NEFROLOGIA GERAL Flashcards
Parâmetros, HAS, crises hipertensivas e glomerulopatias
Fatores de risco para DRC
- Idade > 60 anos
- Sexo (masculino)
- Raça (negros)
- HAS, DM, obesidade
- Síndrome metabólica
- Proteinúria persistente
- Tabagismo
- Qualquer manifestação de ateroesclerose
- História familiar de doença renal crônica
- Exposição a nefrotoxinas
- Dislipidemia
- Redução da massa renal
- ITU recorrente
Creatinina
normal: 0,6 a 1,3
À medida que os rins começam a perder função, os níveis de creatinina no sangue vão se elevando. Isso ocorre porque essa molécula é constantemente produzida pelas células musculares e, ao mesmo tempo, eliminada exclusivamente pelos rins.
Parâmetros da urianálise
Cor
Ph 4,5 - 8
Hemácias: hematúria micro é +3 hemácias por campo ou macro +10
Leucócitos: piúria é entre 3 -10 leucócitos no campo; leucocitúria estéril pensar em tuberculose
Proteínas: 150-225mg/24 ou 30mg/m2/24h
Hematúria
hematúria micro: + 3 hemácias por campo
hematúria macro + 10 hemácias por campo
Leucocitúria
Piúria: acima de 3 a 10 leucócitos por campo
Infecção bacteriana: bacteriúria
Leucocituria estéril: pensar em tuberculose (sinais de infecção urinária e urocultura persistente negativo, mas com leucocituria)
Eosinofilúria: nefrite intersticial aguda
Tipos de proteinúria
- Proteínas de cadeia leve: proteínas filtradas, mas que excedem a capacidade tubular de reabsorção (mieloma múltiplo)
- Proteinúria seletiva: albuminúria (perdas de cargas negativas do endotélio fenestrado (nefropatia de lesões mínimas)
- Proteinúria não-seletiva: ruptura da barreira glomerular (maioria das glomerulonefrites)
- Proteína tubular: defeito na capacidade de reabsorção normal do túbulo proximal – encontram-se grandes quantidades de beta2 – microglobulina em contraste com albumina
- Proteinúria funcional: exercício, febre, ICC, ortostática
MEDIDA DA FILTRACAO GLOMERULAR (TGF - TFG) - (IMC<30) - crockcroft e gault
clearence de creatinina = [(140 - idade) x peso kg] / 72 x creatinina mg/dl (x0,85 para mulheres)
Creatinina
normal: maior que 90
FATORES QUE AFETAM A FILTRAÇÃO GLOMERULAR (REAL)
- Doença renal
- Gestação
- Perfusão renal diminuída
- Alterações do VEC
- Anti-inflamatórios não- hormonais
- Sobrecarga protéica
FATORES QUE AFETAM A CREATININA PLASMÁTICA (TFG CALCULADO)
- Sexo
- Idade
- Massa muscular
- Ingesta de carne
- Rabdomiólise: libera muita cpk devido a trauma por exemplo, não necessariemnte tem consequencia renal
- Redução da excreção de creatinina: trimetropin, cimetidina, probenecid, amiloride, espironolactona, triamtereno
- Interferência na leitura: bilirrubina, glicose, acetoacetato, cefalosporinas, ácido úrico
NEFROGRAMA PRE E POS CAPTOPRIL
Paciente usou captopril = dificuldade de perfusão = não chega radioisótopos no sistema coletor = problema vascular, o rim não esta sendo perfundido = o captopril é dado pois ele gera vasodilatacao da arteríola eferente = possível estenose de artéria renal, so manteve a perfusão pois ele tinha o SRAA bem estimulado = se bloqueia esse sistema o rim perde perfusão por isso se usa o captorpril pra bloquear esse sistema e avaliar melhor
Definição de HAS
É a elevação persistente da pressão arterial acima dos valores normais, que se não tratada leva a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo, bem como aumento do risco de eventos cardiovasculares.
Para indivíduos com idade superior a 18 anos, o diagnóstico de HAS é feito sempre que se obtêm 2 ou mais medidas de pressão diastólica, em 2 visitas subsequentes, iguais ou acima de 90mmHg ou pressão sistólica maior ou igual a 140mmHg.
