NEFROLITÍASE Flashcards

1
Q

Aspectos gerais:

A
  • Acomete 10-15% da população em geral (muito frequente)
  • Predomina:
    1) Sexo masculino
    2) 3-5ª década de vida (impacto econômico)
  • Altas taxas de recorrência/hospitalização
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2
Q

Localizações:

A
  • Pelve renal
  • Ureter
  • Bexiga
  • Uretra
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3
Q

Formação dos cálculos:

A
  • Alteração da solubilidade da urina
  • Ultrapassa a capacidade de solubilidade da urina
  • Ocorre precipitação do soluto: formação de cristais
  • Agregação dos cristais –> CÁLCULOS
  • Substância inibidoras: mesmo c/ presença de critais, não deixam formar cálculos (citrato)
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4
Q

Composição dos cálculos - Oxalato de cálcio:

A
  • Composição mais frequente (aprox. 75%)
  • Predomínio no sexo masculino
  • Radiopacos (visto na radiografia)
  • Não são afetados pelo pH urinário
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5
Q

Composição dos cálculos - Fosfato de cálcio:

A
  • Pouco prevalente (aprox. 5%)
  • Predomínio no sexo feminino
  • Radiopacos
  • pH alcalino: precipita c/ maior facilidade
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6
Q

Composição dos cálculos - Ácido úrico:

A
  • Aumento constante da incidência (aprox. 15%)
    1) Síndrome metabólica
    2) Dieta ocidental (exc. de proteína - acidez urinária, uricosúria)
  • Predomínio no sexo masculino
  • RADIOTRANSPARENTE (não é visto na radiografia)
  • pH ácido: precipita c/ maior facilidade
  • OBS:
    1) É um fator de risco p/ cálculo de oxalato de cálcio
    2) Núcleos de ácido úrico servem de depositores p/ oxalato de cálcio
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7
Q

Composição de cálculo - Estruvita:

A
  • Cálculo pouco frequente
  • Quase EXCLUSIVAMENTE em mulheres
  • ITU de repetição (germes produtores de urease)
    1) Ureia –> amônia: eleva o pH e facilita precipitação
    2) Patógenos: Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae, Corynebacterirum spp. e Ureoplasma urealyticum
  • Cálculo coraliformes (ocupa toda pelve renal)
  • pH alcalino: precipita c/ mais facilidade
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8
Q

Composição de cálculo - Cistina:

A
  • Raros (< 1% de todos os cálculos)
  • Predomina em crianças:
    1) Cistinúria: doença autossômica recessiva
  • Radiopacos
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9
Q

Fatores de risco - Dietéticos (líquidos e cálcio):

A
  • Baixo consumo de líquidos
    1) Supersaturação urinária
    2) Exposição ocupacional ao calor aumenta o risco (exposição solar, indústrias, cozinheiros)
    3) Recomendado: > 2000 mL de diurese/dia
  • Dieta pobra em cálcio (manter dieta c/ níveis adequados):
    1) Aumento da oxalúria: oxalato de CÁLCIO não é absorvido no intestino, com dieta pobre em cálcio o oxalato LIVRE aumenta e passa a ser absorvido e filtrado
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10
Q

Fatores de risco - Dietéticos:

A
  • Alto consumo proteico:
    1) Eleva produção de ácidos fixos (eliminados pelos rins)
    2) Acidifica a urina
    3) Elevado consumo de purina –> ácido úrico
    4) Aumenta calciúria
  • Alto consumo de sal:
    1) Reduz absorção tubular de cálcio
    2) Aumenta calciúria
  • Baixo consumo de potássio:
    1) Reduz citratúria
    2) Aumenta calciúria
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11
Q

Alterações urinária - Hipercalciúria:

A
  • Definições:
    1) > 4mg/kg
    2) > 250 mg em mulheres; > 300 mg em homens
    3) PRINCIPAL alt. URINÁRIA associada à litíase (50%)
  • Solicitar cálcio sérico:
    1) Normal: hipercalciúria idiopática (95% dos casos)
    2) Elevado: hipercalciúria secundária (5% dos casos)
    ° Hiperpara primário: PTH dependente
    ° Hipervitaminose D: PTH suprimido e alta 25(OH) vit-D
    ° Doenças granulomatosas (sarcoidose, tuberuclose): aumento da conversão periférica de 25(OH) vit-D em 1,25(OH) vit-D (suprime PTH)
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12
Q

