Os mecanismos de defesa e a crise de 1929 Flashcards
Situação econômica ao deflagrar-se a crise.
A produção teria que continuar crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento.
Por outro lado, era impossível conseguir crédito no exterior para financiar a retenção dos estoques e o crédito do governo havia desaparecido com a evaporação das reservas.
Mecanismo de defesa através da taxa cambial.
A queda brusca do preço internacional do café e a falência do sistema de conversibilidade acarretaram a queda do valor externo da moeda.
O grosso das perdas poderia ser transferido para a coletividade através da alta dos preços das importações.
A depreciação da moeda, ao atenuar o impacto da baixa do preço internacioal sobre os cafeicultores, induzia estes a continuarem colhendo o café e manter a pressão sobre o mercado.
Expansão de crédito.
Apenas o mecanismo do câmbio não constituia um instrumento de defesa efetivo. Era necessário evitar que os estoques invendáveis pressionassem os mercados, baixand aida mais os preços.
O financiamento dos estoques teria de ser feito retendo parte do fruto da exportação ou pela expansão de crédito.
A medida que se usou a expansão de crédito, houve mais uma vez a socialização dos prejuízos, contribuindo para uma maior depreciação da moeda.
Destruição dos excedentes.
Como se tinha em vista evitar a continuidade da queda dos preços, a destruição dos excedentes das colheitas se impunha como consequencia lógica da política de continuar colhendo mais café do que se podia vender.
Preço do café durante os anos de 1930.
Dependendo da estrutura da oferta, o preço do café atravessou o decênio totalmente indiferente à recuperação que, a partir dos anos 1934, se dava nos países industrializados.
Após alcançar o seu ponto mais baixo em 1933, a cotação internacional se manteve quase sem alteração até 1937, para em seguida cair ainda mais.
Preço dos outros produtos primários durante os anos 1930.
A recuperação que se deu entre 1934-35 trouxe uma elevação geral dos preços dos produtos primários.
Ex: O preço do açucar subiu em 140% entre 1933 e 1937; o do cobre subiu pouco mais de 100%.
Efeito multiplicador de desemprego.
Ao garantir os preços mínimos de compra para os produtores, estava-se mantendo o nível de emprego na economia exportadora e, indiretamente, nos setores produtores ligados ao mercado interno.
O valor do produto que se destruía era muito inferior ao montante da renda que se criava.
A política de defesa do setor cafeeiro nos anos da grande depressão concretiza-se num verdadeiro programa de fomento da renda nacional.
Renda nacional durante os anos de 1930.
Já em 1933 a renda nacional recomeçou a crescer no Brasil, quando nos EUA os primeiros sinais de recuperação só se manifestaram em 1934.
No Brasil, em nenhum ano da crise houve inversões líquidas negativas, fato que ocorreu nos EUA e como regra geral em odos os países.
A recuperação da economia brasileira não se deveu a nenhum fator externo, e sim a política de fomento que se seguiu e que era subproduto da defesa dos interesses dos cafeeiros.
Acumulação de estoques realizada com empréstimos externos X Acumulação de estoques por expansão de crédito.
A aculumação de estoques realizada com empréstimos externos não resultava em nenhuma inversão líquida, pois o que se investia dentro do país, acumulando estoque, se desinvestia no exterior contraindo dívidas. Ocorria como se o café tivesse sido comprado por firmas estrangeiras que postergavam o transporte.
No caso da acumulação de estoques financiada por expansão de crédito, a compra do café representava uma criação de renda que se adicionava à renda criada pelos gastos dos consumidores e dos inversionistas.
A inversão líquida criava capacidade produtiva e a acumulação de estoques invendáveis, não.