Intercorrências na gravidez Flashcards

1
Q

O que é Gravidez Ectópica?

A

Toda gestação cuja implantação e desenvolvimento do ovo ocorra fora da superfície endometrial da cavidade uterina. Este termo é mais abrangente que gravidez extrauterina, pois inclui a gravidez cervical, intersticial e a gravidez em cicatriz de cesárea.
É a principal causa de morte materna no Primeiro Trimestre.

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2
Q

Quais são os possíveis locais de uma Gravidez Ectópica?

A
  • Tubárea (95%): 70% na âmpola e o restante no istmo (maior perigo de rotura) ou fímbrias
  • Ovariana (3%)
  • Intersticial (2%)
  • Abdominal (1%)
  • Cervical ou na cicatriz da cesárea (menos de 1 %)
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3
Q

Fatores de risco para Gravidez Ectópica:

A

Tudo o que altera a tuba e sua motilidade:
- Gravidez ectópica prévia
- DIP
- Cirurgia tubárea prévia ou laqueadura revertida
- Reprodução assistida
- Anticoncepção de emergência
- Tabagismo
- Uso de DIU.

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4
Q

Sinais e sintomas de Gravidez Ectópica:

A

Tríade clássica: Dor abdominal, Sangramento Vaginal anormal e Atraso ou Irregularidade menstrual (amenorreia)
- Dor abdominal: mais comum, dor em cólica ou excruciante que pode ser do lado, difusa ou contralateral à gravidez.
- Sangramento escuro ‘‘borra de café’’
Ao exame físico e laboratorial: palidez, distúrbios eletrolíticos, …
Se rotura, sinais de peritonite:
- Defesa abdominal, Proust (grito de Douglas), Cullen (equimose periumbilical), Blumberg e Laffon (dor escapular por compressão de frênico).

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5
Q

Diagnóstico de Gravidez Ectópica:

A

Tendo sinais clássicos, parte-se para os exames complementares:
- B-HCG: deve ser positivo.
- USG TV: se não tiver presença de saco gestacional após um beta acima de 1500 mUI/mL (5 semanas da DUM), suspeita-se fortemente de Gravidez Ectópica.
Outros: BCF e saco gestacional extrauterino. Dosagem de progesterona abaixo de 10 ng/ml é sinal de gestação não evoluída.

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6
Q

Tratamento de Gravidez Ectópica:

A

Cirúrgico radical
- Quando? Sem desejo reprodutivo, gravidez rota, recidiva, lesão tubárea acentuada ou gravidez acima de 5 cm.
- Como? salpingectomia por laparotomia ou laparoscopia.
Cirúrgico Conservador
- Quando? Desejo reprodutivo, menos que 5 cm e estabilidade hemodinâmica.
- Como? salpingostomia, salpingectomia parcial ou ordenha tubárea.
Clínico
- Quando? recidiva sem contraindicações( beta muito alto, saco gestacional muito grande, …), intersticial ou cervical.
- Como? Metotrexato (quimioterápico): IM, guaido por USTV ou laparoscopia.
Expectante
- Quando? Se beta indicar regressão da gravidez.
OBS:
Recorrência (comum nos conservadores): repetir cirurgia ou partir para o clínico com MTX.
Deve-se, assim, acompanhar sempre os níveis de beta após cirurgia

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7
Q

O que é a Ruptura Prematura de Membranas Ovulares (RPMO) ou Amniorrexe?

A

É a rotura espontânea das membranas ( âmnio e córion) antes do início do TP, independente da idade gestacional. Tem prevalência de 10%, sendo 70 a 80% dos casos RPMO termo e 20 a 30% RPMO pré-termo. A latência é o tempo entre a rotura e início do TP, sendo que uma latência prolongada amplia a probabilidade de consequências como as infecções.

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8
Q

Fatores de risco para RPMO:

A

Fatores genéticos, infecções ascendentes, cervicodilatação precoce ( multíparas, gemeralidade, polidrâmnio, macrossomia), tabagismo, síndrome de Ehlers-Danlos e deficiência de alfa-1-antitripsina, rotura prévia, TP prematuro antecedente, deslocamento prematuro de placenta, sangramento de segundo/terceiro trimestre, procedimentos invasivos (amniocentese), deficiências nutricionais e anemia.

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9
Q

Quais as principais consequências de RPMO?

