Dor crônica Flashcards

1
Q

Instrumentos avaliação da dor

  • Pontos chave
A
  • Graduação da dor nas últimas 24 horas (pior e melhor momento)
  • Interferência nas atividades do dia-a-dia (trabalho, locomoção, relacionamento, humor, sono)
  • Resultado do tratamento nas últimas 24h
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2
Q

Dor crônica

  • Duração e conceito
A
  • persistente ou recorrente por pelo menos 3 meses

- Persiste além do necessário para recuperação tecidual

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3
Q

Princípios do tratamento

A

1) estabelecer objetivos
(SMART - specific, measured, attaineble, relevant, time limited)

2) identificar crenças disfuncionais
(ex. catastrofismo, absolutismo, foco seletivo negativo), locus de controle

3) não esquecer das morbidades
(sono, humor/ansiedade, sedentarismo, obesidade)

4) trabalho em equipe

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4
Q

Classificação e esquema de tratamento OMS

  • População alvo
  • Tipo de dor com maior benefício
  • Problemas em relação a abordagem atual
A
  • Desenvolvida para pacientes oncológicos e em cuidados paliativos
  • Boa para dor AGUDA (parâmetros)
  • Não leva em consideração o mecanismo e tratamentos específicos
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5
Q

Mecanismos de dor

A
  • Nociceptiva
  • -> lesão real ou potencial de tecido não neural, provocada pela ativação de nociceptores
  • Neuropática
  • -> Dor provocada por lesão neurológica das vias somatossensitivas
  • Nociplástica
  • -> surge da nocicepção alterada, sem evidência de lesão real ou potencial
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6
Q

Dor nociceptiva

  • Tipos de dor
A

1) Musculoesquelética
2) Miofascial

3) Visceral
(mais comum em pacientes oncológicos, endometriose)

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7
Q

Dor musculoesquelética

  • Características
  • Tratamento
A
  • difícil descrição (aperto, peso, latejamento, pontada, queimação); notada em planos profundos, piora com movimentos, bem localizada, sensibilidade normal (ou quase normal)
  • Principal: Psicoeducação, exercício físico, reabilitação, acumpultura, ergonomia
    +
    “adjuvantes” - analgésicos simples, AINH
    +
    Duloxetina e Tricíclicos
    +
    Opióides fracos, procedimentos minimamente invasivos
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8
Q

AINH

  • Classe de menor risco gastrointestinal
  • Droga com menor risco cardiovascular
  • Interação farmacológica
A
  • coxibes (seletivos COX-2)
  • *tem risco C.V equivalente; menor interação farmacodinâmica com AAS
  • Naproxeno
    (250 a 500mg 12/12)
  • Potencializam risco de sgto GI, reduzem efeito de anti-hipertensivos,
  • não seletivos: podem inibir a ligação do AAS ao COX-1 e reduzir o efeito antiplaquetário/cardioprotetor
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9
Q

Opióides - USO CRÔNICO

  • Efeito imunossupressor (quais medicações)
  • Efeito arritmogêmico (QT longo)
  • Endocrinopatias associadas
A
  • morfina, metadona, fentanil
  • Alto: Metadona
    Moderado: tramadol, oxicodona
  • hipogonadismo hipogonadotrófico, hipocortisolemia, hiperprolactinemia, redução de mineralização óssea
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10
Q

Opióides fracos

Coideína & tramadol

  • Características farmacodinâmicas
A
  • pró-drogas de metabolização HEPÁTICA.
    codeína –> morfina
    tramadol –> m1, m5
  • Dependência da CYP2D6 (alta variabilidade interpessoas) - principalmente codeína
    0,4-6% metabolizadores lentos (pouco efeito)
    1,4-21,2% ultra-metabolizadores (pico plasmático e muitos efeitos colaterais)
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11
Q

Tramadol e tapentadol

  • Efeito sobre a via dual (serotonina e noradrenalina)
A
  • Tramadol com efeito principalmente sobre a via noradrenergica
  • Tapentadol com efeito em ambos os neurotransmissores
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12
Q

