Opioides Flashcards

1
Q

Qual foi o primeiro opioide completamente sintético?

A

A meperidina foi o primeiro opioide completamente sintético. É uma estrutura básica de fenilpiperidina, e os congêneres do fentanil são versões mais complexas desta mesma estrutura.

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2
Q

Em termos gerais, descreva o estado ácido-base, a ligação à proteína e o estado ionizado da classe de medicamentos opioides.

A

Grande fração dos opioids se ligam a proteínas

Em geral, os opioides são bases fracas altamente solúveis que são altamente ligadas a proteínas e amplamente ionizadas em pH fisiológico. As propriedades fisicoquímicas dos opioides, como a ligação a proteínas, a fração ionizada e a lipossolubilidade, afetam seu comportamento clínico. (

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3
Q

Qual é o mecanismo de ação dos opioides?

A

Eles atuam através do receptor mi o que leva a uma redução da transmissão do estimulo

Os opioides exercem seus efeitos através de suas ações agonistas nos receptores opioides. A principal ação dos opioides parece ser através da interação com as proteínas G, resultando em inibição da atividade da adenilato ciclase e aumento da condutância do potássio. Isso resulta em hiperpolarização da célula e leva a uma supressão da transmissão sináptica.

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4
Q

Descreva os locais e as classes de receptores opioides.

A

Mi, delta, kapa
Corno,dorsal da medula

Os receptores de opioides estão localizados em vários tecidos
em todo o sistema nervoso central (SNC) e exercem seus efeitos terapêuticos em múltiplos locais. Eles inibem a liberação da substância P pelos neurônios sensoriais primários no corno dorsal da medula espinhal, mitigando a transferência de sensações dolorosas para o cérebro. As ações de opioides no tronco encefálico modulam a transmissão nociceptiva no corno dorsal da medula espinhal através de vias inibitórias descendentes. Foram identificados três receptores de opioides clássicos: μ, κ e δ. Mais recentemente, também foi identificado um quarto ligante do receptor de opioide, ORL1 (também conhecido como receptor de opioides nociceptina [NOP]), mas
sua função é bastante diferente da dos receptores de opioides clássicos. Embora tenha sido proposta a existência de subtipos
de receptores de opioides (p. ex., μ1, μ2), não está claro, pelas técnicas de biologia molecular, que genes distintos codifiquem para eles. (124)

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5
Q

. Como os opioides são metabolizados?

A

Em geral, os opioides são metabolizados pelo fígado, embora alguns sofram conjugação hepática e sejam excretados pelos rins. (

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6
Q

Quais opioides têm metabólitos ativos?

A

Morfina, meperidina

Tanto a meperidina quanto a morfina possuem metabólitos ativos que podem se acumular na insuficiência renal e, portanto, esses fármacos devem ser usados com precaução nesta população de pacientes. As variações genéticas no metabolismo
da codeína também podem afetar o efeito clínico do medicamento.

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7
Q

Quais são os quatro principais comportamentos farmacocinéticos dos opioides?

A

.

Os quatro principais comportamentos farmacocinéticos dos opioides são (1) tempo para o pico da concentração no local efetor após a injeção em bólus (isto é, cinética front-end de uma
injeção em bólus), (2) o tempo de decaimento clinicamente relevante da concentração após injeção em bólus (isto é, cinética back-end de uma injeção em bólus), (3) tempo para a concentração no estado de equilíbrio após o início de uma infusão contínua (isto é, cinética front-endde uma infusão) e (4) tempo de decaimento clinicamente relevante da concentração após o término da infusão contínua (isto é, cinética back-end de uma infusão).

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8
Q

Que propriedades de um opioide afetam o seu tempo de latência até o pico de efeito (isto é, cinética front-end de uma injeção em bólus) após uma injeção em bólus?

A

O tempo de latência até o pico de efeito (cinética front-end de um bólus) de opioides intravenosos comuns após a administração de um bólus é influenciado pela ionização e pela lipossolubilidade dos opioides. Os opioides que não são ionizados, não ligados e possuem alta lipossolubilidade rapidamente se equilibram no local efetor. O tempo para o pico de efeito também é influenciado pela quantidade de fármaco administrado no bólus inicial. (126)

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9
Q

Como o remifentanil difere de outros opioides quando utilizado como infusão contínua?