A

Prematuridade: síndrome do desconforto respiratório, hemorragia intraventricular, enterocolite necrotizante e sepse.
Infecções maternas e neonatais
Outros: Oligodrâmnio, deformidades, restrição do crescimento fetal, hipoplasia pulmonar e sequelas neurológicas.

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10
Q

Diagnóstico de RPMO:

A
  • Principal: clínico ->perda abundante de líquido com odor peculiar (quiboa), associado com saída de LA pelo OCE no exame especular.
  • Exame físico: sinais de infecção (febre, taquicardia materna ou fetal, sensibilidade uterina, leucocitose e pcr, redução da motilidade fetal, redução dos movimentos respiratórios fetais no perfil biofísico fetal, redução da altura uterina e palpação de partes fetais)
  • Espéculo: analisar líquido, compressão do fundo uterino ou Valsalva( Manobra de Tarnier), fita de medida de Ph, amnisure. Obs: excluir prolapso de cordão.
  • Cristalização do muco: padrão em samambaia (rico em estriol) na MÓptica.
  • US: oligodrâmnio (ILA, apenas auxílio), malformações.
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11
Q

Conduta para RPMO:

A
  • Mais de 34 semanas: resolutiva
  • 24 a 34: expectante se não tiver infecção, sofrimento ou contrações. Ciclo de corticoide, sulfato de magnésio (Zuspan. Até 32 semanas) e ATB de amplo espectro.
  • Menos de 24: oferecer a opção de interromper (baixo prognóstico) e expectante (internar, hidratar, acompanhar ILA: índice). Não fazer profilaxia, corticóide nem tocólise.
    Tocólise: inibição do TP: usada para fazer corticóide ou fazer transferência.
    Profilaxia para GBS (Ampi ou penicilina cristalina): RPMO mais de 18 horas, febre intraparto, ITU ou colonização vaginal por GBS, RN anterior acometido.

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12
Q

O que é e como funciona o diagnóstico US de oligodrâmnio?

A

Redução na quantidade de líquido amniótico a níveis patológicos.
Técnica do maior bolsão menor que 2 cm OU
Índice do líquido amniótico (ILA) menor que 5 cm

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13
Q

O que é e como funciona o diagnóstico US de polidrâmnio?

A

Aumento patológico da quantidade de líquido amniótico.
Técnica do maior bolsão maior que 8 cm OU
ILA maior que 24 cm

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14
Q

Causas de oligodrâmnio:

A
  • Fetais: Insuficiência placentária causando Restrição do crescimento fetal (RCF), anomalia renal, válvula de uretra posterior, obstrução ureteral e cromossomopatias.
  • Maternas: hipertensivas, do colágeno, DM, hipovolemia, drogas( inibidoras das prostaglandinas), hipoplasia uterina, miomas
  • Placentária: síndrome da transfusão feto-fetal
  • Outras: RPMO*, pós-datismo (IG elevada), idiopática
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15
Q

Complicações do oligodrâmnio:

A

RCF, SFC, malformações (hipoplasia pulmonar, membros, polo cefálico e faces, bridas amnióticas)

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16
Q

Causas de polidrâmnio:

A
  • Fetais: defeitos do TDig (atresia esofágica, atresia duodenal, volvo, hérnia diafragmática e pâncreas anular), neurológico (anencefalia, microcefalia e espinha bífida), genéticas (Down, 13 e 18).
  • Maternas: DM, isoimunização e TORSCH.
  • Placenta: síndrome da transfusão feto-fetal, placenta circunvalada e corioangioma.
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17
Q

Critérios para determinar infecção materna (corioamnionite, por exemplo):
Importante porque define conduta resolutiva na RPMO

A
  • Febre (>37.8)
    2 ou mais critérios:
  • Taquicardia: materna (>100) ou fetal (>160)
  • Sensibilidade uterina ou contrações irregulares
  • Leucocitose e PCR
  • Secreção purulenta ou líquido amniótico fétido
  • Redução abrupta do líquido amniótico
  • Redução da motilidade fetal
  • Ausência de movimento respiratório no padrâo biofísico fetal.
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18
Q

Medicamento que antecipa o fechamento do ducto arterioso:

A

Indometacina.

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19
Q

Definição de abortamento:
Quando investigar?

A

Interrupção da gravidez com menos de 22 semanas completas e o feto pesando menos que 500 gramas.
Precoce: até 12 semanas (primeiro trimestre).
Tardia: após as 12 semanas.
Espontâneo ou induzido (provocado).
Consideramos aborto habitual quando se tem mais de 2 abortamentos espontâneos e consecutivos e, assim, inicia-se a investigação da causa.