Diuréticos
Tiazídicos: HIDROCLOROTIAZIDA/ CLORTALIDONA
• NEGROS, Incluindo diabéticos: classe de medicação para iniciar tratamento – tiazídicos, bloqueadores de canal de cálcio, IECA ou BRAs
Diuréticos de alça: FUROSEMIDA
Diuréticos poup. de potássio: ESPIRONOLACTONA
Os efeitos colaterais mais comuns são hiperuricemia, hiperglicemia, hipocalemia e impotência.
Cuidar com hiponatremia (queda no sodio) em idosos
INIBIDORES ADRENÉRGICOS
PROPRANOLOL, ATENOLOL, CARVEDILOL, METOPROLOL
VASODILATADORES DIRETOS (IIBC)
HIDRALAZINA E MINOXIDIL
BLOQUEADORES DE CANAL DE CÁLCIO (IA)
NIFEDIPINA, ANLODIPINO, VERAPAMIL E DILTIAZEM
Negros, incluindo diabéticos: ANLODIPINO
ANTAGONISTAS DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
IECA – CAPTOPRIL
BRA – LOSARTANA
Espironolactona (poupador de potassio, bloqueador de aldosterona - também diurético)
Hipertenso isolado
Considera-se hipertenso isolado se PAS>140 e PAD<90 devendo ela ser classificada em estagio 1, 2 ou 3
DROGAS QUE PROVOCAM ELEVAÇÃO CRÔNICA OU AGUDA DA PRESSAO ARTERIAL
Álcool em excesso, inibidores do apetite (anfetaminas), cafeína, cocaína, corticoesteroides, ciclosporina, descongestionantes, eritropoetina, estrogênios, licores, mineralocorticoides, nicotina, AINES, anticoncepcionais orais, sumatriptano, tiroxina, antidepressivos tricíclicos, eritropoetina humana.
DÉBITO CARDÍACO
- PA = DC x RVP
- Excreção renal de sódio varia conforme a necessidade (exemplo comer uma feijoada não criará um pico hipertensivo)
- Regulação do volume extracelular
- O hipertenso necessita de uma pressao mais alta para ter uma excreção renal igual de sódio
Transplante
TRANSPLANTE RENAL (rim hipertenso = paciente hipertenso) Doador hipertenso + receptor normotenso = aumento de HAS Doador normotenso + receptor hipertenso = diminuí HAS
EXAMES DE ROTINA PARA O PACIENTE HIPERTENSO
- Análise de urina
- Potássio plasmático
- Glicemia de Jejum
- Creatinina plasmática e taxa de filtração glomerular estimado (TFGe)
- Colesterol total, HDL-C, triglicerides plasmáticos
- Ácido úrico plasmático
- Eletrocardiogrma convencional
EXAMES RECOMENDADOS EM POPULAÇÕES INDICADAS
- Rx de tórax
- Ecocardiograma
- Dosagem de albuminúria
- HbAIc (controle do diabetes)
- US renal com Dopler
- Teste ergométrico
- MAPA/MRPA
Fatores de risco para HAS
• Sexo masculino
• Idade: homens ≥ 55 e mulheres ≥ 65
• História de doença cardiovascular prematura em parentes de 1º grau (homens < 55 e mulheres < 65 anos)
• Tabagismo
• Dislipidemia
Colesterol total > 190mg/dl e/ou
LDL-colesterol > 115mg/dl e/ou
HDL-colesterol < 40mg/dl nos homens ou < 46mg/dl nas mulheres e/ou
Triglicerídeos > 150mg/dl
• Resistência à insulina
Glicemia plasmática em jejum: 100-125mg/dl
Teste oral de tolerância à glicose: 140-199mg/dl em 2h
Hemoglobina glicada: 5,7-6,4%
• Obesidade
IMC ≥ 30kg/m2
Cicunferência abdominal ≥ 102cm nos homens ou ≥ 88cm nas mulheres
Lesão de órgão alvo (LOA)
- Hipertrofia ventricular esquerda: desvio do ictus para esquerda em exame físico
- EMI da carótica > 0,9mm ou placa carotídea
- VOP carótido-femoral > 10m/s
- ITB < 0,9 (índice tornozelo-braquial): razão da pressão do tornozelo e do braço). Se < 0,9 significa doença ateroesclerótica.
