Neonatologia - Reanimação e Triagem Flashcards

1
Q

Qual o objetivo da neonatologia?

A

A neonatologia visa à assistência ao recém-nascido

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quem são os RN?

A

Os indivíduos entre o 1º e o 28º dias de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Durante o período neonatal, quando se concentram os óbitos?

A

Os óbitos concentram-se na primeira semana de vida, sobretudo no primeiro dia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Quais os parâmetros para classificação de RN?

A

Quanto ao peso ao nascer
Quanto à IG ao nascer
Quando ao peso pela IG ao nascer

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual a classificação dos RN quanto ao peso ao nascer?

A
•	Quanto ao peso ao nascer:
o	Extremo baixo peso: < 1000g
o	Muito baixo peso: 1000 – 1499g
o	Baixo peso: 1500 – 2499g
o	Peso normal: 2500 – 4000g
o	Macrossômico: > 4000g
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Qual a classificação dos RN quanto à IG ao nascer?

A

• Quanto à idade gestacional:
o Pré-termo (prematuro): < 37 semanas
 Pré-termo tardio ou limítrofe: 34 semanas – 36 semanas e 6 dias
 Pré-termo extremo: < 28 semanas
o A termo: 37 semanas – 41 semanas e 6 dias
o Pós-termo: > 42 semanas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Qual a classificação dos RN quanto ao peso pela IG ao nascer?

A

• Quanto ao peso pela IG:
o Grande para idade gestacional (GIG): > p90
o Adequado para idade gestacional (AIG): p10 – p90
o Pequeno para idade gestacional (PIG): < p10

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Qual das classificações do RN é útil para guiar a profilaxia de anemia ferropriva em pediatria?

A

É importante ressaltar que a classificação quanto ao peso auxilia a guiar a profilaxia de anemia ferropriva em pediatra.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

A que se associa frequentemente RN PIG?

A

Por outro lado, RN PIG podem se relacionar a infecções congênitas ou situações que cursam com sofrimento fetal crônico (como uso de heroína e hipertensão materna).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

A que se associa frequentemente RN GIG?

A

Além disso, RN GIG podem ser associados a DM materno, com níveis elevados de insulina fetal (o principal hormônio de crescimento do feto), de modo que crianças GIG têm risco aumentado de hipoglicemia nas primeiras horas de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual a diferença entre PIG e crescimento intrauterino restrito (CIUR)?

A

Destaca-se ainda que o termo PIG não deve ser entendido como sinônimo de crescimento intrauterino restrito, (CIUR), visto que este é sempre patológico, enquanto crianças PIG podem ser apenas constitucionalmente pequenas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Quais os dois tipos de CIUR?

A

Simétrico e assimétrico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Como se caracteriza o CIUR simétrico?

A

O CIUR simétrico atua sobre o feto desde o início da embriogênese, comprometendo sua hiperplasia (comprometendo crescimento como um todo), como ocorre em síndromes genéticas, malformações e infecções congênitas, entre outros.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Como se caracteriza o CIUR assimétrico?

A

Em contrapartida, o CIUR assimétrico decorre de doenças mais evidentes no terceiro trimestre de gestação, comprometendo a hipertrofia fetal (o que tende a poupar cabeça e membros), como ocorre em doenças maternas, como cardiopatias, nefropatias, tabagismo, entre outros.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Qual tipo de CIUR é mais frequente e cursa com melhor prognóstico?

A

O CIUR assimétrico é o tipo mais frequente e cursa com melhor prognóstico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Como se identifica, na prática, RN submetidos a CIUR simétrico ou assimétrico?

A

De forma prática, considera-se que acometimento apenas ponderal se associa a CIUR assimétrico, enquanto prejuízo também ao comprimento indica CIUR simétrico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Quais as principais causas de mortes neonatais?

A

As principais causas de mortes neonatais no mundo são as complicações da prematuridade, os eventos relacionados ao parto e as infecções.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Qual o objetivo da reanimação neonatal?

A

A reanimação neonatal (RNN) é capaz de reduzir a morbimortalidade neonatal associada à asfixia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Quais as três perguntas básicas após o nascimento do RN na reanimação neonatal?

A

Assim, na RNN, deve-se incialmente responder a três perguntas básicas:
• Gestação a termo?
• Respirando ou chorando?
• Tônus muscular adequado (em flexão)?