A

Meia vida contexto sensitiva curta - metabolizado por estercasse plasmáticas

Como o remifentanil se equilibra rapidamente no local de efeito, ele pode ser iniciado como uma infusão sem bólus e atinge uma concentração de estado de equilíbrio no local efetor
em um período de tempo eficiente sem continuar a aumentar sua concentração. As infusões de outros narcóticos exigem a
administração de um bólus para alcançar mais rapidamente o estado de quase equilíbrio e as concentrações podem aumentar durante horas com uma infusão contínua. Por esse motivo, o remifentanil frequentemente é escolhido para a anestesia intravenosa total (TIVA). (127)

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10
Q

Indique um exemplo clínico de como o tempo de latência de um bólus de opioide até o pico de efeito influenciaria a dosagem da analgesia controlada pelo paciente (PCA).

A

. A cinética front-end do fentanil torna-o adequado para o uso na analgesia controlada pelo paciente (PCA). Em contraste com a morfina, o pico de efeito de um bólus de fentanil se manifesta antes que um período de bloqueio típico da PCA tenha passado, mitigando, assim, o problema de “empilhamento de dose”. (127)

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11
Q

O que é meia-vida contexto-dependente (MVCD)? Quais são algumas das implicações clínicas da MVCD?

A

É o tempo gasto para que a concentração no sítio efetor diminua 50% após a infusão contínua ser suspensa.

A meia-vida contexto-dependente (MVCD) é definida como o tempo necessário para uma diminuição de 50% na concentração do fármaco após a interrupção de uma infusão no estado de equilíbrio. A MVCD prevê o término do efeito do medicamento ou a cinética “de back-end da infusão”. Ela tem muitas utilidades clínicas. Em primeiro lugar, para a maioria dos fármacos, a MVCD muda com a duração da infusão. Após uma curta duração de infusão, a cinética de back-end prevista para os vários medicamentos não difere muito (o remifentanil é uma exceção). Mas se a duração da infusão aumentar, as MVCDs variarão de acordo com os diferentes opioides. Em segundo lugar, fármacos de ação mais longa ou mais curta devem ser escolhidos dependendo da duração do efeito opioide desejado após sua descontinuação. Por fim, as formas dessas curvas não
são iguais, de modo que existe um grau diferente de declínio da concentração – por exemplo, uma diminuição de 20% ou 80% na concentração. É importante notar que a MVCD não considera os metabólitos ativos. (

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12
Q

Quais são alguns dos efeitos terapêuticos dos opioides?

A

Analgesia
Miose
Redução da motilidade intestinal

O alívio da dor é o principal efeito terapêutico dos analgésicos opioides. Atuando nos receptores μ da coluna vertebral e do cérebro, os opioides atenuam o trânsito nociceptivo da periferia e alteram a sensação afetiva central da dor. Além disso, no contexto cirúrgico, os efeitos dos opioides de sonolência, diminuição da irritabilidade das vias aéreas e atenuação do reflexo de tosse são considerados benefícios
terapêuticos. (128)

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13
Q

Quais são os efeitos dos opioides no sistema cardiovascular?

A

. Os opioides podem alterar a fisiologia cardiovascular por
vários mecanismos. Em comparação com outros anestésicos, no entanto, os opioides produzem efeitos cardiovasculares mínimos. Os derivados de fentanil são conhecidos por causar aumento do tônus vagal, o que pode levar à bradicardia. A depressão induzida por opioides dos centros vasomotores no tronco encefálico e vasos periféricos pode levar à diminuição da pré-carga e pós-carga. Reduções na pressão arterial são mais prováveis em pacientes que dependem de alto tônus simpático, como os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.

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14
Q

Quais são os efeitos dos opioides na ventilação?

