fisiologia renal Flashcards
tamanho e peso dos rins
- O rim adulto possui cerca de 11 a 13 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e 2,5 a 3 cm de espessura.
- aproximadamente 125 a 170 gramas no homem e 115 a 155 gramas na mulher.
Obs.: Pacientes com insuficiência renal crônica tem rins diminuídos
irrigação dos rins
feita pelas artérias renais, que são grandes vasos originados da aorta.
A artéria renal geralmente é única, entra pelo hilo e divide-se em cinco artérias segmentares, correspondendo aos segmentos renais. Cada segmento é suprido por uma artéria segmentar que origina as artérias interlobulares. Na junção do córtex com a medula, estas artérias se curvam, formando um arco que acompanha a base das pirâmides; chamadas artérias arciformes. Destas, partem as arteríolas aferentes que vão formar o tufo glomerular.
Rins: drenagem venosa
A drenagem venosa ocorre através das veias que vão formar a veia renal, que deságua na cava inferior.
inervação dos rins
A inervação provém do plexo renal, que consiste especialmente em fibras simpáticas.
parenquima renal
- córtex (mais externo)
- formação piramidal (medula)
- pequenos calices
- grandes calices
- pelve renal
Os dois rins contêm em torno de 2.000.000 unidades funcionais, chamadas néfrons
composição dos néfrons
- glomérulo (tufo glomerular + capsula de Bowman)
- túbulos contornados (proximal e distal)
- alça de Henle
- tubo coletor.
- faz o ajuste fino da reabsorção de Na+ e água - e excreção de potássio - pela aldosterona e vasopressina
celulas constitutivas do glomerulo
O tufo glomerular é constituído por três tipos de células especializadas:
- células endoteliais: revestem o lúmen dos capilares;
- células mesangiais: dão suporte estrutural ao glomérulo.
- podócitos, que se localizam na superfície externa dos capilares. As células epiteliais formam os processos podocitários, que são prolongamentos que se interdigitam, formando fendas de filtração ao longo da parede capilar.
A cápsula de Bowman é revestida por uma camada de células epiteliais parietais
critério para cronicidade de doenças renais
É no córtex onde se encontra a maioria dos glomérulos, e doenças com perda de glomérulos pode reduzir o tamanho do córtex 🡪 A espessura da camada cortical serve como critério para cronicidade
aparelho justaglomerular
- No segmento inicial do túbulo distal encontram-se a mácula densa – que, em decorrência da arquitetura do néfron, se justapõem às células granulares especiais do tufo vascular do mesmo glomérulo. Este conjunto constitui o aparelho justaglomerular, responsável pela secreção de renina
- O aparelho justaglomerular está em contato com a arteríola aferente para identificar a variação de pressão: se a pressão estiver baixa, o aparelho justaglomerular liberará renina, ativando o SRAA.
- macula densa capta a quantidade de sodio que chega no tubulo distal, se tiver baixa na quantidade de sodio estimula C.J.G a liberarem renina
relação peso e agua
- 2/3 do nosso peso é composto por agua
- desses, 1/3 compoe o volume extracelular e 2/3 compoe o volume intracelular
OBS: sodio predomina fora de celula e potassio dentro
funções do rim
- manter o volume e a composição química dos líquidos corporais dentro de limites adequados à função celular
- excreção de solutos, cuja acumulação seria danosa ao organismo (ureia, creatinina, ácido úrico, ácidos não voláteis)
- controle da pressão arterial pela produção da renina
- Queda da PA 🡪 aparelho justaglomerular 🡪 renina 🡪 angiotensina II (vasoconstritor) + aldosterona +sede - síntese da eritropoetina
- manutenção do equilíbrio acido-básico
-A aldosterona e outros mineralocorticoides sintetizados pela suprarrenal estimulam a absorção de sódio pelo néfron distal em resposta às necessidades do organismo de manter o volume líquido extracelular. A aldosterona também atua ao nível do néfron distal, aumentando a secreção de íons potássio e hidrogênio, em um processo que resulta concomitantemente em regeneração de bicarbonato
6.hormônio antidiurético (HAD)
-concentra a urina e poupa água para o organismo
- promover a expressão de aquaporinas, canais de água, na membrana luminal do tubo coletor, o que permite a absorção passiva de água na vigência de hipertonicidade medular
7.regula a absorção de Ca2+ intestinal
- O hormônio paratireoidiano (PTH) atua no túbulo proximal, aumentando a síntese intracelular do monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) e, deste modo, aumentando a absorção de cálcio e de magnésio e inibindo a absorção de fosfato e de bicarbonato.
