Moléstia trofoblástica gestacional Flashcards

1
Q

O que é a moléstia trofoblástica gestacional?

A

A moléstia trofoblástica gestacional é uma neoplasia que acomete as vilosidades coriônicas. Ela também é denominada deciduoma, sarcoma, placentoma, trofoblastoma, proliferação trofoblástica ou corioma.

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2
Q

Quais os tipos de moléstia trofoblástica gestacional?

A

Mola hidatiforme ou corioma benigno (benigna), mola invasora ou corioadenoma destruens (benigna e mais agressiva) e coriocarcinoma ou corioma maligno (maligna). Eles estão relacionados com distúrbios endócrinos em que há elevação da concentração plasmática de hCG.

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3
Q

Qual o aspecto macroscópico da mola hidatiforme?

A

O aspecto macroscópico dado pela anatomia patológica da mola hidatiforme é semelhante a um sagu, com vesículas aglutinadas de 0,1 a 1 cm e de coloração vermelho escura.

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4
Q

Qual o aspecto microscópico da mola hidatiforme?

A

O aspecto microscópico da mola hidatiforme revela proliferação variável do epitélio de revestimento das vilosidades coriônicas, que sofrem degeneração hidrópica, e diminuição ou ausência de vascularização.

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5
Q

Quais os fatores predisponentes para mola hidatiforme?

A

Déficit nutricional proteico, multiparidade, idade (mais de 40 anos), imunossupressão e consanguinidade conjugal.

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6
Q

Quais as manifestações clínicas da mola hidatiforme?

A

Estado geral variável, anemia, desidratação, toxemia gravídica logo no início da gestação (hipertensão arterial, edema, proteinúria), embolia pulmonar, sangramento uterino, hiperêmese gravídica, descompasso entre idade gestacional e altura uterina, ausência de movimentação fetal, eliminação do produto molar.

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7
Q

Quais os achados do exame físico do abdome no caso de mola hidatiforme?

A
  • Inspeção: Altura uterina maior que a idade gestacional (crescimento uterino acelerado).
  • Palpação: Útero de aspecto homogêneo (nenhum seguimento do feto é distinguido).
  • Ausculta: Ausência de movimentos fetais ou BCF.
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8
Q

Quais os achados do exame ginecológico no caso de mola hidatiforme?

A

Aumento de volume do útero, colo uterino amolecido e aumento de volume dos ovários (formação de cistos tecaluteínicos).

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9
Q

Como é feito o diagnóstico da mola hidatiforme?

A

O diagnóstico da mola hidatiforme é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma ultrassonografia e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada e a ultrassonografia revela ausência de embrião (“visualização em flocos de neve”), caracterizando uma gestação anembrionada.

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10
Q

Quais os diagnósticos diferenciais da mola hidatiforme?

A

Gestação múltipla, polidrâmnio, gestação normal com ginecopatia associada (leiomioma, neoplasia de ovário), placenta prévia, ameaça de abortamento, gestação com hipertensão arterial.

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11
Q

Qual o tratamento da mola hidatiforme?

A

O tratamento da mola hidatiforme pode ser realizado a partir de curetagem uterina se houver interesse de preservar a estrutura uterina para gestações futuras. Há risco de sinéquia uterina e de perfuração uterina, por isso o procedimento deve ser feito com a técnica adequada. Também pode ser realizada a histerectomia abdominal total se já existe prole constituída e não há interesse em gestações futuras.

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12
Q

Como é feito o acompanhamento da mola hidatiforme?

A

A paciente deve ser acompanhada durante um ano após o tratamento da mola hidatiforme para detectar precocemente uma possível malignização. Em indivíduos do sexo feminino, a mola hidatiforme apresenta risco de 25% de malignização. Durante os primeiros 3 meses de acompanhamento, a paciente deve ser avaliada a cada quinze dias. Durante os 9 meses restantes, a paciente deve ser avaliada uma vez por mês.

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13
Q

O que deve ser avaliado durante o acompanhamento da mola hidatiforme?

A
  • Acompanhamento clínico: História clínica e exame físico ginecológico (volume uterino normal e ausência de sangramento).
  • Acompanhamento laboratorial: Dosagem de hCG.
  • Acompanhamento radiológico: Radiografia de tórax a cada dois meses (identificar metástases pulmonares em caso de malignização).
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14
Q

O que é a mola invasora ou corioadenoma destruens?