A

Reduz a resposta a hipercapnia

Todos os opioides agonistas do receptor μ produzem uma
depressão da ventilação que é dependente da dose. Isso se reflete em um aumento na PaCO2 em repouso, um aumento no limiar de apneia, uma diminuição na capacidade de resposta aos efeitos estimulantes ventilatórios do dióxido de carbono e uma diminuição do impulso ventilatório hipóxico. A administração de opioides também afeta a frequência de respiração e o volume corrente. A frequência respiratória normalmente fica mais lenta e insuficientemente compensada por um aumento no volume corrente. Consequentemente, a ventilação minuto diminui. Acredita-se que o mecanismo pelo qual ocorrem esses efeitos dos opioides na ventilação seja a depressão direta dos centros respiratórios medulares. (

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15
Q

Quaissãoosefeitosdosopioidesnosistemanervosocentral?

A

A administração de opioides resulta em vários efeitos no SNC. Os opioides são incapazes de produzir uma depressão geral relacionada à dose do SNC, típica de outros anestésicos
gerais. Em vez disso, os opioides têm um efeito teto que não é superado pelo aumento da dose administrada do mesmo fármaco. Os opioides contribuem para a concentração alveolar mínima (CAM) da anestesia administrada e diminuem a quantidade de agente volátil necessário para atingir uma determinada profundidade anestésica. Entretanto, os opioides não são considerados verdadeiros anestésicos, devido à sua incapacidade de produzir inconsciência de forma confiável, mesmo em doses elevadas. Por fim, a administração de opioides causa miose através da estimulação cortical do núcleo de Edinger-Westphal do nervo oculomotor. Há pouca tolerância à
miose produzida pelos opioides, o que a torna um indicador clínico útil da exposição aos opioides.

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16
Q

16.Quais são os efeitos dos opioides nos músculos

toracoabdominais? Como eles podem ser tratados?

A

Estímulo
Tratado com bloqueador ou dose prévia de bzd

A administração de opioides pode resultar em aumento do tônus muscular toracoabdominal, o que pode resultar em rigidez na parede torácica. Essa síndrome do “tórax rígido” pode interferir na ventilação. Embora o mecanismo exato para esta rigidez muscular não seja conhecido, ela parece ocorrer com maior frequência quando grandes bólus rápidos de congêneres do fentanil são administrados inicialmente. Essa rigidez pode impossibilitar a ventilação com balão e máscara durante a indução anestésica devido à rigidez e ao fechamento simultâneos das cordas vocais. A interrupção da rigidez para permitir a
ventilação pode ser realizada pela administração de um fármaco bloqueador neuromuscular ou de um antagonista de opioides, como a naloxona. A profilaxia contra esta rigidez muscular pode ser feita pela administração de uma dose preparatória de um bloqueador neuromuscular não despolarizante e pela administração lenta e intermitente de opioides. (130)

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17
Q

Quais são os efeitos dos opioides no sistema

gastrointestinal?

A

Reduz motilidade

Os receptores de opioides são encontrados em todo o plexo gastrointestinal entérico. A estimulação desses receptores provoca contração gastrointestinal tônica, diminui o peristaltismo e causa íleo. Os opioides também retardam o esvaziamento gástrico, por meio de seus efeitos centrais e periféricos. Centralmente, esse efeito é mediado pelo nervo
vago. Perifericamente, a ligação de um opioide aos receptores de opioides no plexo mioentérico e aos terminais nervosos colinérgicos inibe a liberação de acetilcolina nestes terminais nervosos. Os opioides também aumentam o tônus do esfíncter pilórico, contribuindo ainda mais para um retardo no esvaziamento gástrico. Os opioides podem causar espasmos no músculo liso biliar, aumentando a pressão do ducto biliar. Os opioides também aumentam o tônus do esfíncter de Oddi. Nos pacientes que recebem colangiografia intraoperatória, aproximadamente 3% dos que receberam opioides têm espasmo induzido por opioides do esfíncter de Oddi. O médico pode
distinguir entre a dor por cólica biliar induzida por opioides e a isquemia miocárdica pela administração de naloxona. A
naloxona pode aliviar a dor da cólica biliar, mas não tem efeito sobre a dor causada pela isquemia miocárdica. O glucagon também reverte o espasmo biliar causado por opioides. A nitroglicerinaresultou em alívio da dor em ambas as circunstâncias, dificultando o diagnóstico

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18
Q

Quais são os efeitos dos opioides no sistema

genitourinário?

