Insuficiência cardíaca e suas causas Flashcards
Paciente em uso de dose maxima de hidroclorotiazida mas que ainda esta com pressao fora do alvo terapeutico. Potassio serico > 5,5. Qual medicação associar?
Anlodipino (é droga de primeira linha e sinergica com a hidroclorotiazida)
OBS:
1) enalapril é primeira linha mas nao indicada em pacientes com K >5,5
2) Hidralazina nao é primeira linha, sendo usada em pacientes com IC associada ou em gestantes
3) Propanolol não é primeira linha, sendo usada em hipertensos coronariopatas ou portadores de taquiarritmias
Paciente com hipertensao de dificil controle + fraqueza muscular + achados de hipocalemia no eletro (redução da amplitude da onda T + presença de onda U). Diagnostico
IMPORTANTE EM PROVA: hipertensao de dificil controle + hipocalemia = hiperaldosteronismo (primario ou secundario)
Nesse caso, seria primario por produção autonoma das adrenais. Com isso, geraria feedback negativo e diminuição da renina = aumento da relação aldosterona/atividade de renina
O que é feocromocitoma, caracteristicas, exames e tratamento?
Feocromocitoma é um tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão arterial (lábil = associada a emoção/que varia durante certas ocasioes ; cefaleia, palpitações e sudorese).
EXAMES: dosagem de metanefrinas urinarias
TRATAMENTO: pré-operatorio com bloqueio alfa-adrenergico (10-14 dias antes da cirurgia, depois usa BB)
Idosos têm muita hipertensao arterial sistolica isolada, devido a diversos mecanismos gerados pelo envelhecimento, perdas de mecanismos regulatorios da PA e enrijecimento vascular, como:
- AUmento da RVP
- Redução da complascencia do VE (resultante da hipertrofia VE)
- redução da resposta fisiologica dos barorreceptores
- diminuição do tonus do SNA (simpatico eleva a PA e parassimpatico leva a vasodilatação. Entao nao tem como descartar essa causa)
Paciente com IC com fração de ejeção preservada ( >=50%). Tratamento:
Nao há medicações que reduzam a mortalidade (ao contrario da IC com FE reduzida) e nem farmacos obrigatorios para esses pacientes.
Ideal é tratar as doenças de base e manejar os sintomas
Sintomas da IC:
Dispneia, ortopneia (deitado), edema de MMII, astenia
V OU F.
A ausencia de descenso noturno na monitorização ambulatorial da PA é um preditor de maior risco cardiovascular.
V
Existe associação entre aumento da mortalidade cardiovascular e ausencia do descenso noturno da PA.*
- Descenso noturno é a redução normal, fisiológica, que ocorre durante o sono, e que é >= 10% em relação a pressão diurna
OBS: o diagnostico de HAS demanda pelo menos duas medidas em duas ocasiões diferentes.
OBS 2: a HAS mascarada se caracteriza pela ocorrencia de PA normal em consultorio, mas elevada no MAPA ou na MRPA (medida residencial).
Como medir PA em crianças:
- Devemos medir PA de crianças maiores do que 3 anos. Antes só se tiver algum risco cardiovascular (aí nesse caso medimos em decubito dorsal)
- Considerar os percentis, utilizando idade, sexo, estatura (NAO LEVAM EM CONTA O PESO)
- Utilizar bolsa de borracha que cubra 90% do comprimento do braço e 40% da circunferencia do braço
Classificação NYHA para IC:
NYHA I: Pacientes com doença cardíaca, porém sem limitação da atividade física. A atividade física ordinária não provoca fadiga acentuada, palpitação, dispnéia nem angina de peito. SOmente aos grandes esforços
NYHA II: Pacientes portadores de doença cardíaca que acarreta leve limitação à atividade física. Esses pacientes sentem-se bem em repouso, mas a atividade física comum provoca fadiga, palpitação, dispnéia ou angina de peito. Médios esforços (varrer casa, subir escada, andar rapido)
NYHA III: Pacientes portadores de doença cardíaca que acarreta acentuada limitação da atividade física. Esses se sentem bem em repouso, porém, pequenos esforços provocam fadiga, palpitação, dispnéia ou angina de peito. Pequenos esforços (vestir e andar devagar no plano)
NYHA IV: Paciente com doença cardíaca que acarreta incapacidade para exercer qualquer atividade física. Os sintomas de fadiga, palpitação, dispnéia ou angina de peito existem mesmo em repouso e se acentuam com qualquer atividade. (pentear o cabelo e levantar da cama)
Classificação Estágios da IC:
A: pacientes comm fatores de risco para IC, porem sem alteração cardiaca estrutural
B: paciente portador de alteração estrutural cardiaca, mas assintomatico
C: IC sintomatica
D: IC refrataria ao tratamento
Classificação Perfis da IC:
A: normal = quente e seco
B: mais comum = quente e umido
C: frio e umido
D: frio e seco (hidratação venosa cautelosa com cristaloide monitorizada)
OBS: umido = congestao pulmonar (edema pulmonar e periferico) e frio = má perfusao periferica (DC reduzido/FE reduzida; tempo de enchimento capilar aumentado; hipotensao arterial; vasoconstrição periferica)
O que caracteriza:
a) Sopro de Gallavardin
b) Sopro de Carey- Coombs
c) Sopro de Austin-Flint
d) Manobra de Rivero- Carvalho
a) Irradiação do sopro sistolico da estenose aortica para o apice do coração, simulando uma insuficiencia mitral que nao existe
b) Sopro de estenose mitral funcional, ou seja, nao existe lesao da valva, apenas edema dos folhetos valvares (valvulite) presente na fase aguda da cardite reumatica (dificulta a sua abertura). Depois desaparece. Sopro diastolico auscultado no foco mitral. (sopro diastolico é sempre patologico!)
