Gravidez patológica Flashcards

1
Q

Quais as causas hemorrágicas da primeira metade da gestação?

A

Aborto

Gestação ectópica

Doença trofoblástica gestacional - Mola hidatiforme, mola invasora, coriocarcinoma, tumor de leito placentário

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Q

Como se define um aborto e qual a sua etiologia?

A

Um aborto é o término da gestação antes da 20ª semana ou se o feto pesar menos que 500g.

Este pode acontecer devido a fatores fetais como anomalias morfológicas e cromossómicas, ou então devido a fatores maternos como infeções congénitas, desnutrição, hipotiroidismo e doenças clínicas (diabetes descompensada, lúpus, …)

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3
Q

Como se define uma gravidez ectópica?

A

Uma GE é uma implantação do ovo fecundado fora da cavidade endometrial, sendo as trompas de falópio o local mais frequente desta implantação.

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4
Q

Quais os fatores de risco para uma gravidez ectópica?

A

DIP (doença inflamatória pélvica), cirurgias tubárias, gestação ectópica prévia, fertilização assistida, contraceção de emergência com progesterona

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5
Q

Como se diagnostica uma gravidez ectópica?

A

Clínicamente atravez da dor abdominal em conjunto com sangramento vaginal e atraso menstrual.

B-hcg + ecografia

Laparoscopia

Podem ainda estar presentes sinais de peritonite e abaulamento do fundo do saco vaginal posterior

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6
Q

Quais os subtipos da doenças trofoblástica gestacional e a sua descrição?

A

Parcial:

  • 69XXX (90%), 46XX ou 46XY (10%)
  • Hiperplasia focal, com tecidos fetais ou embrionários
  • 5-10% malignização
  • Sangramento incomum, Bhcg pouco elevado, crescimento uterino não importante
  • Ecografia não característica, com sinais sugestivos

Total:

  • 46XX (90%), 46 XY (10%)
  • Degeneração hidrópica intensa e ausência de tecido embrionário
  • 10-20% de malignização
  • Sangramento vaginal comum, crescimento uterino maior que o esperado, bhcg muito elevado e presença de ciscos nos ovários
  • Na ecografia vê-se as vesículas coriónicas
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7
Q

Como se caracteriza a mola hidatiforme e quais os seus tipos?

A

A mola hidatiforme é uma massa volumosa de vilosidades coriónicas inchadas às vezes cisticamente dilatadas, cobertas por quantidades variáveis de epitélio coriónico normal e altamente atípico.

Esta possui 2 tipos, a mola completa ou parcial.

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8
Q

Como se caracterizam as molas hidatiformes completas?

A

Ocorrem de uma fertilização anormal. Não são compatíveis com a embriogénese, nunca contém partes fetais, todas as vilosidades são anormais e as células epiteliais são diplóides. Todo o conteúdo genético é fornecido por dois espermatozóides ou por um esperma diplóide, produzindo células diplóides contendo apenas cromossomas paternos

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9
Q

Como se caracterizam as molas hidatiformes parciais?

A

Resultam de uma fertilização anormal. São compatíveis com a formação inicial do embrião e, portanto, pode conter partes fetais. Possui algumas vilosidades coriónicas normais e é quase sempre triploide. Isto ocorre pois um óvulo normal é fertilizado por dois espermatozóides ou esperma diplóide, resultando num cariótipo triploide com uma preponderância de genes paternos.

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10
Q

Como se caracterizam as molas invasoras?

A

As molas invasoras são molas completas que são mais invasivas localmente, mas não têm o potencial metastático agressivo de um coriocarcinoma. As vilosidades hidrópicas penetram profundamente na parede uterina, possivelmente causando ruptura e, às vezes, hemorragia com risco de vida.

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11
Q

Como se caracteriza o coriocarcinoma gestacional?

A

Este é um tumor maligno muito agressivo, surge do epitélio coriónico ou, menos frequentemente, de células totipotentes nas gónadas (tumor de células germinativas).

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12
Q

Quais as síndromes hemorrágicas da segunda metade da gestação?

A

Deslocamento prematuro da placenta e placenta prévia

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13
Q

Como se caracteriza o deslocamento prematuro da placenta?