A

Diminui tônus destrutor e aumenta o tônus do esfíncter

Os opioides podem diminuir o tônus do detrusor da bexiga e aumentar o tônus do esfíncter urinário. Isso pode levar à retenção urinária em alguns pacientes, particularmente em homens e quando o opioide é administrado por via intratecal ou epidural. Quando isso ocorre, pode haver a necessidade de
cateterizar a bexiga do paciente para drená-la. Esses efeitos são, em parte, mediados centralmente, embora os efeitos periféricos também provavelmente se devam à presença generalizada de
receptores de opioides no trato genitourinário. (130)

19
Q

Qual é o mecanismo pelo qual os opioides podem causar

náuseas e vômitos?

A

Estímulo direto do centro do vômitos e por mecanismo no aparelho vestibular

Existem vários mecanismos pelos quais os opioides podem causar náuseas e vômitos. O mecanismo primário parece se dar através da estimulação direta da zona de gatilho quimiorreceptora na área postrema no assoalho do quarto ventrículo no cérebro. Além disso, os opioides também aumentam as secreções gastrointestinais, diminuem a motilidade do trato gastrointestinal e prolongam o tempo de esvaziamento
gástrico. (

20
Q

Como os opioides modulam a função imune?

A

Eles diminuem a função da células….

Os opioides administrados e endógenos (p. ex.,
endorfinas) deprimem a imunidade celular. Por exemplo,
demonstrou-se que os opioides inibem a transcrição da interleucina 2 em células T ativadas. Diferentes opioides podem diferir no mecanismo e na extensão de seus efeitos imunomoduladores. Alguns possíveis resultados adversos devido ao comprometimento da imunidade celular podem incluir cicatrização prejudicada de feridas, infecções perioperatórias e recorrência de câncer. Esses efeitos ainda não são completamente compreendidos. (130)

21
Q

Dê um exemplo de uma interação medicamentosa

farmacocinética dos opioides.

A

. Uma interação medicamentosa farmacocinética é aquela na qual a administração de um medicamento influencia a concentração de outro medicamento administrado. Um exemplo
disso ocorre quando opioides são administrados concomitantemente com uma infusão contínua de propofol. As
concentrações de opioides podem ser mais altas quando administradas com uma infusão contínua de propofol do que quando a mesma dose é administrada isoladamente. Isso pode se dar, em parte, pelas mudanças hemodinâmicas induzidas pelo propofol. (

22
Q

Dê um exemplo de uma interação medicamentosa farmacodinâmica dos opioides.

A

Sinergismo com bzd

Uma interação medicamentosa farmacodinâmica é aquela em que a administração de um medicamento influencia o efeito de outro medicamento administrado. A interação medicamentosa farmacodinâmica mais comum e mais importante de opioides é seu efeito sinérgico quando
administrado com sedativos. Os opioides também reduzem de forma sinérgica a CAM quando administrados com anestésicos voláteis. A redução na CAM da anestesia pode ser substancial,
de até 75% ou mais.

23
Q

Quais são algumas das considerações sobre o uso de opioides em pacientes com insuficiência hepática?

A

. Com a exceção do remifentanil, o fígado é o órgão
principal responsável pelo metabolismo dos opioides. A fase anepática do transplante hepático ortotópico é a única situação em que as concentrações de opioides podem ser acumuladas. Além disso, a insuficiência hepática geralmente não é suficientemente grave para ter um grande impacto nas concentrações de opioides. Clinicamente, os pacientes com doença hepática grave, como aqueles com encefalopatia hepática, podem ser mais sensíveis aos efeitos sedativos dos opioides.

24
Q

Quais são algumas das considerações sobre o uso de opioides em pacientes com insuficiência renal?

