DOENÇA DE ORELHA EXTERNA Flashcards
O que é otite externa?
É um processo infeccioso e inflamatório que acomete a orelha externa, podendo atingir desde o pavilhão auricular até o folheto mais externo da membrana timpânica.
Qual a duração máxima de uma otite para ser considerada aguda?
Até 3 meses.
Quais estruturas da orelha podem ser acometidas na otite externa?
O pavilhão auricular e o folheto mais externo da membrana timpânica.
Como as otites são classificadas?
Elas são classificadas de acordo com a localização da estrutura auditiva acometida (externa, média ou interna).
Qual é a principal característica de uma otite aguda?
A otite aguda tem duração de até 3 meses.
O que é Otite Externa Difusa Aguda (OEDA)?
É a forma mais comum de otite externa, caracterizada por inflamação difusa da pele do conduto auditivo. Também é chamada de otite do nadador, sendo frequentemente associada a atividades aquáticas.
Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da OEDA?
Fatores de risco incluem ausência de cerume, queimaduras, traumas, corpos estranhos, superações da orelha média, lavagens repetitivas, alterações de temperatura e umidade, e banho em mar/piscinas/rio.
Qual é o principal sintoma da OEDA e sua prevalência?
O sintoma mais comum é a otalgia intensa, presente em 70% dos casos.
: Quais são os principais agentes etiológicos da OEDA?
Os principais agentes são Pseudomonas aeruginosa (38% dos casos), Staphylococcus epidermidis (9,1%) e Staphylococcus aureus (7,8%)
Quais outros sintomas além da otalgia podem estar presentes na OEDA?
Prurido (60%), plenitude auricular (22%) e perda auditiva condutiva (32%) podem ocorrer à medida que a inflamação evolui.
Como superações da orelha média podem influenciar no desenvolvimento da OEDA?
Superações da orelha média podem causar perfuração do tímpano, permitindo drenagem de secreção para o conduto auditivo, favorecendo o desenvolvimento de OEDA.
Como quadros mais agressivos de OEDA podem progredir?
Quadros graves podem envolver estruturas adjacentes, como a articulação temporomandibular, as glândulas salivares e o tecido ósseo ao redor da orelha.
Quais são os estágios da OEDA e suas principais características?
Leve: Sintoma predominante é prurido, dor discreta, otoscopia revela luz do conduto auditivo preservada.
Moderado: Aumento da dor, conduto auditivo parcialmente obliterado com edema e secreção, luz do conduto auditivo diminuída.
Severo: Dor intensa com piora ao movimentar a pele ao redor da orelha, obliteração completa do conduto, secreção, edema e eritema, risco de disseminação.
Quais são os cuidados locais indicados no tratamento da OEDA?
Limpeza atraumática do conduto auditivo externo, removendo secreções, cerume e detritos, com algodão ou aspirador.
Qual o papel dos analgésicos no tratamento da OEDA?
AINEs (ibuprofeno, cetoprofeno, cetorolaco) ou dipirona são utilizados para alívio da dor, que é um sintoma importante da OEDA.
Quando é indicado o uso de antibióticos tópicos na OEDA?
Antibióticos tópicos são indicados para casos leves a moderados e em pacientes sem comorbidades. Em casos graves ou comorbidades, antibióticos orais são necessários.
Quais antibióticos tópicos são recomendados no tratamento da OEDA?
Neomicina, Polimixina B e Ciprofloxacino são opções comuns. Opções alternativas incluem tobramicina, ofloxacino e cloranfenicol.
Quando deve-se considerar o uso de antibióticos orais no tratamento da OEDA?
Em casos graves ou em pacientes com doenças crônicas (diabetes, HIV/SIDA), onde há maior risco de complicações.
Quais são os antibióticos orais comumente usados em OEDA grave?
Cefalexina (500mg 6/6h por 7 dias) ou Amoxicilina com Clavulanato (875/125mg 12/12h por 7 dias).
Quais medidas de prevenção são recomendadas para evitar episódios de OEDA?
Evitar deixar o conduto auditivo molhado, usar tampões ao nadar e evitar substâncias como álcool ou cotonetes no ouvido.
O que caracteriza a Otite Externa Aguda Localizada em relação à OEDA?
A Otite Externa Aguda Localizada apresenta distribuição focal, geralmente no terço lateral do conduto auditivo, e se manifesta como uma foliculite, ao contrário da OEDA que acomete o conduto de forma difusa.
Qual é o agente etiológico mais comum da Otite Externa Aguda Localizada?
O agente mais comum é a Staphylococcus aureus.
Quais são os sintomas clínicos da Otite Externa Aguda Localizada?
Os sintomas incluem prurido, otalgia localizada, hipoacusia (causada por edema) e, às vezes, presença de uma coleção purulenta.
Como a Otite Externa Aguda Localizada se parece na otoscopia?
