Leishmaniose Flashcards
Quais os fatores para que ocorra a infecção pelo agente etiológico da doença?
Reservatório, vetor, ser humano e leishmania
A resposta imunológica Th1 muito intensa é característica de qual apresentação clínica da leishmaniose?
Leishmaniose tegumentar localizada
Caracterização da resposta Th1
Mobilização de TCD4, CD8, macrófagos e células dendríticas. Há poucos macrófagos parasitados.
Qual a apresentação clínica do paciente que possui resposta Th1 e Th2 muito intensa?
Leishmaniose mucosa
Caracterização de uma resposta imunológica Th1 e Th2 intensa
Não é ulcerativa. Baixa parisitemia, menos macrófagos parasitados que na forma cutânea.
Qual apresentação clínica de um paciente com resposta Th2 intensa?
Leishmaniose cutânea difusa
Caracterização da resposta Th2 muito intensa
Predominantemente humoral. Alta parasitemia e muitos macrófagos parasitados. Intradermorreação de Montenegro é sempre negativa.
Qual o padrão clínico em indivíduos com resposta Th1 e Th2 exacerbada?
Polo hiperérgico. Leishmaniose mucosa
Qual o padrão clínico em indivíduos com resposta Th1 intensa e Th2 diminuída?
Leishmaniose cutânea localizada. Ocorre formação de úlceras. Quanto mais intensa a resposta mais grave a úlcera
Indivíduos infectados sem lesões possuem que tipo de padrão imunológico?
Respostas Th1 e Th2 equilibradas. Nesses casos apenas o teste de Montenegro pode identificar a doença.
Qual o padrão clínico de paciente que apresenta forte resposta Th2 e Th1 bastante diminuído?
Leishmaniose cutânea disseminada. Geralmente em pacientes HIV +. Bastante úlceras por todo o corpo
Qual a apresentação clínica de pacientes com intensa resposta Th2 e quase nenhuma Th1?
Leishmaniose cutânea difusa. Ocorre o aparecimento de diversos nódulos semelhantes a hansenomas.
Qual a descrição da lesão causada pela leishmaniose cutânea localizada?
Lesão arredondada, bordas elevadas, centro limpo, endurecida e indolor. Geralmente no início se parece com uma espinha que ao se romper forma a lesão característica.
Caso não haja tratamento da lesão na leishmaniose cutânea localizada, o que pode acontecer com o paciente?
A lesão cicatriza sozinha (demora meses), pode ocorrer infecção bacteriana sobreposta, o paciente tem mais risco de desenvolver a forma mucosa.
Como identificar uma cicatriz originada pela leishmaniose cutânea localizada?
São hipercrômicas e depressivas. “Pele em pergaminho”
Qual a caracterização de lesão causada por leishmaniose cutânea disseminada?
São múltiplas lesões ulceradas, bordas elevadas e fundo granuloso. Geralmente em pacientes HIV+.
Qual a caracterização de lesão causada por leishmaniose cutânea difusa?
Múltiplas lesões infiltrativas e nodulares, podem apresentar aspecto vegetante ou hansemico.
Qual a caracterização de lesão causada por leishmaniose mucosa?
Acometimento de septo nasal. Desabamento de nariz (nariz de anta). É causado mais pela resposta imune do que pela doença em si.
Quais os diagnósticos diferenciais da leishmaniose mucosa?
Hanseníase, neoplasias e estomatite moriforme.
Quais os diagnósticos da leishmaniose tegumentar?
Busca do parasita (baixa sensibilidade): raspado da lesão
Histopatologia: mais utilizado para o descarte de neoplasias.
Busca de DNA por PCR: melhor exame, mas muito caro.
Reações imunológicas: não são mais utilizadas. Sorologias e teste de Montenegro
Na prática clínica, como é feito o diagnóstico da doença?
Histopatologia, PCR (se possível), epidemiologia e clínica sugestiva.
Quais os diagnósticos diferenciais?
TB cutânea, CBC, CEC, hanseníase virchowniana, esporotricose, carcinoma, paracoccidioidomicose, impetigo, dermatite artefata, cromomicose, cromoblastomicose.
Qual o tratamento?
Antimoniais pentavalentes:
Pentostan
Glucantime (principal): possui efeito de imunomodulação.
Na forma cutânea localizada: 10-20 mg/kg/dia por 20 dias.
