Direito Ambiental Constitucional Flashcards

1
Q

Como a CF classifica o meio ambiente ecologicamente equilibrado?

A

Bem de uso comum do povo

Como bem de uso comum do povo, e essencial à qualidade de vida sadia

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2
Q

Com base da CF, é possível afirmar que tanto o Poder Público, como também toda a coletividade, sem exceções, tem o faculdade de defender o meio ambiente e preservá-lo para as futuras gerações?

A

Pegadinha: é um dever, não uma faculdade

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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3
Q

Quem tem a obrigação de preservar os processos ecológicos e prover o manejo ecológico de espécies e ecossistemas? Qualquer processo ecológico se insere em tal obrigação? E a obrigação de reparação?

A

Ambas, do Poder Público

e apenas os processos ecológicos essenciais

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público […] preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas

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4
Q

O patrimônio genético se insere dentro do conceito de “meio ambiente ecologicamente equilibrado”?

A

Sim.

Justamente por isso, uma das obrigações do Poder Público, de acordo com o art. 225, §1º, II, da CF, é o de “preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético

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5
Q

A alteração de “espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos” exige, em qualquer hipótese, autorização legal específica? Medida provisória pode? Por essa matéria é considerada uma exceção ao princípio do paralelismo das formas?

A

Somente por lei ESPECÍFICA em sentido estrito

não, medida provisória não pode

Art. 225, §1º, III, da CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público […] definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

ATENÇÃO A 4 PONTOS

  1. É competência do Poder Público, e não de um ente específico (não é só da União, só dos Estados ou só dos Municípios, ou qualquer combinação entre eles)
  2. Lei específica stricto sensu significa que medida provisória, não pode desafetar uma unidade de conservação
  3. Lei específica stricto sensu significa que a lei deve tratar especificamente desse assunto. Não vale um artigo perdido em uma lei sobre outro assunto qualquer.
  4. A criação (desde que aumente a proteção) pode ser por mero ato normativo, e não necessariamente por lei. Por isso, essa hipótese é considerada uma exceção ao princípio do paralelismo das formas.
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6
Q

Um Estado criou, por meio de decreto e seguindo a legislação em vigor, um Parque Estadual que se sobrepõe, parcialmente, a território ocupado por população tradicional. Neste cenário há um vício formal, uma vez que Parque somente pode ser criado por lei?

A

Errado. Não há vício formal, o decreto pode regulamentar o parque estadual. Nesse sentido, é o entendimento do STF:

MANDADO DE SEGURANÇA. MEIO AMBIENTE. DEFESA. ATRIBUIÇÃO CONFERIDA AO PODER PÚBLICO. ARTIGO 225, § 1º, III, CB/88. DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS. VALIDADE DO DECRETO. SEGURANÇA DENEGADA. 1. A Constituição do Brasil atribui ao Poder Público e à coletividade o dever de defender um meio ambiente ecologicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. 2. A delimitação dos espaços territoriais protegidos pode ser feita por decreto ou por lei, sendo esta imprescindível apenas quando se trate de alteração ou supressão desses espaços. [STF – Tribunal Pleno – MS 26.064 – Rel.: Min. Eros Grau, D.J.: 17.06.2010

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7
Q

Um Estado criou, por meio de decreto e seguindo a legislação em vigor, um Parque Estadual que se sobrepõe, parcialmente, a território ocupado por população tradicional. Neste cenário haverá dupla afetação do território, sendo necessário um regulamento de convivência construído em conjunto com a população tradicional?

A

Correto e, portanto, gabarito da questão. O território haverá dupla afetação.
Dessa forma, estamos diante do instituto da Dupla Afetação. A dupla afetação é um regime jurídico especial que visa a resolução de conflitos causados pela sobreposição entre Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Em outras palavras, a teoria da dupla afetação é uma possível solução a ser adotada quando há sobreposição entre determinado espaço ambientalmente protegido e o território de determinada comunidade tradicional. Referida tese já foi reconhecida pelo STF e vem sendo aplicada como forma de trazer uma proteção dúplice a espaços sobrepostos.

As áreas sob dupla afetação têm cogestão acordada entre o ICMBio, Funai e os povos que ocupam determinada região.

