Mecanismos relacionados aos efeitos da Histamina (que pode ser usado para qualquer outro autofármaco) Flashcards
Primeira etapa do processo inflamatório:
Célula detecta uma mudança em seu ambiente passível de tirá-la do estado homeostásico
Segunda etapa do processo inflamatório:
A célula que detectou a mudança começa a provocar a liberação de histamina (1º autofarmaco) no líquido extracelular que a rodeia, para que as células vizinhas possam interagir com ela (ação parácrina).
[a partir daqui, os outros autofármacos começam a ser produzidos e liberados]
Na terceira etapa do processo inflamatório, O acúmulo de HA no meio extracelular chega aos vasos da microcirculação local (onde a camada muscular lisa é pouco espessa). Lá, eles promovem duas ações.
Cite e explique elas, apresentando o resultado final dessas duas ações:
1ª AÇÃO: o HA chega aos receptores H1 do endotélio vascular. Assim, promovem a liberação do EDRF (fator de relaxamento endotélio dependente = NO). Esse EDRF se difunde do endotélio, alcançando a musculatura lisa do endotélio, provocando relaxamento da musculatura.
2ª AÇÃO: o HA também chega diretamente à musculatura lisa dos vasos, alcançando os receptores H1. Porém, no músculo, o HA tem efeito de contração muscular. Assim, a 2ª ação é antagonista fisiológica da 1ª ação.
RESULTADO FINAL:
Como a musculatura é fina, a quantidade de receptores H1 e receptores para EDRF é pequena e tem a mesma proporção de ação. No entanto,o efeito do EDRF é mais intenso que o do HA na musculatura.
Assim, ocorre VASODILATAÇÃO da microcirculação local. [Responsável pelo Eritrema Primário]
Na 1ª AÇÃO da terceira etapa do processo inflamatório, o HA alcança as células endoteliais e promove a liberação de EDRF.
O que mais o HA promove nas células endoteliais e por que isso é importante pro processo inflamatório?
Nas células endoteliais, o receptor H1 está ligado aos centríolos. Quando o HA age no H1, os centríolos promovem uma alteração do citoesqueleto da célula, que causa um “encurtamento” das células endoteliais (uma mudança na forma das células).
Assim, formam-se espaços entre as células do endotélio que permitem a passagem de de substâncias (H²O, sais e proteínas de baixo peso molecular) dos vasos para o meio extracelular, que ficam acumulados e aumentam a pressão oncótica do meio extracelular (atraindo ainda mais líquido para fora dos vasos).
[Responsável pelo edema inflamatório]
Quarta etapa do processo inflamatório:
Fenômeno Neuronal:
Os autofármacos promovem efeitos excitatórios nos neurônios sensitivos locais, que liberam na medula a substância P. Essa substiancia é extremamamente álgica (provoca dor) e tem efeito excitatório na medula.
Explique o Antagonismo Fisiológico da Quarta etapa do processo inflamatório e como ele promove a “retirada racional do estímulo”:
[ANTAGONISMO FISIOLÓGICO]
O efeito excitatório da liberação da subst. P se opõe ao efeito inibitório do sistema analgésico endógeno (representado pelas endorfinas). A subst P tenta enviar ao encéfalo o estímulo doloroso induzido pelos autofármacos, enquanto as endorfinas tentam impedir isso.
Como a liberação dos autofármacos persiste enquanto o estímulo lesivo se manter, chega um momento em que a subst P ‘ganha‘ das endorfinas (quando o autofármaco prostaglandina é liberado), e assim a informação consegue passar ao encéfalo (hipotálamo), no qual liberam-se mais PG‘s, responsáveis pelo aumento da temperatura corporal e pela amplificação do estímulo doloroso que subiu da medulla. Depois, o estímulo chega ao cortex e faz a sua decodificação objetiva, racional, enviando em seguida ao sistema límbico, que faz a sua leitura subjetiva (se é bom ou ruim perceber aquele estímulo doloroso).
Finalmente, para que o indivíduo tome uma attitude concreta em relação ao estímulo (por exemplo, afastar a mão de uma chapa quente), ele é ‘devolvido‘ ao cortex pelo sist. Límbico.
Assim, para que uma droga elimine a dor associada ao processo inflamatório, ela precisa impedir que as prostaglandinas sejam liberadas.