Infecções congênitas Flashcards

1
Q

O que é a toxoplasmose?

A

É uma zoonose produzida pelo Toxoplasma gondii, que é um parasita intracelular obrigatório.

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2
Q

Como é a patogênese da toxoplasmose?

A

Depois de replicar-se ativamente na placenta, a parasitemia atinge praticamente todos os sistemas orgânicos do feto, com exceção da hemácia. Os locais mais acometidos são as túnicas oculares e o SNC. O T. gondii está no ambiente em forma de esporos muito resistentes no solo (que pode ser contaminado pelas fezes de felinos). O cisto se
desenvolve em taquizoíta, que se desenvolve rapidamente no sangue e viram bradizoítas
– os quais permanecem latentes e mantêm a infecção por toda a vida.

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3
Q

Quais as manifestações clínicas da toxoplasmose?

A

A maioria das crianças é assintomática no período neonatal e primeiros anos de
vida (90%). Apesar disso, as principais manifestações da tríade clássica da toxo são hidrocefalia, retinocoroidite e calcificações intracranianas.

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4
Q

Quais as manifestações sistêmicas da toxoplasmose?

A

Hepatomegalia, esplenomegalia, icterícia, hipoglicemia, linfadenopatia, anemia, trombocitopenia, petéquias, eosinofilia, neutropenia, hipoxemia, hipotermia, pneumonia, desconforto respiratório, vômitos, diarreia, sepse, rash.

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5
Q

Quais as manifestações neurológicas da toxoplasmose?

A

Hidrocefalia, microcefalia, atrofia cerebral, convulsões, calcificações intracranianas, tônus muscular patológico, exame neurológico anormal, dilatação ventricular, anormalidades no LCR, como
pleocitose e/ou aumento das proteínas e/ou detecção dos parasitas, densidade anormal
da substância branca, meningoencefalite e
envolvimento bulbar ou espinal, manifestado por paralisias de extremidades.

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6
Q

Quais exames laboratoriais que devem ser solicitados na suspeita de toxoplasmose?

A

1) Na gestante, testes sorológicos como imunofluorescência indireta, ELISA e avidez de IgG.
2) No concepto, PCR no líquido amniótico (a partir da 18ª semana de gestação) com VPP de 100% e VPN de 99,7% na 18ª semana, e USG seriada para detectar anormalidades fetais e/ou placentárias.
3) No RN ou lactente, hemograma completo (por anemia, plaquetopenia, eosinofilia e neutropenia), RX de crânio, USTF ou TC de crânio, exame do LCR (pleocitose e/ou aumento de proteína e/ou detecção do parasita), exame oftalmológico, exame audiológico (perda auditiva) e sorologias.

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7
Q

Qual o fator das Imunoglobulinas no diagnóstico da toxoplasmose?

A

O IgM positivo é diagnóstico,
mas o IgM negativo não exclui o diagnóstico.

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8
Q

Qual o esquema de tratamento da toxoplasmose?

A

O esquema I é: Sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico, por 4 semanas e alternando com o esquema II (Espiramicina) de 4 em 4 semanas até o final da gestação.

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9
Q

O esquema I de tratamento da toxoplasmose é prescrito a partir de quando?

A

Apenas após a 16ª semana de idade gestacional e não é utilizado no último mês de gestação.

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10
Q

Quando se altera o tratamento de toxoplasmose?

A

Se houver corioretinite ou proteína no líquor (indicativos de processo inflamatório importante), adiciona-se prednisona para diminuir o efeito de
cicatrização por fibrose.

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11
Q

Quais são as indicações de punção de LCR e tratamento na criança com toxoplasmose?

A

1) Crianças com sintomas de infecção congênita
2) Filhos de mães com infecção aguda ou recente durante a gestação, ou imunocomprometidas com reativação de toxoplasmose durante a gestação, independente de tratamento materno
3) Presença de IgM – mesmo quando assintomáticos
4) Quarto mês de vida com títulos de IgG ainda altos, sem queda

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12
Q

O que é a SRC e o que é ICR?

A

A SRC é a síndrome da rubéola congênita, usado para denotar várias combinações de defeitos congênitos do RN; já a infecção do RN sem defeito congênito é denominada apenas infecção congênita da rubéola (ICR).

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13
Q

Quais as manifestações clínicas da SRC?

A

Catarata congênita, surdez neurossensorial, malformações cardíacas,
microcefalias, retardo mental, encefalite, microftalmia, glaucomia, retinopatia,
hepatoesplenomegalia, púrpura, icterícia, CIUR. Geralmente, se a infecção foi contraída
no primeiro trimestre, é comum que as manifestações clínicas sejam múltiplas dessas
malformações.

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14
Q

Qual a conduta frente a SRC?

A

1) Notificar e investigar, coletar a amostra de sangue do RN para IgG e IgM até o 5º
mês de vida
2) Isolamento viral se o IgM+, fazer diagnóstico diferencial com toxoplasmose,
sífilis, HSV, CMV.
3) Quando a mãe não foi corretamente investigada, buscar investigar IgM e IgG
materna.
4) Fazer vacinação de bloqueio em contatos susceptíveis.

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15
Q

Quais os exames laboratoriais solicitados para rubeóla?