Portanto, fazendo o cotejo com a questão, podemos perceber quem, diante da situação exposta no enunciado, haverá dupla afetação do território, sendo necessário um regulamento de convivência construído em conjunto com a população tradicional
Sobre o tema, segue o julgado:

AÇÃO POPULAR. DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO- DEMARCATÓRIO. OBSERVÂNCIA DOS ARTS. 231 E 232 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, BEM COMO DA LEI Nº 6.001/73 E SEUS DECRETOS REGULAMENTARES. CONSTITUCIONALIDADE E LEGALIDADE DA PORTARIA Nº 534/2005, DO MINISTRO DA JUSTIÇA, ASSIM COMO DO DECRETO PRESIDENCIAL HOMOLOGATÓRIO. RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO INDÍGENA DA ÁREA DEMARCADA, EM SUA TOTALIDADE. […] 15. A RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA ENTRE TERRAS INDÍGENAS E MEIO AMBIENTE. Há perfeita compatibilidade entre meio ambiente e terras indígenas, ainda que estas envolvam áreas de “conservação” e “preservação” ambiental. Essa compatibilidade é que autoriza a dupla afetação, sob a administração do competente órgão de defesa ambiental. […] [ STF – Tribunal Pleno – Pet 3388 – Rel.: Min. Carlos Britto – D.J.: 19.03.2019]

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8
Q

Em que casos o poder público deve exigir o EIA (estudo prévio de impacto ambiental)? Ele é público ou sigiloso? E em casos de segredo industrial?

A

Potencialmente, significativa e publicidade

Esse é o texto do Art. 225, §1º, IV, da CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público […] exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará PUBLICIDADE.

Será SEMPRE PÚBLICO. Pouco interessa se há segredo industrial envolvido.

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9
Q

Qual é a obrigação imposta pela CF ao Poder Público em relação a “técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”?

A

Controle da produção, comércio e utilização

Esse é o texto do Art. 225, §1º, V, da CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público […] controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

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10
Q

A partir de que nível de ensino a educação ambiental se torna obrigatória para o poder público?

A

Em todos os níveis de ensino

Esse é o texto do Art. 225, §1º, VI, da CF: Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público […] promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente

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11
Q

Qual a obrigação imposta pela CF àqueles que exploram recursos minerais?

A

Recuperação do meio ambiente degradado

de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente

Esse é o texto do artigo 225, § 2º, da CF: aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

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12
Q

A CF permite a cumulação de sanções penais e administrativas com a obrigação de reparar danos ambientais?

A

Sim.

Esse é o texto do artigo 225, § 3º, da CF: as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

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13
Q

Quais são os 5 patrimônios ambientais nacionais, de acordo com a CF?

A

De acordo com o artigo 225, § 4º, da CF, são:

  • a Floresta Amazônica brasileira
  • a Mata Atlântica
  • a Serra do Mar
  • o Pantanal Mato-Grossense
  • a Zona Costeira

A principal consequência é que sua utilização “far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

ATENÇÃO!

Observar que não tem cerrado ou caatinga.

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14
Q

Todas as terras devolutas são indisponíveis?

A

Apenas as necessárias à proteção de ecossistemas

Esse é o texto do artigo 225, § 5º, da CF: são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

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15
Q

Quem tem competência para definir a localização de usinas nucleares? Há exceções?

A

Lei federal, sem exceção

Esse é o texto do artigo 225, § 6º, da CF: as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

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16
Q

Quais práticas a CF expressamente excluiu da definição de tratamento cruel de animais?

A

De acordo com o artigo 225, § 7º, da CF:

As “práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos”.

17
Q

A CF determina, em seu artigo 225, que é obrigação do poder público “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”.

Nesse contexto, pergunta-se: o que o poder público deve fazer com um animal mantido em cativeiro?

A

Prioridade é libertar no seu habitat

se não foi possível ou recomendável, entregues a jardins zoológicos ou assemelhados

Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados.

18
Q

Qual a obrigação do órgão que encontrou um animal silvestre em cativeiro, até sua libertação ou sua entrega a um zoológico?

A

Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico.

19
Q

É possível a convalidação da posse irregular de animal silvestre pelo decurso de longo período de tempo?

A

Pela lei, não

Mas o STJ já admitiu tal hipótese em seus julgados.

Exemplo: Sujeito que possui, por mais de 20 anos, papagaio em ambiente doméstico, tratando-o bem e com ele criando vínculo afetivo.

Entendeu o STJ, portanto, que “o particular que, por mais de vinte anos, manteve adequadamente, sem indício de maus-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico pode permanecer na posse dos animais” (Informativo nº 550 do STJ). Tal entendimento, entretanto, é diretamente contrário ao disposto no art. 1º da Lei nº 5.197/1967 e no art. 25 da Lei nº 9.605/1998, que dispõem que:

Art. 1º Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

Isso porque, se a Lei nº 5.197/1967 ou a Lei nº 9.605/1998 fossem seguidas à risca, em casos como o do julgado, os animais deveriam ser apreendidos, pois são propriedades do Estado. Contudo, verificou-se, no caso em análise, que seria desarrazoada a apreensão dos animais para uma duvidosa reintegração ao seu habitat e seria difícil identificar qualquer vantagem em transferir a posse para um órgão da Administração Pública.

20
Q

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Nesse sentido, é correto afirmar que aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, apresentando solução técnica elaborada por profissional reconhecido por órgão público competente.

