Moléstia trofoblástica gestacional Flashcards
O que é a moléstia trofoblástica gestacional?
A moléstia trofoblástica gestacional é uma neoplasia que acomete as vilosidades coriônicas. Ela também é denominada deciduoma, sarcoma, placentoma, trofoblastoma, proliferação trofoblástica ou corioma.
Quais os tipos de moléstia trofoblástica gestacional?
Mola hidatiforme ou corioma benigno (benigna), mola invasora ou corioadenoma destruens (benigna e mais agressiva) e coriocarcinoma ou corioma maligno (maligna). Eles estão relacionados com distúrbios endócrinos em que há elevação da concentração plasmática de hCG.
Qual o aspecto macroscópico da mola hidatiforme?
O aspecto macroscópico dado pela anatomia patológica da mola hidatiforme é semelhante a um sagu, com vesículas aglutinadas de 0,1 a 1 cm e de coloração vermelho escura.
Qual o aspecto microscópico da mola hidatiforme?
O aspecto microscópico da mola hidatiforme revela proliferação variável do epitélio de revestimento das vilosidades coriônicas, que sofrem degeneração hidrópica, e diminuição ou ausência de vascularização.
Quais os fatores predisponentes para mola hidatiforme?
Déficit nutricional proteico, multiparidade, idade (mais de 40 anos), imunossupressão e consanguinidade conjugal.
Quais as manifestações clínicas da mola hidatiforme?
Estado geral variável, anemia, desidratação, toxemia gravídica logo no início da gestação (hipertensão arterial, edema, proteinúria), embolia pulmonar, sangramento uterino, hiperêmese gravídica, descompasso entre idade gestacional e altura uterina, ausência de movimentação fetal, eliminação do produto molar.
Quais os achados do exame físico do abdome no caso de mola hidatiforme?
- Inspeção: Altura uterina maior que a idade gestacional (crescimento uterino acelerado).
- Palpação: Útero de aspecto homogêneo (nenhum seguimento do feto é distinguido).
- Ausculta: Ausência de movimentos fetais ou BCF.
Quais os achados do exame ginecológico no caso de mola hidatiforme?
Aumento de volume do útero, colo uterino amolecido e aumento de volume dos ovários (formação de cistos tecaluteínicos).
Como é feito o diagnóstico da mola hidatiforme?
O diagnóstico da mola hidatiforme é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma ultrassonografia e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada e a ultrassonografia revela ausência de embrião (“visualização em flocos de neve”), caracterizando uma gestação anembrionada.
Quais os diagnósticos diferenciais da mola hidatiforme?
Gestação múltipla, polidrâmnio, gestação normal com ginecopatia associada (leiomioma, neoplasia de ovário), placenta prévia, ameaça de abortamento, gestação com hipertensão arterial.
Qual o tratamento da mola hidatiforme?
O tratamento da mola hidatiforme pode ser realizado a partir de curetagem uterina se houver interesse de preservar a estrutura uterina para gestações futuras. Há risco de sinéquia uterina e de perfuração uterina, por isso o procedimento deve ser feito com a técnica adequada. Também pode ser realizada a histerectomia abdominal total se já existe prole constituída e não há interesse em gestações futuras.
Como é feito o acompanhamento da mola hidatiforme?
A paciente deve ser acompanhada durante um ano após o tratamento da mola hidatiforme para detectar precocemente uma possível malignização. Em indivíduos do sexo feminino, a mola hidatiforme apresenta risco de 25% de malignização. Durante os primeiros 3 meses de acompanhamento, a paciente deve ser avaliada a cada quinze dias. Durante os 9 meses restantes, a paciente deve ser avaliada uma vez por mês.
O que deve ser avaliado durante o acompanhamento da mola hidatiforme?
- Acompanhamento clínico: História clínica e exame físico ginecológico (volume uterino normal e ausência de sangramento).
- Acompanhamento laboratorial: Dosagem de hCG.
- Acompanhamento radiológico: Radiografia de tórax a cada dois meses (identificar metástases pulmonares em caso de malignização).
O que é a mola invasora ou corioadenoma destruens?
A mola invasora ou corioadenoma destruens corresponde à invasão, pela mola hidatiforme, da parede da cavidade uterina, atingindo o miométrio.