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20
Q

O que é a Síndrome de Ashermann?

A

É caracterizada pela formação de sinéquias uterinas (aderências ou fibroses) após a realização de uma curetagem profunda (como a feita em casos de aborto infectado). A paciente, neste caso, pode apresentar redução do volume menstrual ou até mesmo amenorreia e as chances de abortamento habitual aumentam consideravelmente. É considerado realizar tratamento com a lise dessas aderências e até uso de estrógeno para estimular a proliferação endometrial.

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21
Q

Incompetência Cervical: definição, fatores de risco, diagnóstico e tratamento:

A
  • Defeito estrutural ou funcional do colo uterino que provoca abortamento de segundo trimestre ou parto extremamente prematuro sem contrações. O RN pode ser expelido ainda vivo.
  • FR: parto traumático, dilatação prévia com velas Hegar, conização do colo, aborto provocado, …
  • Dg: histórico. Fora da gestação: histerossalpingografia passagem da vela Hegar 8 sem resistência. Se grávida: USG TV se colo menor que 25 mm (do OCI até o OCE) ou presença das membranas fetais no canal cervical.
  • tto: cerclagem, entre 12 e 16 semanas. Pessário 18-22 semanas.
22
Q

Principais causas de abortamento:

A

FETAIS: ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS (trissomias autossômicas, monossomias, triploidias, …) : quanto mais precoce, mais comum.
MATERNAS:
- Endócrinas: alterações tireoideanas, DM1descompensada, SOP;
- Infecções: principalmente sífilis. Clamídia, GBS, listeria, CMV, …
- Imunológicas: SAF e outras doenças autoimunes;
- Trombofilias: genéticas (mutação na protrombina ou no fator V de Leiden, deficiência de antitrombina) e adquiridas (CA, imobilização no leito e uso de medicamentos);
- Anatômicas: defeitos na fusão do ducto de Muller (útero unicorno, bicorno, septado, didelfo), miomas submucosos/intramurais, sinéquias uterinas e incompetência cervical;
- Translocações balanceadas na mãe/pai;
- Outros: tabagismo, drogas, etilismo, desnutrição, …

23
Q

Tipos de abortamento:

A
  • Ameaça: sangramento leve, sem ou com cólica leve, OCI fechado, US normal com saco gestacional regular podendo ter hematoma subcoriônico;
  • Completo: sangramento e cólica prévia, espessura endometrial no US menor que 15 mm, OCI fechado;
  • Incompleto: sangramento importante ou intermitente, cólicas, OCI aberto, US com saco gestacional irregular e espessura maior que 15 mm;
  • Retido: sangramento presente ou não, cessação dos sintomas da gravidez e útero menor que o esperado, OCI fechado. US sem BCF apesar de comprimento cabeça-nádegas maior que 7 mm;
  • Gestação anembrionada: OCI fechado, embrião absorvido ou não desenvolvido durante o primeiro US;
  • Infectado: febre, taquicardia, anemia, abdome doloroso, secreção purulenta, OCI aberto.
24
Q

O que é e quais são as principais causas de hemorragias da segunda metade de gestação?

A

São as hemorragias após 20 semanas completas de gestação, sendo classificadas separadamente, pois o feto ainda está viável.
Causas:
- Placenta prévia e DPP: juntas são 50%;
- Rotura uterina;
- Vasa prévia;
- Ruptura do seio marginal.

25
Q

Complicações de DPP:

A
  • Óbito perinatal: maior causa, ocorre em 90% das DPPs;
  • Coagulopatia de consumo e CIVD: consumo dos fatores de coagulação pelo hematoma;
  • Hemorragia: se oculta, pode penetrar endométrio ( útero de Couvelaire), causando atonia uterina e HPP;
  • Morte materna (3%);
  • SF, prematuridade, baixo peso.
26
Q

Definição de Placenta prévia e FR:

A
  • Quando a placenta ocupa o OCI após a vigésima semana, podendo ser marginal ou completa.
  • OBS: se for num raio de 2 cm do OCI chama-se placenta de inserção baixa.
  • FR (lesões uterinas e redução da vasculatura): cicatriz cesárea, mioma, curetagem, MULTIPARIDADE, idade, tabagismo, gemelar.
27
Q

Gestante IG 28 sem, com histórico de pré-eclâmpsia nesta gestação, apresenta dor abdominal intensa em BV com sangramento moderado escuro e hipertonia uterina. Qual possível diagnóstico e como diferenciar das outras causas de hemorragias da segunda metade?

