Deslocamento do centro dinâmico Flashcards
A pressão sobre a estrutura econômica provocada pela política de defesa do setor cafeeiro.
A política de fomento de renda, implícita na defesa dos cafeicultores, era responsável por um desequilíbrio externo que tendia a aprofundar-se.
A correção desse desequilíbrio se fazia à custa de forte baixo do poder aquisitivo externo da moeda, que se traduzia na elevação dos preços das importações.
Evolução do poder aquisitivo externo e interno da moeda brasileira nos anos de crise.
Entre 1929 e 1931 o poder de compra do cruzeiro caiu no exterior cerca de 50% mais do que dentro do país.
Importância crescente da procura interna na década de 1930.
Ao manter-se a procura interna com mais firmeza que a externa, o setor que produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de inversão que o setor exportador.
Cria-se uma situação praticamente nova na economia brasileira: a preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de capital.
Desinvestimento dos capitais que haviam sido imobilizados em plantações de café.
Boa parte dos capitais foram absorvidos pela própria agricultura de exportação em outros setores, principalmente o do algodão.
(O preço mundial do algodão havia sido mantido, durante a depressão, em benefício dos produtores norte-americanos.)
Contudo, o fator dinâmico principal, nos anos que se seguem à crise, passa a ser o mercado interno.
Primeira fase da expansão da produção ligada ao mercado interno.
O fator mais importante dessa fase foi o aproveitamento mais intensivo da capacidade já instalada no país. (Isso possibilitou uma maior rentabilidade para o capital aplicado, criando os fundos necessários dentro da própria indústria para sua expansão subsequente).
Outro fator importante foi a possibilidade de adquirir a preços muito baixos, equipamentos de segunda mão provenientes de fábricas que haviam fechado em países mais atingidos pela crise.
Instalação da indústria de bens de capital no Brasil.
A expansão da produção para o mercado interno resultou no crescimento da procura de bens de capital e a depreciação cambial acarretou na elevação dos preços de importação, criando condições para a instalação de uma indústria de bens de capital.
A produção de bens de capital no Brasil pouco sofreu com a crise, recomeçado a crescer já em 1931.
Recuperação da crise de 1929.
A recuperação veio rápida e comparativamente forte.
A produção industrial cresceu cerca de 50% entre 1929 e 1937 e a produção primária para o mercado interno cresceu em mais de 40%.
Mesmo com a depressão imposta de fora, a renda nacional aumento em 20% nesse período.
Perca das modificações cambiais como mecanismo de ajuste da economia.
Em uma economia tipicamente exportadora de matérias-primas a concorrência entre produtores internos e importadores era quase inexistente. Esse deixou de ser o caso do Brasil.
O crescimento relativo do setor dedicado ao mercado interno tornava impraticável o funcionamento de um sistema cambial com taxa flutuante, que tornava a situação instável demais.
Perdia-se um dos instrumentos mais efetivos de defesa da velha estrutura econômica com raízes na era colonial.