c) Sopro de estenose mitral funcional associado a insuficiencia aortica (jato que regurgita da aortica impede a abertura do folheto mitral anterior durante a diastole, sem lesao verdadeira da valva).
d) Exarceba sopro da insuficiencia tricuspide (inspiração profunda que aumenta o retorno venoso e, consequentemente, o enchimento diastolico do VD -aumentando o jato que regurgita pela tricuspide. Alem disso, teria onda V gigante no pulso venoso jugular. OBS: em casos mais graves, até a circulação venosa hepatica é afetada, gerando um pulso hepatico
O que pode provocar atenuação do descenso noturno?
- disturbio do sono provocado pelo exame
- controle inadequado da PA em pacientes com hipertensao secundaria a outras doenças (ex: apneia do sono= parada momentânea da respiração ou uma respiração muito superficial durante o sono)
- disautonomia (SNA age de maneira zuada)
- uso de alguns medicamentos (ex:ciclosporina-> imunossupressor)
Como tratar IC com fração de ejeção reduzida?
OBS: todo paciente com ICFER deve ser tratado, mesmo que assintomatico!
Drogas que reduzem a mortalidade e aumentem a sobrevida (evitam o remodelamento cardiaco):
IECA (ou BRA) + betabloqueador (BASE DO TRATAMENTO POR REDUZIR A MORTALIDADE)
Quando nao pode usar IECA ou BRA, tem a opção HIDRALAZINA + NITRATO (tbm reduz mortalidade)
OBS: Se paciente com IC sintomatica (estagios C e D), NYHA II a IV, a fração de ejeção for <= 35%/ <30%, podemos dar ESPIRONOLACTONA (diuretico poupador de potassio) = mnemonico BIA, sendo A= antagonista da aldosterona (diureticos poupadores de potassio-> risco de hiperpotassemia, mas aumenta SOBREVIDA)
OBS 2: diuretico de alça (furosemida) e digital = usados em pacientes sintomaticos, com retenção de volume (congestao pulmonar/sistemica) -> nao influenciam na mortalidade
OBS 3: valsartana + sacubitril esta crescendo como boa alternativa para substituir IECA
Paciente com hipertensao do jaleco/avental branco. Como avaliar se tem ou não HAS?
OBS: hipertensao com apenas uma medida somente se paciente de alto risco cardiovascular ou niveis pressoricos absurdos ( >180 x 110). Na pratica, faz duas medidas
- Monitorização ambulatorial da pressao arterial (MAPA): aparelho na cintura do paciente por 24h
OU - Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA): aferir a pressao durante 7 dias consecutivos, 3 vezes antes do desjejum e 3 vezes antes do jantar*
VANTAGENS:
- numero maior de medidas, refletindo as atividades habituais do paciente e aumentando a chance de acerto diagnostico (pode ser medido no posto ou pelo proprio paciente em casa)
- paciente participa ativamente de diagnostico e acompanhamento (maior engajamento)
- reduz efeito avental branco (influencia do medico sobre o paciente)
*divergencia do medcurso: na outra questao fala: média 3 de manha e média 3 de noite por 5 dias ou média 2 de manha e média 2 de noite por 7 dias
Homem, 69 anos, hipertenso e ex-tabagista, em tratamento com dose maxima de tres medicações anti-hipertensivas: enalapril (IECA), clortalidona (diuretico) e atenolol (beta bloqueador). Mesmo assim, a pressao descompensou e ainda permanece alta. Potassio normal. Hipoteses diagnosticas e exame para confirmação:
Paciente apresenta o que chamamos de hipertensao resistente:
- Má aderencia terapeutica ao tratamento OU
- HAS secundaria:
- > grande causa é a doença do parenquima renal-> azotemia sugere sofrimento renal-> exame: ultrassom de abdomen para ver relação corticomedular). OBS: mas nao costuma evoluir em periodo curto ja para causa de HAS secundaria
-> paciente com fator de risco para aterosclerose (HAS previa + tabagismo) = ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL (importante causa de HAS secundaria-> na estenose bilateral, o nosso organismo aumenta a pressao para tentar perfundir melhor os dois rins, através da secreção de muita renina, que exerce seus efeitos pressoricos atraves da angiotensina II). O uso de IECA (enalapril) desse paciente reduz a produção de angiotensina II e, com isso, explica duas coisas:
1) Potassio nao fica baixo*
2) Queda da TFG e azotemia/ aumento da creatinina
EXAME: Doppler colorido de arterias renais
- queda da perfusao renal -> aumenta renina-> aumenta angiotensina I e depois a II e aumenta a aldosterona = hiperaldosteronismo secundario a estenose. Com isso, poderia ter ou nao hipocalemia. O potassio desse paciente nao cai devido ao IECA que interrompe esse processo.