A

A insuficiência renal pode ter efeitos clínicos na administração de opioides, dependendo do opioide. A insuficiência renal tem maior relevância clínica quando são usadas morfina e meperidina. Dois metabólitos da morfina, a morfina-3-glicuronídeo e a morfina-6-glicuronídeo (M3G e M6G), são excretados através do rim. O M3G é inativo, mas o M6G é um analgésico cuja potência se aproxima da morfina. Depressão respiratória potencialmente fatal, como resultado de níveis muito elevados de M6G, pode desenvolver-se em pacientes com insuficiência renal e que receberam morfina. A normeperidina é o principal metabólito da meperidina e é
excretada através do rim. A normeperidina possui efeitos analgésicos e excitatórios do sistema nervoso central (SNC).
Níveis crescentes de toxicidade do SNC por normeperidina incluem ansiedade, tremor, mioclonia e crises epilépticas manifestas. Portanto, a acumulação de normeperidina é particularmente preocupante em pacientes com insuficiência renal. Para a maioria dos outros opioides, a insuficiência renal tem importância clínica mínima. O remifentanil, que é metabolizado por meio da hidrólise do éster, não é afetado pela doença renal.

25
Q

O gênero tem alguma influência na farmacologia dos opioides?

A

. O gênero pode ter uma influência na farmacologia de opioides. A morfina é mais potente nas mulheres, mas tem um
início de ação mais lento.

26
Q

A idade tem alguma influência na farmacologia dos opioides?

A

Sim, a sensibilidade aumenta com a idade

A idade tem uma influência importante na farmacologia
de opioides. Por exemplo, o fentanil é mais potente no paciente mais velho. Alterações farmacocinéticas, como reduções na depuração e no volume de distribuição central em pacientes idosos, desempenham um papel menos importante. As diferenças farmacodinâmicas são principalmente responsáveis pela diminuição da dose necessária em pacientes idosos (> 65 anos de idade). As doses de opioides, incluindo o remifentanil, devem ser reduzidas em pelo menos 50% ou mais nos pacientes idosos.

27
Q

Como os opioides devem ser dosados em pacientes
obesos?

A

Com peso ideal

A depuração dos opioides parece estar mais intimamente relacionada à massa corporal magra (MCM), de modo que os pacientes obesos não requerem uma dose tão alta como seria sugerida pelo seu peso corporal total (PCT). Por este motivo, a
MCM deve ser utilizada para calcular a dose de opioide administrada. As simulações farmacocinéticas utilizadas para calcular a dosagem de remifentanil com base no PCT ou MCM em pacientes obesos e magros apresentaram concentrações significativamente mais altas de opioides quando o PCT foi utilizado em pacientes obesos.

28
Q

Qual é o composto ativo da codeína?

A

Morfina

A morfina é o composto ativo da codeína. A conversão de codeína em morfina é mediada no fígado pelo gene CYP2D6. Curiosamente, 10% da população caucasiana não possui esse gene e não exibe efeito terapêutico da codeína. (132)

29
Q

Como o tempo de início de ação da morfina se compara com os outros opioides? Quais são algumas das possíveis desvantagens da administração de morfina?

A

Longa
Liberação de histamina

A morfina é o opioide com o qual outros opioides são
comparados. Devido à sua baixa lipossolubilidade e à sua forma quase totalmente ionizada em pH fisiológico, a morfina tem um
tempo prolongado até o pico de efeito, penetração lenta no SNC e menos depressão respiratória inicial do que outros opioides. Infelizmente, sua farmacologia predispõe os pacientes a depressão respiratória tardia, bem como a possibilidade de acúmulo de doses (dose-stacking). Outras possíveis desvantagens da morfina incluem a liberação de histamina e possível hipotensão associada à sua injeção intravenosa e o potencial acúmulo do metabólito M6G ativo em pacientes com insuficiência renal.

30
Q

Como o fentanil se compara com a morfina no que diz respeito ao seu tempo de equilíbrio no local efetor? Qual é a potência do fentanil em relação à morfina?

