Mieloproliferações crônicas Flashcards
Policitemia Vera - Epidemiologia
Policitemia: é o aumento da massa eritrocitária
Vera: primária (EPO – BAIXA)
Secundária: hipóxia (EPO- ALTA)
É a síndrome mieloproliferativa mais comum
Pico de incidência 50-70 anos
Sem predileção por sexo
Policitemia Vera - Fisiopatogenia
Clones de células-tronco anormais que estão envolvidos na supressão tumoral devido a mutação no gene da Janus-Kinase-2 (JAK-2) – 95% dos casos levando a substituição de uma valina por uma fenilalanina na posição 617 (V617F) apresentando assim
- Resposta anormal aos fatores de crescimento
- Eritropoese independente da ação da eritropoietina
Além da expansão eritroide pode cursar com pancitose
Policitemia Vera -
Apresentação clínica: Hematócrito > 60% em
pacientes com Sat. O2 > 92% quase sempre
significam policitemia vera!
Início insidioso Sintomas relacionados à hiperviscosidade: Dor de cabeça Tontura, Vertigem Zumbido Distúrbios visuais Angina pectoris Eritromelalgia Claudicação intermitente Complicações hemorrágicas Complicações trombóticas (ex: Sd. Budd-Chiari) Dor abdominal, Esplenomegalia Prurido Pletora Hipertensão
Policitemia Vera - Achados
Esplenomegalia Leucocitose Trombocitose Macrocitose Saturação do O2 arterial normal ⬆Nível sérico da B12 ⬆Fosfatase alcalina nos leucócitos Medula: Pan-hiperplasia ⬇️Níveis de EPO
Policitemia Vera - Diagnóstico diferencial
A leucocitose pode chegar a valores acima de 50.000/mm3, confundindo o diagnóstico com a LMC. O aumento da fosfatase alcalina leucocitária e a presença da eritrocitose sugerem o diagnóstico da policitemia vera.
Policitemia Vera - Diagnóstico
3 critérios maiores ou os 2 primeiros critérios maiores com o critério menor
- Hb>16,5 em homem e hb>16 em mulher OU ht >49% em homem e ht >48% em mulher OU eritrócitos aumentados em 25%
- BMO => hipercelularidade com panmielose incluindo proliferação eritróide, granulocitica e megacariocitica madura com pleomorfismo
- JAK2 V617F+ ou JAK2 exon2 mutado+
Criterio menor: EPO subnormal
Policitemia Vera - Tratamento
Baixo Risco: Idade < 60 e sem tromboembolismo
- Flebotomia e aspirina em dose baixa
Alto risco: Idade > 60 e história de tromboembolismo
- Flebotomia
- Citorredução: Hidroxiureia, Interferon-α (em gestantes), anagrelida (refratários) e busulfan
Trombocitemia essencial - Epidemiologia
Idade média > 60 anos
Mais jovens – mais ♀
Transformação para Leucemia – 0,6-5% na 1ª década
Fatores de risco
Idade
Anemia, leucocitose, plaquetas > 1.000.000
Trombocitemia essencial - Fisiopatogenia
Aumento da produção plaquetária pelos megacariócitos devido aos precursores megacariocíticos (CFU-Meg) formarem colônias na ausência da trombopoetina
Sensibilidade aumentada para citocinas (ex: IL-3)
Diminuição do efeito dos fatores inibidores de plaquetas
Defeitos no microambiente de células acessórias
Mutações em 3 genes principais (JAK-2, CALR, MPL)
Trombocitemia essencial - Sinais e sintomas
- Oclusão microvascular (dor na ponta dos dedos, gangrena, eritromelalgia) e eventos trombóticos
- Sintomas neurológicos (dor de cabeça, vertigem, síncope, escotomas, disartria)
- Sintomas hemorrágicos (TGI – 40%)
Trombocitemia essencial - Diagnóstico
4 critérios maiores ou os 3 primeiros critérios maiores com o critério menor
- Pqt>450.000
- BMO => proliferação megacariocitica com aumento de megas aumentados, maduros com núcleos hiperlobulados. Sem aumento significativo ou desvio a esquerda de serie granulocitica/ eritrocítica Raramente fibrose grau 1
