Doenças da pleura Flashcards

1
Q

Pleura definição

A

Fina camada de células mesoteliais que recobre a parede torácica.

Composta por duas membranas: parietal e visceral

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2
Q

Espaço pleural definição

A

espaço virtual entre as pleuras. Torna-se real na presença de ar ou líquido

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3
Q

Classificação dos derrames pleurais

A

Gasoso = pneumotórax
Líquido = hidrotórax
Misto: hidropneumotórax, hemopneumotórax, piopneumotórax (pus e gás)

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4
Q

Pneumotórax definição

A

presença de ar no espaço pleural por lesão do parênquima pulmonar ou da cavidade torácica (lesão de parede ou de parênquima)

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5
Q

Pneumotórax classificação

A

Tamanho, etiologia ou fisiologia
Porcentagem de ar livre na cavidade (I-IV)
Hipertensivo ou não
Aberto (lesão da parede torácica) ou fechado (lesão do parênquima pulmonar)
Primário (doença pulmonar) ou secundário (infecção secundária)
Traumático penetrante ou não Iatrogênico
Pós-cirúrgico (toda abertura cirúrgica do tórax provoca pneumotórax)

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6
Q

Pneumotórax manifestações clínicas

A

15% dos pacientes com pneumotórax espontâneo podem não procurar socorro médico por mais de uma semana após o episódio

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7
Q

Pneumotórax espontâneo primário

A

formação de pequenas bolhas (blebs) no parênquima pulmonar (principalmente no ápice e na face mediastinal) que se rompem espontaneamente, como consequência a picos de pressão negativa intrapleural

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8
Q

Pneumotórax epidemiologia

A

Mais comum em pessoas magras e altas, jovens (20-40 anos), homens (4-6H:1M), tabagismo, histórico familiar.

Incidência anual de 9 casos a cada 100.000 habitantes.

Pouco mais comum do lado direito; pneumotórax simultâneos bilaterais ocorrem em 10% dos pacientes.

Incidência familiar e antecedente familiar positivo são encontrados em cerca de 11% dos pacientes.

Ruptura de “blebs” ou vesículas enfisematosas sub-pleurais, geralmente localizadas nos ápices dos pulmões. A incidência de “blebs” demonstráveis radiologicamente é aproximadamente de 15%
Incidência de 20 a 50% de recidiva do pneumotórax: 90% das recorrências ocorrem do mesmo lado do episódio inicial. Após o segundo episódio, o risco de recorrência aumenta para 60 a 80%

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9
Q

Manifestações clínicas pneumotórax

A

Mais frequente: dor torácica e dispneia (ou apenas desconforto) → proporcional à quantidade de ar que extravasou para a cavidade e à reserva pulmonar do paciente (paciente mais idoso tem mais manifestações).

Menos frequente: ortopnéia, tosse seca ou hemoptise

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10
Q

CONDUTA PNEUMOTÓRAX

A

1º episódio → drenagem
2º episódio em diante (índice de recorrência aumenta muito) → cirurgia (videotoracoscopia)

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11
Q

Toracocentese de alívio

A

romper a pleura parietal com uma agulha para aliviar a pressão quando for pneumotórax hipertensivo (transformar um pneumotórax fechado em um aberto) - medida transitória até conseguir fazer a drenagem

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12
Q

Drenagem pleural (obrigatória):

A

Paramentação adequada, anestesia loco-regional (xilocaína infiltrada na pele, subcutâneo e borda superior do arco costal). Dica: na hora de infiltrar a anestesia, puncionar a pleura e aspirar para ver se vem o que estamos procurando.

Local clássico: 4º a 6º EIC na linha axilar média (geralmente 4º ou 5º para evitar colocar o dreno na cavidade abdominal) - cuidado para não drenar abaixo do diafragma!

OBS. Até um tempo atrás, era comum drenar no 2º EIE, na linha média. Entretanto, só serve para hemotórax e é usado outro dreno. Hoje não se faz mais isso porque se tiver líquido, vai ter que drenar em outro local.

Melhor técnica: abrir a pele um EIC abaixo do espaço que você quer drenar, dissecar o subcutâneo até o EIC acima, e entrar na pleura com um kelly médio.

Posição adequada do dreno: posterior no tórax, voltado para o ápice
Dreno colocado em selo d’água (suficiente para cobrir a ponta do dreno!). Cuidado para não tampar o respiro!

Material utilizado: avental cirúrgico, campo cirúrgico, material para anestesia loco-regional, caixa de pequena cirurgia, kit de drenagem pleural, fio de sutura, luva, gazes, seringas, cateter de teflon, material para assepsia, material para curativo, água destilada para selo, frasco para colher material para exame

O paciente fica pelo menos 48h com o dreno

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13
Q

Tratamento cirúrgico

A

9 a 20% dos casos

Indicações: fístula aérea maciça, fístula aérea que permanece por > 5 dias, pneumotórax recidivado a partir do 2º episódio, pneumotórax contralateral ou na presença de pneumotórax bilateral simultâneo e indicações específicas (secundárias a atividades profissionais - pilotos de aviação, mergulhadores; indivíduos que vivem em áreas remotas).