A

Este é uma separação abrupta da placenta, normalmente inserida, numa gestação acima das 20 semanas e antes da expulsão do feto.

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14
Q

Quais as causas para o deslocamento prematuro da placenta?

A

Causas traumática

Causas não traumáticas

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15
Q

Como se caracteriza a placenta prévia?

A

Esta é caracterizada como uma placenta que se insere parcial ou totalmente no segmento inferior do útero após a 28ª semana de gestação

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16
Q

Como se diagnostica uma placenta prévia?

A

Sangramento genital indolor, apresentação anómala do feto, toque vaginal causa hemorragia intensa. Além disso, a ecografia mostra a placenta com implantação baixa.

17
Q

Quais os tipos de infeções e inflamações placentárias?

A

Sífilis
Toxoplasmose
Rubéola

18
Q

Como se caracteriza a sífilis (agente etiológico, transmissão, diagnóstico, sintomas)?

A

Agente etiológico - treponema pallidum

Transmissão - ato sexual/ exposição a sangue ou instrumentos contaminados / transmissão vertical (mãe para filho)

Diagnóstico - VDRL / FTA-Abs

Sintomas - exantema máculo-papular, condiloma plano, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, pênfigo palmo-plantar

19
Q

Como se caracteriza a toxoplasmose (agente etiológico, transmissão, diagnóstico, sintomas)?

A

Agente etiológico - toxoplasma gondii

Transmissão - contacto com fezes de felinos, ingestão de ovos ou carne contaminados / transmissão vertical

Diagnóstico - clinicamente assintomática em 80%-90% dos casos, pelo que o diagnóstico é laboratorial por análise serológica da mãe

Sintomas - pode causar óbito fetal, abortamento, prematuridade, restrição do crescimento fetal, …

20
Q

Como se caracteriza a rubéola (agente etiológico, transmissão, diagnóstico, sintomas)?

A

Agente etiológico - vírus RNA

Transmissão - particulas salivares / transmissão vertical

Diagnóstico - clinicamente subtil (artralgia, febre baixa, exantema) ou laboratorialmente através de análise serológica da mãe

21
Q

Quais os eventos desencadeadores da pré-eclâmpsia/eclâmpsia?

A

O fluxo sangúineo materno é insuficiente para a placenta, devido a uma remodelação inadequada das artérias espirais do leito vascular uteroplacentário. O remodelamento vascular por parte dos trofoblastos é prejudicado. Assim, devido ao fluxo diminuído, resulta hipóxia placentária, disfunção placentária e uma mudança para um estado antiangiogénico sistémico, observado pelo aumento de fatores circulantes como FltI (sFltI) solúvel, endoglina solúvel (sEng) e reduções dos fatores VEGF e PIGF.

22
Q

Que consequências possui a pré-eclâmpsia/eclâmpsia?

A

Enfarte placentário decorrente da hipoperfusão;

Hipertensão devido à produção reduzida de vasodilatadores (protaglandina 12 e E2) e a produção de vasoconstritores (tromboxano A2)

Hipercoagulabilidade devido a disfunção endotelial e libertação de fator recidual da placenta

Insuficiência de órgãos alvo, principalmente rins e fígado em pacientes com eclâmpsia total.

23
Q

Quais os fatores de risco para pré eclâmpsia/eclâmpsia?

A
Primeira gravidez
Antecendentes pessoais e familiares da doença
Gestação múltipla
Gestação molar
HTA crónica
Hidropsia fetal
Doenças do colagénio
24
Q

Quais as possíveis complicações da pre eclampisa/eclampsia?

A

Síndrome de HELLP, que se caracteriza por hemólise, aumento das enzimas hepáticas e plaquetopenia

25
Q

Como se caracteriza a prematuridade?

A

Recém nascido vivo com menos de 37 semanas completas de gestação contadas a partir da DUM

26
Q

Quais os fatores de risco para a prematuridade?

A

Obstréticos - infeção, rotura prematura de membranas, alterações hormonais, sangramento, placenta prévia, gemelaridade, malformações fetais e placentárias, partos prematuros anterior

Ginecológicos - Amputação do colo uterino, malformações uterinas, miomas

Epidemiológicos - baixo nível socioeconómico, desnutrição, gravidez indesejada, stress, assistência pré natal inadequada, fumo e drogas