Doenças exantemáticas Flashcards
Definição exantema:
• Os termos exantema ou rash são utilizados paradescrever a presença de uma erupção cutâneadisseminada. As doenças exantemáticas nadamais são do que um grupo de condiçõescaracterizadas pelo surgimento agudo destaerupção.
Doenças exantemáticas:
Quadro clínico costuma ser semelhante e apresentar febre + examtema.
Excetuando-se arboviroses e enteroviores, as demais contaminam pelas vias aéreas superiores.
Pródromos de doenças exantemáticas:
Febre Cefaleia Irritabilidade Anorexia Diarreia Adenopatia Hepatoesplenomegalia
Fisiopatologia de exantemas:
Ação direta sobre epiderme, derme e vasos
Liberação de toxinas
Desencadeamento de resposta inflamatória
Tipos de exantema:
Maculopapular
Doenças da criança clássicos, Sarampo, Escarlatina, Rubéola, Eritema infeccioso, Exantema súbito
Papulovesicular
Varicel, Herpes e dermatite herpetiforme, Impetigo, Molusco contagioso, Enteroviroses
Maculopapular circunstancial - pode não fazer parte dk quadro
Moninucleose, Tociplasma, Dengue, Eritema solar
Fisiopatologia sarampo:
• O vírus penetra na mucosa conjuntival ou do tratorespiratório e migra em direção aos linfonodosregionais; segue-se a primeira viremia, comdisseminação para o sistema reticuloendotelial. Asegunda viremia espalha o vírus pelas superfíciescorporais, dando início à fase prodrômica.• Vírus do sarampo infecta os linfócitos T CD4+, oque resulta na supressão da resposta imune Th1 eoutros efeitos imunossupressores.• O paciente começa a eliminar o vírus, antesmesmo da suspeita que de sarampo.• O período de transmissibilidade se inicia cerca detrês dias antes da erupção cutânea e vai atéquatro/seis dias após seu início.
Clínica sarampo:
• Fase Prodrômicao Nesta fase começa a ocorrer a replicação dovírus em todas as células do corpo, inclusive nosistema nervoso central, iniciando o processo denecrose do epitélio. As células infectadas sefundem e dessa fusão surgem células gigantesmultinucleadas.o A infecção de toda a mucosa respiratória será aresponsável pela coriza e tosse classicamenteencontradas na doença.• Fase Exantemática: surgimento do exantemacoincide com o surgimento de anticorpos séricos.Por isso ocorre uma diminuição progressiva dossintomas após o início da erupção cutânea.
o Manchas de Koplik: surgem entre um e quatrodias antes do exantema e consistem em pequenas manchas brancoazuladas com 1 mmde diâmetro e halo eritematoso. Sãotipicamente identificadas na mucosa jugal, naaltura dos pré-molares. Podem se disseminarpor toda a cavidade oral e podem seridentificadas na conjuntiva e mucosa vaginal
o Exantema Morbiliforme:- Lesões maculopapulares eritematosas comáreas de pele sã, podendo confluir em outrasáreas.
- Tem progressão craniocaudal lenta e começana fronte (próximo à linha de implantaçãocapilar), na região retroauricular e na nuca. Aslesões progridem para o tronco e atingem asextremidades no terceiro dia da faseexantemática.- Ocorre descamação. O exantema adquireaspecto acastanhado e desaparece na mesmasequência em que surgiu, dando lugar a umafina descamação furfurácea.OBS: A linfadenomegalia está descrita em casos maisgraves e é mais proeminente na região occipital ecervical.• Infecção Inaparente ou Modificada▪ Os indivíduos que tenham recebidopassivamente anticorpos contra o sarampo(lactentes, por via transplacentária, ereceptores de hemoderivados) ou que tenhamrecebido a vacina podem apresentar umaforma subclínica da doença quando infectados o vírus. Nesses casos, o tempo de incubaçãoé maior e os pródromos e o exantema são maisleves. Esses pacientes não são capazes deeliminar o vírus e infectar os contactantesintradomiciliares.
Complicações sarampo:
• Pneumonia: principal causa de morte nosarampo! Ocorre tanto pela ação lesiva dopróprio vírus no parênquima quando porsuperinfecção bacteriana, que é favorecidapela lesão tecidual provocada pelo vírusassociada à depressão imunológica.• Otite Média Aguda
Transmissão rubéola:
• Se dá através do contato com as secreçõesnasofaríngeas provenientes do pacienteinfectado. O período de maiortransmissibilidade vai de cinco dias antes atéseis dias após o início do exantema.• Período de Incubação: 14 a 21 dias.
Clínica Rubéola:
• Fase Prodrômica: sintomas inespecíficos comofebre baixa, dor de garganta, conjuntivite,cefaleia e linfadenomegalia simétrica,principalmente cadeias occipital,retroauricular e cervical posterior (algunslivros dizem anterior).• Fase Exantemática:o Exantema Rubeoliforme: maculopapular róseo.o As primeiras lesões surgem na face e regiãoretroauricular, e a disseminação ocorre para otronco e extremidades.o A duração total do exantema não costumaultrapassar três dias o As lesões podem coalescer na face e, aodesaparecerem, não apresentam descamação.
Tratamento rubéola:
• Antitérmicos e analgésicos• Repouso no período crítico
Profilaxia sarampo:
• Vacina: é eficiente em mais de 95% dos casos.Deve ser administrada em crianças a partir de1 ano; em mulheres antes de engravidar quenão tiveram a doença; mulher grávida somenteapós o parto.
