Insuficiência Respiratória Flashcards
Insuficiência Respiratória
- Incapacidade dos pulmões executarem fç básica: troca gasosa (captar O2 e eliminar CO2)
- PaO2 <60 mmHg; E/OU
- PaCO2 >50 mmHg (exceto se retentores crônicos de CO2)
- Pode ser Tipo I (IR hipoxêmica) ou Tipo II (Insuf. ventilatória ou IR hipercápnica)
Insuficiência Ventilatória: Hipercapnia e acidose respiratória
- Retenção CO2 (hipercapnia) levando a acidose respiratória
- Desenvolvimento lento progressivo há tempo dos rins reterem bicarbonato e tendo resposta compensatória eficaz p/ manter pH sanguíneo e liquórico “normais”: DPOC ou Sd. Pickwick (obesidade e apneia do sono)
Causas de Insuficiência Ventilatória
- Perda drive ventilatório bulbar: hipertensão IC c/ herniação, trauma tronco encefálico, paralisia bulbar
- Lesão da origem medular do nervo frênico: trauma raquimedular alto (C2-3), poliomielite
- Neuropatia periférica acometendo nervo frênico: Sd. Guillain-Barré
- Dça muscular ou placa motora: miastenia gravia, paralisia periódica hipo/HiperCa, poliomiosite, distrofia muscular
- Obstrução de VAS
- Fadiga musc. respiratória: asma, DPOC, pneumonia, EAP, SDRA, TEP, PCR
Espaço Morto Pulmonar
- Porção pulmonar que recebe ar mas não recebe perfusão capilar p/ troca gasosa
TTO da Insuficiência Ventilatória
- Ventilação mecânica artificial c/ pressão positiva
- IOT: fadiga ventilatória (respiração agônica), cianose grave (pH<7,25), depressão da consciência ou estado confusional
- Pode ter ausência de hipoxemia: DPOC descompensada e Sd. Pickwick → centro respiratório hipossensível à pCO2 e drive ventilatório depende da pO2
Insuficiência Respiratória Hipoxêmica
- Troca gasosa gravemente comprometida a despeito de um volume-minuto normal ou elevado
- Má distribuição da ventilação alveolar ou pela perda total da ventilação de alguns alvéolos
- Sangue mal oxigenado se mistura c/ sangue oxigenado
Insuficiência Respiratória Hipoxêmica - Distúrbio V/Q
- Distúrbio V/Q: distúrbio mais comum da troca gasosa pulmonar → asma, DPOC, atelectasia, pneumonia, SDRA
- O2 carreado pela Hb e depende da saturação de Hb (SaO2) que deve estar >90% (PaO2 >60 mmHg)
- Se alvéolos recebe pouca V mas continua recebendo Q normal = alvéolos mal oxigenado
Insuficiência Respiratória Hipoxêmica - Shunt arteriovenoso pulmonar
- Passagem do sangue venoso proveniente da artéria pulmonar por áreas do pulmão sem nenhum ventilação
- V/Q = zero
- Sangue chegará às veias pulmonares c/ pO2 e SO2do sangue venoso misturando ao sangue que receberam ventilação
- Shunt parenquimatoso pulmonar: causa mais comum de shunt → edema pulmonar cardiogênico (EAP) e SDRA
- Shunt vascular pulmonar: Sd Osler-Weber-Rendu e Sd. Hepatopulmonar
Insuficiência Respiratória Hipoxêmica - Shunt cardíaco Direita-Esquerda
- Hipoxemia mas não de insuf. respiratória
2. Causado por cardiopatias congênitas cianóticas: T4F, TGV e atresia tricúspide
Diferença entre distúrbio V/Q e shunt
- Hipoxemia por distúbio V/Q pode ser corrigida pela administração de O2 a 100%
- Hipoxemia por shunt pulmonar ou cardíaco: não responde a O2 a 100%, pois o O2 extra não alcança o sangue que está passando pelo shunt. Em VM o reajuste da FiO2 p/ 100% NÃO eleva a PaO2 >300
Suplementação de O2
- Dispositivos de baixo fluxo: cânula nasal (0,5-6L/min) e máscara de Hudson (5-12L/min) com mistura do ar ‘enriquecido” c/ ar atmosférico
- Dispositivos de alto fluxo: máscara de Ventura e máscara c/ reservatório de O2
Indicações de IOT e VM
*Ventilação com pressão positiva
- Principal critério é o exame clínico!