A

DPP.
- Placenta prévia: não tem dor, sangramento vivo, outros FR: multiparidade, lesões uterinas. Pode pedir US para ver a placenta.
- Rotura de seio marginal: sem hipertonia uterina.
- Rotura uterina: dor lancinante, parada abrupta das contrações, partes fetais palpáveis, sinais de choque.
- Vasa prévia: sangramento vivo, de pouca quantidade.

28
Q

Complicações da placenta prévia:

A
  • Hemorragia materna;
  • Acretismo (devido à implantação placentária em regiões endometriais de menor espessura): placenta acreta (endométrio basal, 70%, causa de hemorragia intensa), increta (músculo liso, tem que fazer histerectomia para tratmento, 15%), percreta (toda extensão uterina, podendo chegar em estruturas abdominais)
29
Q

O que são e classificação das doenças trofoblásticas gestacionais:

A

Anomalias proliferativas do tecido trofoblástico placentário, citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto.
Mola hidatiforme( benigna):
- mola completa;
- mola parcial;
Neoplasia trofoblástica gestacional:
- mola invasora;
- coriocarcinoma;
- tumor trofoblástico de sítio placentário;
- tumor trofoblástico epitelioide;
Outras benignas:
- nódulo de sítio placentário;
- sítio placentário exagerado.

30
Q

Diferença de mola completa e parcial:

A
  • Sem tecidos embrionários (apenas vesículas) x com (concepto mal formado)
  • 46, XX (paterno, ou XY) x 69, XXX(Y) (dispermia)
  • Beta sobe muito(>100 mil) x Beta sobe
  • Negativo x IHQ P57 positivo
  • 20% NTG x 5%
  • Complicação mais comum x menos
  • Aumento do volume uterino x pequeno para IG
  • Pode ter cistos tecaluteínicos ovarianos x não
31
Q

Causas de HPP (4Ts):

A
  • Primeira: Tônus (atonia uterina);
  • Segunda: Trauma (lacerações, epsio, …);
  • Terceira: Tecido (retenção placentária);
  • Quarta: Trombina (coagulopatias, CIVD).
32
Q

Quando utilizar AMIU ou curetagem no tratamento de abortamento?

A

AMIU: abortamento precoce (abaixo de 12 semanas).
Curetagem: abortamento tardio (acima de 12 semanas).

33
Q

Exames complementares que devem ser solicitados no abortamento:

A
  • TSM com Coombs indireto se mãe Rh negativa;
  • HMG: anemia, CIVD, leucocitose.
34
Q

Definição e principais causas de prematuridade:

A
  • Definição: o parto é prematuro quando ocorre acima de 22 semanas (abaixo disso é abortamento) e abaixo de 37 semanas (acima disso é a termo). Prematuros extremos são aqueles com menos de 28 semanas de gestação, ou seja, nasceram ainda no segundo trimestre.
    A prematuridade é a principal causa de morbimortalidade neonatal.
  • Causas: RPMO, infecções (aumento das prostaglandinas), polidrâmnio (sobredistensão uterina), gestação múltipla (idem anterior), PE, insuficiência istmo-cervical (colo menor que 25 mm no segundo trimestre), mal formações fetais, …
35
Q

Principais complicações da prematuridade:

A

Síndrome do desconforto respiratório, hemorragia intracraniana, enterocolite necrosante e sepse. Tais intercorrências são mais frequentes em idades gestacionais inferiores a 32 semanas, tornando-se críticas abaixo de 28 semanas

36
Q

Os critérios utilizados para definir o verdadeiro trabalho de parto prematuro são:

A

Contrações uterinas regulares a cada 5 minutos ( 4 em 20 minutos ou 8 em 1 hora).
Dilatação cervical de pelo menos 1 cm (normalmente é 2 cm).
Esvaecimento cervical.
Progressão das alterações cervicais.
Idade gestacional entre 22 semanas e 36 semanas e 6 dias.