Síndrome rubéola congênita:
✓ Surdez✓ Catarata✓ Atraso de Desenvolvimento✓ Cardiopatias✓ Microcefalia ou Hidrocefalia
Etiologia varicela:
• A doença é causada pelo Vírus Varicela-Zóster(VVZ), um alfa-herpesvírus de DNA da famíliaHerpesviridae. O ser humano é o únicoreservatório do agente.• O VVZ é capaz de causar infecção primária,latente e recorrente.• A infecção primária leva ao quadro de varicela.Após a primoinfecção, o vírus estabeleceinfecção latente nos gânglios sensoriais e areativação provoca o quadro de herpes-zóster,mais comum em indivíduos mais velhos e comcomorbidades.
Transmissão e patogênese varicela:
• O vírus é encontrado nas secreções respiratóriase no líquido das lesões cutâneas do paciente comvaricela e pode disseminar-se por via aérea poraerossóis e pelo contato direto com as lesões(menos comum).• A transmissibilidade ocorre de um a dois diasantes do surgimento do exantema até omomento em que todas as vesículas tornam-secrostas.• O vírus é inoculado na mucosa do tratorespiratório superior e nos tecidos linfoides ecomeça a se replicar. Tem início o período de incubação da doença, que dura entre 10 e 21dias.• A limitação é imposta pela própria respostaimune do hospedeiro, que é capaz de conter areplicação viral. A resposta imune celular éfundamental para frear a replicação do vírus,impedindo a disseminação da infecção paraórgãos como pulmão, fígado e cérebro. É por issoque a história natural da doença é bem diferenteno imunocomprometido, especialmentenaquele com defeito na imunidade celular.• Após o controle da doença, o VVZ não éeliminado do organismo. Ele caminha de formaretrógrada pelos axônios sensoriais e alcança osgânglios das raízes dorsais, permanecendo emestado de latência por muitos anos. O víruslatente pode sofrer reativação, se replicar nosgânglios e fazer o caminho de volta pelos nervosaté a pele correspondente a um dermátomo,levando ao surgimento das lesões do quadro deherpes-zóster.
Clínica varicela:
• Fase Prodrômica: febre, cefaleia, anorexia, malestar cerca de 24-48h antes do início doexantema. A febre é moderada e pode persistiraté 4 dias após o início do exantema.• Fase Exantemáticao O exantema se inicia no couro cabeludo, face epescoço, disseminando-se centrifugamentepara o tronco e extremidades, com umadistribuição centrípeta (mais evidente nocentro do corpo). Seguem uma evolução:- Mácula eritematosa e pruriginosa- Pápula- Vesícula com conteúdo cristalina (“gotade orvalho sobre pétala de rosa”)- Pústula com umbilicação central- Crostao O tempo médio desta evolução é de 24-48h. Acoexistência de lesões em vários estágiosevolutivos constitui uma característica dadoença chamada polimorfismo.
Macula - Pápula - Vesícula - Crosta todas numa mesma área
DD varicela:
Impetigo, Escabiose,Estrófulo, Enteroviroses.
Tratamento varicela:
Tratamento• É basicamente sintomático, envolvendo o uso deanti-térmicos para febre e anti-histamínicos parao controle do prurido.• Acicloviro Via Oral: 20 mg/kg/dose (máximo 800 mg)em 4x/dia por 5 dias.- Paciente > 13 anos previamentesaudável- 2º caso na família- Indivíduos com doença cutânea crônicao Via Endovenosa: 500 mg/m2/dose de 8 em 8horas por 7-10 dias- Doença grave ou progressiva- Imunossupressão (incluindo corticoterapia emdose imunossupressora)- Recém-nascido com varicela neonatal porexposição perinatal (o esquema aqui é:aciclovir 10 mg/kg/dose de 8/8 horas).
AAS pode ser prescrito na varicela:
• O uso de AAS é terminantemente proscrito!! Síndrome de Reye: condição potencialmentefatal caracterizada pela associação dedisfunção hepática com hipoglicemia eencefalopatia. Trata-se de uma condiçãoprecipitada pelo uso de Ácido Acetilsalicílico(AAS) que ocorre um ou vários dias apósinfecções virais em indivíduos geneticamentepredispostos. O coma, convulsões ehepatomegalia podem preceder em 48 – 72horas à parada cárdio-respiratória e à morte.
Prevenção varicela:
• Profilaxia Pré Exposiçãoo Vacina com vírus vivo atenuado – logo, nãodeve ser administrada em imunodeprimidos egestantes.• Profilaxia Pós Exposiçãoo Vacinação de Bloqueio- Deve ser realizada até 5 dias!- Ministério da Saúde só libera a vacina paraprofilaxia pós-exposição para uma situaçãode controle de surto em ambiente hospitalarpara comunicantes suscetíveisimunocompetentes maiores de nove mesesde idade.o Imunoglobulina Humana Antivaricela Zóster(IGHAVZ)
- Deve ser realizada até 96 horas após aexposição.
- Grávidas- RN de mães na qual a varicela apareceu nos 5últimos dias de gestação, ou até 48h após oparto- RN prematuros com mais de 28 semanas,cuja mãe nunca teve varicela- RN prematuros com menos de 28 semanas