Alterações urinária - Hipocitratúria:

A
  • Definição: < 320 mg na urina de 24h
  • Duplo mecanismo protetor:
    1) Funciona como base: ajuda a manter o pH
    2) Inibidor da cristalização dos sais de cálcio
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13
Q

Alterações urinária - Hiperoxalúria:

A
  • Definição: > 40 mg na urina de 24h
  • Predipões formar cálculos de oxalato de cálcio
  • 3 causas:
    1) Dietética: pobre em cálcia e rica em vit. C (convertida em oxalato)
    2) Entérica: desvios de trânsito intestinal, síndrome disabsorvita, DII (acúmulo de gordura liga-se ao cálcio ao não ser absorvida e deixa o oxalato livre)
    3) Primária (genética): infância
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14
Q

Alterações urinária - Hiperuricosúria:

A
  • Definição: > 750 mg em mulheres; > 800 mg em homens
  • Não obrigatoriamente associa-se à gota ou hiperuricemia
  • Pode vir associada a um pH urinário baixo (diminui o coefiente de solubilidade)
  • Aumenta também a incid. de litíase por oxalato de cálcio
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15
Q

Alterações urinária - pH urinário e ITU:

A

pH urinário:
- Normal: 5,8-6,2
- Alto (> 7): fosfato de cálcio e estruvita
- Baixo (< 5,5): ácido úrico

ITU:
- Germes produtores de UREASE
- Principais: proteus e klebisiella:
1) Ureia –> amônia –> elevação do pH urinário
- Rápido crescimento e aspecto coraliforme

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16
Q

Alterações urinária - drogas:

A
  • Cristalização direta (fármaco cristaliza na urina):
    1) Idinavir: cálculos pequenos e de difícil visualização
  • Alterações urinárias (TOPIRAMATO):
    1) Causa acidose tubular renal
    2) Hipercalciúria/hipocitratúria
    3) Aumento de incidência
17
Q

Avaliação diagnóstica - História Clínica:

A
  • Comorbidades/história familiar
  • Síndrome metabólica
  • Medicações de uso crônico
  • Aspectos dietéticos
18
Q

Exames séricos:

A
  • Tentativa de encontrar condições sistêmica associadas à nefrolitíase:
    1) Gasometria venosa: pH e BIC - acidose tubular renal
    2) Creatinina e ureia
    3) Na, K, Ca e P
    4) Ácido úrico
    5) Paratormonio: no caso hipercalcemia
19
Q

Urina de 24h

A
  • Volume urinário
  • Creatinina: julgar a qualidade da coleta do exame
    1) Homens: 20-25mg de Cr/kg de peso corporal
    2) Mulhetes: 15-20mg de Cr/kg de peso corporal
  • Sódio, cálcio
  • Ácido úrico
  • Citrato e Oxalato
  • Cistina (pacientes jovens)
  • pH
  • Cultura
20
Q

Tto clínico - orientações dietética/comportamentais:

A
  • Boa ingesta de líquido (>2L de urina/dia)
  • Dieta normoproteica
  • Aumentar ingesta de frutas (cítricas em especial)
  • Baixo consumo de sal
  • Ingestão ADEQUADA de cálcio
  • Combete às comorbidades (sd. metabólica)
  • Exercícios físicos
  • Teor adequado de potássio
21
Q

Tto farmacológico - hipercalciúria:

A
  • Diurético tiazídicos: HCTZ/clortalidona
    1) Aumento na reabsorção tubular de Ca

OBS: Furosemida:
1) AUMENTA A CALCIÚRIA
2) NÃO ADMINISTRAR EM HIPERCALCEMIA

22
Q

Tto farmacológico - hipocitratúria:

A
  • Citrato de potássio (< 320)
    1) Dose: 30-40 mEq/dia
    2) Inibidor da cristalização dos sais de cálcio
  • O uso s/ indicação:
    1) Citrato aumenta pH: risco aumentado de litíase por fosfato de cálcio
23
Q

Tto farmacológico - Alcalinização urinária:

A
  • Fármacos: citrato de potássio/bicarbonato de sódio
  • Indicação: ph urinário < 5,8
  • ph urinário alvo: próx. a 6,5
  • Cuidado: pH > 7 (risco de litíase por fosfato de cálcio)
24
Q