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Qual a porcentagem de respostas positivas para as três perguntas iniciais da reanimação neonatal?

A

90% dos casos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

O que fazer em respostas positivas para as três perguntas iniciais da reanimação neonatal?

A

A conduta envolve clampeamento tardio do cordão em 1 a 3 minutos, colo materno e medidas de assistência.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

O que fazer se houver ao menos uma resposta negativa às perguntas iniciais da reanimação neonatal?

A

Necessidade de condução à mesa de reanimação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

O que fazer se houver respostas Não / Sim / Sim às perguntas iniciais da reanimação neonatal?

A

perguntas iniciais da reanimação neonatal?

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O que fazer se houver respostas negativas para as perguntas iniciais da reanimação neonatal referentes à respiração ou ao tônus muscular?

A

Se, por outro lado, houve ao menos uma resposta negativa referente à respiração ou ao tônus, há indicação de clampeamento imediato do cordão e transferência para a mesa de reanimação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Quais os benefícios e prejuízos do clampeamento tardio do cordão umbilical?

A

O clampeamento tardio do cordão está relacionado a benefícios nos índices hematológicos entre três e seis meses de idade, embora possa causar hiperbilirrubinemia indireta com necessidade de fototerapia na primeira semana de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Quais condições, além de alterações de respiração e tônus, exigem clampeamento imediato do cordão?

A

 Outras condições exigem também clampeamento imediato do cordão umbilical, como infecções maternas por HIV e comprometimento da circulação placentária (DPP ou placenta prévia, por exemplo)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

O que fazer com o RN quando for para mesa de reanimação?

A

Uma vez na mesa de reanimação, devem ser realizados os passos iniciais de assistência ao RN, que consistem em aquecer, posicionar (cabeça em leve extensão), aspirar (se necessário) e secar o paciente, os quais devem ser realizados em período de até 30 segundos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Quais particularidades do aquecimento de RN?

A

No que tange o aquecimento do paciente, a sala de parto deve contar com temperatura entre 23 e 26°C e o RN deve ser posicionado sob fonte de calor radiante. Em RN com IG < 34 semanas, pela pele fina e pequena camada subcutânea, há maior perda de calor, havendo indicação de aquecimento com saco plástico e touca dupla. Nos pacientes com extremo baixo peso, o aquecimento deve envolver ainda o uso de colchão térmico químico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Quais particularidades da aspiração de RN?

A

Além disso, a aspiração de boca e narinas (sempre nessa ordem) apenas na presença de secreções e não rotineiramente, pelo risco de indução de manobra vagal e bradicardia no RN.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

O que fazer na reanimação após os passos iniciais? Qual a conduta em cada caso?

A

Após realização dos passos iniciais, é importante avaliação de FC (pela ausculta do precórdio, em 6 segundos multiplicados por 10) e padrão respiratório (pela expansão da caixa torácica e presença de choro). Se houver respiração adequada e FC > 100bpm, o RN pode ser encaminhado para colo materno, com avaliação periódica e medidas assistenciais.
Se, por outro lado, houver respiração ausente ou irregular (gasping) ou FC < 100bpm, deve-se iniciar ventilação com pressão positiva (VPP) com balão e máscara.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Como deve ser realizada a VPP?

A

Ventilação com pressão positiva (VPP) com balão e máscara, realizada por 30 segundos em velocidade de 40 a 60 ventilações/minuto (padrão aperta/solta/solta), a qual consiste no procedimento mais importante da reanimação neonatal e deve ser iniciada no primeiro minuto de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Qual a medida mais importante da reanimação neonatal e quando deve ser iniciada?

A

VPP, dentro do primeiro minuto de vida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Como deve ser feita a oxigenoterapia na VPP?

A

De fato, em RN com IG ≥ 34 semanas, a oxigenoterapia deve ser iniciada em ar ambiente (O2 a 21%), enquanto em RN com IG < 34 semanas, deve-se iniciar O2 a 30%.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Pode-se iniciar oxigenoterapia com FiO2 de 100% na reanimação neonatal?

A

O início de VPP com O2 a 100% está contraindicada por aumentar a mortalidade neonatal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

O que deve ser feito paralelamente à VPP?

