Fibrilhação auricular Flashcards

1
Q

Epidemiologia

A
  • Arritmia clinicamente mais significativa
  • Incidência aumenta com a idade
  • Risco acrescido de AVC, IC e morte
  • Estratégia de controlo de ritmo = estratégia de controlo de frequência em termos de mortalidade (apenas sintomáticos, não melhoram a mortalidade)
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2
Q

Diagnóstico (ECG)

A
  • Ritmo auricular caótico e desorganizado
  • Ausência de ondas P
  • Resposta ventricular irregularmente irregular (120-160 bpm)
  • Linha de base oscilante durante pelo menos 30 segundos
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3
Q

Screening

A
  • Doentes com AVC isquémico / AIT
  • Idade > 65 anos
  • Doentes com CDIs / pacemakers
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4
Q

Mecanismo de iniciação

A

Disparo rápido a partir de focos preferenciais: o MAIS COMUM é na superfície externa das veias pulmonares

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5
Q

Fatores precipitantes

A
  • Hipertiroidismo
  • Intoxicação alcoólica aguda
  • Doença aguda (EAM, TEP)
  • Pós operatório
  • Infeção / sépsis
  • Anemia
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6
Q

Classificação temporal

A
  • Até 7 dias: FA paroxística
  • Até 1 ano: FA persistente
  • 1+ anos: FA permanente
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7
Q

Complicações

A
  • Formação de trombos

- Resposta ventricular rápida

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8
Q

Sintomas

A
  • Muito variáveis
  • Muitos assintomáticos
  • Mais comuns: dispneia de esforço e fadiga
  • Colapso hemodinâmico se resposta ventricular rápida
  • Lipotimia / síncope: no período de pausa entre a conversão de FA em RS
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9
Q

Avaliação

A
  • ECG
  • Estudo analítico
  • ETT
  • Monitorização eletrocardiográfica de longa duração
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10
Q

Management geral

A
  • Controlo agudo de frequência e ritmo
  • Controlo de fatores precipitantes
  • Avaliar risco de AVC
  • Avaliar o ritmo cardíaco
  • Avaliar a sintomatologia
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11
Q

Avaliação do risco trombótico

A
CHA2DS2-VASC
- Congestive Heart Failure
- Hypertension
- Age 75+ (2 pontos)
- Diabetes
- Stroke / AIT / TEP (2 pontos)
- Vascular disease
- Age 65-74
- Sex (female)
(C)
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12
Q

Avaliação do risco hemorrágico

A

HAS BLED

  • Hypertension
  • Abnormal renal / hepatic functions (1 ponto cada)
  • Stroke
  • Bleeding history or predisposition
  • Labile INR
  • Elderly
  • Drugs / alcohol (1 ponto cada)
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13
Q

Utilidade da avaliação do risco hemorrágico

A

Regra geral, não leva a descontinuação da anticoagulação, mas ajuda a identificar e tratar os fatores de risco para hemorragia

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14
Q

Utilidade da anticoagulação

A
  • Reduz o risco de AVC

- Melhora a mortalidade

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15
Q

Altura de maior risco de AVC

A
  • Quando há conversão da FA a RS (melhoria da função ventricular)
    CONTUDO, mesmo após a conversão pode demorar a atingir o funcionamento normal (atordoamento auricular)
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16
Q

Anticoagulação na cardioversão (FA < 48 horas)

A

Não é necessária (maioria dos trombos requer 48+ horas para se formar)

17
Q

Anticoagulação na cardioversão (FA > 48 horas)

A

Pré-cardioversão
- 3+ semanas antes
OU iniciar e verificar existência de trombo no ETE (se presente: anticoagulação 3+ semanas)

Pós-cardioversão

  • 4 semanas (devido ao atordoamento auricular)
  • Em TODOS independentemente do CHA2DS2VASc
18
Q

Indicação para anticoagulação crónica

A
  • Independente de ser FA paroxística
  • CHA2DS2VASc 2+ em homens ou 3+ em mulheres
  • Cardiomiopatia hipertrófica
  • Estenose mitral reumática
  • Próteses valvulares mecânicas

CONSIDERAR em CHA2D2SVASc = 1 em homens ou 2 em mulheres

19
Q

VKAs

A
  • Monitorização do INR (deve ser 2-3)

- Únicos anticoagulantes que podem ser usados em doentes com estenose mitral reumática ou próteses valvulares mecânicas

20
Q

NOACs

A
  • Preferíveis aos VKAs se ausência de contraindicação
  • Contraindicados se estenose mitral reumática, prótese valvular mecânica ou DRC grave
  • Necessária monitorização periódica da função renal
21
Q

