Hemorragia digestiva Flashcards
Qual segmento anatômico define se uma hemorragia digestiva é alta ou baixa ?
O que vai delimitar se essa hemorragia digestiva é alta ou baixa é o LIGAMENTO DE TREITZ: uma estrutura anatômica que determina o fim do duodeno e início do jejuno, de consistência fibrótica.
Qual a clínica que confirma o diagnóstico de hemorragia digestiva alta?
HEMATÊMESE: “vômito com sangue”. Caracteriza e confirma a hemorragia digestiva alta.
A causa mais comum é a ruptura de varizes esofagianas e úlceras pépticas.
Qual a clínica que sugere HDA?
MELENA: é a evacuação pelo ânus de sangue negro digerido, puro ou misturado com as fezes, às quais dá o aspecto de alcatrão. As fezes são escurecidas, amolecidas e de odor fétido, secundárias à digestão do sangue pela microbiota do tubo digestivo.
Para o aparecimento de melena deve haver uma perda sanguínea superior a 60mL. Indica uma hemorragia gastrointestinal situada acima do cólon, ao passo que os sangramentos situados mais abaixo (reto) são acompanhados pela evacuação de sangue vermelho.
Qual clínica sugere hemorragia digestiva baixa?
HEMATOQUEZIA: emissão de sangue fresco ou acastanhado pelo ânus, quase sempre com origem no tubo digestivo baixo durante a evacuação.
No entanto, hemorragias digestivas mais altas eliminadas pelo reto podem ser de sangue vivo quando são maciças (> 1000 ml), de modo a acelerarem o
trânsito intestinal e não permanecerem tempo suficiente no lúmen para que surjam melenas. Constituem o “sangue não digerido”.
ENTERORRAGIA: é a hemorragia intestinal com evacuação de sangue vermelho vivo pelo ânus.
Distingue-se da melena, que se caracteriza pela evacuação de sangue negro. Não é obrigatoriamente relacionado com a eliminação de fezes. Algumas literaturas utilizam como sinônimo de hematoquezia.
Qual a clínica que difere HDA de HDB?
Qual a abordagem inicial de um paciente com Hemorragia digestiva?
ABORDAGEM INICIAL:
(1) PRIMEIRO PASSO, SEMPRE ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA! “ABC do trauma”
A: garantir perviedade das vias aéreas superiores
B: fornecer oxigênio, se necessário (satO2 < 90%)
C: 2 acessos periféricos + reposição volêmica (alvo de PAS > 100mmHg)
Como estimar a perda volêmica?
Quando considerar hemotransfusão?
CONSIDERAR HEMOTRANSFUSÃO:
- HIPOTENSÃO REFRATÁRIA
- HEMORRAGIA MACIÇA (III/IV)
- HB < 7 (valor clássico indicado em algumas literaturas)
Como é o laboratório da Hemorragia digestiva?
(2) LABORATÓRIO: hemograma, hemoglobina, eletrólitos, coagulograma, função renal. NÃO CONFIAR NO HEMATÓCRINO NAS
PRIMEIRAS 48H!
O que fazer depois de estabilizar o paciente?
DIETA-ZERO
SONDA NASOGÁSTRICA: CONTROVERSO NA LITERATURA! Sua passagem permite identificar a etiologia do sangramento se tem
sangue vermelho vivo, deve ser alta; se não tem sangramento, pode ser hemorragia digestiva baixa ou simplesmente uma hemorragia digestiva alta que já cessou.
Não é feito de maneira rotineira.
(5) DROGAS: pacientes com hemorragia digestiva alta recebem IBP VENOSO para supressão ácida, visto que a principal causa é DUP. Em
casos de suspeita de cirrose, podemos administrar CEFTRIAXONE (profilaxia PBE) e TERLIPRESSINA, pensando em sangramento por varizes.
Primeiras 48h: não confiar no hematócrito. Avaliar resposta pela diurese!
Solução inicial: CRISTALOIDE OU RINGER LACTATO!
Considerar: concentrado de hemácias (se > 30% de perda sanguínea), plasma (se INR > 1,5), plaquetas (se < 50.000).
DIETA-ZERO
(4) SONDA NASOGÁSTRICA: CONTROVERSO NA LITERATURA! Sua passagem permite identificar a etiologia do sangramento se tem
sangue vermelho vivo, deve ser alta; se não tem sangramento, pode ser hemorragia digestiva baixa ou simplesmente uma hemorragia digestiva alta que já cessou.
Não é feito de maneira rotineira.