- Depressão do nível de consciência e instabilidade respiratória
- Instab. respiratória e hemodinâmica
- Obstrução de VAS (estridor, sibilos inspiratórios)
- Grande volume de secreção não depurado
- Sinais de grave esforço ventilatório (fadiga)
- RCP prolongada
- PaO2 <60 ou SaO2 <90% mesmo suplementado c/ O2
- PaCO2 >55 c/ pH<7,25
- Capacidade vital <15 ml/kg
Ventilação Mecânica - Assisto-controle
- Garante maior repouso da musc. respiratória
- Volume corrente: 8-10 ml/kg (s/ lesão pulmonar grave) ou 6 ml/kg (SDRA)
- Relação I:E, ideal de 1:2 na maioria e 1:3 no DPOC
- Modo PCV (ventilação c/ pressão controlada) e VCV (ventilação com volume controlado)
- PCV: não garante o VC, em pulmão pouco complacente recebe menos VC
- VCV: se baixa complacência o VC será atingido à custa de uma pressão elevada c/ risco de barotrauma
PEEP e Auto-PEEP
- Pressão positiva no final da expiração: previne atelectasias, colabamento no final do ciclo respiratório
- PEEP fisiológico é 3-7 cmH2O, e 10-25 é terapêutico (SDRA)
- Recrutar alvéolos que estão atelectasiados e redistribuir o líquido alveolar
Desmame da VM - 10 passos p/ Extubação
- Patologia que levou a VM foi revertida
- Troca gasosa está adequada (pO2 ≥ 60, FiO2 ≤ 0,4 e PEEP ≤5-8)
- Estabilidade hemodinâmica
- Tem drive respiratório (consegue iniciar um ciclo respiratório)
- Nível de consciência adequado
- Tosse eficaz
- Ausência de acidose
- Sobrecarga hídrica foi corrigida e eletrólitos normais
- Sem previsão de intervenção cx
Parâmetros favoráveis ao desmame da VM
- Índice de Tobin combinados: FR/VC <100 irpm/L
- Índices de capacidade ventilatória espontânea: Volume-minuto espontâneo <10 L/min; VC >5 ml/kg; FR <24; pressão negativa inspiratória
Ventilação Não Invasiva (VNI)
- BIPAP (ventilação c/ 2 níveis de pressão)
- CPAP (pressão positiva constante nas VA): de escolha na Síndrome de Pickwick
- NÃO É INDICADA EM PCTES COM PERDA SENSÓRIA
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)
- Injúria inflamatória pulmonar levando ao edema pulmonar não cardiogênico, formação de membrana hialina e colapso de alvéolos
- Cursando c/ Insuf. Respiratória Hipoxêmica Refratária, pelo mecanismo de shunt intrapulmonar, e infiltrado pulmonar agudo e difuso no exame de imagem
- No histopatológico é chamado de dano alveolar difuso (DA)
- O distúrbio da troca gasoso é grave (relação P/F <300)
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) - Etiologia Diretamente do Pulmão
*Mais propensas (30%)
- Aspiração do conteúdo gástrico: Sd. de Mendelson
- Infecção pulmonar (pneumonia)
- Trauma torácico grave (contusão)
- Inalação de produtos tóxicos
- Afogamento
- Eventos embólicos
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) - Etiologia Indireta
*Risco de 5%
- Choque
- Sepse* (50%): principal por infecção intra-abdominal
- Grande queimado
- Edema pulmonar neurogênico
- Hemotransfusão maciça
- Pancreatite aguda
- Overdose de drogas
- Circulação extracorpórea
- Pós-transplante
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) - Patogênese
- Fase exsudativa (1-2 dias da injúria pulmonar): Edema intersticial e alveolar com membrana hialina e infiltrado inflamatório (neutrofílico) com resolução em até 7 dias
- Fase proliferativa: regeneração dos pneumócitos I pelo tipo II c/ infiltrado mononuclear que dura 7-21 dias (melhora e desmame da VM)
- Fase fibrótica: fibrose intersticial c/ fibroproliferação intimal c/ prognóstico desfavorável
- Ação de neutrófilos e ação de citocina (TNF-a, IL-2, IL-6, IL-8)
- Principal consequência é o distúrbio V/Q que pode evolui p/ shunt intraparenquimatoso pulmonar (edema alveolar c/ memb. hialina e microatelectasias)
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)
- Taquidispneia, taquicardia, cianose e agitação: RX ainda normal
- Infiltrado aparece em 24h: obrigatoriamente bilateral poupando algumas áreas ou todo pulmão (Sd. dos pulmões brancos)
- Esforço respiratório: BAN, tiragem e resp. abdominal
- Febre alta, expectoração purulenta, sibilos, hipotensão e choque não são consequência da SDRA mas sim da causa de base (pneumonia, broncoaspiração..)
- Dxx c/ EPA cardiogênico e se pressão capilar pulmonar aumentada indica origem cardiogenica