- Não fechar critérios para LMC BCR-ABL1+, PV, MFP, SMD ou outras neoplasia mieloides
- JAK2+ ou CALR+ ou MPL+
Critério menor: marcador clonal presente OU ausência de trombocitose reacional
Trombocitemia essencial - Causas de trombocitose reativa
Infecções Trauma Neoplasias Hemorragia aguda Ferropenia Hipoesplenismo
Trombocitemia essencial - tratamento
Baixo Risco: idade < 60, sem tromboembolismo e plaquetas < 1.500.000
- Aspirina em dose baixa
Alto risco: idade > 60 e história de tromboembolismo
- Aspirina em baixa dose
- Citorredução: Hidroxiureia
Mielofibrose primária - Epidemiologia
Incomum
Mais comum na raça branca
Média de idade > 65ª
♂ > ♀ nos adultos
Mielofibrose primária - Fisiopatogenia
Expansão de células-tronco clonais
Produção de citocinas (TGF-β, IL-1, PDGF) por plaquetas, megacariócitos e monócitos
Formação de fibroblasto e proliferação da matriz extracelular, neoangiogênese
Ganho de função JAK-2 (50-60%), mutações somáticas no exon 12 JAK-2 ou ou mutações ativadoras do gene do receptor de trombopoietina MPL (5-10%)
Mielofibrose primária - Apresentação clínica
Muitas vezes assintomático ao diagnóstico Sinais e sintomas Anemia Esplenomegalia Estados hipermetabólicos Sangramento Hematopoiese extramedular Alterações ósseas Hipertensão portal Anormalidades imunes
Mielofibrose primária - Diagnóstico
3 critérios maiores e pelo menos 1 critério menor
- BMO => proliferação megacariocitica com atipia, fibrose> grau 2
- Não fechar critérios para LMC BCR-ABL1+, PV, TE, SMD ou outras neoplasia mieloides.
- JAK2/ CALR/ MPL + OU marcador clonal presente OU ausência de fibrose reacional
- Critérios menores: anemia não atribuída a comorbidade ou leuco>11000 ou esplenomegalia ou LDH aumentado ou leucoeritroblastose
Mielofibrose primária - Manejo clínico
Historicamente Tratamento de suporte Trombocitose manejada com Hidroxiureia Anemia: corticoide, danazol Baixo risco: observação Ruxolitinib – primeira droga aprovada pelo FDA para o tratamento em 2011 Esplenectomia Radioterapia campos envolvidos TCTH alogênico
Leucemia mielomonocítica crônica - LMMC - FISIOPATOLOGIA
Etiologia desconhecida (fatores, ambientais, radiação, medicamentos)
Síndrome mielodisplásica/mieloproliferativa
As células se apresentam com características displásicas e de mieloproliferação
Anormalidades genéticas 20-40%: trissomia 8, del 7q, translocações 5q (ativam o receptor beta do fator de crescimento das plaquetas – PDGFRβ)
LMMC - Sinais e sintomas
Fadiga Febre Perda de peso Suores noturnos Infecções (neutropenia) Hemorragia (plaquetopenia) 50% neutropenia e em 50% leucocitose Monocitose persistente em SP
LMMC - Manejo clínico
- Menor sobrevida: Hb < 12g/dL Linf > 2.500/mm³ Blastos > 10% Formas imaturas circulantes Sobrevida 12 meses - Tratamento: Experimentais Fatores de cresciemento Qt em dose baixa Agentes hipometilante TCTH alogênico
LMMC - Diagnóstico
Presença de todos os critérios
- Persistente monocitose periférica (≥ 1x10^9/L) com monocitose ≥ 10% dos leucócitos)
Ausência de critérios da OMS para LMC(BCR-ABL+), MP, PV, TE
- Ausência de rearranjo PDGFRA, PDGFRB ou FGFR1ou ainda PCM1-JAK2
- Blastos < 20% das células em SP e medula óssea
Displasia envolvendo ≥ 1 linhagem mieloide
ou
- Se displasia ausente ou mínima, critérios 1-4 devem estar presentes e: uma anormalidade adquirida molecular ou citogenética ou monocitose persistente ≥ 3 meses com outras causas de monocitose devem ser excluídas