Técnica: toracoscopia ou vídeo-toracoscopia

Pode-se colocar uma aspiração negativa com régua de Takaoka 10 a 25 cm H2O em pacientes com fístula aérea (para que ela se feche)

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14
Q

Hidrotórax definição

A

presença de líquido no espaço pleural

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15
Q

Toracocentese indicação e local da punção

A

Indicação: RX com borramento do seio costofrênico > 10 mm

Local da punção: região mais baixa de deposição do líquido, que é localizado através da percussão ou RX

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16
Q

Punção do líquido

A

análise laboratorial: pH, glicose, DHL, proteínas, pesquisa de BAAR e fungos, celularidade, cultura + ATB, citologia.

Pode ser realizada à beira do leito com ou sem o auxílio de USG (se houver dificuldade na obtenção de líquido pleural ou se o derrame for pequeno).

Paciente sentado ou em pé, apoiado em uma superfície para abrir o EIC

17
Q

Exsudato

A

Relação proteína líquido pleural / proteínas plasmáticas > 0,5
DHL líquido pleural / DHL plasmático > 0,6
Redução do pH sanguíneo
Indica doença pleural: pneumonia bacteriana, parapneumônicos, neoplasias, TB, colagenoses, septicemia (empiema pleural), pancreatite, embolia pulmonar, parasitoses, drogas, actinomices, AIDS

18
Q

Transudato

A

Ausência de proteínas e DHL, pH normal e nível de glicose igual ao do sangue.

Relação proteína líquido pleural / proteínas plasmáticas < 0,5
DHL líquido pleural / DHL plasmático < 0,6.

Líquido de aspecto claro, baixa densidade, baixa celularidade e baixo teor proteico.

Indica manifestação pleural de doenças sistêmicas: IC, insuficiência renal, ascite por cirrose hepática, síndrome nefrótica, diálise peritoneal, atelectasia e obstrução de veia cava superior

19
Q

Biópsia pleural

A

A biópsia é da pleura parietal, procedimento que só pode ser feito com a presença de líquido no espaço pleural. Isso porque o líquido as separa, evitando que a biópsia produza um pneumotórax.

Análise anatomopatológica - direciona o diagnóstico

20
Q

Quilotórax definição

A

presença de quilo (linfa) na cavidade pleural

21
Q

Quilotórax características

A

Derrame pleural leitoso de alto teor lipídico (triglicérides)

Passagem do quilo para o espaço pleural por obstrução ou lesão do ducto torácico causadas por: tumores, traumas, iatrogenia por manobras cirúrgicas, câncer, idiopática.

Normalmente ocorre à direita

22
Q

Hemotórax definição

A

acúmulo de sangue no espaço pleural; mais comum no trauma

23
Q

Hemotórax características

A

Causado por lesão de parênquima pulmonar (mais comum), parede torácica (artérias intercostais e artérias torácicas internas), mediastino, vísceras abdominais.

O que diferencia o derrame pleural do hemotórax é a história clínica, uma vez que no RX a imagem é muito semelhante

24
Q

Tratamento hemotórax

A

Estabilização hemodinâmica + drenagem pleural (resolução de 85-90% dos casos).

Cirurgia: necessária em 10-15% dos casos

Indicação: débito do dreno > 20 mL/kg ou > 100 mL/h (ATLS fala em mais que 1500 mL, mas é feito com base em paciente médio de 70 Kg)

Quando há lesão de parênquima, os sangramentos são menores e param rapidamente (pressão pulmonar é baixa). Quando há lesão arterial, o sangramento é maior → abordagem cirúrgica

25
Q

Empiema pleural definição

A

presença de pus no espaço pleural

26
Q

Causa empiema pleural

A

pneumonias mal conduzidas, infecções de parede (por contiguidade), abscessos pulmonares, presença de corpo estranho, pós-operatório, infecções abdominais.

Agente etiológico: qualquer agente bacteriano pode causar empiema: pneumococo, estafilococo, anaeróbios, tuberculose

27
Q

Quadro clínico empiema pleural

A

pneumonia associada a derrame pleural, febre persistente, dispnéia, prostração, emagrecimento

28
Q

Tratamento

A

Empiema pleural agudo → drenagem pleural e antibioticoterapia

29
Q

Empiema pleural crônico

A

presença de lojas de abscessos separadas no espaço pleural e espessamento pleural, que dificulta a expansão pulmonar

30
Q

Drenagem aberta

A

o empiema é a única situação que não necessita de selo d’água na drenagem

31
Q

Decorticação pulmonar

A

retirada da pleura espessada para que o pulmão volte a se expandir (se só drenar, não vai descomprimir - precisa tirar a pleura - analogia casca de mexerica); é uma cirurgia grande

32
Q

Pleurostomia

A

em casos raros, em pacientes muito graves que não suportariam uma decorticação pulmonar. Consiste na remoção de fragmentos de arcos costais, com sutura da pele à pleura, mantendo a cavidade aberta durante o período necessário para a limpeza e drenagem adequada do espaço pleural → geralmente o paciente morre antes de precisar fechar; é uma cirurgia paliativa; caso precise fechar, é uma cirurgia plástica, com retalho

33
Q
A