Filosofia do Direito Moderna (unificado) Flashcards

1
Q

O que Descartes quis dizer com a frase “Penso, logo existo”?

A

Descartes buscava um fundamento indubitável para o conhecimento. Ao duvidar de tudo, inclusive de seus sentidos e da própria existência, percebeu que a única certeza possível era o fato de estar pensando. A atividade do pensamento provava sua existência como sujeito pensante. Daí a famosa expressão “Cogito, ergo sum” — “Penso, logo existo”.

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2
Q

O que é a hipótese impíssima para Hugo Grotius?

A

A hipótese impíssima é uma suposição teórica formulada por Hugo Grotius segundo a qual o direito natural existiria mesmo que Deus não existisse ou não se importasse com os assuntos humanos. Com isso, Grotius defende que o direito natural tem base na razão humana e é válido independentemente da religião, sendo essencial para o direito internacional e a moralidade.

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3
Q

Relação entre o direito natural e a lei civil do Estado para Thomas Hobbes

A

Para Hobbes, as leis naturais e as leis civis têm a mesma autoridade, pois ambas derivam da vontade soberana do Estado. A lei civil é a expressão formal das leis naturais, interpretadas e aplicadas pelo soberano para garantir a paz e a segurança. Assim, o Estado é o único intérprete legítimo do direito natural.

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4
Q

O que é o estado pré-político no pensamento de Thomas Hobbes?

A

O estado de natureza, segundo Hobbes, é um estado pré-político marcado pela ausência de autoridade e de leis. Nesse cenário, os indivíduos agem guiados pelo instinto de autopreservação, o que gera desconfiança e conflito permanente. Para escapar desse estado de guerra, os indivíduos estabelecem um contrato social e entregam seu poder a um soberano absoluto — o Leviatã — que garante a ordem e a segurança.

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5
Q

Diferença entre o estado de natureza de Hobbes e Locke

A

Hobbes descreve o estado de natureza como um estado de guerra de todos contra todos, no qual predomina o medo e a violência. Locke, por outro lado, vê o estado de natureza como um estado de relativa paz e liberdade, regulado pela razão e pela lei natural, no qual os indivíduos têm direitos à vida, liberdade e propriedade, mas carecem de uma autoridade comum para garantir esses direitos.

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6
Q

Diferença entre o estado de natureza hobbesiano e a justiça natural aristotélica

A

O estado de natureza em Hobbes é um cenário de anarquia e conflito, onde não há justiça nem injustiça, pois não existe autoridade comum. Já a justiça natural, em Aristóteles, é racional e objetiva, baseada na natureza humana e na finalidade ética da vida em sociedade. Enquanto Hobbes associa justiça ao contrato social, Aristóteles vê a justiça como parte da ordem natural e moral do universo.

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7
Q

Diferença entre direito natural e lei natural para Thomas Hobbes

A

Direito natural é a liberdade que cada pessoa tem de usar seus próprios meios para preservar sua vida. Já a Lei natural é uma regra da razão que orienta o ser humano a buscar a paz e evitar a guerra, restringindo o uso dessa liberdade em favor da convivência e segurança mútua.

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8
Q

Relação para Locke entre propriedade privada e trabalho

A

Para Locke, a propriedade privada surge quando o indivíduo mistura seu trabalho com os bens da natureza. Ao transformar algo da natureza por meio do esforço pessoal, o indivíduo adquire direito legítimo sobre aquilo. O trabalho é, portanto, o fundamento da propriedade e da legitimidade da posse.

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9
Q

Como as teorias do contrato social se relacionam com o individualismo moderno?

A

As teorias do contrato social, como as de Hobbes, Locke e Rousseau, colocam o indivíduo como ponto de partida para a constituição do Estado. O contrato é resultado de decisões individuais visando proteção e liberdade. Essa ênfase na autonomia e nos direitos inalienáveis do indivíduo influencia diretamente o individualismo moderno, onde a liberdade pessoal é central.

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10
Q

O direito natural que prevalece no estado de natureza de Locke

A

No estado de natureza, segundo Locke, todos os seres humanos possuem direitos naturais inalienáveis: à vida, à liberdade e à propriedade. Esses direitos existem independentemente de leis humanas ou da autoridade do Estado. A razão, como lei natural, ensina que todos são iguais e não devem prejudicar uns aos outros. O Estado civil surge para proteger esses direitos por meio de leis positivas.

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11
Q

O que caracteriza o bellum omnium contra omnes em Hobbes?

A

O bellum omnium contra omnes — “a guerra de todos contra todos” — caracteriza o estado de natureza descrito por Hobbes. Nesse estado, não há leis nem autoridade comum, e cada indivíduo busca sua própria sobrevivência, desconfiando dos outros. Como todos têm o mesmo direito à autodefesa, isso leva ao conflito constante, à insegurança e à ameaça de morte violenta.