A

Paralelamente à VPP, deve-se usar oximetria de pulso em MSD para avaliação de SpO2 pré-ductal (a qual chega ao cérebro e ao miocárdio), importante para regulação da oxigenação do paciente. Destaca-se que em RN com IG < 34 semanas, o oxímetro de pulso deve ser colocado ainda nos passos iniciais.
Além disso, ainda enquanto se realizada a VPP, é importante a monitorização cardíaca para avaliação rápida e contínua da FC, independentemente da IG. O aumento da FC está associado à eficácia da manobra realizada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Quando considerar que há falha da VPP?

A

Se a FC permanecer inferior a 100bpm

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

O que fazer em falha da VPP?

A

Todavia, se, apesar de tais medidas, a FC permanecer inferior a 100bpm, deve-se checar a técnica e, se esta estiver adequada, há indicação de IOT, para realização de VPP por cânula traqueal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Como deve ser feita cada tentativa de intubação de RN?

A

Cada tentativa de intubação deve durar, no máximo, 30 segundos, e é obrigatória a checagem do correto posicionamento da cânula.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

O que fazer em caso de falha de VPP em IOT?

A

Se, apesar da ventilação com IOT, a FC se mantiver inferior a 60bpm, está indicada a massagem cardíaca externa (MCE).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Como deve ser feita a massagem cardíaca externa?

A

Massagem cardíaca externa (MCE) deve ser realizada por 60 segundos. A técnica preferencial para MCE corresponde à técnica dos dois polegares, com o pediatra se posicionando atrás da cabeça do paciente. Nesses casos, a ventilação e a compressão devem ser realizadas de forma sincrônica, com relação de 3 compressões para cada ventilação, havendo obrigatoriedade de IOT com O2 a 100%.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Quando se considera falha da MCE?

A

Se houver persistência da FC < 60bpm

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
42
Q

O que fazer em falha da MCE?

A

Caso haja falha do procedimento, com permanência de FC < 60bpm, é importante checar a técnica.
Se, apesar disso, houver persistência de FC < 60bpm, está indicada a administração de drogas vasoativas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
43
Q

Qual a droga vasoativa de escolha na reanimação neonatal? Sua via de administração?

A

A medicação de escolha, nesses casos, é a adrenalina, preferencialmente administrada por via EV a partir de acesso venoso umbilical, com possibilidade de repetição das doses a cada 3 a 5 minutos se não houver melhora da bradicardia. Se o acesso venoso ainda não estiver sido estabelecido, há possibilidade de administração da primeira dose de adrenalina por via traqueal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
44
Q

Quando está indicada a infusão de volume para o RN? Qual solução e em que dose?

A

Na vigência palidez ou sinais de choque hemodinâmico (incluindo fatores de risco para hipovolemia, como DPP), é possível se realizar ainda infusão EV de SF 0,9% (10mL/kg).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
45
Q

Quando interromper a reanimação neonatal?

A

A interrupção da reanimação neonatal deve ser individualizada, mas considera-se adequado que ocorra em pacientes de IG ≥ 34 semanas com assistolia após 10 minutos de início da reanimação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
46
Q

Quando usar CPAP na sala de reanimação neonatal?

A

 O uso de CPAP nasal é indicado para RN com IG < 34 semanas que possuem respiração e FC adequadas, mas evidenciam sinais de esforço respiratório ou SatO2 abaixo da esperada.

47
Q

Quais são os testes de triagem neonatal? O que apresentam em comum?

A

Os testes de triagem neonatal apresentam alta sensibilidade, incluindo triagem metabólica (teste do pezinho), teste da oximetria (teste do coraçãozinho), pesquisa do reflexo vermelho (teste do olhinho), triagem auditiva (teste da orelhinha) e triagem do frênulo lingual (teste da linguinha).

48
Q

Teste do pezinho. Objetivo, doenças rastreadas, quando realizar e porquê?

A

O teste do pezinho tem como objetivo a identificação precoce de patologias que comprometem a vida do paciente, buscando alterar sua história natural, e deve ser realizado entre o 3º e o 5º dias de vida. As doenças avaliadas por esse teste incluem: Hipotireoidismo congênito, Fenilcetonúria, Hemoglobinopatias, Fibrose cística, Hiperplasia adrenal congênita e deFiciência de biotinidase. Tal testes não deve ser feito no primeiro e segundo dias de vida, devido à chance de falso-positivos associados à hipotireoidismo congênito (todas as crianças cursam com aumento transitório de TSH nas horas iniciais de vida) e falso-negativos para fenilcetonúria (pela ausência inicial de aporte proteico advindo do aleitamento).