Nas formas disseminadas, mucosa e difusa: 10-20 mg/kg/dia por 30 dias. Na forma mucosa, se possível, associar com anfotericina ribossomal (3 ampolas por dia, dose máxima)
Anfotericina B lipossomal: menos tóxica, mais cara. Deveria ser tratamento de escolha para leishmaniose visceral.
Quais as contra indicações para o tratamento de leishmaniose?
Insuficiência renal, hepática e cardíaca; gestantes (até 6 meses), hipersensibilidade, lactantes, portadores de doença de Chagas, associação com medicações que aumentam Qtc.
Quais os principais efeitos adversos das medicações?
Arritmias, pancreatite, insuficiência renal e rash cutâneo.
Quanto a imunopatogenia, como se caracteriza a forma assintomática da leishmaniose visceral?
Predomínio de resposta Th1. Possuem forma latente e há desenvolvimento de quadro sintomático em episódios de imunossupressão.
Quanto a imunopatogenia como se caracteriza a forma clássica da L.V?
Predomínio Th2. Não há organização da resposta imune celular. Assim, a leishmania se dissemina pelo corpo, principalmente medula óssea e baço. Os principais sintomas desse quadro são hepatoesplenomegalia e febre.
Qual a caracterização de um indivíduo oligoassintomático na L.V?
Equilíbrio entre as respostas Th1 e Th2. Quadro é iniciado com sintomas inespecíficos e, posteriormente, evoluem para um dos polos da doença. (Assintomáticos ou L.V clássica)
Qual o padrão clássico da L.V?
Mais observado antigamente. Evolução lenta.
Principais sintomas: esplenomegalia, febre baixa e intermitente e anemia.
Observa-se emagrecimento e aumento do volume abdominal devido ao baço.
O baço deve ser palpado de baixo pra cima.
Qual o padrão ausente da L.V?
Mais observado atualmente. Quadro mais agudo.
Sintomas: febre alta, mialgia e astenia. Esplenomegalia de evolução lenta, podendo passar desapercebida. Forma mais letal.
Como se da a coinfecção de L. Infantum e HIV?
CD4>200: manifestação semelhante ao imunocompetente.
CD4<200: pode ocorrer ativação de formas inaparentes (predomínio Th1. Quando infectado forma assintomática e era imunocompetente, quando imunossuprimido passa a ser sintomático) ou reativação de L.V. tratada (o tratamento visa diminuir a carga parasitária, mas não consegue ser zerada. Caso o indivíduo esteja com CD4 baixo os sintomas reaparecem).
Todos os indivíduos HIV+ com CD4<200 devem realizar profilaxia secundária com Anfotericina B lipossomal.
Sobre a leishmania dérmica pós calazar:
Lesões cutâneas após L.V.
Cite 5 critérios de gravidade da L.V:
Idade (inferior a 6 meses ou superior a 65 anos)
Icterícia
Edema generalizado
Sinais de toxemia
Comorbidades
Desnutrição grave.
Quais são os sinais de toxemia?
Letargia, má perfusão, cianose, taqui ou bradicardia, hipo ou hiperventilação e instabilidade hemodinâmica.
Quais os exames inespecíficos para L.V?
Hemograma (pancitopenia), se for padrão recente observa-se anemia ou anemia + leucocitose.
Hipoalbuminemia
Eletroforese de proteínas: pico de gamaglobulina
VHS, TAP, enzimas hepáticas e bilirrubinas.
Quais os exames específicos para L.V?
Teste rápido rK39: mais utilizado e melhor resultado (nao recomendado para crianças menores de 1 ano e HIV+)
Elisa com rK39
Punção de medula óssea e punção esplênica
PCR de MO: boa opção para crianças menores de 1 ano e HIV+
Como tratar a LV?
Antimonial: Glucantime (20mg/kg/dia por 28 dias.
Anfotericina B lipossomal: indicada para casos graves (paciente com contraindicação ao antimonial; hipersensibilidade; LV grave; HIV; extremos de idade.
Tratamento de suporte
Pacientes anêmicos: transfusão de sangue deve ser evitada
Antibióticos: quando houver inf bacteriana associada e em casos de neutropenia febril.
Qual o critério de cura da LV?
Essencialmente clínico.
Quais as medidas de controle da LV?
Educação, diagnóstico precoce, combate ao inseto vetor, inquérito canino (muito questionável)