Insuficiência Venosa Crônica + Sistema Venoso Flashcards
Quais os principais determinantes do retorno venoso?
Valvas venosas, volume sanguíneo, ciclo respiratório e cardíaco e função de “bomba” dos músculos da panturrilha. Qualquer alteração nesses fatores pode promover doença venosa.
Comente sobre a anatomia do sistema venoso dos membros inferiores.
São divididos em 3 segmentos: superficial, profundo e perfurantes.
Superficial: a maior é a safena magna, que se forma do arco venoso dorsal do pé, ascende medialmente na coxa e desemboca na veia femoral comum. A safena parva forma-se no maléolo lateral, percorre posteriormente e drena na poplítea.
Profundas: veias de mesmo nome e acompanham as artérias, drenam 85% do sangue dos MMII.
Perfurantes: comunicam os 2 sistemas acima
O que representa a insuficiência venosa crônica (IVC) nos MMII?
As varizes.
O que são varizes?
São tortuosidades ou dilatações das veias do sistema venoso superficial e/ou perfurante.
Quais os principais mecanismos das varizes?
Incompetência valvular, alterações definitivas na parede das veias e aumento patológico da pressão nas veias dos MMII.
Quais os fatores de risco para IVC?
Idade > 50 anos, sexo feminino, hereditariedade, postura durante atividade profissional, TVP, tumores pélvicos, etc.
*Os hormônios progesterona e estrógeno influenciam na função venosa, promovendo dilatação venosa passiva (progesterona - compromete o sistema de válvulas
Como o estrógeno e a progesterona aumentam o risco de IVC?
Progesterona: dilatação venosa passiva, comprometendo o sistema de válvulas - uma das principais razões de surgimento de varizes em grávidas.
Estrogênio: relaxamento da musculatura lisa venular e amolecimento do colágeno (dão suporte às valvulas).
*Interessante comentar que em mulheres com IVC, o ciclo menstrual afeta na magnitude dos sintomas.
Qual a etiopatogenia da IVC?
Pode ser primária (incompetência valvar superficial) ou secundária (doenças que elevam a pressão venosa dos MMII, como TVP, massas pélvicas com compressão vascular e fístulas arteriovenosas traumáticas).
Qual a fisiopatogenia da IVC?
A cada contração muscular dos MMII, o sangue é direcionado do sistema venoso superficial para o profundo e da profundidade para o coração. No repouso, as válvulas se fecham e impedem o refluxo. Porém, quando há insuficiência valvar, o refluxo de sangue ocorre tanto na contração quanto no repouso, desenvolvendo a doença.
A hipertensão venosa é transmitida das veias de maior calibre para as de menor, até os capilares e arteríolas, promovendo acúmulo de líquido no interstício (edema) e dilatação venosa progressiva (telangiectasia e varizes). Além de líquido, há a saída de macromoléculas (fibrinogênio, citocinas) e células (Hc, nt e mo), promovendo resposta inflamatória local que altera a parede das veias e a pele.
Ainda, a hipertensão capilar mantida estimula a síntese de colágeno, levando à dermatofibrose (lipodermatofibrose). A Hb que se acumula nos tecidos é degradada em hemossiderina e impregna na pele (dermatite ocre - coloração acastanhada irreversível), além do aumento na síntese de melanina. Nessa região, pode se desenvolver espontaneamente ou por traumas as úlceras de estase venosa crônica (geralmente no maléolo medial).
Qual a história clínica e EF do paciente com IVC?
A maioria é oligo ou assintomático, sendo que as principais queixas são alterações estéticas, dor e sensação de peso ou desconforto nos MMII. A queimação e desconforto surgem geralmente no fim do dia (após longo período de ortostase), havendo alívio ao deitar ou levantar as pernas. O prurido é comum (pela congestão venosa).
Ao EF: telangiectasias, veias reticulares (veias dilatadas no subcutâneo), eczema varicoso, dermatite ocre, lipodermatofibrose, úlceras (casos avançados).
O edema, quando presente, é mais intenso pela manhã e perimaleolar.
*Vale ressaltar que a intensidade dos sintomas nem sempre tem relação com o número/tamanho das varizes.
**Lembrar da exacerbação do quadro clínico com o ciclo menstrual.
Comente sobre as úlceras (localização, características morfológicas, complicações).
Aparecem apenas em locais com alterações tróficas, sendo principalmente no terço inferior da perna e um pouco acima do maléolo medial. Costuma ser única e circunscrita e apresenta bordos poucos elevados, com fundo plano, cianótico e secretante. É comum halos de celulite endurada em torno da lesão. A úlcera é frequentemente acometida por infecção secundária.
Quais as complicações da IVC?
Úlceras, tromboflebite, erisipela.
Comente sobre a tromboflebite.
O paciente apresenta calor, dor e eritema no trajeto da veia superficial, que se torna palpável como um cordão fibroso.