A

100 vezes mais potente

O fentanil administrado por via intravenosa tem início
mais rápido e menor duração da ação do que a morfina. Isso reflete sua maior lipossolubilidade. O tempo de equilíbrio no local efetor do fentanil é de cerca de 6,5 minutos. Sua duração de ação mais curta reflete sua rápida redistribuição para os locais de tecido inativos, levando a uma rápida diminuição da concentração plasmática do fentanil. O fentanil é 75 a 125 vezes mais potente do que a morfina.

31
Q

Quais são algumas das vias para a administração de fentanil?

A

Venosa
IT
Peridural

. O fentanil pode ser administrado de várias maneiras. Além da via intravenosa, as vias transdérmica, transmucosa, transnasal e transpulmonar são eficazes para a administração do fentanil. A aplicação transmucosa oral do citrato de fentanil permite que se alcancem mais rapidamente níveis de pico mais elevados do que quando a mesma dose é deglutida.

32
Q

Como os efeitos do fentanil são suspensos? Como a MVCD do fentanil se compara com outros opioides?

A

Os efeitos do fentanil são encerrados através de sua redistribuição para locais de tecido inativos, seguida pelo seu
metabolismo pelo fígado. Altas doses intravenosas de fentanil ou uma infusão intravenosa contínua podem levar à saturação dos locais de tecido inativos. Isso pode resultar em redistribuição e eliminação prolongadas e efeitos farmacológicos prolongados da substância. Os efeitos medicamentosos cumulativos durante infusões intravenosas contínuas de fentanil, sufentanil, alfentanil e remifentanil foram comparados. O alfentanil e o remifentanil não parecem produzir efeitos cumulativos clinicamente significativos, e o despertar parece ser rápido com mínimos efeitos colaterais persistentes quando comparados com o fentanil

33
Q

Quais são alguns dos efeitos clínicos sistêmicos associados à administração de fentanil?

A

Tolerância
Analgesia

A administração de fentanil está associada a uma diminuição da frequência cardíaca. A administração de fentanil
isolado leva a pequena alteração na pressão arterial sistêmica, enquanto a sua administração após um benzodiazepínico pode levar à redução na pressão arterial. Também há efeitos sinérgicos entre o fentanil e benzodiazepínicos na sedação e depressão ventilatória.

34
Q
  1. Quais são alguns dos usos clínicos do fentanil na prática anestésica?
A

Sedação
Analgesia

Os usos clínicos do fentanil na prática anestésica incluem analgesia perioperatória, indução e manutenção da anestesia, inibição da resposta do sistema nervoso simpático à laringoscopia direta ou estimulação cirúrgica e analgesia preventiva.Os opioides são mais utilizados durante a
manutenção da anestesia, como um complemento aos anestésicos inalados. Os opioides utilizados desta maneira são frequentemente administrados em pequenos bólus intravenosos ou como uma infusão contínua. Podem ser utilizadas altas doses de um narcótico, especialmente fentanil ou sufentanil, em pacientes que não podem tolerar os efeitos da depressão cardíaca que os anestésicos inalados podem produzir. A desvantagem de uma anestesia com base em opioides é o potencial de consciência do paciente

35
Q

Qual é a potência do sufentanil em relação à morfina?

A

1000

Sufenta é mais potente que remi?

36
Q

Como o remifentanil se compara com os outros opioides
no que diz respeito ao seu tempo de equilíbrio no local efetor e
à sua MVCD?

A

É a menor,

O remifentanil tem um tempo de equilíbrio curto no local efetor e a MVCD do remifentanil é muito mais curta do que a dos outros opioides, aproximadamente 5 minutos. Isso independe da duração da infusão contínua, que é exclusiva do
remifentanil entre os opioides. A base para isso é sua estrutura, que tem uma ligação éster. A ligação éster permite a hidrólise no plasma em metabólitos inativos. Isso explica sua rápida titulação, efeitos não cumulativos e recuperação rápida

37
Q

Através de qual mecanismo os agonistas/antagonistas de

opioides funcionam?