(5) DROGAS: pacientes com hemorragia digestiva alta recebem IBP VENOSO para supressão ácida, visto que a principal causa é DUP. Em
casos de suspeita de cirrose, podemos administrar CEFTRIAXONE (profilaxia PBE) e TERLIPRESSINA, pensando em sangramento por varizes.
Primeiras 48h: não confiar no hematócrito. Avaliar resposta pela diurese!
Solução inicial: CRISTALOIDE OU RINGER LACTATO!
Considerar: concentrado de hemácias (se > 30% de perda sanguínea),
plasma (se INR > 1,5), plaquetas (se < 50.000).
BUSCAR A ETIOLOGIA!
Como fazer a investigação da etiologia?
Quais as etiologias da Hemorragia digestiva alta?
(1) SEM HIPERTENSÃO-PORTA:
Doença ulcerosa péptica (mais comum)
Mallory-Weiss
Gastrite/Esofagite
Neoplasias
Outras (Dieulafoy, GAVE, hemobilia)
(2) COM HIPERTENSÃO-PORTA:
Cirrose hepática com varizes esofagogástricas
Qual exame é usado para diagnosticar hemorragia digestiva alta?
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA
Solicitar em ATÉ 24H da admissão hospitalar (ou 12H SE VARIZES), APÓS ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA!
E se não estabilizar?
EDA de emergência ou ANGIOEMBOLIZAÇÃO OU CIRURGIA! A angioembolização é feita por radiologia intervencionista: coloca se
uma substância dentro da artéria, obliterando esse vaso e estancando o sangramento! A cirurgia é outra opção, a depender da causa do sangramento.
Qual a principal causa de EDA?
úlcera péptica
Qual o local de úlcera duodenal que mais sangra e a artéria responsável?
Úlcera que mais sangra: DUODENAL (parede posterior)
Artéria responsável: GASTRODUODENAL
Porção que mais perfura do duodeno: parede anterior
Qual local da úlcera gástrica que + sangra?
Úlcera gástrica alta
A. gástrica esquerda
Quais os fatores de risco para úlcera péptica?
Fatores de risco: AINE/H. PYLORI
O que analisa a classificação de Forrest?
PREDIZ O RISCO DE RESSANGRAMENTO DA ÚLCERA- Para saber se vai ser necessário fazer uma abordagem endoscópica
Como é a classificação de Forrest?
Qual o tratamento medicamentoso para a úlcera péptica?
IBP IV/SUSPENDER MEDICAÇÃO CAUSADORA/ERRADICAR H. PYLORI
Omeprazol ou Esomeprazol 40-80mg IV 12/12h (ou infusão contínua)
Normalmente faz um bolus 80 mg + 8 mg/h em bic
Qual o tratamento endoscópico para úlcera péptica?
TERAPIA ENDOSCÓPICA:
- Se Forrest I, IIA (ALTO RISCO):
2.1. IBP INTRAVENOSO 12/12h (OU EM BI) POR 72H +
2.2. TERAPIA ENDOSCÓPICA!( dupla)
Química com ADRENALINA
Térmica com
ELETROCOAGULAÇÃO
Mecânica com CLIPS METÁLICOS
Geralmente se faz terapia combinada química + térmica).
- Em caso de falha, PODEMOS TENTAR A TERAPIA ENDOSCÓPICA UMA SEGUNDA VEZ!
- Em caso de nova falha, ARTERIOGRAFIA COM EMBOLIZAÇÃO ARTERIAL, se disponível, é opção!
Quando se faz o tratamento cirúrgico? Qual o tipo de cirurgia?
TERAPIA CIRÚRGICA (10%):
- FALHA NA ENDOSCOPIA (2x)/ARTERIOGRAFIA
- INSTABILIDADE HEMODINÂMICA MANTIDA
- SANGRAMENTO CONTÍNUO NECESSITANDO DE > 3 CH/DIA
Qual cirurgia? ULCERORRAFIA!
- Úlcera duodenal: ULCERORRAFIA + PILOROTOMIA com VAGOTOMIA TRONCULAR
- Úlcera gástrica: ULCERORRAFIA + GASTRECTOMIA + B1, B2 OU Y
O que é a LACERAÇÃO DE MALLORY-WEIST
LACERAÇÕES NA JUNÇÃO ESOFAGO-GÁSTRICA (‘rasgo no esôfago’)
Qual o fator de risco para a LACERAÇÃO DE MALLORY-WEIST?
LIBAÇÃO ALCOÓLICA + VÔMITOS + HDA
- Vômitos vigorosos (geralmente ETILISTAS/GRÁVIDAS COM HIPERÊMESE)