- O hormônio paratireoidiano induz também a síntese renal de calcitriol, a principal forma biologicamente ativa da vitamina D3
hiperparatireoidismo 2º à insuficiência renal
Se o rim está deficiente, temos acumulo de fosforo, e o aumento de fosforo no sangue estimula a paratireoide a liberar PTH e quela o Ca2+, impedindo absorção de Ca2+ (hiperparatireoidismo 2º à insuficiência renal). Ou seja, há estimulo de ação dos osteoclastos. Por conta disso, podemos ter depósito de cálcio em órgãos e artérias, aumentando doenças cardiovasculares. Além disso, podem ocorrer fraturas patológicas
filtração glomerular e aporte sanguíneo
- os rins recebem cerca de 25% do total do volume sanguíneo ejetado pelo coração a cada minuto. Isso é relevante, pois para ocorrer a filtração, precisa ter pressão dentro dos glomérulos. Ou seja, o aumento da entrada de sangue e a redução da saída de sangue pelas arteríolas aumentam a filtração, assim como a redução de fluxo sanguíneo na artéria aferente e o aumento de saída pela artéria eferente reduzem a filtração.
- O FPR (fluxo plasmático renal) e a filtração glomerular são mantidos estáveis graças a um eficiente mecanismo de autorregulação, mesmo quando a pressão arterial média sofre amplas variações. No entanto, a capacidade de manter a hemodinâmica renal torna-se prejudicada quando a pressão arterial média cai abaixo de 70 mmHg e a filtração glomerular cessa quando a pressão arterial média atinge 40 a 50 mmHg.
forças de filtração-reabsorção de Starling
(a) o gradiente de pressão hidrostática transcapilar, que favorece a passagem de líquidos;
(b) o gradiente de pressão oncótica transcapilar, exercido pelas proteínas que não atravessam a membrana capilar e opõem-se à ultrafiltração;
(c) o coeficiente de filtração glomerular que, quanto maior, mais favorece o fluxo de líquidos e a formação de ultrafiltrado.
barreiras de filtração do glomerulo
- O capilar dos glomérulos possui poros que impedem a passagem de moléculas grandes, como a albumina.
- a membrana basal possui proteoglicanos com carga negativa que repelem a albumina, que também é negativa.
Dessa forma, albuminuria serve como critério de mal prognostico, pois, os poros e/ou a carga estão danificados
tubulo proximal
- absorve cerca de 60 a 70% do ultrafiltrado glomerular, bem como dos íons Na+, K+, Cl− e Ca++, e mais de 90% do bicarbonato.
- local da absorção de glicose e aminoácidos filtrados.
- secreção de solutos como ânions orgânicos. Estes mecanismos de secreção são importantes para a remoção de toxinas e drogas.
- A água move-se passivamente para o interstício renal ao longo do túbulo proximal em função do gradiente osmótico criado pelo transporte ativo de solutos, e desse modo a isotonicidade é mantida. A passagem da água é facilitada pela presença da proteína aquaporina, formadora de canais de água.
braço ascendente largo da alça de Henle
- o líquido tubular torna-se hipotônico, pois suas células são impermeáveis à água e, paralelamente, Na+, K+ e Cl− são cotransportados para o interstício.
- reabsorção de magnésio, cálcio e bicarbonato.
TÚBULO DISTAL
relativamente impermeável à água. Como os solutos permanecem sendo reabsorvidos, criam-se condições para manter o interstício da medula hiperosmótico. Cerca de 5% do ultrafiltrado glomerular são reabsorvidos neste trecho do néfron.
tubo coletor
A quantidade de água e de solutos neste segmento é dependente da quantidade de HAD atuando nas células. A presença de HAD aumenta a passagem de água pela expressão de canais de alta permeabilidade (aquaporina-2).
mecanismos de preservação do volume liquido corporal
- Sistema nervoso simpático e os barorreceptores:
- Quando o volume líquido extracelular ultrapassa limites fisiológicos, os barorreceptores são ativados - variações de pressão e de distensão.