A

IgG e IgM para o RN logo após o nascimento e acompanhando até o 5º mês. O IgG pode persistir por mais de 6 meses, caso isso ocorra, pode ser por infecção do feto e não passagem transplacentária (assim, o feto foi contaminado, e ainda não
positivou o IgM do bebê).

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16
Q

Qual o tratamento da rubeóla?

A

É aquele direcionado às malformações - acompanhamento neuropsicomotor com
acompanhamento multiprofissional.

17
Q

O que é o CMV?

A

É citomegalovírus, uma doença de quadro clínico comum e o agente mais frequente de infecção congênita no RN.

18
Q

Quais as manifestações clínicas do CMV?

A

CIUR, prematuridade, icterícia colestática, hepatoesplenomegalia, púrpura,
plaquetopenia, microcefalia, hipotonia, calcificações cerebrais, convulsões, surdez
neurossensorial, coriorretinite.

19
Q

Quais os exames complementares solicitados para CMV?

A

1) USTF para identificar calcificação periventricular (muito frequente) ou
parenquimatosa, ventriculomegalia, cistos, lesões cerebelares.
2) Avaliação auditiva
3) Fundo de olho aos 0, 3, 6 e 12 meses
4) TC de crânio em todas, mesmo nas assintomáticas
5) LCR para avaliar proteinorraquia.
6) Exames laboratoriais: detecção do PCR+ para o vírus, comparável com cultura
viral (exame ideal, mas muito caro). IgM+ após o 5º dia de vida; IgG seriado, se
estiver negativado de 6 a 8 meses pode ser passagem transplacentária; hemograma
completo, TGO e TGP.

20
Q

Qual o tratamento para CMV?

A

É controverso. O ganciclovir é o mais usado por ter menos efeitos adversos, mas
ainda tem muitos - às vezes, é pior tratar do que não tratar. Os casos tratados são de
comprometimento intenso. Além dele, existem valganciclovir, foscarnet, cidofovir.

21
Q

Quais os critérios para tratamento de CMV?

A

Os critérios para tratamento são: >1,2kg, idade < 1 mês, pneumonite, envolvimento do SNC. Não amamentar somente se o RN for menor que 1,5kg e 32 semanas.
Obs.: o bebê que tem CMV congênito elimina o vírus na urina até 1 ano de vida.

22
Q

O que é a herpes?

A

É a doença causada pelo vírus da herpes simples (HSV), com maior predominância do sorotipo 2.

23
Q

Qual o quadro clínico da herpes?

A

Infecção intraútero; e infecção intraparto.

24
Q

Quais os sinais e sintomas da herpes?

A

Início insidioso e lento; lesão de pele, olhos e boca, irritabilidade, hepatoesplenomegalia, convulsões, icterícia, acometimento de adrenais, exantema e encefalite.

25
Q

Quais exames complementares para herpes?

A

1) US materno – hidroanencefalia, microcefalia, esplenomegalia
2) Cultura de HSV
3) Detecção de DNA viral (PCR)
4) IgM para HSV (+8 por semanas)
5) Diagnóstico diferencial: sepse, toxoplasmose, CMV, VZV

26
Q

Qual o tratamento para herpes?

A

Aciclovir.
OBS: o LCR positivo (+) para HSV após 10 dias do tratamento é sinal de mau prognóstico.

27
Q

O que é a sífilis?

A

É a doença causada pela bactéria Treponema pallidum.

28
Q

Qual a principal via de transmissão da sífilis?

A

É a transplacentária, mas há possibilidade de transmissão por contato com as lesões genitais materna ou no aleitamento.

29
Q

Quais as manifestações clínicas da sífilis?

A

CIUR, abortamento, natimortalidade, prematuridade, hidropsia fetal não imune,
alterações cutâneo-mucosas, alterações do sistema reticulo-endotelial, alterações
viscerais, alterações do sistema hematológico, osteoarticulares, SNC, renais,
oculares, gastrintestinais, miocardite, pneumonite intersticial, e hipoglicemia.

30
Q

Quais os estigmas na sífilis congênita tardia?

A

Fronte olímpica, palato ogival, protuberância de mandíbula,
alargamento esternoclavicular, tíbia “em sabre”, nariz “em sela”, dentes de
Hutchinson (incisivos medianos superiores deformados), ceratite intersticial
(opacificação de córnea), surdez do VIII par craniano, articulações de Clutton
(edema indolor dos joelhos), alterações neurológicas (retardo mental,
hidrocefalia, convulsões e problemas motores).

31
Q

Como se dá o diagnóstico da sífilis?

A

1) RX de ossos longos
2) LCR – VDRL + em 40% dos casos
3) Hematologia e testes de função hepática. Importante: não se faz diagnóstico com
um teste só da sífilis congênita. É rotina também fazer HIV+VDRL.

32
Q

Qual o tratamento da sífilis?

A

1) Se há alteração do LCR: somente penicilina cristalina EV por 10 dias. A penicilina cristalina também pode tratar em caso de outras alterações, mas a única que é obrigatória é nesse caso.
2) Se há alterações clínicas e de RX, mas VDRL no LCR negativo: penicilina cristalina EV ou procaína 10, IM.
3) Sem alterações LCR, RX, hematológicas e VDRL negativo: penicilina G benzatina dose única.