Hanseníase, Iridodiclite Heterocrômica de Fuchs e Uveíte Intermediária Flashcards
Qual é a tríade de Ciclite Heterocrômica de Fuchs?
Heterocromia de íris.
Iridociclite crônica.
Catarata.

Qual a epidemiologia da Ciclite de Fuchs?
Acomete indivíduos entre a 3ª e 4ª décadas de vida.
Sem predileção por sexo.
Quais são as características da uveíte na ciclite de Fuchs?
Uveíte anterior, insidiosa, crônica, geralmente unilateral.
A uveíte pode ser assintomática, sendo comum o diagnóstico acontecer durante exame de rotina.

Como são os precipitados ceráticos na ciclite de Fuchs?
Os precipitados ceráticos são brancos, arredondados, pequenos/médios e com distribuição difusa pelo endotélio (não respeitam a distribuição do triângulo de Arlt).
Entre os PKs deposita-se fibrina, dando aos PKs aspecto estrelado.
Os PKs podem desaparecer e reaparecer durante o curso da doença.

Qual é a causa da heterocromia de íris na ciclite de Fuchs?
A heterocromia de íris (ocorre em cerca de 35% dos casos) é secundária à atrofia do estroma da íris.
A íris atrófica geralmente é mais clara, mas em pacientes com íris previamente claras pode haver heterocromia inversa, na qual o olho acometido fica mais escuro, pela exposição do epitélio pigmentar da íris.

O que é o sinal de Amsler?
Hemorragia na câmara anterior no momento da paracentese da cirurgia de catarata. Trata-se de sinal característico observado nos pacientes com ciclite de Fuchs.
As sinéquias posteriores são frequentes na ciclite de Fuchs?
NÃO!
Sinéquias posteriores geralmente não estão presentes.
Qual a principal complicação da ciclite de Fuchs?
Glaucoma (incidência de 60%). Principal complicação da doença e potencialmente causadora de perda visual irreversível.
Qual a etiologia postulada para o glaucoma na ciclite de Fuchs?
Acredita-se que possa ser secundário ao processo inflamatório crônico e disfunção trabecular.
O ângulo encontra-se aberto e geralmente não há goniossinéquias.
O uso indiscriminado de corticóides pode contribuir para o glaucoma nestes pacientes.
Qual o tratamento da ciclite de Fuchs?
Corticóides tópicos não estão indicados de rotina. Podem ser utilizados por curto período de tempo em pacientes sintomáticos.
Midriáticos podem ser utilizados em caso de desconforto ocular e caso existam nódulos irianos na borda pupilar, para evitar a formação de sinéquias posteriores.
Qual o prognóstico do glaucoma na ciclite de Fuchs? Qual o tratamento?
O glaucoma nestes pacientes costuma ser refratário. Cirurgia anti-glaucomatosa com Mitomicina pode ser indicada precocemente.
O risco de falência é grande, devido à inflamação crônica.
Como conduzir a cirurgia de catarata nos pacientes com ciclite de Fuchs? Quais as principais dificuldades e complicações?
Corticóides tópicos e/ou sistêmicos devem ser introduzidos uma semana antes do procedimento e mantidos por cerca de 4 semanas.
Midríase inadequada e hemorragia peroperatória (sinal de Amsler) são intercorrências possíveis na cirurgia.
Opacidade de cápsula posterior no pós-operatório é mais frequente nestes pacientes.
Qual a epidemiologia da Hanseníase?
A doença é mais prevalente em países subdesenvolvidos como Brasil, países da África e Ásia.
As alterações oftalmológicas são frequentes nos pacientes com Hanseníase, variando entre 30-100% dependendo da população estudada.
Qual o agente causador da Hanseníase?
Mycobacterium leprae
Bácilo álcool-ácido resistente, intracelular obrigatório
Qual a principal via de transmissão da Hanseníase?
A principal via de transmissão é respiratória, principalmente através de indivíduos portadores da forma multibacilar.
Quando o paciente inicia o tratamento, ele deixa de ser transmissor da doença.
Qual o período de incubação da Hanseníase?
A doença tem um período de incubação prolongado, podendo permanecer latente por cerca de 5 a 7 anos.
Como é feito o diagnóstico da Hanseníase?
Diagnóstico - 1 ou mais das seguintes características
- Lesão cutânea com alteração de sensibilidade.
- Acometimento de nervo periférico/espessamento neural.
- Baciloscopia positiva. A baciloscopia é obtida a partir de raspados intradérmicos, lóbulo auricular e cotovelos. A baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico.
Como é classificada a Hanseníase?
Paucibacilar - presença de até 5 lesões de pele.
Multibacilar - presença de mais de 5 lesões de pele.
Qual a forma clínica da Hanseníase com mais manifesações oftalmológicas?
As manifestações oculares são mais comuns na forma multibacilar, principalmente na forma clínica Virchowiana.
Quais são os principais mecanismos de lesão ocular na Hanseníase?
Lesão dos nervos trigêmeo (NC V) e facial (NC VII).
Invasão bacilar direta por via externa ou endógena (sanguínea).
Reações imunológicas, podendo causar iridociclite, esclerite, neurite óptica e piora da hipoestesia corneana.
Quais são as alterações mais comuns da Hanseníase ocular?
Madarose de supercílio.
Redução da sensibilidade corneana.

Quais as principais causaas de cegueira na Hanseníase Ocular?
Lesões corneanas secundárias ao lagoftalmo.
Irite crônica.

Quais as alterações palpebrais causadas pela Hanseníase?
- Madarose de cílios e supercílios. Ocorre por invasão direta do bacilo no folículo piloso. Trata-se de alteração tardia, ocorre cerca de 10 anos após o início da doença.
- Paresia/paralisias musculares na face pela infiltração bacilar do nervo facial.
- Hansenomas cutâneos - infiltração da pele pelo bacilo. Podem provocar dermatocálase.

Quais são as alterações da Hanseníase no sistema lacrimal?
- Redução da produção lacrimal por invasão da glândula pelo bacilo ou lesão de ramos nervosos do nervo facial.
- Olho seco secundário à hipoprodução lacrimal, redução das piscadas, ectrópio, lagoftalmo, meibomite, conjuntivite e dacriocisitite.
- Epífora pode ocorrer por ectrópio e redução do funcionamento da bomba lacrimal.
- Dacriocistite crônica pode ocorrer secundária a processo séptico nasal.