Paciente de 57 anos com sopro mesossistolico (mais intenso no meio da sistole -> “nao encosta em B1 e nem em B2”) audivel no foco aortico e tambem no mitral. Apresentou desmaio ao trabalhar, aperto no peito aos esforços e ictus desviado para a esquerda (ocorre quando há ventriculomegalia esquerda). Diagnostico:
Estenose aortica (observar fenomeno de Gallavardin). sincope, dor toracica e IC = tríade da estenose aortica em seu estagio sintomatico avançado. O aperto no peito é decorrente da hipertrofia ventricular compensatória.
OBS: insuficiencia aortica e estenose mitral = sopros diastolicos
OBS 2: sopro da insuficiencia mitral é holossistolico-> tem a mesma amplitude durante toda a sistole -> “encosta em B1 e B2”)
OBS 3: clique de ejeção ocorre nas estenoses aortica e pulmonar
OBS 4: na estenose mitral, o ventriculo esquerdo tende a ter seu volume reduzido, nao gerando desvio do ictus.
Tipos de retinopatia hipertensivas
1) Retinopatia hipertensiva crônica (+ comum, associada a hipertensao cronica assintomatica)
OBS: embora importante no prognostico e tratamento dos hipertensos, a retinopatia hipertensiva cronica nao costuma ocasionar deficit visual!!
2) Retinopatia hipertensiva maligna (+ raro, hipertensao acelerada maligna, sindrome comum em pessoas de 40-50 ano)
OBS: pode causar sintomas visuais, como escotomas (manchas pretas), fotopsia (flash de luz), metamorfopsia (visao distorcida dos objetos) e borramento visual.
Achado classico da retinopatia hipertensiva cronica:
Cruzamento arteriovenoso patologico, observado na fundoscopia* e considerado confirmatorio para diagnostico
- só fundoscopia ja permite diagnostico, sendo a angiografia fluoresceinica reservada para avaliar anatomia da retina
Paciente jovem com HAS (pensar em causas secundarias) com redução de pulso nos MMII. Hipotese diagnostica e exame para diagnostico:
Coarctação de aorta* = obstrução congenita do vaso, adjacente ao ligamento arterial e normalmente localizada depois da origem da arteria subclavia esquerda** (+ frequente em crianças e adultos jovens do sexo masculino-> pode estar relacionada a outras condições Sindrome de Turner (mulher com um X só) e valva aortica bicuspide)
- outra definição = estreitamento localizado na luz da aorta, que provoca hipertensão dos membros superiores, hipertrofia do ventrículo esquerdo e má perfusão de órgãos abdominais e membros inferiores.
- se MS direito com pressao maior que esquerdo = obstrução antes da subclavia esquerda
DIAGNOSTICO: ecocardiograma (porções mais altas da aorta), angio-TC ou RM.
OBS: RX de torax pode mostrar erosao da borda costal inferior (por aumento de volume da circulação colateral) e sinal do “três” (dilatações pré e pós estenotica)
Por que ocorre HAS secundaria em coarctação da aorta?
obstrução aortica = hipoperfusao renal = estimula SRAA = HAS secundaria
Caracteristicas do sopro diastolico basal de um paciente com insuficiencia aortica na ausculta do precordio:
A duração do sopro é proporcional a IA (mas nao a intensidade do sopro). Possui carater aspirativo (mais intenso no inicio da diastole = protodiastolico). Possui sopro de timbre agudo e alta frequencia (que aumenta com a inclinação do corpo para frente-> paciente sentado). Aumenta com handgrip* e diminui com Valsalva e vasodilatadores.
- paciente fecha as mãos e as pressiona. Esse exercício isométrico leva ao aumento da resistência vascular periférica, aumenta regurgitação mitral e reduz o fluxo aórtico.
OBS: cresce e dps decresce= caracteristicas do sopro sistolico em diamante (estenose aortica = carater ejetivo)