49
Q

Quais doenças principais NÃO rastreadas no teste do pezinho?

A

Destaca-se que não faz parte da triagem metabólica neonatal galactosemia e deficiência de G6PD.

50
Q

Teste do coraçãozinho. Objetivo, doenças rastreadas, quando realizar e porquê. Resultado normal. Conduta em resultado alterado.

A

O teste do coraçãozinho busca identificar precocemente cardiopatias congênitas críticas (que levam a morte após fechamento do canal arterial), como transposição de grandes vasos e atresia de artéria pulmonar. Esse teste deve ser realizado entre 24 e 48 horas de vida (sempre antes da alta hospitalar) e consiste na aferição de SatO2 em MSD e em um MI. O resultado normal é dado por ambas as saturações ≥ 95% e diferença entre elas < 3%. Assim, caso o teste tenha resultado alterado, deve ser repetido em 1h; se ainda sim apresentar valores alterados, está indicado ecocardiograma para esclarecimento diagnóstico.

51
Q

Teste da orelhinha. Objetivo, o que avalia. Quando realizar. Conduta em resultado alterado.

A

O teste da orelhinha tem como objetivo a avaliação de deficiências auditivas, a partir da pesquisa de emissão otoacústica (EOA). Esse teste avalia apenas surdez pré-neural, pela capacidade de identificar a vibração das células da cóclea, de modo que quadros de surdez neurossensorial não são identificados por esse teste. A pesquisa de EOA deve ser realizada nos primeiros três meses de vida (preferencialmente no primeiro mês), havendo necessidade de repetição do teste em 15 dias se resultado alterado.

52
Q

O que é o PEATE?

A

 O PEATE é outro teste de triagem auditiva que permite avaliar surdez neurossensorial, não indicado de rotina, porém útil na avaliação auditiva de pacientes com icterícia e história familiar de alterações auditivas neurossensoriais.

53
Q

Teste do olhinho. Doenças rastreadas, quando realizar. Resultado normal e resultado alterado.

A

O teste do olhinho faz parte não apenas da triagem neonatal (ainda na maternidade), como também dos exames de puericultura das crianças até 2 a 3 anos de idade. Tal teste é útil para detecção de diversas condições, com destaque para o retinoblastoma, a catarata congênita e o glaucoma congênito. O resultado normal, nesses casos, é reflexo vermelho bilateral e simétrico; por outro lado, testes alterados evidenciam leucocoria ou assimetria.

54
Q

Teste da linguinha. Objetivo, o que avalia. Conduta em resultado alterado. Treta envolvida

A

O teste da linguinha, por fim, tem como objetivo a identificação de quadros de anquiloglossia grave, que podem prejudicar a amamentação. Em casos de anquiloglossia identificada, é importante o tratamento com frenectomia. A SBP se posiciona contrariamente à realização dessa triagem.

55
Q

Qual o quadro clínico das doenças respiratórias do período neonatal?

A

Destaca-se, inicialmente, que as doenças respiratórias do período neonatal cursam com quadro clínico bastante similar, marcado principalmente por taquipneia (superior a 60irpm), sinais de desconforto respiratório (como batimento da asa do nariz, gemido expiratório, “head bobbing” – pela utilização da musculatura acessória cervical – e retrações torácicas), apneia e cianose.

56
Q

Quais as doenças respiratórias do período neonatal?

A

As principais doenças respiratórias neonatais incluem doença da membrana hialina, pneumonia, taquipneia transitória do RN e síndrome da aspiração meconial. Outros representantes desse grupo abrangem hipertensão pulmonar persistente e displasia broncopulmonar.

57
Q

Doença da membrana hialina (DMH). Sinônimo e definição.

A

A doença da membrana hialina (DMH), também conhecida como síndrome do desconforto respiratório do RN, é marcada pela imaturidade pulmonar, havendo deficiência de surfactante pulmonar.

58
Q

Qual a composição e função do surfactante pulmonar?

A

De fato, tal substância, constituída principalmente por lipídeos e proteínas, é fundamental para reduzir a tensão superficial dos alvéolos e, consequentemente, evitar o colabamento dos alvéolos durante a expiração.