Buprenorfina

  • Características do uso
A
  • Opióide forte
  • Transdérmico
  • Demora até 3 dias para alcançar nível sérico máximo (60h)
  • Adesivo comercializado no BR:
    troca a cada 7 dias (locais com poucos pelos)
  • efeito de teto de dose em modelos animais (baixo risco de intoxicação e efeitos colaterais)
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13
Q

Dor miofascial

  • Características clínicas
  • Causa mais comum
A
  • Síndrome dolorosa regional provocada por pontos gatilho miofasciais
  • Área focal de hiperirritabilidade de um músculo esquelético, associado a nódulo hipersensível palpável em uma banda de tensão
  • Habitualmente tem fatores de estresse biomecânico associados
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14
Q

Dor miofascial

  • Princípios do tratamento
A
  • Identificar desencadeantes !
  • principais: fatores biomecânicos
  • Hipotiroidismo, Def. de ferro
  • Def. VitB12, VidD
  • Infecções
  • Compressão nervosa (radicular, periférica)
  • Métodos físicos (fisio, acumpultura) - sem bons resultados na persistência do desencadeante
  • Farmacoterapia (relaxante muscular, tricíclicos)
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15
Q

Dor neuropática

  • Definição
  • Características clínicas
A
  • Dor provocada por lesão neurológica das vias somatossensitivas
  • Queimação, choque, frio doloroso; Associado a fenômenos sensitivos positivos (prurído, disestesia, alodínea, parestesias); Notada em planos superficiais;
    Localizada em território da estrutura nervosa lesionada; Exame de sensibilidade alterado no trajeto da estrutura nervosa lesionada
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16
Q

Dor crônica em doenças neurológicas
- Incidência e tipo de dor

1) ELA
2) AVC
3) PNP diabética

A

1- (15 a 85%) dos pacientes - dor NÃO neuropática (amiotrofia, imobilidade)

2- (10%) dos pacientes - dor NÃO neuropática (maioria por fatores biomecânicos)

3- (30 a 50%) dos pacientes NÃO tem sintomas!!
** nem todo acometimento sensitivo implica dor neuropática. Descartar fatores biomecânicos !

17
Q

Dor neuropática

  • Tratamento

1º opção
–> 2º opção

A
  • Farmacoterapia (principal) + cuidados multidisciplinares

FOCAL: lidocaína tópica 5% –> capsaicina tópica 8%; TBA
** no Br não tem capsaicina 8%, apenas baixa concentração

NÃO-FOCAL: Duloxetina, venlafaxina, gabapentina, tricíclicos
–> Pregabalina, tramadol/tapentadol; Combinações

CENTRAL: Duloxetina, gabapentina, tricícilicos
–> Pregabalina; tramado/tapentadol; lamotrigina; venlafaxina

18
Q

TBA em dor neuropática

  • Trial realizado
  • NNT
A
  • BOTNEP
  • NNT 7,3 (IC 3-16,6)
  • semelhante ao NNT da gabapentina (6-7)
  • técnica diferente, subcutânea
19
Q

Particularidades farmacológicas

  • Gabapentina VS Pregabalina
A
  • Gabapentina tende a ser indicada com primeira linha devido a estudos mais recentes mostrando eficácia ligeiramente melhor e com menos efeitos colaterais !
  • Dose mínima: 900-1200mg GBP // 150mg PGB
  • Efeitos colaterais mais comuns: tonturas, sonolências (principalmente no início do uso).
    Lembrar de edema periférico, ganho de peso, boca seca, constipação…
20
Q

Tricíclicos

  • Aminas terciárias
  • Aminas secundárias

–> Diferenças entre os tipos

A
  • Amitriptilina, Imipramina, Clomipramina, Doxepina
  • Nortriptilina, Desipramina
  • parte da AMT é metabolizada em nortriptilina
  • parte da Imipramina é metabolizada em desipramina

–> Aminas secundárias tem maior afinidade por receptores noradrenergicos, tem menos efeitos colaterais. Terciarias são mais serotoninérgicas.

