Hepatopatias agudas e crônicas Flashcards
Como é feito o rastreamento de CHC no cirrótico?
AFP + USG semestrais
Na esteatose hepática, ao USG, o fígado fica hipo ou hiperecogênico?
Hiperecogênico
Decoreba: quais são os segmentos hepáticos do fígado esquerdo e do fígado direito?
O fígado é dividido em OITO SEGMENTOS, que são distribuídos em sentido horário. Cada lado do fígado terá 4 segmentos, que são divididos anatomicamente pela VEIA PORTA.
- Fígado esquerdo = segmentos I, II, III e IV;
- Fígado direito = segmentos V, VI, VII e VIII.
📌 Dica: a progressão é como se fosse pelo ponteiro do relógio a partir de 0h
A drenagem biliar do fígado esquerdo é para o ducto hepático esquerdo e o do direito para o ducto hepático direito. Há apenas uma EXCEÇÃO: o segmento I drena diretamente no ducto hepático comum. Resumindo:
- Segmento I → drena no ducto hepático comum;
- Segmentos II, III e IV → drenam no ducto hepático esquerdo;
- Segmentos V a VIII → drenam no ducto hepático direito.
📌 A hepatectomia esquerda retira os segmentos II a IV, podendo ou não retirar o I (lobo caudado).
📌 Cada segmento tem individualmente seu aporte de drenagem vascular.
Anti-HCV positivo confirma infecção por hepatite C?
NÃO! Existem falso-negativos, como induzidos por fator reumatoide, por exemplo.
Para confirma, devemos dosar a CARGA VIRAL (RNA).
Quais são as recomendações para vacinação de HBV no Brasil?
Sociedade Brasileira de Imunização = todos adultos susceptíveis
MS = só recomenda de rotina aos 15 meses
Qual é o percentual de cronificação da hepatite A?
Pegadinha! NÃO EXISTE HEPATITE A CRÔNICA!
O quadro se resolver em até 6 meses. GUARDE: NÃO HÁ SINTOMAS APÓS 6 MESES! Se tiver, é por outra doença.
Um paciente com hepatite A deve ficar isolado do convívio social por quanto tempo?
Até 14 DIAS DE ICTERÍCIA, segundo recomendação brasileira, apesar de globalmente serem recomendados 7
Paciente com anti-HAV IgG positivo, seja por vacinação ou infecção prévia, tem risco de se infectar novamente?
NÃO! Trata-se de uma imunidade protetora definitiva
A maioria dos quadros de hepatite A são assintomáticos ou sintomáticos em adultos?
Assintomáticos
Gestante + hepatite fulminante = qual virus mais relacionado?
Vírus da hepatite E
📌 Às vezes, ele tem um padrão mais colestástico do que hepatocelular.
Critério diagnóstico temporal para diagnóstico de hepatite fulminante
ENCEFALOPATIA / COAGULOPATIA
+
< 8 SEMANAS do agente agressor
📌 Além disso, NÃO pode ter hepatopatia prévia.
Dentre os vírus hepatotrópicos, quais são DNA e quais são RNA?
O único DNA é o HBV
Dentre os vírus hepatotrópicos, qual é o que mais causa hepatite fulminante em adultos?
HBV! Porém, mesmo assim é raro de gerar (< 1%)
📌 O risco de cronificação é de 1-5% (na criança, é muito maior)
Qual é o primeiro marcador que se positiva numa infecção pelo HBV?
HBsAg
HBV vs. HCV
Qual cronifica mais e qual consegue causar CHC sem passar pela fase de cirrose?
HCV cronifica mais (“C” de Crônico), em 80-90%, sendo que o B é de 1-5%
HBV basta por si só para causar CHC sem cirrose (“B” de basta)
O que é, como suspeitar e como confirmar que o paciente tem um HBV com mutação pré-core?
O que é: INCAPACIDADE DE O VÍRUS EXPRESSAR HBeAg
Como suspeitar: HBsAg POSITIVO + TRANSAMINASES ALTAS + HBeAg NEGATIVO
Como confirmar: dosagem de HBV-DNA
Quais são as indicações de tratamento de hepatite B?