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12
Q

Por que Hobbes é considerado um precursor do positivismo jurídico?

A

Hobbes é considerado um precursor do positivismo jurídico porque defende que o direito tem origem exclusivamente na autoridade do Estado, independentemente de fundamentos morais ou naturais. Em Leviatã, ele sustenta que o soberano, instituído pelo contrato social, possui autoridade absoluta para criar e aplicar as leis, com exceção apenas do direito à autopreservação. Essa visão separa o direito da moral, princípio essencial do positivismo jurídico.

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13
Q

Os três direitos naturais para Locke

A

Para Locke, os três direitos naturais fundamentais são:

Vida – o direito de preservar a própria existência.

Liberdade – o direito de agir segundo a própria vontade, desde que não prejudique os outros.

Propriedade – o direito de possuir os bens adquiridos pelo próprio trabalho.
Esses direitos são inalienáveis e universais, e o Estado existe para protegê-los.

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14
Q

No que consiste a lei da autopreservação para Hobbes?

A

A lei da autopreservação, em Hobbes, é a regra fundamental da natureza que orienta todos os seres humanos a preservar a própria vida e evitar a morte violenta. No estado de natureza, esse instinto gera conflitos, pois todos têm liberdade irrestrita. Por isso, as pessoas concordam em criar um contrato social, formando um Estado forte (o Leviatã) que garanta paz e segurança por meio da imposição da ordem.

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15
Q

Qual é a origem da desigualdade entre os homens para Rousseau?

A

Para Rousseau, a origem da desigualdade entre os homens está na instituição da propriedade privada. Quando alguém declarou “isto é meu” e os outros aceitaram, surgiu a divisão entre ricos e pobres, e com ela, a desigualdade social, política e moral.

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16
Q

A vontade geral no Contrato Social de Rousseau

A

A vontade geral é o interesse comum de todos os cidadãos, voltado ao bem coletivo. Ao firmar o contrato social, os indivíduos abrem mão de suas vontades particulares em favor dessa vontade geral, que garante a liberdade civil, a igualdade e a legitimidade das leis. A verdadeira liberdade, para Rousseau, está em obedecer às leis que o povo estabelece para si mesmo.

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17
Q

A relação entre propriedade privada e trabalho para Locke

A

Para Locke, a propriedade privada tem origem no trabalho. Ao misturar seu trabalho com os recursos naturais, o indivíduo transforma esses recursos em sua propriedade. Como cada pessoa é dona de si e de seu corpo, tem também direito ao fruto do seu esforço. A propriedade é, portanto, um direito natural, limitado apenas pelo dever de não causar prejuízo a outros.

18
Q

Como as teorias do contrato social se relacionam com o individualismo moderno?

A

As teorias do contrato social (Hobbes, Locke, Rousseau) colocam o indivíduo como agente central na criação da sociedade e do Estado. Elas reforçam a ideia de que a autoridade legítima deriva do consentimento dos governados e que o indivíduo possui direitos inalienáveis. Essa valorização da autonomia e da liberdade é base do individualismo moderno.

19
Q

Diferença entre o jusnaturalismo moderno e a justiça natural aristotélica

A

O jusnaturalismo moderno (como em Locke e Grotius) se baseia em direitos universais derivados da razão e da natureza humana, independentes de tradições ou culturas. Já a justiça natural aristotélica é orientada pelo telos (fim) humano e pelas virtudes, buscando o bem comum dentro da pólis. O jusnaturalismo moderno valoriza o indivíduo; Aristóteles valoriza a vida em comunidade.

20
Q

Exemplos históricos de estado de natureza para Hobbes

A

Hobbes não acreditava que o estado de natureza tivesse ocorrido literalmente na história, mas via paralelos em situações reais onde a autoridade é ausente. Exemplos incluem guerras civis, povos primitivos ou momentos de colapso estatal, como em guerras e anarquia. Nessas situações, há desordem e violência, semelhantes ao estado de natureza teórico.

21
Q

As características comuns do estado de natureza no modelo jusnaturalista

A

Existência de direitos naturais anteriores ao Estado; trata-se de um estado pré-político que se contrapõe ao estado político; o contrato social surge para instituir o Estado e a sociedade civil como um pacto de vontades livres

22
Q

Por que os contratos no estado de natureza hobbesiano não possuem garantia de cumprimento?

A

No estado de natureza, não há autoridade comum para impor ou garantir o cumprimento de acordos. Como todos desconfiam uns dos outros e agem por medo e autopreservação, os contratos são frágeis e facilmente quebrados. Só com o surgimento de um poder soberano os contratos se tornam vinculativos e seguros.

