Doença Coronariana Aguda Flashcards
Descreva a etiologia da DCA?
O quadro clínico é desencadeado pela instabilização aguda dessa placa aterosclerótica
localizada em campos coronarianos, propiciando a agregação plaquetária, de modo a formar
um trombo na luz arterial, o que gera um agravamento agudo da obstrução vascular. O grau de obstrução é o determinante da gravidade e da intensidade do quadro clínico desencadeado.
Nos casos em que o trombo promover uma obstrução parcial, com fluxo sanguíneo residual
(seja pela porção ainda não ocluída ou por circulação colateral), ou com a ocorrência de uma
oclusão transitória da luz vascular, temos dois quadros possíveis mais brandos da doença: o
infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) e a angina instável. Já quando ocorre a obstrução total da luz arterial, sem o suprimento por circulação colateral, ocorre uma privação completa da irrigação do miocárdio, levando ao infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMSST).
Qual o melhor marcador de necrose do miocárdio?
Troponina.
Quais as diferenças entre SCA com e sem supra de ST?
-SCA sem elevação de segmento ST: Tem
trombo, mas não é trombo oclusivo. A placa
tem agregado, com trombo de fibrina, mas
tem passagem para o sangue.
-SCA com elevação de segmento ST:
Trombo oclusivo. A artéria é totalmente
ocluída.
Qual a clínica para SCA sem supra de ST?
→ Angina instável: dor ou desconforto
- Ocorre em repouso ou aos mínimos esforços e dura mais de 10 minutos;
- Severa e de início recente (4 a 6 semanas)
- Modelo em crescendo: mais intensa, mais frequente e prolongada que anteriormente.
Fatores de risco
- Tabagismo
- HAS
- DN
- HDL < 40 mg/dl
- LDL aumentado
- História familiar positiva
- Obesidade
- Sedentarismo
- Outros.
Qual a clínica para IAM sem supra de ST?
→ IAM SEM elevação de segmento ST
- Dor ou desconforto torácico e/ ou alterações
eletrocardiográficas compatíveis;
- Elevação de marcadores de necrose
miocárdica.
Qual a fisiopatologia da SCA?
É multifatorial e;
- envolve a ruptura ou erosão da placa-trombo não oclusivo;
- Microembolização de agregados
plaquetários, destruição miocárdica -
elevação de enzimas.
(obstrução dinâmica ou mecânica progressiva)
Quais os sinais e sintomas da SCA?
Os sintomas decorrentes da síndrome coronariana aguda decorrem do desbalanço entre
oferta e demanda de oxigênio quanto ao miocárdio, gerando um cenário propício para a
isquemia, uma vez que diante da doença aterosclerótica, ocorre disfunção endotelial, reduzindo
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a vasodilatação que ocorreria para compensar o aumento da demando por oxigênio, dada a
obstrução ocorrida. Diante disso, o sintoma preponderante desse quadro consiste na dor
precordial, também chamada de angina, geralmente descrita como sensação em aperto no
tórax, retroesternal, de início súbito, aos mínimos esforços ou em repouso, sem relação com
esforço prévio, piorando em situações de exercício e estresse e melhorando um pouco ao
repouso e com a administração de nitrato. Pode ser descrita a irradiação dessa para o
epigástrio, cérvice, mandíbula, dorso e membro superior esquerdo, sendo que é comum a
sensação de parestesia nesse último.
O paciente geralmente não associa a dor aos movimentos respiratórios e não indicará
um ponto específico doloroso. Isso porque a dor isquêmica consiste em uma dor visceral, a
qual não envia sinais neurológicos de dor localizada, mas sim de dor difusa.
SINAL DE LEVINE***
Qual a classificação de Braunwald - angina instável?
→ Gravidade
CLASSE I
- Angina de início recente, grave ou acelerada;
- Paciente com angina há menos de dois meses, grave, ou ocorrendo mais de 3x ao dia.
Angina evidentemente mais frequente ou desencadeada nitidamente com esforços. Sem
dor em repouso nos últimos 2 meses.