59
Q

Quando e por qual estrutura o surfactante pulmonar é produzido?

A

Destaca-se que o surfactante pulmonar é produzido entre 24 e 34 semanas de idade gestacional, a partir dos chamados pneumócitos tipo II.

60
Q

Qual fisiopatologia da DMH?

A

Assim, na vigência de DMH, há intenso esforço respiratório inicial para impedir o colapso alveolar, resultando, com a evolução do quadro, em fadiga respiratória e atelectasia pulmonar. Dessa forma, inicialmente, observa-se a ocorrência de hipoxemia, havendo evolução ainda para hipercapnia e acidose respiratória.

61
Q

Quais fatores de risco da DMH?

A

A DMH apresenta como principal fator de risco a prematuridade, sobretudo em quadros de IG < 34 semanas, de modo que, quanto menor a idade gestacional, maior o risco de desenvolvimento dessa doença. Outros importantes fatores de risco associados a essa condição incluem sexo masculino (a maturidade pulmonar tende a ser mais tardia em homens), raça negra, asfixia (atua diretamente sobre os pneumócitos tipo II) e diabetes materno (a insulina é um importante hormônio de retardo à maturação pulmonar).

62
Q

Qual principal fator protetor da DMH?

A

O principal fator protetor à DMH corresponde ao excesso de cortisol fetal (o principal hormônio relacionado à maturidade pulmonar), o que ocorre, sobretudo, em contextos de sofrimento fetal crônico.

63
Q

Qual relação de RN PIG e GIG com maturidade pulmonar?

A

Como RN GIG geralmente apresentam excesso de insulina circulante, tendem a apresentar maturidade pulmonar tardia. Por outro lado, os RN PIG, muitas vezes vítimas de sofrimento fetal crônico, cursam com níveis elevados de cortisol, que leva a uma maturidade pulmonar precoce.

64
Q

Quadro clínico e radiológico de DMH.

A

O quadro clínico é marcado por distúrbio respiratório precoce (taquipneia e desconforto respiratório), com evolução ainda nas primeiras horas de vida. A radiografia de tórax evidencia, nesses quadros, redução do volume pulmonar e infiltrado reticulogranular difuso, associado a broncograma aéreo, que caracteriza um padrão de vidro fosco.

65
Q

Tratamento básico da DMH.

A

O tratamento dos quadros de DMH é realizado a partir de cuidados gerais (controle térmico, hidratação venosa e suporte nutricional), além de suporte respiratório, preferencialmente realizado com CPAP nasal, o qual garante estabilização alveolar, permitindo alteração na história natural da doença. O objetivo consiste em manter a PaO2 entre 50 e 70mmHg.

66
Q

Mecanismo de ação do CPAP nasal.

A

No CPAP nasal, a extremidade expiratória é colocada sob água, o que aumenta a resistência à expiração, assegurando, assim, estabilização alveolar.

67
Q

Oxigenoterapia com hood pode ser usada na DMH?

A

A oxigenoterapia com capacete (hood) pode ser realizada, porém é pouco indicada por não alterar a história natural da doença.

68
Q

Indicações de VM com pressão positiva na DMH.

A

A ventilação mecânica com pressão positiva, por sua vez, está indicada em contextos de pH < 7,2; PaCO2 < 60mmHg; SatO2 < 90% com FiO2 0,4 a 0,7 e CPAP nasal 5 a 10cmH2O; e apneia persistente ou grave.

69
Q

Qual grande vantagem da VM com PP em relação ao CPAP nasal?

A

Tal medida assegura a abertura de alvéolos previamente colabados, diferentemente do CPAP nasal.

70
Q

Além da VM com PP, o que fazer em pacientes não responsivos a CPAP nasal?

A

Nos RN não responsivos a CPAP nasal, deve haver ainda infusão de surfactante pulmonar exógeno, através de cânula traqueal, com avaliação a cada 6 horas da necessidade de doses adicionais, podendo-se totalizar até duas a quatro doses.

71
Q

Há indicação de ATB em DMH? Por quê?

A

Além disso, a indicação de antibioticoterapia em todos os pacientes com DMH devido à impossibilidade de se afastar infecções associadas.

72
Q

Como é a prevenção da DMH?