A

Competição que desloca o antagonista e mantém o feito do agonista antagonista

Os agonistas/antagonistas de opioides são agonistas
parciais de receptores μ, enquanto servem simultaneamente como antagonistas competitivos em receptores μ e outros receptores de opioides

38
Q

Quais são alguns usos clínicos dos agonistas/antagonistas

de opioides?

A

Por causa de seu mecanismo, os agonistas/antagonistas de opioides são analgésicos com menor potência, um “efeito teto”, menor potencial de dependência e efeitos depressivos ventilatórios mais limitados. Eles são comumente usados para dor crônica e em populações de pacientes dependentes de opioides.

39
Q

Que riscos específicos o uso do tramadol traz com base
na afinidade de seu receptor?

A

O tramadol tem afinidade fraca com receptores μ, κ e δ,
mas também inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina. Devido a estes efeitos, o tramadol comporta um risco de síndrome serotoninérgica quando utilizado com outros medicamentos serotoninérgicos, nomeadamente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina. O tramadol também tem riscos de excitabilidade do SNC e convulsões.

40
Q

Por que o uso pré-operatório da buprenorfina complica o

manejo da dor perioperatória?

A

. A buprenorfina é um agonista/antagonista de opioide com 25 vezes a potência da morfina e 50 vezes a afinidade para o receptor μ. Quando usada em doses elevadas para o tratamento da dor crônica, sua presença no receptor μ pode bloquear a ação de agonistas plenos, dificultando o manejo da dor perioperatória aguda no usuário crônico de buprenorfina. (134)

41
Q

Qual o papel desempenhado pelo antagonista de opioide
naloxona na prática clínica? Quais são alguns dos efeitos
adversos da naloxona?

A

Reverter depressao respiratória

Hipertensao, reversão da analgesia

A naloxona é um antagonista opioide pleno intravenoso usado para reverter de forma emergencial a depressão ventilatória induzida por opioides. Por causa dessa ação, a
naloxona foi adicionada à lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde. Em doses menores, a naloxona pode ser usada durante o despertar da anestesia para restaurar o esforço ventilatório adequado. Outro uso clínico da naloxona é para o tratamento do prurido provocado por opioides. A duração da ação da naloxona é mais curta do que a maioria dos opioides, portanto, deve-se considerar o uso repetido ao tratar uma superdosagem de opioide. Alguns dos efeitos adversos da naloxona incluem síndrome aguda de abstinência, náuseas, vômitos, taquicardia, hipertensão, convulsões e edema pulmonar. (134)

42
Q

Qual o papel desempenhado pelo antagonista de opioides

naltrexona na prática clínica?

A

A naltrexona está disponível por via oral como um aditivo aos opioides administrados por via oral. Ela sofre um extenso
metabolismo de primeira passagem no fígado e é inativa quando administrada via oral, mas se opioides orais contendo naltrexona são esmagados e injetados por via venosa, a naltrexona atuará como um antagonista. Por esta razão, a naltrexona é usada como um bloqueador para o abuso de opioides. (134)

43
Q

Qual é a base da seleção de opioides em diferentes situações
clínicas?

A

. As diferenças farmacocinéticas entre os opioides são a
principal consideração ao selecioná-los para o propósito adequado. Todos os agonistas μ são igualmente eficazes quando administrados em doses equipotentes. Entre os elementos-chave ao selecionar um opioide para administração estão o tempo desejado de início, a duração do efeito e potenciais efeitos colaterais. Os efeitos colaterais para consideração incluem sedação e depressão respiratória. (135)

44
Q
  1. Quais são algumas das preocupações relativas ao uso de opioides e recorrência de câncer?
A

Por causa da supressão de algumas células

Há algumas preocupações quanto aos efeitos imunossupressores demonstrados pelos opioides, o que levou a
estudos retrospectivos que compararam as taxas de recorrência do câncer em pacientes que receberam tratamento padrão com opioides após cirurgia e aqueles que receberam tratamento
alternativo. Os dados desses estudos retrospectivos têm resultados conflitantes. A influência do tratamento com opioides na recorrência do câncer permanece controversa. (136)