estrongiloidíase Flashcards
qual o agente etiológico da estrongiloidíase?
Strongyloides stercoralis
qual a morfologia do parasito da estrongiloidíase?
6 formas evolutivas- fêmea partenogenética parasita, fêmea de vida livre, macho de vida livre, ovos, larvas rabditóides, larvas filarióides.
- Fêmeas partenogenética parasita: fêmeas que procriam sem precisar que os machos as fecundam*, corpo cilíndrico, extremidade anterior arredondada, extremidade posterior afilada, 1.7 a 2.5 mm de comprimento, cutícula fina em todo o corpo, ovovípara (elimina na mucosa intestinal o ovo larvado- larva rabditóide), boca com 3 lábios; eliminam de 30 a 40 ovos por dia, que liberam a larva rabditóide dentro do hospedeiro.
-Fêmea de vida livre: corpo fusiforme, extremidade anterior arredondada, extremidade posterior afilada, 0.8 a 1.2 mm de comprimento, cutícula fina em todo o corpo, boca com 3 lábios, apresenta receptáculo seminal.
-Macho de vida livre: aspecto fusiforme, extremidade anterior arredondada, extremidade posterior recurvada ventralmente, 0.7 mm de comprimento, dois espículos.
-Ovos: elípticos, parede fina e transparente, podem estar embrionados ou larvados, podem ser encontrados nas fezes de indivíduos com diarreia grave.
-Larvas rabditóides: esôfago dividido em três porções (corpo, istmo e bulbo), apresentam cutícula e termina em cauda pontiaguda.
-Larvas filarióides: esôfago longo, ocupa metade do comprimento da larva; apresenta cutícula, terminam em cauda etalhada (duas pontas), é a forma infectante (L3), capaz de penetrar a pele ou as mucosas.
qual o ciclo biológico da estrongiloidíase?
1-Contato com as larvas filarióides (L3) que penetra pele e mucosas, principalmente entre dedos;
2-Larva chega a corrente sanguínea e vai para os pulmões onde vira L4;
3-Vai para a faringe e causa irritação, são deglutidas novamentes;
4-Chega ao intestino atravessando mucosas;
5-No intestino se diferencia em fêmeas parasitas e estas se desenvolvem e começam a produzir os ovos larvados (larva rabditóide) por partenogênese.
6-Os ovos são depositados na mucosa intestinal e migram para a luz intestinal e com o peristaltismo intestinal e a passagem das fezes os ovos liberam as larvas rabditóides, que podem seguir 3 caminhos;
7-Pode acontecer autoinfecção, quando as larvas rabditóides presentes no intestino se diferenciam em larvas filarióides infectantes (L3) que invadem a mucosa intestinal ou a região perianal e podem repetir todas as etapas acima;
8-As larvas rabditóides podem sair pelas fezes e se transformar em larvas filarióides no meio ambiente;
9-As larvas rabditóides que saíram pelas fezes podem se transformar em machos e fêmeas de vida livre no meio ambiente;
10-Esses machos e fêmeas de vida livre podem se reproduzir e as fêmeas geram ovos embrionados no meio ambiente, que podem desenvolver larvas rabditóides;
11-No meio ambiente as larvas rabditóides podem se diferenciar em larvas filarióides (L3).
Como se da a transmissão da estrongiloidíase?
-Hetero ou primoinfecção (primeiro contato): L3 penetram ativamente através da pele ou mucosas (da boca e do esôfago).
-Auto-infecção externa ou exógena: larvas rabditóides na região perianal se
diferenciam em larvas filarióides e penetram a mucosa iniciando um novo ciclo (ciclo direto).
-Auto-infecção interna ou endógena: larvas rabditóides da luz intestinal viram larvas filarióides que penetram a mucosa intestinal (íleo ou cólon) como por exemplo em paciente com constipação e retardo na eliminação do material fecal.
-Hiperinfecção: aumento no número de parasitos no intestino e nos pulmões, fatal para imunossuprimidos (câncer, transplante de órgãos, doenças autoimune, soro positivo) e que usam corticoesteróides em doses elevadas pois esses promovem completa transformação das larvas.
-Forma disseminada: os parasitas se espalham por vários órgãos.
como se da a patogenia e sintomatologia da estrongiloidíase?
- Infecção com pequeno número de parasitos: assintomáticos, mas apresentam lesões pois as larvas ficam atravessando tecidos.
- Formas graves: fatores extrínsecos (número de parasitos) e fatores intrínsecos (desnutrição, diarreia, vômitos - auto infecção), infecções associados, comprometimento da resposta imune.
- Alterações cutâneas: discreta, local de penetração das larvas, reação celular apenas no local onde as larvas estão mortas, pode haver edema, eritema, prurido.
- Alterações pulmonares: presente em todos os indivíduos infectados, caracterizada por tosse, febre, dispneia, crise asmática, hemorragia pela travessia das larvas e formação de infiltrado inflamatório constituído de linfócitos e eosinófilos.
- Alterações intestinais*: enterite catarral (parasitos nas criptas glandulares gerando reação inflamatória com acúmulo de mucina, produção exacerbada e acúmulo de muco), enterite edematosa (parasitos localizados em todas as túnicas da parede intestinal - reação inflamatória com edema, desaparecimento do relevo mucosa, síndrome de má absorção de nutrientes), enterite ulcerosa (inflamação, ulceração com produção de tecido fibrótico e alteração do peristaltismo, invasão/ translocação bacteriana, bactérias na corrente sanguínea, diarreia, vômito, esteatorreia, desidratação, emagrecimento, choque hipovolêmico que pode ser fatal, *irreversível).
-Disseminada: larvas rabditóide e filarióides alcançam a circulação e disseminam-se para diversos órgãos (rins, fígado, coração, cérebro, próstata, glândulas mamárias, pâncreas, adrenais, linfonodos, tireoide, infecções bacterianas secundárias oportunistas, pode levar ao óbito.)
como se da o diagnóstico da estrongiloidíase?
-Clínico: 50% dos casos são assintomáticos; sintomas parecidos com o de outras helmintíases; diarreia, dor abdominal, urticária - sugestiva.
-Laboratorial: métodos diretos - exame de fezes (pesquisa de larvas), coprocultura (baseado no ciclo indireto, pesquisa de larvas em outras secreções como endoscopia digestiva, biopsia intestinal, esfregaços citológicos); métodos indiretos - hemograma, diagnóstico por imagem, métodos imunológicos.
como se da a epidemiologia de entrogiloidíase?
fatores importante são contaminação do solo com as fezes; presença de larvas infectantes no solo; solo arenoso, úmido, com ausência de luz solar direta; temperatura entre 25 e 30 graus; condições sanitárias inadequada; hábitos higiênicos inadequados; contaminação dos alimentos; não utilização de calçados.
qual a profilaxia para estrongiloidíase?
repetidos tratamentos em massa dos habitantes de áreas endêmicas com drogas ovicidas, saneamento básico, higiene pessoal, higiene alimentar, uso de calçados, tratamento dos indivíduos parasitários, cuidado com a contaminação do solo
por que essa doença é considerada tão temida?
pois o verme consegue completar todo o ciclo dentro dos seres humanos, não precisa sequer ter contato com o ambiente externo