Tto farmacológico - Hiperuricosúria:

A
  • Utilizar: alopurinol
  • Alcalinização urinária pode ser necessária
25
Q

Tratamento clínico expectante:

A
  • Analgesia: AINE é a medicação de escolha (inibe contração espamódica)
    • eficaz para cálculos ureterais distais de ≥ 5 mm, mas ainda podemos observar taxas de sucesso razoáveis em cálculos
      de até 10 mm (neste ponto, a literatura ainda é controversa)
  • Terapia expulsiva medicamentosa:
    1) Alfa bloqueador (tansulosina) -> medicação de escolha
    2) BCC (nifedipino) -> droga alternativa
  • Acompanhar c/ exames de imagem seriados (4-6 semanas)
  • Duração máxima: 4 a 6 semanas
26
Q

Indicação de tratamento intervencionista:

A
  • Calculo > 10 mm
  • Dor refratária à analgesia ou recorrente
  • Função renal limítrofe, rim único ou evidência de IRA
  • Obstrução persistente, sem progressão do cálculo c/ tratamento clínico (4-6 semanas)
  • Presença de infecção da via urinária associada à litíase obstrutiva
  • Infecção urinária de repetição associada aos cálculos (estruvita)
27
Q

Modalidades intervencionistas:

A
  • Minimamente invasivas:
    1) Litotripsia extracorpórea por onde choque (LEOC)
    2) Ureteroscopia
    3) Nefrolitotomia percutânea (NLPC)
  • Invasivos:
    1) Cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica (método de exceção)
28
Q

LEOC - Indicações:

A
  • Trata cálculo de rim e ureter
  • Ondas de choque irão triturar o cálculo (paciente sedado ou c/ raquianestesia)
  • Para usar: todas as indicações + nenhuma contraindicação
  • Indicações:
    1) Cálculos renais até 2cm
    2) Cálculos uretereais até 1cm
    3) Cálculos FORA do polo inferior do rim (difícil de escoar)
    4) Paciente s/ alteração anatômica do rim
    5) Atenuação do cálculo na TC de até 900U Hounsfield
    6) Paciente não obesos (distância LINEAR entre pele até o cálculo < 10 cm)
29
Q

LEOC - Contraindicações:

A
  • Gestação
  • Diátese hemorrágica (tendência à sangramento - causar sangramentos importantes)
  • Infecção do trato urinário (disseminação)
  • Aneurisma de aorta abdominal ou de artéria renal (rompimento ou embolização)
  • Impossível de atingir o cálculo c/ as ondas de choque (casos de malformações esqueléticas - osso no meio do caminho)
30
Q

Ureteroscopia:

A
  • Trata cálculos de rim e de ureter
  • Indicações:
    1) Cálculos até 2 cm em QUALQUER topografia da via urinária
  • Possui um canal de trabalho que passa um litotridor que destrói a pedra
  • Depois passar uma rede (basket) e retira os fragmentos
  • Pode ter a necessidade de cateter duplo J após procedimento:
    1) Objetivo: obstrução por edema de ureter
31
Q

Nefrolitotomia percutânea (NLPC):

A
  • Trata cálculos no RIM
  • Cria um canal de trabalho - passa pele, músculo e rim - e fazer a destruição e retirada dos cálculos
  • Indicações:
    1) Qualquer cálculo renal, independente do tamanho, localização ou dureza
  • Mais invasivo, mais complicações quando comparado aos outros métodos minimamente invasivos
32
Q

Algorítimo p/ cálculo renal:

A
  • Tamanho do cálculo:
    1) > 2cm: NLPC
    2) < 2 cm: averiguar localização
  • Localização do cálculo
    1) Polo inferior: ureteroscopia ou NLPC
    2) Polo médio ou superior: averirguar condições p/ LEOC
    ° Se presentes: LEOC ou ureteroscopia
    ° Se ausentes: ureteroscopia
33
Q

Algorítimo p/ cálculo ureteral:

A
  • Localização:
    1) Ureter proximal (acima dos vasos ilíacos) ou médio (entre os vasos ilíacos e o início da pelve):
    ° ≤ 1cm: averiguar condições p/ LEOC (caso não ureteroscopia)
    ° > 1 cm: ureteroscopia
    2) Ureter distal (na região da pelve): ureterscopia