A

A principal medida preventiva envolve melhoria do acompanhamento pré-natal para redução dos índices de prematuridade. Todavia, na vigência de risco de parto prematuro, a corticoterapia ante-parto (com dexametasona ou betametasona) constitui uma importante medida profilática de DMH em casos de IG entre 24 e 34 semanas. Destaca-se que o uso de surfactante pulmonar de forma profilática não tem sido mais utilizado.

73
Q

Qual o principal diagnóstico diferencial de DMH?

A

A pneumonia e a sepse neonatais, frequentemente tratadas em conjunto

74
Q

Qual a divisão básica de pneumonia e sepse neonatal quanto ao momento de ocorrência?

A

Tais quadros ocorrem nos primeiros 28 dias de vida, podendo ser divididos em sepse precoce (primeiras 48 horas) e sepse tardia (entre 7 e 28 dias de vida).
Destaca-se que, nos períodos de vida entre 2 a 7 dias, não há consenso se a sepse deve ser classificada como precoce ou tardia, sendo que os mecanismos de infecção podem ser diversos.

75
Q

Mecanismo de infecção e principais agentes etiológicos de sepse neonatal precoce?

A

Na sepse precoce, os principais mecanismos de infecção incluem via ascendente (por infecção a partir de bactérias do trato genital feminino) ou intraparto, tendo como agentes etiológicos mais comuns os estreptococos beta-hemolíticos do grupo B (S. agalactiae) e os gram negativos entéricos (com destaque para a E. coli).
Na sepse precoce, o mecanismo ascendente é o principal envolvido, de modo que frequentemente esses quadros de associam a partos vaginais.

76
Q

Mecanismo de infecção e principais agentes etiológicos de sepse neonatal tardia?

A

As sepses tardias, após o sétimo dia de vida, apresentam mecanismos de infecção principalmente nosocomiais e comunitários, sendo que os agentes etiológicos mais comuns incluem estafilococos (com destaque para S. aureus ou S. coagulase negativo: S. epidermititis), bactérias Gram negativas ou fungos, embora possam ocorrer também infecções por GBS.

77
Q

Quando ocorrem, em geral, as infecções fúngicas na sepse neonatal tardia?

A

As infecções fúngicas tendem a ocorrer principalmente em RN de extremo baixo peso, em NPT ou em antibioticoterapia.

78
Q

Fatores de risco de pneumonia e sepse neonatais.

A

Os principais fatores de risco para sepse neonatal precoce incluem ruptura prolongada de membranas (por tempo superior a 18h), corioamnionite, colonização materna por GBS, além de prematuridade, sendo este também um fator de risco para sepse neonatal tardia.
 A prematuridade pode se apresentar como a primeira manifestação de uma infecção neonatal.

79
Q

Quadro clínico na sepse neonatal.

A

O quadro clínico é caracterizado por distúrbio respiratório precoce, com desconforto respiratório, e manifestações sistêmicas distermia, alterações do estado de alerta (atividade e reatividade) e alterações cardiovasculares e gastrointestinais. Todavia, frequentemente, observa-se um período assintomático, de até 48 horas, sobretudo nas infecções intraparto.

80
Q

Quadro radiológico na sepse neonatal.

A

Aos exames de imagem, observa-se padrão semelhante à DMH, sobretudo nas infecções por GBS.

81
Q

Exames laboratoriais básicos na pneumonia e sepse neonatal.

A

Além disso, é importante ainda solicitação de exames laboratoriais básicos, como hemograma, o qual pode evidenciar neutropenia e relação I/T ≥ 0,2 (interpretação semelhante ao desvio à esquerda), ambos achados sugestivos de infecção bacteriana. Ainda, deve-se solicitar exames de cultura, com hemocultura de rotina, cultura de líquor (controversa) e urocultura em casos de sepse neonatal tardia ou nos quadros precoces associados a malformações do TU.

82
Q

Tratamento na sepse neonatal precoce?

A

A antibioticoterapia empírica deve ser iniciada precocemente, nos quadros de sepse neonatal precoce, com esquema de ampicilina (cobertura contra GBS) e gentamicina (cobertura contra gram negativos entéricos).

83
Q

Tratamento na sepse neonatal tardia?

A

Na sepse tardia, por outro lado, o esquema terapêutico deve se basear no espectro infeccioso do hospital.

84
Q

Prevenção na sepse neonatal precoce?