- Doença renal crônica estágio 3 (RFGe 30-60mL/min/1,73m2)
- Albuminúria entre 30-300mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária 30 a 300mg/g (> 300 já significa doença renal estabelecida)
Prevenção de HAS
MODIFICAÇÃO DE ESTILO DE VIDA
• Restrição de sal: 5g/dia
• Moderar ingesta de álcool (homens: 20-30g/dia e mulheres: 10-20g/dia)
• Ingerir frutas, verduras, laticínios sem gorduras
• IMC ≤ 25km/m2 e circunferência abdominal (mulheres < 80 e homens < 94)
• Exercícios 150min/semana – 3 a 5 dias
• Interromper tabagismo
HAS secundária
- Uma causa secundária é associada à gênese da hipertensão.
- Deve-se suspeitar de hipertensão de causa secundária nos casos de início precoce (antes dos 30 anos), tardio (após os 50 anos), ausência de história familiar, descontrole inesperado da PA e hipertensão refratária.
HAS resistente
• Não é secundaria
• Quando o paciente aderente ao tratamento não responde à terapia combinada de 3 classes diferentes (obrigatoriamente uma delas é um diurético) fica caracterizada a hipertensão resistente.
• É a falha em se obter a meta pressórica (que pode ter como justificativa a HAS secundária, mas não necessariamente).
• Falha em obter controle (< 140/90mmHg) em uso de:
Mudança de estilo de vida adequado, incluindo dieta hipossódica (sodio na urina de 24h)
Via de regra, pacientes em uso de 4 medicamentos são classificados como resistentes.
Causas de HAS secundária
- Coarctação de aorta: pulso reduzido em MMII em jovens, sopro sistólico em dorso esquerdo
- Síndrome de Cushing: obesidade centrípeta, estrias violáceas, hipertricose, intolerância a glicose
- Hiperparatireoidismo: hipercalcemia
- Uso de estrogênios: mais comum em mulheres acima dos 35 anos. Em geral, a PA retorna ao normal algumas semanas após a suspensão da medicação;
- Doença renal: causa mais comum de HAS secundária, pode ser resultado de doença glomerular, tubular, doença policística ou nefropatia diabética;
- Doença renovascular: representa de 1 a 2% dos pacientes hipertensos. Em jovens, a causa mais comum é a displasia fibromuscular. No restante, deve-se à doença aterosclerótica da porção proximal das artérias renais; uni ou bilateral
- Feocromocitoma: caracteristicamente, apresenta-se de forma episódica e se acompanha de intensos sinais de ativação adrenérgica; HAS lábil ou em crise, associada com cefaleia, palpitações, palidez, sudorese
- Hiperaldosteronismo primário: geralmente, por adenoma de suprarrenal ou hiperplasia; deve-se suspeitar na presença de hipocalemia e baixo nível de renina plasmática. Antes considerado causa rara de hiperten- são, alguns acreditam ser a principal causa de hiper- tensão secundária atualmente.
- Outras drogas: ciclosporina, glicocorticoides, anorexígenos, eritropoerina, antidepressivos (inibidores da monoaminoxidade, tricíclicos), álcool, anfetamina, cocaína.
HAS secundária - RENAL
DOENÇAS DO PARÊNQUIMA RENAL • Causa mais comum • História de doença renal • Uso crônico de AINE • Obstrução de repetição • Refluxo vesico-ureteral: mulheres jovens que em primeiro parto desenvolvem hipertensão, pode ser refluxo vesico-ureteral na infância, com desenvolvimento de pielonefrite crônica.