- Os receptores de localização atrial, veia cava superior e pulmonar recebem estímulos de baixa pressão, enquanto os localizados no arco aórtico e seio carotídeo recebem estímulos de alta pressão.
- Quando ocorre redução da volemia os barorreceptores sinalizam estímulos que levam à ativação nervosa simpática e à elevação dos níveis de catecolaminas. Em resposta a esses agentes vasoativos, a pressão arterial eleva-se por aumento da resistência arterial e aumento da frequência cardíaca.
- Dentro dos rins o aumento da resistência arteriolar leva à hipoperfusão.
- Quando a perda de volume do líquido circulante corresponde de 15 a 25%, nervos cranianos (9o e 10o pares) estimulam a liberação de hormônio antidiurético (HAD) pela neuro-hipófise, o qual irá promover maior reabsorção tubular de água e, consequentemente, urina mais hipertônica. Além disso, o HAD é um potente agente vasoconstritor - Sistema renina-angiotensina-aldosterona
- A arteríola aferente, no segmento que constitui o aparelho justaglomerular, possui células granulosas que formam e liberam renina. Esta enzima atua sobre a proteína angiotensinogênio formada no fígado para produzir a angiotensina I, um polipeptídio inativo que, por sua vez, por ação da enzima conversora da angiotensina, forma angiotensina II, um potente agente vasoconstritor e que atua também sobre o córtex suprarrenal, induzindo a liberação de aldosterona.
- A angiotensina II produz constrição da arteriola eferente do glomérulo.
- aldosterona irá favorecer a retenção de sódio e a excreção de potássio no néfron distal. - Fator natriurético atrial:
- Miócitos especializados localizados nos átrios produzem um polipeptídio que é liberado quando há distensão da parede atrial. Este fator induz natriurese pela inibição da reabsorção tubular de Na+ ao longo do tubo coletor. - Hormônio antidiurético (HAD) ou vasopressina:
- O HAD é armazenado na hipófise posterior e liberado na corrente sanguínea quando há aumento da osmolaridade do líquido extracelular.
- aumenta a permeabilidade das células dos tubos coletores à água e, desse modo, ao concentrar os solutos na urina, poupa água para o organismo.
- Em situação contrária, a liberação de HAD é inibida quando há aumento no aporte de líquidos hipotônicos (ingesta de água, por exemplo).
avaliação da função renal
- Músculo 🡪 creatina 🡪 creatinina (tóxico) 🡪 100% da creatinina é excretada, tal que a maior parte é excretada pela filtração, e uma menor parte é excretada por secreção tubular
- Dosamos o clearance da creatinina (depuração) para estimar a TFG.
- pequenos aumentos da creatinina sérica já indicam grande redução de filtração renal (filtração renal em torno de 60ml/min)
- O cálculo da filtração glomerular depende das seguintes variáveis:
- O Kf é uma constante de permeabilidade seletiva, ou seja, o quanto a membrana basal filtra por mmHg e por min. E é constante para todos os rins saudáveis (= 12,5 ml/min x mmHg)
- No capilar glomerular, temos uma pressão hidrostática (Phc) e uma pressão oncótica gerada pela albumina (Poc). O espaço de Bowman não possui uma pressão oncótica para puxar o filtrado do capilar (Pob = 0), pois não tem albumina. Porém, tem uma pressão hidrostática (Phb). Dessa forma, para que tenha filtração, Phc precisa ser maior do que a soma de Phb + Poc. A partir disso, em uma pessoa normotensa, temos Phc = 60 e a soma de Phb com Poc é 50. Portanto, dizemos que nossa pressão efetiva de filtração (PEF) é 10mmHg
- Filtração glomerular = Kf x PEF = 125ML/MIN (rins normais)
- pressão hidrostática é um reflexo da pressão arterial
- Uma filtração acima de 90ml/min é considerado normal