MORFOLOGIA: ESTRUTURA DAS PALAVRAS; FORMAÇÃO DAS PALAVRAS; SUFIXOS; PREFIXOS; RADICAIS GREGOS; RADICAIS LATINOS; ORIGEM DAS PALAVRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Flashcards
1 – Palavra primitiva
É aquela que
não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa: pedra, jornal, gato,
homem, feliz.
A palavra é subdividida em partes menores, chamadas de elementos mórficos.
Exemplos: gatinho → gat + inho
infelizmente → in + feliz + mente
Os elementos mórficos são classificados em
radical, vogal temática, tema, desinência, afixo, vogais e
consoantes de ligação.
Primeiro, vamos entender o que é o radical.
Ele transmite o significado básico da palavra. Palavras
de mesmo radical são consideradas de mesma família etimológica, por isso são chamadas “palavras
cognatas”. O radical normalmente se junta a uma vogal temática para dar sentido à palavra primitiva. O
resultado disso é o tema:
“cas” + a = casa “livr” + o = livro
radical VT tema radical VT tema
Vale ressaltar que a vogal temática é
um morfema que se junta ao radical para formar uma base à qual se ligam as desinências. Essa base é chamada tema. Além de atuar como elemento de ligação entre o radical e as desinências, a vogal temática também marca grupos de nomes e de verbos. Isso significa que existem vogais temáticas nominais e verbais.
Aqui nos interessa apenas a vogal temática nominal. Para identificá-la, precisamos seguir três critérios:
I - representada pelas vogais -a, -e e -o;
II - quando átona final (palavras nominais oxítonas não têm vogal temática)
III - não há oposição de gênero (quando há essa oposição, teremos desinência de gênero e não
vogal temática)
Ex.: mesa, artista, busca, perda, escola, base, combate, destaque, livro, tribo, resumo.
Observe cada palavra acima. Perceba que as vogais em negrito são as vogais temáticas, pois
satisfazem os três critérios acima. Compare com a palavra “gata”, por exemplo. Veja que nesta palavra a
vogal em negrito é desinência de gênero feminino, pois há oposição de gênero (gato/gata).
As desinências são elementos que indicam as
flexões que os nomes podem apresentar. São subdivididas em desinências nominais de gênero e de número.
Desinências nominais: indicam o
gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). As desinências de gênero são a e o; as desinências de número normalmente são o s para o plural e o singular não tem desinência própria.
Palavra derivada
É aquela que
provém de outra palavra da língua portuguesa: pedreiro, jornalista, gatarrão, batida.
Para se entender a derivação, é importante saber o conceito de afixos. Eles são
elementos que se
juntam aos radicais, ou aos temas, para formação de novas palavras.
Os afixos podem ser:
Prefixos: quando colocados antes do radical: descaso, sobrevivência.
Sufixos: quando colocados depois do radical: riacho, filhote, casarão.
Completando os morfemas de uma palavra, veremos agora as vogais e consoantes de ligação. Esses
são elementos inseridos entre os
morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia ou de sentido, ou seja, para facilitar a pronúncia e o entendimento de certas palavras.
Por exemplo, a palavra “cafeteira” é o resultado da junção do radical “café” (veja que o “e” não é
vogal temática, porque esta palavra é oxítona) mais o sufixo “eira”.
Assim, a fim de manter o sentido da palavra, inseriu-se a consoante de ligação ‘t”: cafeteira.
A derivação pode ocorrer das seguintes maneiras:
Prefixal: processo pelo qual é acrescido um prefixo a um radical:
desfazer, inútil.
Sufixal: processo pelo qual é acrescido um sufixo a um radical:
carrinho, livraria.
Prefixal e sufixal: processo pelo qual é acrescido tanto um prefixo quanto um sufixo a um radical.
deslealdade, infelizmente.
Derivação Parassintética –
processo pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo simultaneamente ao radical.
Dá origem principalmente a verbos, obtidos a partir de substantivos e adjetivos.
abençoar amaldiçoar espreguiçar
enraizar empastelar expatriar
enrijecer engordar entortar
endireitar amadurecer aportuguesar.
Observação: Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por
parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessário que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao
mesmo tempo. Para verificar tal derivação, basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar
de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética.
Note que a palavra “bençoar” não existe, assim como não existe “abenç”. Isso confirma que os
morfemas “a” e “oar” foram inseridos simultaneamente e a palavra “abençoar” é formada por derivação
parassintética.
Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido
formada por derivação prefixal e sufixal. Veja o que falei sobre a palavra “infelizmente” (feliz, infeliz,
felizmente).
Regressiva - ocorre quando
se retira a parte final de uma palavra primitiva, obtendo-se por essa redução
uma palavra derivada. Nesse processo de derivação são formados substantivos a partir de verbos
principalmente da 1ª e 2ª conjugações, por isso chamada palavra deverbal (a preposição “de” indica origem - vem do verbo) e indicam sempre o nome de uma ação. O mecanismo para sua obtenção é simples: substitui-se a terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (-ar ou -er) por uma das vogais temáticas nominais (-a, -e ou -o):
buscar busca alcançar alcance tocar toque apelar apelo censurar censura atacar ataque sacar saque chorar choro ajudar ajuda perder perda palavra derivação palavra derivação primitiva regressiva primitiva regressiva
Exemplo: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)
O debate foi longo. (do verbo debater)
Imprópria (ou conversão) - processo de derivação que consiste
na mudança de classe gramatical da palavra
sem que sua forma se altere.
Exemplo: O jantar estava ótimo. (de verbo para substantivo) Não aceitei um não como resposta. (de advérbio para substantivo) É um absurdo o que você está propondo. (de adjetivo para substantivo) Comprei uma camisa gelo. (de substantivo para adjetivo)