37
Q

Contraindicações para tocólise:

A
  • IG fora do intervalo entre 22 e 34 semanas;
  • Dilatação cervical acima de 4 cm ou sinais de esvaecimento;
  • Morte fetal;
  • Anormalidade da vitalidade fetal (cardiotocografia de repouso, Doppler, perfil biofísico fetal e ILA);
  • Suspeita ou confirmação de infecção amniótica;
  • Suspeita ou confirmação de DPP, RPMO, PP;
  • Síndromes hipertensivas maternas formas graves;
  • Doenças maternas graves descompensadas: diabetes, hipertireoidismo, anemia falciforme etc;
  • Cardiopatias.
38
Q

Quais os objetivos e exemplos de tocolíticos/uterolíticos:

A

OBJ: atrasar o trabalho de parto prematuro em 48-72 horas com o intuito de estabelecer a terapia com corticoesteróides para maturação pulmonar e profilaxia anti-GBS se necessária ou para transferir a gestante de serviço;
Ex:
- Beta agonistas: terbutalina e salbutamol. Monitorar FC materna (tende a aumentar), edema de pulmão e vitalidade fetal (taquicardia). Fazer ECG materno prévio;
- Sulfato de Magnésio: utilizado para neuroproteção entre 24 e 32 sem, PE e como tocolítico. Monitorar sempre diurese, FR e reflexos;
- AINEs inibidores da prostaglandina sintetase: indometacina: fechamento precoce do ducto arterioso;
- Bloqueadores dos canais de cálcio: nifedipino VO. De maneira geral, os estudos até aqui realizados concluem que os antagonistas do cálcio são tão efetivos em adiar o parto quanto os beta-agonistas, porém apresentam menos efeitos colaterais;
- Antagonista do receptor de ocitocina: atosiban. Na Clínica Obstétrica do HC-FMUSP, a utilização do acetato de atosibana é feita para os casos com contraindicação ao uso da nifedipina. Alto custo.

39
Q

Corticoterapia e profilaxia anti GBS no TP prematuro:

A
  • Corticoterapia: entre 24 e 34 semanas. Betametasona 12 mg 2 doses com intervalo de 24 horas entre elas;
  • Profilaxia: diante da suspeita ou de diagnóstico de trabalho de parto prematuro, a menos que se disponha de cultura vaginal e retal negativa realizada nas 5 semanas anteriores a ele, a melhor maneira de se evitar a infecção neonatal é o tratamento profilático com antibiótico: ataque com Pen G cristalina 5 mi EV com manutenção de 2,5 mi a cada 4 horas;
40
Q

Estágios de classificação da gestação segundo a prematuridade:

A
  • Estágio I: gestante com FR: TPprematuro prévio, gemelaridade, sangramentos, RPMO, polidrâmnio, infecções, DHEG, mal formações uterinas, …;
  • Estágio II: contratilidade uterina anormal (‘‘útero irritável’’), mas sem ou pequenas alterações cervicais;
  • Estágio III: TP prematuro verdadeiro: contrações regulares (4 em 20 minutos ou 8 em 60 min), dilatação maior que 1 cm, esvaecimento, progressão;
  • Estágio IV: TPPV irreversível: contrações características, alterações bioquímicas como a fibronectina fetal e medida do colo alterada.
41
Q

Como fazer o rastreio e diagnóstico definitivo de CIUR (Restrição de crescimento intrauterino)?

A
  • Rastreio: importante especialmente para as gestantes com risco habitual que não realizam USG de rotina após o morfológico. Utiliza-se a ALTURA UTERINA ou FUNDO UTERINO (FU), o qual se abaixo do P10 pode indicar CIUR ou oligodrâmnio, sendo necessário confirmação pelo USG;
  • Diagnóstico: USG. No oligodrâmnio, vê-se o ILA (índice de líquido amnótico) ou o grande bolsão, enquando que no CIUR vê-se se o peso estimado fetal está abaixo do P10. A Dopplerfluxometria também é relevante para analisar função placentária e sofrimento fetal.
42
Q

Dopplerfluxometria na CIUR:

A

Estudo da função placentária (AA uterinas e umbilicais) e da resposta fetal à hipóxia (AA cerebrais médias e ducto venoso) com o intuito de diferenciar fetos pequenos constitucionalmente de fetos restritos.
- AA uterinas e umbilicais: aumento do índice de pulsatilidade (>P95) indica CIUR, visto que o aumento da resistência placentária reduz o Volume diastólico que alcança a placenta, aumentando o IP (Vol máx- Vol mín/ Vol médio). Diástole zero ou reversa na umbilical e incisura persistente nas uterinas também é relevante. A umbilical é mais utilizada;
- O estudo da artéria cerebral média (ACM) fetal informa sobre a redistribuição do fluxo sanguíneo para os territórios mais nobres (centralização), em decorrência da hipoxia. A diminuição do índice de pulsatilidade (<P5) da ACM reflete vasodilatação secundária à hipoxia;
A CENTRALIZAÇÃO NA ACM É ANTERIOR ÀS ALTERAÇÕES DE DIASTÓLE NAS ARTÉRIAS ANTERIORMENTE CITADAS.
- Ducto venoso: onda A negativo indica resolução do parto;