A otoscopia revela inflamação, edema e focos de secreção purulenta limitados ao local da foliculite no conduto auditivo externo.
Qual é o tratamento inicial da Otite Externa Aguda Localizada?
O tratamento inicial inclui limpeza do conduto, analgesia com AINEs e, dependendo da gravidade, o uso de antibióticos tópicos ou sistêmicos.
Quando os antibióticos sistêmicos são indicados no tratamento da Otite Externa Aguda Localizada?
São indicados em casos mais graves, com inflamação severa, ou em pacientes com risco aumentado de complicações, como diabéticos ou imunossuprimidos.
Quais antibióticos são recomendados para o tratamento da Otite Externa Aguda Localizada?
As opções incluem penicilina benzatina, cefalexina, clindamicina, ou ciprofloxacino em gotas. Antibióticos tópicos como mupirocina ou clindamicina também podem ser usados.
O que caracteriza a Otite Externa Fúngica?
É uma forma de otite externa difusa causada por fungos, acometendo as porções superficiais da pele do conduto auditivo, sendo mais comum em climas tropicais devido ao calor e umidade.
: Quais são os fungos mais comuns responsáveis pela Otite Externa Fúngica?
Aspergillus sp. e Cândida sp., com maior desafio no tratamento da Cândida devido à maior taxa de recidivas.
Quais são os principais sintomas da Otite Externa Fúngica?
O sintoma mais comum é o prurido, seguido por dor leve. A otoscopia revela hifas na pele do conduto auditivo e secreção de aspecto grumoso, semelhante a coalhada
Qual é a conduta terapêutica inicial para a Otite Externa Fúngica?
A limpeza do conduto auditivo com aspirador ou algodão é essencial para permitir a penetração do antifúngico.
Quais são as opções de antifúngicos tópicos para Otite Externa Fúngica?
: Miconazol, Clotrimazol, Nistatina, Ciclopirox Olamina e Betnovate, aplicados 3 gotas 8/8h por 7 dias, mantendo por mais 7 dias após melhora clínica.
Quando o uso de antifúngicos sistêmicos é indicado na Otite Externa Fúngica?
Em casos mais graves, quando a infecção fúngica se desenvolve sob secreção purulenta ou há perfuração timpânica, associando antifúngico tópico e sistêmico.
O que é Otite Externa Necrotizante/Maligna?
É uma forma grave e potencialmente fatal de otite externa que causa infecção grave da orelha externa e base do crânio, sendo mais comum em diabéticos e imunossuprimidos.
Quais são os principais agentes etiológicos da Otite Externa Necrotizante?
A associação mais comum é entre Pseudomonas aeruginosa e Aspergillus.
Quais são os sintomas clínicos característicos da Otite Externa Necrotizante?
O sintoma principal é otalgia intensa de rápida evolução, com edema, linfadenopatia regional, trismo, cefaleia e otorreia fétida, podendo evoluir para paralisia facial periférica.
Qual o achado característico na otoscopia de pacientes com Otite Externa Necrotizante?
A otoscopia revela edema importante, tecido de granulação obstruindo o conduto e secreção purulenta significativa.
Quais exames são recomendados na suspeita de Otite Externa Necrotizante?
Bacteriologia e cultura da otorreia, glicemia, VHS, PCR, leucograma, e exames de imagem para avaliar o acometimento de nervos cranianos.
Quais fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de Otite Externa Necrotizante?
Diabetes mellitus e imunossupressão são os principais fatores de risco.
Qual exame de imagem é utilizado para investigar o acometimento de estruturas adjacentes na Otite Externa Necrotizante?
A Tomografia de Mastoide ou Osso Temporal é utilizada para investigar o acometimento de estruturas adjacentes
Qual é o exame mandatório para o diagnóstico de Otite Externa Necrotizante e por quê?
A Cintilografia com Tecnécio 99m é mandatória para diagnóstico devido à sua capacidade de identificar alterações já no início do quadro.
Qual é o exame de escolha para o seguimento (follow-up) de pacientes com Otite Externa Necrotizante?
A Cintilografia com Gálio é o exame de escolha para seguimento, avaliando a evolução do acometimento das estruturas durante e após as intervenções.
Qual é o tratamento inicial recomendado para Otite Externa Necrotizante?
O tratamento inicial inclui debridamento cirúrgico do canal auditivo externo para remover secreções e tecido necrosado.
Qual é o antibiótico de escolha para Otite Externa Necrotizante e como é administrado?
O antibiótico de escolha é Ciprofloxacino, inicialmente administrado por via endovenosa, podendo ser ajustado posteriormente para via oral conforme a resposta ao tratamento.
Quando o tratamento cirúrgico mais invasivo é necessário na Otite Externa Necrotizante?
Quando a resposta à antibioticoterapia e debridamento menos invasivo é inadequada, indica-se intervenção cirúrgica mais invasiva.