CLASSE II
- Angina de repouso, subaguda;
- Pacientes com 1 ou mais episódios de dor em repouso durante o mês precedente. Sem
dor em repouso nas últimas 48 horas.
CLASSE III
- Angina instável secundária;
- 1 ou mais episódios de dor em repouso nas últimas 48 horas.
→ Circunstâncias clínicas
CLASSE A
- Angina instável secundária;
- Condição extrínseca ao leito coronariano, claramente identificável, que intensifique a
isquemia miocárdica (anemia, infecção, febre, hipotensão, taquiarritmia, tireotoxicose,
hipoxemia).
CLASSE B
- Angina instável primária
CLASSE C
- Angina pós- IAM
- Dentro de 2 semanas após IAM documentado.
→ Intensidade do Tratamento
CLASSE 1
- Ausência de tratamento ou tratamento mínimo
CLASSE 2
- Ocorrendo na presença de tratamento padrão com doses convencionais de
betabloqueador, nitrato e antagonistas de cálcio.
CLASSE 3
- Apesar de doses máximas toleráveis das 3 categorias, incluindo nitrato venoso.
- Mais grave, com paciente internado.
Qual os achados no exame físico no paciente com SCA?
Exame físico
- Pressão arterial nos 2 braços: avaliar assimetria e hipotensão;
- Palpação de pulsos em membros superiores e inferiores.
- Geral: avaliar palidez, sudorese, ansiedade, cianose, turgência jugular.
- Ausculta cardíaca: presença de sopros, B3 e B4.
- Ausculta pulmonar: presença de crepitações;
- Extremidades: procurar sinais de insuficiência vascular, edema.
Quais os exames complementares para SCA?
ECG (mandatório), marcadores de necrose do miocárdio:
→ Solicitados na chegada no PS e após 6 e 12 horas. 3 marcadores:
- CK-MB massa;
- Troponinas (específica do músculo cardíaco) → Encontrada na molécula de actina. E
existem 3 tipos (T, I e C). Conseguimos dosar apenas troponinas T e I;
- Mioglobina: disponível só no serviço privado.
Como é feita a estratificação de risco na SCA?
TIME SCORE e GRACE SCORE.
Qual o tratamento para a SCA?
RESUMO DO TRATAMENTO
- IAM sem supra+angina instável de alto risco → Estratégia intervencionista;
- AAS + clopidogrel + BB+ anticoagulação plena;
- Inibidores de glicoproteína IIB IIIA;
- Realizar cineangiocoronariografia precoce e angioplastia com colocação de stent (em até 48 horas).
Tamanho do infarto depende de?
-Território arterial ocluído
- Duração da oclusão
- Presença ou não de fluxo colateral
- Demanda de O2 no tecido isquêmico
- Capacidade de lise do trombo
- Fluxo sanguíneo adequado pós-reperfusão
Exames para IAM com supra de ST?
→ Exames Gerais e perfil lipídico
- Hemograma, sódio, potássio, magnésio, glicemia, função renal, coagulograma, colhidos
junto com os marcadores de necrose miocárdica
- Perfil lipídico: colher colesterol total e frações + triglicerídeos
→ Ecocardiografia (Quando solicitar)
- Sintoma sugestivo de SCA + bloqueio de ramo esquerdo
- Portador de marca passo: Não é possível usar o ECG como parâmetro*
- Suspeita de IAM posterior isoladamente
- Avaliar complicações mecânicas do IAM
→ Outros métodos de imagem
- TC, RM, ECO transesofágica
- Importantes para identificação de causas não-isquêmicas que causam dor torácica:
dissecção de aorta, derrame pericárdico, embolia pulmonar
Qual o tratamento para IAM?
Terapia de reperfusão via cateterismo ou com o uso de fibrinolíticos.
Medidas iniciais:
- História e exame físico dirigidos + ECG >10 min;
- AAS: Mastigar 160 a 325 mg VO;
- Clopidogrel: 300 mg VO de ataque;
- Monitorização: cardíaca, oximetria de pulso (SpO2) < 90%);
- Acesso venoso + coleta de sangue;
- Morfina: SB ou EV;
- BB se não houver contraindicação.