23
Q

Por que o regime absolutista é incompatível com a sociedade civil para Locke?

A

Para Locke, a sociedade civil surge justamente para proteger os direitos naturais dos indivíduos. Um regime absolutista, que concentra poder sem limites e não está submetido às leis, ameaça esses direitos. Como não há garantias de liberdade ou propriedade sob o absolutismo, ele é incompatível com os princípios da sociedade civil.

24
Q

As características do estado de natureza para Jean-Jacques Rousseau

A

No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, o estado de natureza é descrito como uma condição inicial de liberdade, igualdade e inocência. Nesse estágio primitivo, não há propriedade privada nem desigualdade social, e o ser humano vive de forma simples, guiado por dois princípios fundamentais: a compaixão e o amor de si — uma forma moderada de amor-próprio voltada à autopreservação, distinta do orgulho comparativo que surge na sociedade. Para Rousseau, a sociedade, ao se desenvolver e instituir a propriedade privada, corrompe essa natureza humana originária, gerando desigualdade, competição e vícios artificiais.

25
A influência do romantismo na obra de Rousseau
A obra de Rousseau exerceu profunda influência sobre o movimento romântico e, ao mesmo tempo, incorporou elementos que mais tarde seriam centrais no romantismo. Entre esses elementos estão a exaltação da natureza e da pureza original do ser humano, vista como um ideal anterior à corrupção trazida pela sociedade. Rousseau valorizou os sentimentos e a subjetividade, colocando-os acima da razão fria e abstrata, em oposição ao racionalismo iluminista. Ele também criticou duramente a civilização moderna, que via como uma força que destrói a autenticidade e a liberdade naturais.
26
Quais são as três perguntas fundamentais que Kant se propôs a responder?
Immanuel Kant organizou seu sistema filosófico em torno de três perguntas fundamentais: "O que posso conhecer?", que trata dos limites e possibilidades do conhecimento humano; "O que devo fazer?", que se refere à moralidade e à ação ética; e "O que posso esperar?", que aborda as expectativas de todo ser racional em relação aos outros.
27
Qual o papel do “Espírito” na filosofia de Hegel?
Na filosofia de Hegel, o “Espírito” é o princípio que unifica razão, liberdade e história. Trata-se de uma realidade dinâmica que se desenvolve dialeticamente, passando por diferentes estágios de consciência até atingir a liberdade plena. O Espírito manifesta-se na cultura, na arte, na religião e na filosofia, e sua realização final ocorre quando ele toma consciência de si mesmo na história, especialmente por meio do Estado ético.
28
Quais são os tipos de imperativos hipotéticos segundo Kant?
Segundo Kant, os imperativos hipotéticos são comandos da razão que nos dizem o que fazer caso queiramos alcançar um determinado fim. Eles são condicionais e baseiam-se na relação entre meios e fins. Kant distingue dois tipos: os imperativos problemáticos, que orientam ações em função de objetivos particulares (por exemplo, "Se você quer passar na prova, deve estudar"), e os imperativos assertóricos, que se referem a fins considerados universalmente desejáveis, como a felicidade. Ambos são distintos do imperativo categórico, que é incondicional e universal.
29
O que significa a “revolução copernicana” de Kant no campo do conhecimento?
A chamada “revolução copernicana” de Kant consiste na inversão da relação tradicional entre sujeito e objeto no processo do conhecimento. Em vez de supor que a mente se adapta aos objetos, Kant afirma que são os objetos da experiência que se conformam às estruturas cognitivas do sujeito. Assim, só podemos conhecer os fenômenos — aquilo que aparece para nós — e não as “coisas em si mesmas”, que permanecem inacessíveis à razão pura.
30
Qual é a máxima que orienta as ações morais para Kant?
Para Kant, a ação moral deve ser orientada pelo imperativo categórico, cuja fórmula principal exige que se aja apenas segundo máximas que se possam querer como leis universais. Isso implica que o critério da moralidade não depende de interesses particulares, mas da universalidade da ação. Além disso, Kant afirma que é preciso tratar a humanidade, tanto em si quanto nos outros, sempre como um fim em si mesma, jamais como meio.
31
O que é a dialética hegeliana e como ela ajuda a alcançar a verdade?
A dialética hegeliana é um método filosófico que busca compreender a realidade como um processo dinâmico em constante transformação. Para Hegel, a verdade não é algo estático, mas surge da superação de contradições internas nos conceitos. Esse processo ocorre por meio de três momentos: tese, antítese e síntese. A verdade, portanto, é histórica e se revela progressivamente à medida que o Espírito se desenvolve.
32
Segundo Kant, podemos realmente conhecer as “coisas em si”?