43
Q

Durante uma hipóxia fetal, o fenômeno de centralização ou redistribuição garante um maior fluxo para 3 órgãos nobres do feto, são eles:

A

Cérebro, coração e glândulas suprarrenais

44
Q

A principal causa de CIUR (Restrição de crescimento intrauterino) tardio ou assimétrico é:

A

Insuficiência placentária

45
Q

Qual o principal indicador ultrassonográfico para anemia fetal (Doença hemolítica perinatal)?

A
  • Aumento no doppler da velocidade máxima ou pico da velocidade sistólica (PVS) na ACM;
  • Outros: placenta hiperecóica, ILA alterado (polidrâmnio inicial, oligodrâmnio se grave e RCF), derrames (pericárdico, ascite, …);
46
Q

O que é o Coombs indireto, quando pedi-lo e o que ele indica?

A

Exame que indica a presença no soro materno de anticorpos antieritrocitário (o principal é anti-RhD, mas não é o único que ele indica);
É solicitado para ver se a mãe está imunizada e se, com isso, pode provocar DHPN. Solicita-se, portanto, se mãe Rh - e parceiro Rh + ou desconhecido;
Se negativo, proceder com profilaxia para futura sensibilização;
Se positivo, proceder com tratamento para DHPN.

47
Q

TTO para Doença Hemolítica Perinatal:

A
  • > ou igual a 34 semanas e pico de velocidade sistólica maior que 1,5 múltiplos de mediana: parto (preferir vaginal);
  • < 34 semanas e pico de velocidade sistólica maior que 1,5: cordocentese e transfusão fetal.
48
Q

Sorologias para toxoplasmose:

A
  • IGM - IGG +: Imune: manter pré-natal de rotina;
  • IGM - IGG - : Susceptível: repetir o exame mensalmente;
  • IGM + IGG - : Infecção aguda ou falso positivo (solicitar o exame depois de 2 até 3 semanas e se positivar IGG é uma infecção aguda): proceder com tratamento profilático (espiramicina) e acompanhamento com USG e amniocentese com PCR para avaliar acometimento fetal (TTO altera);
  • IGM + IGG +: Infecção aguda ou antiga? (Avaliar avidez e curva do IGG: se baixa avidez ou aumento do IGG: infecção aguda: prosseguir com profilaxia).
49
Q

Tétrade de Sabin: Qual doença? Quais os 4 achados?

A
  • Toxoplasmose gestacional;
  • '’MACC’’
    Microcefalia
    Atraso (retardo)
    Calcificações cerebrais
    Coriorretinite
  • Outros: HDC, hepatoesplenomegalia, ascite, hidropsia, derrames, RCF, aborto.
50
Q

Tratamento da toxo gestacional

A
  • Sem evidências de acometimento fetal: espiramicina;
  • Evidências de acometimento fetal pelo PCR da amniocentese ou pelo USG: sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico;
  • Acima de 32 semanas: não faz amniocentese, iniciar tratamento triplo;
  • Abaixo de 16 semanas: não pode usar tratamento triplo;
  • Uso de tratamento triplo e HMG evidenciando anemia ou PVS da cerebral média diminuído na USG: trocar por espiramicina e reavaliar em 1 ou 2 semanas;
  • Acima de 36 semanas: finalizar com espiramicina.
51
Q

Tríade da rubéola congênita

A

A rubéola oferece risco teratogênico apenas nos 4 primeiros meses. Entre os sintomas da tríade temos:
- Surdez;
- Catarata;
- Mal formações cardíacas (defeito no septo IV, ducto arterioso patente, estenose pulmonar e coarctação de aorta);
Outras alterações são: microcefalia, aplasia do osso nasal, aborto espontâneo.

52
Q

Como caracterizar uma bacteriúria assintomática na gestante e como tratar?

A
  • Sonda: 10.000 UFC/mL
  • Jato médio: 100.000 UFC/mL
  • Tratamento: igual cistite não complicada: nitrofurantoína ou ampicilina ou cefalexina ou fosfomicina + trometamol (monuril)