Edição de telejornal Flashcards
Ao iniciar a edição o editor deve “mentalizar” a matéria como um todo… Precisa definir quais informações serão destacadas na cabeça (que será lida pelo apresentador), para saber o ponto de partida da edição. O texto lido na cabeça nunca deve ser o mesmo do off do início da edição.
A edição precisa de equilíbrio. 0ff longo seguido de sonora curta ou off curto seguido de sonora longa quebra o ritmo da reportagem.
Podemos considerar razoável o tempo de 20 segundos para cada sonora, mas há exceções: um assunto importante, uma declaração polêmica e a capacidade de síntese do entrevistado também pode influir no tempo da sonora.
O editor deve cuidar para que a edição não apresente “pulo de imagem”, com corte brusco de um local para outro, o que provoca um efeito desagradável para o telespectador. O uso de uma imagem neutra evita o “pulo”; é o uso do insert. Nem todas as TVs usam essa técnica, algumas optam por deixar o corte ainda que dê um pequeno pulo, facilmente percebido pelo telespectador.
Peça à equipe que filme seqüências inteiras para facilitar a edição, como a entrada do repórter em uma loja. Deve-se filmá-lo entrando na loja e alguns segundos depois que ele desapareceu de cena. Cuidado com as claquetes que designam as pessoas que aparecem na tela gravadas ou ao vivo. Não se escreve no GC senhor ou senhora, mas títulos de autoridades. Como é sempre necessário reduzir ao máximo os títulos na tela é preciso usar abreviaturas
Cuidado com imagens que identifiquem pessoas que não autorizaram a filmagem. Em reportagens como obesidade, drogas, criminalidade, por exemplo, deve-se recorrer a takes aberto26. Um áudio ruim pode ser usado se for de grande importância para a reportagem, mas a fala do entrevistado deve ser transcrita pelo gerador de caracteres, para que o telespectador possa acompanhar o que diz o personagem.s.
- Em uma sonora muito longa o entrevistado deve ser identificado pelos caracteres mais de uma vez. Há personagens que dispensam GC por serem muito conhecidas, como o presidente, o papa, etc.
. Preste atenção no ritmo da fala, entonação, pausa e respiração. Esses detalhes são importantes nos cortes e emendas necessários em uma edição. Os pontos ideais para os cortes e emendas são descobertos pelo editor com a prática e a sensibilidade. A regra básica é dar sentido à fala e à imagem. A sonora deve terminar com a entonação “para baixo”. O depoimento que termina com a entonação “para cima”, além de ser esteticamente horrível, dá a impressão de que o entrevistado foi cortado antes de completar o pensamento ou que foi alvo de censura.
As sonoras devem ser as mais opinativas possíveis. O contexto e o enredo devem estar no off construído pelo editor. O editor não opina no texto, quem opina é o entrevistado. Sonoras opinativas são sempre mais contundentes e chamam mais a atenção.
Sonoras que contenham emoção também rendem boas edições. Um choro, uma gargalhada ou uma frase cm tom de desabafo às vezes dizem mais que uma declaração de 20 segundos. Mas é preciso cuidado: a emoção pode ser tanto um instrumento enriquecedor como o caminho para a desinformação.
Não repita na sonora a informação do texto em off ou ao vivo.
. Desconfie das sonoras que você tem que ouvir três ou quatro vezes para entender o que o entrevistado quis dizer. Lembre-se de que o telespectador só tem uma oportunidade, por isso é necessário que a sonora seja clara.
A edição de um debate deve levar em consideração o princípio e a eqüidade de conteúdo. Nem sempre dar o mesmo tempo aos debatedores faz justiça com os participantes. É preciso bom senso para equilibrar as sonoras de tal forma que permitam a cada um expor por inteiro o seu ponto de vista sobre o assunto em foco.
Geralmente o último depoimento tem mais apelo de atenção, por isso, preferencial mente, deve-se encerrar a edição com uma sonora em que o participante rebata uma afirmação anterior e não abra nova discussão sob pena da outra parte não ter como se defender de um ataque.