Kant afirma que não podemos conhecer as “coisas em si”, ou seja, a realidade em sua essência objetiva. O conhecimento humano está limitado ao mundo dos fenômenos, que são as aparências das coisas conforme se apresentam à nossa experiência, moldadas pelas formas puras da sensibilidade (espaço e tempo) e pelas categorias do entendimento. As coisas em si permanecem inacessíveis, embora sejam postuladas como fundamento dos fenômenos.
33
Qual a diferença entre agir por dever e agir por inclinação para Kant?
Na ética de Kant, agir por dever significa realizar uma ação moralmente correta exclusivamente porque é moralmente correta, obedecendo à razão e ao imperativo categórico. Já agir por inclinação significa agir motivado por sentimentos, desejos ou interesses pessoais, mesmo que a ação coincida com o que é moralmente exigido. Apenas a ação feita por dever, de forma desinteressada, tem valor moral genuíno, pois expressa a autonomia da vontade racional.
34
Qual a diferença entre conhecimento a priori e a posteriori para Kant?
Para Kant, o conhecimento a priori é aquele que independe da experiência e é necessário e universal, como os princípios da matemática e da lógica. Já o conhecimento a posteriori depende da experiência empírica e está sujeito à contingência. O conhecimento a priori fornece as condições de possibilidade do próprio conhecimento empírico, funcionando como estrutura cognitiva do sujeito.
35
O que são juízos analíticos e juízos sintéticos para Kant?
Os juízos analíticos são aqueles em que o predicado está contido no sujeito e sua verdade é evidente por simples análise conceitual, como na frase “todo corpo é extenso”. Já os juízos sintéticos ampliam o conhecimento, pois o predicado não está contido no sujeito, como em “todo corpo é pesado”. Kant argumenta que a metafísica deve buscar juízos sintéticos a priori, ou seja, que ampliam o conhecimento, mas sem depender da experiência.
36
O que é o imperativo categórico? Como ele se diferencia dos imperativos hipotéticos?
O imperativo categórico é a fórmula da moralidade universal em Kant. Ele ordena que se aja apenas segundo máximas que possam ser universalizadas sem contradição. Ao contrário dos imperativos hipotéticos, que são condicionais e orientados por fins particulares, o imperativo categórico é incondicional e fundamentado na razão. Ele expressa a obrigação moral que vale para todos os seres racionais, independentemente de desejos ou interesses.
37
O que significa tratar a humanidade como “fim em si mesmo” e não como meio?
Tratar a humanidade como fim em si mesmo significa reconhecer o valor intrínseco de cada ser humano, respeitando sua dignidade, liberdade e autonomia. Para Kant, isso implica nunca usar uma pessoa apenas como meio para alcançar objetivos próprios, mas sempre como um fim, ou seja, como alguém dotado de razão e merecedor de respeito moral. Essa é uma das fórmulas fundamentais do imperativo categórico.
38
Qual a importância da peça “Antígona” na filosofia de Hegel?
A peça Antígona, de Sófocles, é central na filosofia de Hegel porque exemplifica o conflito trágico entre dois princípios éticos legítimos: o direito da família, representado por Antígona, e o direito do Estado, representado por Creonte. Esse confronto mostra como a eticidade se desenvolve por meio de tensões dialéticas e revela a necessidade de uma síntese superior.
39
Qual é a estrutura do sistema do direito segundo Hegel?
Na Filosofia do Direito, Hegel divide o sistema do direito em três momentos: o direito abstrato, que garante a posse e a propriedade individual; a moralidade, que introduz a intenção e a responsabilidade subjetiva; e a eticidade, que integra o indivíduo à família, à sociedade civil e ao Estado. Esses momentos revelam o desenvolvimento do Espírito rumo à liberdade concreta, culminando no Estado racional.
40
O que significa a metáfora “a coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo”?
A metáfora hegeliana “a coruja de Minerva levanta voo ao cair do crepúsculo” significa que a filosofia só compreende plenamente uma realidade histórica depois que ela já ocorreu. Assim como a coruja, símbolo da sabedoria, só voa ao anoitecer, a razão filosófica só alcança o real quando ele já está maduro e prestes a se encerrar. A filosofia, portanto, não antecipa o futuro, mas oferece compreensão retrospectiva do presente.
41
Quais são os três momentos da eticidade na filosofia do direito de Hegel?
Na filosofia do direito de Hegel, a eticidade é composta por três momentos: a família, onde há unidade afetiva e identidade de interesses; a sociedade civil, onde predomina a individualidade, o mercado e o egoísmo econômico; e o Estado, que é a síntese superior desses momentos, reunindo liberdade individual e racionalidade coletiva. O Estado é, para Hegel, a realização suprema da liberdade ética.