A

Como o GBS é o principal agente etiológico da sepse neonatal, destaca-se a importância de profilaxia primária contra esses microorganismos, realizada a partir de swab universal e antibioticoprofilaxia com penicilina cristalina ou ampicilina, conforme indicações. Além disso, é importante ainda a profilaxia secundária, feita em RN assintomáticos, a partir da presença ou ausência de corioamnionite.

85
Q

Taquipneia transitória do RN (TTRN). Sinônimos e definição.

A

A taquipneia transitória do RN (TTRN), também conhecida como síndrome dos pulmões úmidos, é uma condição benigna, caracterizada por um retardo na absorção do líquido pulmonar.

86
Q

Principal dado de história clínica na TTRN?

A

Nesse caso, o principal dado da história clínica corresponde à ausência de trabalho de parto, sobretudo em RN a termo ou pré-termo limítrofe.

87
Q

Qual IG dos RN, em geral, na TTRN?

A

RN a termo ou pré-termo limítrofe

88
Q

Fatores de risco na TTRN.

A

O principal fator de risco para a TTRN corresponde à cesariana eletiva sem trabalho de parto. Outros importantes fatores de risco incluem asfixia perinatal, diabetes e asma brônquica materna, e policitemia.

89
Q

Quadro clínico na TTRN

A

O quadro clínico é marcado por desconforto respiratório precoce leve ou moderado, com rápida resolução (em geral nas primeiras 24 a 48 horas de vida, não ultrapassando 72 horas).

90
Q

Quadro radiológico na TTRN

A

A radiografia de tórax evidencia congestão hilar (com borramento da silhueta cardíaca), aumento da trama vascular pulmonar, presença de líquido cisural ou derrame pleural, cardiomegalia discreta e hiperinsuflação (esta decorrente do edema com obstrução de pequenas vias aéreas, o que resulta em certo aprisionamento do ar durante a expiração).

91
Q

Tratamento da TTRN

A

O tratamento dos quadros de TTRN é de suporte, baseado em oxigenoterapia com hoop ou CPAP nasal em baixas concentrações (FiO2 < 40%) e suporte geral (incluindo aquecimento e suporte nutricional).

92
Q

Síndrome da aspiração meconial. Definição.

A

A síndrome de aspiração meconial, por sua vez, é um distúrbio grave decorrente da aspiração de líquido amniótico meconial, a partir da liberação de mecônio ainda no período intrauterino.

93
Q

Síndrome da aspiração meconial. Fisiopatologia.

A

A aspiração meconial resulta em obstrução parcial valvular de pequenas vias aéreas (com hiperinsuflação expiratória) e pneumonite química.
A hiperinsuflação pode favorecer a ocorrência de enfisema intersticial, com risco de desenvolvimento de pneumotórax e pneumomediastino.

94
Q

Mecônio. Composição.

A

De fato, o mecônio é um material estéril, composto por inúmeros corpos estranhos pequenos e diversas enzimas digestivas

95
Q

Causas de Síndrome da aspiração meconial.

A

Em geral, tal síndrome de associa a quadros de sofrimento fetal agudo ou crônico que levam a hipóxia e asfixia perinatal, as quais estimulam a eliminação de mecônio, sobretudo em RN a termo ou pós-termo.

96
Q

Quadro clínico e radiológico de Síndrome da aspiração meconial.

A

O quadro clínico é marcado por desconforto respiratório grave, com insuficiência respiratória, associada à presença de líquido amniótico meconial. Os exames radiográficos evidenciam infiltrado alveolar grosseiro e difuso, com hiperinsuflação (volume pulmonar aumentado) e pneumotórax.

97
Q

Tratamento da Síndrome da aspiração meconial.

A

O tratamento do quadro é realizado com medidas de suporte, incluindo cuidados gerais (controle térmico e suporte hídrico), suporte respiratório (com hood, CPAP ou ventilação mecânica, de acordo com a gravidade do distúrbio respiratório), antibioticoterapia e administração de surfactante (visto que o mecônio inativa o surfactante endógeno).

98
Q

Prevenção da Síndrome da aspiração meconial.

A

A principal medida preventiva corresponde a um pré-natal adequado e boa assistência ao parto.

99
Q

Conduta frente à reanimação neonatal em pacientes com Síndrome da aspiração meconial.

