carga variados que atuam como filtros para regular a passagem de moléculas para o meio extracelular. Eles podem ligar fatores
de crescimento e outras proteínas que atuam como sinais para as células. Eles
podem bloquear, apoiar ou guiar a migração celular pela matriz. De qualquer
maneira, os componentes da matriz influenciam o comportamento das células,
frequentemente as mesmas células que produziram a matriz, uma interação recíproca que tem importantes efeitos na diferenciação celular. Há muito ainda a
ser descoberto a respeito de como as células formam esse tapete de moléculas
de matriz e como as mudanças químicas que elas deixam nessa fábrica atuam e
são organizadas