Estudo Funcional Respiratório Flashcards
Que exames utilizamos para o estudo funcional respiratório?
- Espirometria: avalia os débitos pulmonares e funciona como “sumo” dos estudos funcionais
- Pletismografia: apresenta os vol ñáo mobilizáveis, ou seja, os volumes intratorácicos que temos, mas não conseguimos expirar
- Estudos de broncomotricidade: prova de broncodilatação e broncoprovocação, por exemplo
- Estudos de difusão alveolo-capilar pelo CO
- Gasimetria Arterial
- Provas de Esforço (prova de marcha dos 6 minutos - mais usada - ou prova de esforço cardio-pulmonar por cicloergometria
Quais são as indicações para o estudo funcional ventilatório?
- Diagnóstico:
Doente com sintomas respiratórios (tosse persistente, dispneia crónica/de esforç) que necessita de melhor esclarecimento
Doentes com doenças conhecidas que podem ter repercussões a nível do pulmão (esclerose sistémica progressiva)
Doentes com FR de doença respiratória (ex.: fibrose familiar)
Avaliação de risco operatório: para cirurgia major ou FR para doença respiratória crónica (ex.: fumador pesado que precisa de ser operado)
Estabelecer prognóstico
Medicina Desportiva - Monitorização:
Avaliação à resposta terapêutica
Progressão da doença
Doentes com risco inalatório (na medicina ocupacional para monitorizar trabalhadores com exposição a tóxicos - berílio, por exemplo)
Vigilâa de iatrogenia medicamentosa
Avaliação de incapacidades (reabilitação respiratória e reforma antecipada)
Saúde Pública (Rastreios populacionais e estudos)
Quais são as contraindicações para o estudo funcional respiratório?
- EAM (1 mês)/ período peri-enfarte: uma vez que as provas implicam manobras forças que podem ativar o sistema simpático originando isquémia
- Dor torácica ou abdominal: diminui a cooperação
- Dor facial/orofaíngea exacerbada pela peça bucal: impede a boa selagem da peça
- Estado confusional ou demência: diminui a cooperação
- Infeção respiratória (<3 semanas): diminui a capacidade respiratória do doente
O que se deve evitar antes de realizarem provas funciais?
- Fumar (1h antes): uma vez que o tabaco irrita a via aérea
- Bebidas alcoólicas (4h antes): alteram a avaliação da difusão
- Exercício físico vigoroso (30 minutos antes): induz broncodilatação melhorando os resultados
- Refeição copiosa (2h antes): distensão abdominal condiciona os movimentos diafragmáticos dificultando a realização das manobras
- Broncodilatação de ação curta (4h), longa (12h) ou ultralonga (24h)
Quais são os 3 síndromes ventilatórios?
- Síndrome obstrutivo: asma, DPOC e fibrose quística
- Síndrome restritivo (quando diminuição do volume pulmonar): deformidades da caixa torácica (cifoescoliose), doença intersticial difuse (principalmente se fibrótica), doenças neuromusculares, patologia pleural (ex.: paquipleurite - forma de espessamento pleural que não permite a correta expansão pulmonar)
- Síndrome misto: quando há os 2, por exemplo, asma+paquipleurite ou DPOC+cifoescoliose
Quais são as alterações ventilatórias funcionais da síndrome obstrutiva?
O Indíce de Tiffeneau está diminuído por diminuição do FEV1. Geralmente a FVC está normal.
A ansa expiratória fica com um entalhe que indica presença de obstrução e a curva débito/volume fica mais escavada
Quais são as alterações ventilatórias funcionais da síndrome restritiva?
O FVC está diminuída. Aqui, o FEV1 é normal, sendo que o Indíce de Tiffeneau pode estar aumentado ou normal. O FEV1 não importa, uma vez que apenas serve para verificar o grau de obstrução.
A curva débito/volume fica mais apertada e ansa expiratória continua reta mas cruz o eixo do volume mais cedo
Quais são as alterações ventilatórias funcionais da síndrome mista?
Tanto o Índice de Tiffenau como a FVC estão diminuídos. A ansa expiratória apresenta um entalhe e a curva débito/volume está mais apertada
O que indica obstrução fixa das vias aéreas na curva débito/volume?
Há um aplanameto de ambas as ansas (expiratória e inspiratória). Pode surgir por tumor da laringe, por exemplo.
Como se efetua uma prova de broncodilatação?
Temos a aquisição basal inicial (feita na primeira espirometria). Depois, administramos 400 microgramas de salbutamol e, após 10-15minutos, voltamos a realizar a espirometria. Consideramos positiva se houver um aumento de 12% ou 200mL no FEV1 e/ou FVC
Como se faz uma broncoprovocação pela metacolina?
O doente respira concentrações crescentes de metacolina, que induz broncoconstrição. Realizam-se espirometrias seriadas.
Como os doentes com asma geralmente têm hiperreatividade brônquica, a broncoconstrição ocorre mais precocemente com doses menores de metacolina.
Consideramos a prova positiva quando há uma diminuição de 20% do FEV1
O que pode levar à alteração da difusão alveolo-capilar?
- Alteração da distribuição ventilatória: na asma, por exemplo, os brônquios estão em broncocconstrição fazendo com que essa zonas sejam menos arejadas. Na prova funcional inala mistura de gás que se deveria difundir de forma homogénea no pulmão, o que não acontece quando há obstrução
- Diminuição do número de superfícies de trocas gasosas, por redução do número de alvéolos funcionantes (no enfisema, edema agudo cardiogénico por ex.)
- Menor volume de perfusão capilar: na anemia, por haver menos transporte
- Aumento do espaço morto: numa TEP por exemplo, em que há zonas não perfundidas