A

Gabarito: Falso
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

[…]

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica EXIGIDA PELO ORGÃO PÚBLICO COMPETENTE, na forma da lei.

21
Q

As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

A

Gabarito: Verdadeiro

Art. 225 […]

§ 3° As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

22
Q

Considerando o art. 225 da Constituição Federal de 1988 (CF) e a jurisprudência do STF pertinente à possibilidade de licenciamento ambiental para atividade potencialmente poluidora, é correto afirmar que a Constituição Federal de 1988 exige que seja realizado estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de uma atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, a exemplo da mineração.

A

Gabarito: Verdadeiro

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

[…]

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

[…]

23
Q

A sociedade empresária Asfalto Joia S/A, vencedora de licitação realizada pela União, irá construir uma rodovia com quatro pistas de rolamento, ligando cinco estados da Federação. Sobre o licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental dessa obra, julgue o item a seguir.

Em caso de instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, é exigível a realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), sem o qual não é possível se licenciar nesta hipótese.

A

Gabarito: Verdadeiro

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

[…]

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

24
Q

A fiscalização do Município Beta, ao tomar conhecimento de que determinada incorporadora estava iniciando a construção de um grande empreendimento, constatou que esse proceder poderia gerar significativa degradação ambiental.

Nesse caso, ainda que não tenha sido causado dano ambiental, a existência de risco em potencial permite que seja exigido o estudo prévio de impacto ambiental.

A

Gabarito: Verdadeiro

Art. 225, § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

[…]

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

25
A exploração mineral atende a um regime de concessão. Cabe ao Estado brasileiro, detentor do domínio sobre os recursos naturais do subsolo, administrar esse patrimônio, na qualidade de poder concedente fiscalizador?
CORRETO. Segundo a Constituição Federal: Art. 20. São bens da União: IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. A exploração mineral atende a um regime de concessão, como disposto no art. 176, mas não só a esse, mas também ao regime de autorização. A Constituição atribui ainda, como sob o domínio da União, os recursos naturais do subsolo, cabendo a ela sua administração, e fiscalização. Por poder concedente fiscalizador, entende-se a qualidade que o Estado possui para proceder à concessão da exploração mineral, bem como de fiscalizar essa concessão ( o que é feito por intermédio do Departamento Nacional de Produção Mineral, uma autarquia).
26
Suponha que o estado do Piauí crie, por decreto do governador, um parque ecológico em Teresina e que, após dez anos dessa criação, outro governante resolva, mediante um novo decreto, suprimir parte da área do referido parque. Nessa situação, a iniciativa do novo governante deve ser considerada válida.
ERRADO. A Constituição Federal, no seu capítulo VI - Do Meio Ambiente, estabelece: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Como podemos observar, os espaços especialmente protegidos são alterados ou suprimidos mediante lei. Assim, a questão incorre em erro ao afirmar que é valida a supressão de parte de parque ecológico feita mediante decreto.
27
Sobre o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estabelecido no caput do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar: trata-se de um direito difuso, sendo este compreendido como transindividual, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
CORRETA - É a definição de direito difuso trazida pelo Código de Defesa do Consumidor, confira: Código de Defesa do Consumidor Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
28
V. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são bens da União, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais?
ERRADA - Não se trata de bens da União, mas sim de patrimônio nacional, veja: § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira **são patrimônio nacional**, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
29
A proteção ao meio ambiente é um princípio da ordem econômica, o que limita as atividades da iniciativa privada.
CORRETO. A Constituição Federal, no seu art. 170, ao tratar dos Princípios Gerais da Atividade Econômica, estabelece: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. O artigo em comento sujeita as atividades da iniciativa privada aos princípios de defesa do meio ambiente, inclusive, mediante tratamento diferenciado, o que atua como verdadeiro limitador de sua atuação.
30
O direito ambiental e o direito econômico são áreas do direito que se inter-relacionam, estando ambas voltadas para a melhoria do bem-estar das pessoas e para a estabilidade do processo produtivo.
QUESTÃO CORRETA A alternativa possui regramento na Lei 6.938/91: Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio - econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Importante também ressaltar que a defesa do meio ambiente é um dos princípios da ordem econômica presentes na CF/88: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
31
O Direito Ambiental brasileiro, possui princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações?
correto! (esse conceito é cobrado em prova) A assertiva utiliza o entendimento expresso pelo doutrinador Edis Milaré em sua obra Direito do Ambiente, no qual alega que o direito ambiental “é o complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações” (MILARÉ, Edis. Direito do ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 109). Trata-se de um ramo do direito difuso, ou de terceira geração, já que os interesses defendidos por esse ramo do Direito não pertencem à categoria de interesse público (Direito Público) nem de interesse privado (Direito Privado). Daí os interesses difusos, cuja proteção não cabe a um titular exclusivo, mas a toda a coletividade e a cada um de seus membros.