Encerramento do apêndice auricular esquerdo

A
  • Pode ser feito em doentes com contraindicação para anticoagulação
  • CONTUDO não se demonstrou reduzir a incidência de tromboembolismo
22
Q

Tratamento agudo da FA (geral)

A

Se instabilidade hemodinâmica
- Cardioversão elétrica

Se estabilidade hemodinâmica

  • Controlo da FC
  • Conversão a RS
  • Identificação e controlo do precipitante
  • Anticoagulação
23
Q

Controlo agudo de frequência (1ª linha)

A
  • Beta-bloqueantes EV

- BCC não DHP: contraindicados se FEVE < 40% e não devem ser usados na IC descompensada

24
Q

Controlo agudo de frequência (2ª linha)

A
  • Digoxina: útil na IC descompensada
25
Q

Controlo agudo de frequência (3ª linha)

A
  • Amiodarona: se restantes terapêuticas falharem, útil na IC congestiva
26
Q

Controlo crónico de frequência (fármacos)

A

Se FEVE < 40%
- Beta-bloqueante e/ou digoxina

Se FEVE 40+%

  • BB e/ou digoxina
  • BCC não DHP e/ou digoxina

Amiodarona: apenas se refratário

27
Q

Controlo crónico de frequência (objetivo)

A

Alvo inicial: FC 110- bpm, mais rigoroso se sintomático

28
Q

Cardioversão no tratamento agudo (situações)

A
  • Se instabilidade HD: cardioversão elétrica imediata
  • Se FA de novo: cardioverter nas primeiras 48 horas
  • Se FA pré-excitada: cardioverter (controlo de ritmo é melhor do que controlo de frequência)
29
Q

Cardioversão farmacológica (antiarrítmicos orais)

A
  • Prefere-se flecainida, propafenona, dofetilida (flecainida e propafenona APENAS SE ausência de cardiopatia estrutural)
  • Amiodarona e sotalol NÃO recomendados
30
Q

Cardioversão farmacológica (antiarrítmicos EV)

A
  • Flecainida / propafenona se ausência de doença cardíaca estrutural
  • Amiodarona é 1ª linha em doentes críticos e pode ser usada na doença cardíaca estrutural ou isquémica
  • Ibutilida pode ser usada, mas APENAS em doentes estáveis, com intervalo QT normal e SEM cardiopatia estrutural ou isquémica
31
Q

Cardioversão elétrica (procedimento)

A
  • Pás em posição AP
  • Iniciar com 200J -> se não reverter, energia máxima
  • Choque sincronizado com QRS
  • Pré-tratamento com antiarrítmicos pode melhorar a eficácia
32
Q

Estratégias de controlo de ritmo crónico

A
  • Antiarrítmicos (1ª linha)
  • Ablação por catéter (2ª linha)
  • Ablação cirúrgica (pouco usado)
33
Q

Decisão de controlo crónico de ritmo

A
Determinada pelos sintomas
Preferida em:
- FA paroxística sintomática
- FA com difícil controlo de FC
- Taquimiopatia com redução da função do VE
- IC descompensada por FA
- Doentes jovens
34
Q

Antiarrítmicos de classe I no controlo crónico de ritmo

A
  • Flecainida, propafenona, disopiramida
  • APENAS em doentes com função cardíaca preservada e SEM DAC; se doentes elegíveis, estes fármacos são muito seguros e eficazes
  • Combinação com BB ou BCC não DHP porque não previnem a resposta ventricular rápida (em isolamento, podem precipitá-la)
35
Q

Antiarrítmicos de classe III no controlo crónico do ritmo

A

Amiodarona

  • Maior eficácia a longo prazo
  • Menor risco pró-arrítmico (mas deve ser vigiado o QT)
  • Toxicidade a longo prazo é comum (tiroide, pulmão, fígado)
  • 1ª linha na IC (nos outros casos, 2ª linha)

Sotalol, dofetilida
- Prolongamento QT

Dronedarona

  • Não tem a toxicidade da amiodarona
  • Aumenta a mortalidade em doentes com IC descompensada e FA permanente
36
Q

Combinação controlo de ritmo + controlo de frequência

A

TODOS os antiarrítmicos devem ser combinados com BB ou BCC não DHP EXCETO amiodarona, sotalol e dronedarona

37
Q

Contraindicações ao tratamento com antiarrítmicos

A
  • Prolongamento QT (> 0,5 s)

- Doença do nódulo SA ou AV sem pacemaker

38
Q

Ablação por catéter

A
  • Indicado quando há falência do tratamento médico
  • Técnica de primeira linha: isolamento das veias pulmonares
  • Anticoagulação oral 8 semanas após o procedimento para todos
  • Mais eficaz para a FA paroxística, menos para a permanente