Qual o aspecto macroscópico da mola invasora?
O aspecto macroscópico dado pela anatomia patológica da mola invasora é a presença de tecido molar no miométrio, com crescimento trofoblástico excessivo.
Qual o aspecto microscópico da mola invasora?
O aspecto microscópico da mola invasora revela penetração extensa de elementos trofoblásticos no miométrio, com integridade das vilosidades coriônicas.
Quais as manifestações clínicas da mola invasora?
As manifestações clínicas da mola invasora é semelhante ao da mola hidatiforme, porém é mais agressivo.
Como é feito o diagnóstico da mola invasora?
O diagnóstico da mola invasora é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma ultrassonografia, por uma arteriografia pélvica e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada, a ultrassonografia revela material molar, mas não identifica se há invasão do miométrio e a arteriografia pélvica revela hipervascularização do útero.
Quais os diagnósticos diferenciais da mola invasora?
Restos molares, coriocarcinoma ou corioma maligno e gestação ectópica.
Qual o tratamento da mola invasora?
Histerectomia.
O que é coriocarcinoma ou corioma maligno?
O coriocarcinoma ou corioma maligno é uma neoplasia maligna com alto risco metastático. As metástases mais comuns são pulmonares, mas podem acometer o intestino e os genitais externos. Cerca de 50% dos coriocarcinomas se originam a partir da mola hidatiforme, 25% de gestação normal e 25% de abortamento.
Quais os fatores predisponentes para coriocarcinoma?
Incompatibilidade da gestante em formar anticorpos contra a disseminação de elementos coriônicos devido a menor reserva imunológica, déficit nutricional proteico e consanguinidade conjugal.
Quais os aspectos morfológicos do coriocarcinoma?
O coriocarcinoma invade a parede da cavidade uterina e apresenta altas capacidades angioclástica e histolítica e alto risco metastático, com sangramento vaginal importante. O coriocarcinoma pode ser acompanhado de infecção secundária, com presença de pus na cavidade uterina e, consequentemente, odor fétido.
Quais as manifestações clínicas do coriocarcinoma?
- Sinais e sintomas genitais: Sangramento uterino importante, útero de consistência amolecida, útero de volume aumentado.
- Sinais e sintomas gerais: Hiperêmese, anemia.
- Sinais e sintomas pulmonares: Dispneia.
- Sinais e sintomas gastrointestinais: Melena, sangramento anal, diarreia.
- Sinais e sintomas neurológicos: Cefaleia, tontura, diplopia, convulsões.
Como é feito o diagnóstico do coriocarcinoma?
O diagnóstico da mola invasora é feito a partir da história clínica, sendo complementado pela dosagem do hormônio hCG, por uma radiografia de tórax, por uma arteriografia pélvica e pela análise anatomopatológica do material. A dosagem do hormônio hCG se mostra bastante elevada, a radiografia torácica investiga se há metástase pulmonar, a arteriografia pélvica revela hipervascularização do útero e a análise anatomopatológica revela alterações celulares compatíveis com neoplasia maligna.
Quais os diagnósticos diferenciais do coriocarcinoma?
Restos molares, abortamento incompleto de gestação tópica, abortamento infectado, mola invasora, gestação ectópica.
Qual o tratamento profilático do coriocarcinoma?
O tratamento profilático do coriocarcinoma depende do tratamento eficiente da mola hidatiforme (diagnóstico precoce, esvaziamento imediato e acompanhamento cuidadoso) e da mola invasora (diagnóstico precoce, tratamento cirúrgico imediato e acompanhamento cuidadoso).
Qual o tratamento curativo do coriocarcinoma?
- Cirurgia: Histerectomia e/ou retirada das metástases.
- Quimioterapia: Metotrexato (tratamento de eleição).
- Misto: Ambos os tratamentos podem ser realizados conjuntamente.
Qual o prognóstico do coriocarcinoma?
Cerca de 70% dos casos de coriocarcinoma apresentam bom prognóstico mediante diagnóstico precoce. Os 30% restantes correspondem a óbito devido a sangramento uterino incoercível (6%), insuficiência respiratória devido a metástase pulmonar (12%), embolia pulmonar (6%), caquexia (6%). O futuro obstétrico de pacientes com coriocarcinoma tratado é possível.