–> NNT AMT p/ dor neuropática = 3,6 (metade do encontrado para GBP e PGB)

21
Q

Dor nociplástica

  • Subgrupos e principais exemplos
A

1) Dor crônica generalizada e fibromialgia
(fibromialgia)

2) Dor musculoesquelética crônica primária
(dor lombar inespecífica)

3) Cefaléias e dores faciais primárias
(migrânea)

4) Síndrome dolorosa complexa regional

5) Síndromes de dor visceral crônica
(síndrome do intestino irritável)

22
Q

Dor nociplástica

  • Mecanismo proposto
A
  • Amplificação do processamento ou redução do controle inibitório da dor em múltiplos locais do sistema nervoso
23
Q

Fibromialgia

  • Idade de início
  • Prevalência entre sexos
A
  • 50-60 anos

- 3M:1H

24
Q

Fibromialgia

  • Manifestações clínicas
A
  • Dores generalizadas musculoesquelética, outros sintomas somáticos associados (humor, sono, fadiga) - pelo menos 3m
  • até 1/3 dos pacientes tem dores com descritivos neuropáticos
  • Exame clínico com tender-points (>11/18) - excluído dos critérios diagnósticos
  • Ausência de edema e sinais flogísticos
25
Q

Dor generalizada

  • Avaliação laboratorial inicial sugerida
A
  • Hemograma completo
  • VHS, PCR
  • CPK
  • TSH
  • PTH
  • Ca
26
Q

Medicações associadas a dores difusas

A
  • Estatinas (miopatia)
  • Opioides (hiperalgesia)
  • Quimioterápicos (polineuropatia)
  • Inibidores da aromatasa (artralgia)
  • Bifosfonados (dor óssea)
27
Q

Fibromialgia

  • Tratamento
A

1) Atividade física (principal) aliado a perda de peso e programa nutricional

2) Farmacoterapia:
- Antidepressivos (principalmente Duloxetina, AMT)
- Anticonvulsivantes (principalmente PGB, GBP também)
- Ciclobenzaprina, Tizanidina
- Tramadol e tapentadol - evidência fraca
- Paracetamol
- Canabinoides? evidência fraca

28
Q

Dor lombar

  • Porcentagem de casos secundários a dor nociplástica
A
  • 90% dos casos (dor lombar não específica)

* * pesquisar por componentes nociceptivos e neuropáticos associados !

29
Q

Dor lombar não específica

  • Tratamento
A

1ºlinha: psicoterapia (TCC), Exercício físico (ENCORAJAR !)

2º linha: mindfulness, yoga, acupuntura, massagem, quiropraxia, reabilitação muscular.
- Farmacológico: AINE e duloxetina

  • cuidado com opióides ! Bloqueios periférios e tratamento cirúrgico são questionáveis (encaminhar a especialista de dor)
30
Q

Herpes Zoster

  • Controle de dor

1) Fase aguda/inflamatória
2) Neuralgia pós herpética

A

1) AINEs, Opióides (tem componente de dor nociceptiva) - preferência pelo tramadol/tapentadol
Pode-se utilizar analgesia simples
Sem indicação formal de corticoides

2) Definição: dor com permanência após 3m
- Predomínio de componente neuropático! + nociceptivo miofascial

31
Q

Síndrome dolorosa regional complexa

  • Conceito
  • Classificação: Tipos I e II
  • Tratamento
A

1) Dor evocada ou espontânea, desproporcional ao curso (em grau e tempo) relacionada a um trauma. É regional, predomínio distal e tem fenômenos disautonômicos e vasomotores associados

2) Tipo I: Paciente SEM evidência de lesão nervosa perifétrica. Corresponde a 90% dos casos
Tipo II: Lesão nervosa periférica presente

3) Abordagem multidisciplinar (educação, fisio e TO) - evitar a perda de funcionalidade logo após o diagnóstico
- Farmacológico agudo: AINES, gabapentina, amitriptilina/nortriptilina.
* curto curso com bifosfonados pode ser tentado para aqueles com sinais de osteoporose
* lidocaína tópica pode ser utilizada
* procedimentos invasivos para casos graves ou refratários