RENOVASCULAR
• Indivíduos < 30 anos sem história familiar (doença da fibrodisplasiamuscular) ou idosos (após 55 anos - aterosclerose) que nunca tiveram HAS e desenvolvem hipertensão severa
• sinal de contas de rosário no contraste
DOPPLER
• Velocidade de pico sistólica (fluxo maior) > 180 a 210cm/s ou RAR>3,5 (relação do fluxo da artéria renal com o fluxo da aorta) = sugerem estreitamento da circulação da artéria renal
TRATAMENTO
• INIBIDOR DE RECAPTURA DE RENINA: ALISQUIRENO
• IECA: CAPTORPIL E ENALAPRIL
• INIBIDOR DE RECAPTURA DE ANGIOTENSINA 2: LOSARTANA
HAS secundária - SÍNDROME DE CUSHING
- Obesidade centrípeta, estrias violáceas, hipertricose, intolerância a glicose. É uma alteração hormonal caracterizada pelo aumento dos níveis do hormônio cortisol no sangue
- Produção ou administração excessiva de glicocorticoide
HAS secundária - APNEIA DO SONO
- É uma doença crônica, evolutiva caracterizado pela obstrução parcial ou total das vias, causando paradas repetidas e temporárias da respiração enquanto a pessoa dorme
- Teste com polisonografia
- Tratamento: uso de CPAP
HAS secundária - FEOCROMOCITOMA
• Tríade clássica: cefaleia, sudorese, taquicardia
• HAS labil ou em crise associada com cefaleia, palpitação, palidez e sudorese = feocromocitoma
• Feocromocitoma é um tumor secretor de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina, dopamina) das células cromafins, tipicamente localizado nas adrenais.
• Causa hipertensão paroxística ou persistente.
• Exame de metanefrinas urinárias (metabolitos):
• Mais sensível que a dosagem do ácido venilmandélico na urina de 24h (VMA), menor interferência com alimentos.
• Valores < 1,2mg/dia (6,5µmol/dia)
Interferências (podem aumentar as metanefrinas urinarias): labetalol, buspirona, tricíclicos
Meta iodo benzil guanidina: radiofarmaco que se liga nos ganglios do sistema nervoso sinpatico fazendo uma hipercaptacao nas areas de tumor
HAS secundária - HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
- Renina suprimida e aldosterona elevada em indivíduo em dieta normossódica
- Hipocalemia inexplicável = hiperaldosteronismo
- O aldosteronismo primário é o aldosteronismo causado pela produção autônoma de aldosterona pelo córtex adrenal (decorrente de hiperplasia, adenoma e carcinoma).
- Causas/exame de imagem: adenoma de supra-renal, hiperplasia de supra-renal primária, hiperaldosteronismo idiopático, familiar
- Tríade: supressão de renina (normal 0,5 – 2,1ng/ml/h), elevação de aldosterona (normal 4-31ng/dl) e K+ < 3,5mEq/L (nem sempre encontrado); ausência de edema
CRISE HIPERTENSIVA
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
• Elevação severa e súbita da pressão arterial que leva à lesão aguda de órgão alvo (IAM, AVC)
• Em geral PA estágio 3
URGÊNCIA HIPERTENSIVA
• Elevação severa e súbita da pressão arterial sem lesão aguda de órgão alvo
• Em geral PA estágio 3 (> 180/110)
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
- As emergências caracterizam-se pela presença de sofrimento tecidual de órgãos-alvo, com iminente risco de vida ao paciente
- Infusão de drogas intravenosas
- ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA: rebaixamento do nível de consciência, confusão mental, cefaleia, edema de papila
- DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA: dor torácica severa, podendo ser precordial ou dorsal, achado de exame físico com divergência de pulso ou isquemia de membro ou massa pulsátil em abdome (quando se extende até o abdome)
- EDEMA AGUDO DE PULMÃO: descompensação aguda de bomba, manifestando com congestão pulmonar, estertores crepitantes em ambos pulmões, hipoxemia
- INSUFICIÊNCIA CORONARIANA AGUDA: dor precordial típica, alteração de enzima e eletrocardiograma
- ECLÂMPSIA: doença hipertensiva específica da gravidez associada com convulsão, edema e proteinúria.
- INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: tipicamente associada com ANEMIA HEMOLÍTICA MICROANGIOPÁTICA
URGÊNCIA HIPERTENSIVA
• As urgências hipertensivas caracterizam-se por níveis pressóricos elevados, geralmente com níveis de PA sistólica >200mmHg e/ou PA diastólica >120mmHg, sem sinais evidentes de lesão de órgãos-alvo ou piora de lesão prévia.
• As drogas podem ser administradas via oral
• Redução da PA em horas
NIFEDIPINA (bloqueador de canal de calcio) sublingual nunca