A

Na presença de líquido amniótico meconial, a triagem de reanimação deve ser realizada normalmente: RN a termo sem sinais de asfixia não requerem medidas especiais e podem ser conduzidos ao colo materno; por outro lado, RN deprimidos devem receber reanimação neonatal, com indicação de aspiração da traqueia somente após insucesso de VPP.

100
Q

Principal complicação da Síndrome de aspiração meconial.

A

Como possível complicação de SAM, pode haver desenvolvimento de hipertensão pulmonar persistente.

101
Q

IG de RN com hipertensão pulmonar persistente neonatal (HPPN).

A

A hipertensão pulmonar persistente neonatal (HPPN) acomete, em geral, RN a termo ou pós-termo, podendo acometer também RN pré-termo.

102
Q

Fisiopatologia da HPPN.

A

De fato, a HPPN é marcada por uma persistência de elevada resistência vascular pulmonar após o nascimento, associada a resistência vascular sistêmica normal ou diminuída, com o desenvolvimento de shunt extrapulmonar através do forame oval e do canal arterial, da direita para a esquerda, levando sangue não oxigenado para a circulação sistêmica.

103
Q

Fatores de risco da HPPT.

A

Os principais fatores de risco para desenvolvimento de HPPN incluem asfixia perinatal, SAM, DMH e policitemia, embora alguns casos possam ser idiopáticos.

104
Q

Quadro clínico da HPPT.

A

O quadro clínico é marcado por desconforto respiratório precoce, ainda nas primeiras horas de vida, com possibilidade de envolvimento de outros sistemas. Em geral, RN com HPPN apresentam queda abrupta da saturação ao simples manuseio (labilidade), havendo, ao exame físico, hiperfonese de B2 e sopro de regurgitação tricúspide.

105
Q

Avaliação complementar de RN com HPPT.

A

À avaliação complementar, a radiografia de tórax evidencia poucos achados, sendo importante a realização de ecocardiograma para estimativa de pressão pulmonar e exclusão de cardiopatias.

106
Q

Tratamento da HPPT

A

O tratamento envolve, sobretudo, suporte respiratório, podendo-se utilizar até mesmo ventilação mecânica nos quadros mais graves, além de correção de acidose, hipotensão e hipercapnia. Há indicação de sedação. O uso de óxido nítrico é indicado como droga essencial no manejo desses pacientes, administrada sobretudo através de cânula traqueal.

107
Q

Displasia broncoalveolar. Definição e causas.

A

A displasia broncopulmonar, por outro lado, é um distúrbio pulmonar crônico no RN pré-termo, marcada por hipoplasia de alvéolos e vasos pulmonares e fibrose, decorrente da deficiência de surfactante pulmonar e exposição prolongada a O2, sendo, frequentemente, uma complicação da DMH.

108
Q

Displasia broncoalveolar é complicação de qual condição?

A

Uma complicação da DMH

109
Q

Fisiopatologia da displasia broncopulmonar.

A

Nesses casos, há um desarranjo citoarquitetural do sistema respiratório, com diminuição da complacência pulmonar, aumento da resistência das vias aéreas e distúrbios nas trocas gasosas.

110
Q

Quadro clínico de displasia broncopulmonar.

A

O quadro clínico é marcado por persistência de desconforto respiratório com necessidade crescente de oxigênio em pacientes com DMH.

111
Q

Quando o diagnóstico de displasia broncopulmonar deve ser considerado? Como o diagnóstico é feito?

A

O diagnóstico é histopatológico, devendo ser considerado em casos de necessidade de oxigenoterapia com FiO2 > 21% por um período ≥ 28 dias.

112
Q

Quadro radiológico da displasia broncopulmonar.

A

A radiografia de tórax evidencia enfisema intersticial, atelectasias com áreas de hiperinsuflação e formações císticas.

113
Q

Tratamento da displasia broncopulmonar.

A

O tratamento é feito com suporte nutricional (em alguns casos associada a restrição hídrica), uso de diuréticos (sobretudo furosemida), broncodilatadores (beta2-agonistas) e corticoterapia com dexametasona (indicada nos quadros mais graves, com refratariedade ao suporte ventilatório). Há ainda indicação de profilaxia para infecção por vírus sincicial respiratório (a principal causa de morte nesses pacientes), realizada com palivizumabe.