📌 Obviamente, uma hepatite fulminante é critério para tratamento. Mas, nos casos crônicos, focaremos em 3 grupos de indicações:
1) Evidência de LESÃO HEPÁTICA
- ALT > 2x LSN + HBeAg (+);
- ALT > 2x LSN + HBV-DNA > 2.000 (para mutante pré-core, que não produz HBeAg)
📌 O racional aqui é demonstrar lesão hepática (via ALT > 2x LSN) com causalidade relacionada ao vírus B ativo (via HBeAg ou via HBV-DNA nos mutantes pré-core)
- Evidência de atividade fibroinflamatória: biópsia METAVIR ≥ A2F2 ou elastografia > 7;
- Cirrose ou insuficiência hepática.
2) Presença de LESÃO EXTRA-HEPÁTICA
- Ex: nefropatia membranosa e PAN
3) Presença de FATORES DE RISCO
- Coinfecção com HIV ou HCV;
- Imunossupressão;
- HF de CHC;
- Prevenção de reativação viral em pacientes que receberão Qt ou terapia imunossupressora;
- HBeAg (+) + > 30 anos.
Quais antivirais usar para o tratamento de hepatite B?
Todos os pacientes que não tiverem contraindicação devem receber o TENOFOVIR, que é a 1ª LINHA no tratamento. Seus principais efeitos adversos são TOXICIDADE RENAL e OSTEOPOROSE. Como faz parte do tratamento da HIV, ganha ainda mais força no paciente PVHIV.
A 2ª linha é o ENTECAVIR, que deve ser adotada diante de CONTRAINDICAÇÕES OU COMPLICAÇÕES PELO TENOFOVIR (como toxicidade renal, cirrose ou osteoporose). É a 1ª LINHA QUANDO O PACIENTE VAI RECEBER IMUNOSSUPRESSORES OU QT.
Apesar de ser o fármaco mais potente, seu uso é mais difícil. Portante, a ALFAPEGUINTERFERONA é reservada para pacientes HBeAg POSITIVOS (mas mesmo nesses também podemos optar antes pelo tenofovir).
Ponto de corte temporal para HBV crônica
HBsAg (+) por mais de 6 meses
Paciente com sorologia sugestiva de HBV curada irá receber medicações imunossupressoras ou quimioterapia. O que fazer?
Devemos PREVENIR A REATIVAÇÃO viral com o uso de ENTECAVIR pelo menos UMA SEMANA antes do estímulo imunossupressor
📌 Deve ser mantido pelo menos 6 a 12 meses após o término do tratamento imunossupressor
Ponto de corte temporal para HCV crônica
HCV-RNA (+) por mais de 6 meses
Quais são as indicações, o objetivo e o esquema de tratamento para HCV crônica?
Como a TAXA DE CURA É ALTA COM O TRATAMENTO ATUAL, ele está INDICADO PARA TODOS os paciente com HCV crônica.
Objetiva-se uma resposta virológica sustentada, caracterizado por um HCV-RNA NEGATIVO > 12 SEMANAS após o tratamento.
Em relação aos esquemas, são vários possíveis. Para facilitar, guarde os seguintes:
- Genótipo 1: sofosbuvir + ledipasvir;
- Genótipos 2 a 6: sofosbuvir + velpatasvir;
- RFG < 30: glecaprevir + pibrentasvir.
📌 Dica tosca para lembrar da indicação para RFG < 30: “pobre (‘pibre’nstavir) da pessoa que o rim virou uma geleca (‘gleca’previr)”
📌 Porém, nem sempre o MS tem disponíveis todos os medicamentos. Para tal, existe um esquema pangenotípico para “multiuso”: sofosbuvir + velpatasvir por 12 semanas… outra dica tosca: “é o esquema que a gente só (‘so’fosbuvir) vê (‘ve’lpatasvir).
De maneira geral, quais são as indicações de tratamento para HCV e HBV agudas e crônicas?
Forma aguda:
- HBV → apenas em casos fulminantes ou graves;
- HCV → apenas se HCV-RNA sem queda após 4 semanas ou detectável após 12 semanas.
📌 A HCV agudiza muito menos que a HBV, mas cronifica mais.
Forma crônica:
- HBV → apenas se alta replicação ou gravidade com complicações associadas;
- HCV → SEMPRE.