A

A mola invasora ou corioadenoma destruens corresponde à invasão, pela mola hidatiforme, da parede da cavidade uterina, atingindo o miométrio.

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15
Q

Qual o aspecto macroscópico da mola invasora?

A

O aspecto macroscópico dado pela anatomia patológica da mola invasora é a presença de tecido molar no miométrio, com crescimento trofoblástico excessivo.

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16
Q

Qual o aspecto microscópico da mola invasora?

A

O aspecto microscópico da mola invasora revela penetração extensa de elementos trofoblásticos no miométrio, com integridade das vilosidades coriônicas.

17
Q

Quais as manifestações clínicas da mola invasora?

A

As manifestações clínicas da mola invasora é semelhante ao da mola hidatiforme, porém é mais agressivo.

18
Q

Como é feito o diagnóstico da mola invasora?

A

O diagnóstico da mola invasora é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma ultrassonografia, por uma arteriografia pélvica e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada, a ultrassonografia revela material molar, mas não identifica se há invasão do miométrio e a arteriografia pélvica revela hipervascularização do útero.

19
Q

Quais os diagnósticos diferenciais da mola invasora?

A

Restos molares, coriocarcinoma ou corioma maligno e gestação ectópica.

20
Q

Qual o tratamento da mola invasora?

A

Histerectomia.

21
Q

O que é coriocarcinoma ou corioma maligno?

A

O coriocarcinoma ou corioma maligno é uma neoplasia maligna com alto risco metastático. As metástases mais comuns são pulmonares, mas podem acometer o intestino e os genitais externos. Cerca de 50% dos coriocarcinomas se originam a partir da mola hidatiforme, 25% de gestação normal e 25% de abortamento.

22
Q

Quais os fatores predisponentes para coriocarcinoma?

A

Incompatibilidade da gestante em formar anticorpos contra a disseminação de elementos coriônicos devido a menor reserva imunológica, déficit nutricional proteico e consanguinidade conjugal.

23
Q

Quais os aspectos morfológicos do coriocarcinoma?

A

O coriocarcinoma invade a parede da cavidade uterina e apresenta altas capacidades angioclástica e histolítica e alto risco metastático, com sangramento vaginal importante. O coriocarcinoma pode ser acompanhado de infecção secundária, com presença de pus na cavidade uterina e, consequentemente, odor fétido.

24
Q

Quais as manifestações clínicas do coriocarcinoma?

A
  • Sinais e sintomas genitais: Sangramento uterino importante, útero de consistência amolecida, útero de volume aumentado.
  • Sinais e sintomas gerais: Hiperêmese, anemia.
  • Sinais e sintomas pulmonares: Dispneia.
  • Sinais e sintomas gastrointestinais: Melena, sangramento anal, diarreia.
  • Sinais e sintomas neurológicos: Cefaleia, tontura, diplopia, convulsões.
25
Q

Como é feito o diagnóstico do coriocarcinoma?

A

O diagnóstico da mola invasora é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma radiografia de tórax, por uma arteriografia pélvica e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada, a radiografia torácica investiga se há metástase pulmonar, a arteriografia pélvica revela hipervascularização do útero e a análise anatomopatológica revela alterações celulares compatíveis com neoplasia maligna.

26
Q

Quais os diagnósticos diferenciais do coriocarcinoma?

A

Restos molares, abortamento incompleto de gestação tópica, abortamento infectado, mola invasora, gestação ectópica.

27
Q

Qual o tratamento profilático do coriocarcinoma?

A

O tratamento profilático do coriocarcinoma depende do tratamento eficiente da mola hidatiforme (diagnóstico precoce, esvaziamento imediato e acompanhamento cuidadoso) e da mola invasora (diagnóstico precoce, tratamento cirúrgico imediato e acompanhamento cuidadoso).

28
Q

Qual o tratamento curativo do coriocarcinoma?

A
  • Cirurgia: Histerectomia e/ou retirada das metástases.
  • Quimioterapia: Metotrexato (tratamento de eleição).
  • Misto: Ambos os tratamentos podem ser realizados conjuntamente.
29
Q

Qual o prognóstico do coriocarcinoma?

A

Cerca de 70% dos casos de coriocarcinoma apresentam bom prognóstico mediante diagnóstico precoce. Os 30% restantes correspondem a óbito devido a sangramento uterino incoercível (6%), insuficiência respiratória devido a metástase pulmonar (12%), embolia pulmonar (6%), caquexia (6%). O futuro obstétrico de pacientes com coriocarcinoma tratado é possível.