Diabetes Flashcards

1
Q

Definição de diabetes mellitus

A

Doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela ocorrência de hiperglicemia crônica, que a longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar também com descompensações metabólicas agudas

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2
Q

Resultado final da DM

A

Diminuição da utilização periférica e aumento da prudução hepática de glicose

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3
Q

Principal estímulo e cadeia de produção da insulina

A

Principal estímulo = aumento dos níveis séricos de glicose

Estímulo - glicose adentra citoplasma (GLUTs 1 e 2) - glicólise e formação de ATP - fechamento dos canais de potássio sensíveis ao ATP - despolarização da célula-beta - influxo de cálcio - degranulação de insulina

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4
Q

Hormônios contrarreguladores da insulina

A

Glucagon
Adrenalina
Cortisol
GH

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5
Q

Estímulo para liberação de glucagon

A

Redução dos níveis séricos de glicose

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6
Q

Os neurônios são sensíveis à insulina? Como ocorre a regulação energética nessas células?

A

Neurônios não são sensíveis à insulina. A energia do neurônio é estritamente dependente da glicemia (por isso precisa ser constante), e possuem GLUT1 expressos na membrana. Na ausência de glicose, o SN colapsa, pois não é capaz de fazer beta-oxidação (conversão de lipídeos em ATP). Diante disso, o fígado produz corpos cetônicos a partir de AG, que podem ser usados como fonte alternativa de energia pelos neurônios - em excesso, causam cetoacidose diabética

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7
Q

Metabolismo no estado pós-prandial
Carboidratos, lipídeos e proteínas

A

A absorção intestinal aumenta os níveis séricos de glicose. Ocorre um pico inicial de liberação de glicose (pré-formados). Em um segundo momento, a insulina é secretada de forma sustentada, pois ocorre um aumento na sua síntese

A resposta insulínica leva ao anabolismo de: carboidratos (glicogênese hepática e muscular), lipídeos nos adipócitos (lipogênese) e proteínas

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8
Q

Metabolismo no estado interprandial (jejum)
Carboidratos, lipídeos e proteínas

A

No jejum, a glicemia baixa é estímulo para a liberação de hormônios contrarreguladores da insulina, promovendo o catabolismo. Em um primeiro momento a glicemia é sustentada pela glicogenólise hepática. Quando os estoques acabam ocorre gliconeogênese hepática, lipólise e, em jejum prolongado, proteólise

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9
Q

O que são as incretinas e quais são as suas funções

A

As incretinas são peptídeos secretados pelo tubo digestivo durante a absorção de nutrientes. Aumentam a secreção pancreática de insulina em resposta à glicose.

As incretinas são a GLP-1 e GIP - ambas são degradadas pela enzima DPP-4

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10
Q

Como é o metabolismo intermediário no diabetes mellitus?

A

Devido à carência de insulina, o organismo do diabético se comporta como se o paciente estivesse em jejum constante, mesmo no período pós-prandial. Assim, o catabolismo e a gliconeogênese ficam continuamente estimulados, e a utilização periférica de AG predomina em relação à glicólise - surgimento de hiperglicemia crônica

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11
Q

Etiopatogenia da DM tipo 1

A

Doença autoimune (não raro coexiste com outras, como Hashimoto, vitiligo, anemia perniciosa, …). As ilhotas de Langerhans são invadidas por TCD8, que destroem seletivamente as células-beta. Os portadores de DM1 dependem para o resto da vida de insulina exógena - caso contrário, desenvolvem cetoacidose diabética. Um marcador que pode ser utilizado para ver a não produção endógena de insulina é o peptídeo C (indetectável se < 0,1)

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12
Q

Principais autoanticorpos encontrados no DM1

A

Anti-ilhota (ICA)
Anti-GAD
Anti-IA-2

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13
Q

Existe DM1 assintomática? O que desencadeia a doença?

A

Os marcadores sorológicos aparecem anos antes da expressão clínica da doença (fase assintomática). Quando ocorre destruição de 80-90% das células-beta, eventos como puberdade ou infecções intercorrentes induzem a instalação abrupta dos sintomas.

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14
Q

Epidemiologia da DM1

A

Incidência bimodal, com pico entre 4-6 anos e entre 10-14 anos, sem diferença entre os sexos. Apesar de maior incidência na infância (diabetes juvenil), cerca de 30% dos pacientes desenvolvem após os 30 anos.

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15
Q

Diferença DM1 tipo A e tipo B

A

DM1A: presença de anticorpos

DM1B: etiopatogenia desconhecida, podem surgir por mutações no gene da insulina

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16
Q

Etiopatogenia do DM2

A
  1. Desenvolvimento de resistência insulínica
  2. Déficit secretório das células beta

*Parece que a RI surge primeiro, fazendo com que as células beta trabalhem em excesso até a exaustão. O resultado é o hipoinsulinismo relativo, isto é, pode estar normal ou mesmo alta, mas é sempre insuficiente para manter a homeostase glicêmica

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17
Q

O que leva as células à resistência insulínica?

A

Nos tecidos que são sensíveis à insulina, ocorre menor incorporação dos canais de GLUT4, resultando em menor entrada de glicose no citoplasma

18
Q

Quadro clínico DM1

A

Poliúria
Polidipsia
Polifagia
Emagrecimento

19
Q

Quadro clínico do DM2

A

Paciente típico é adulto (>40 anos), obeso, sedentário, com outros fatores de risco cardiovascular. Pode haver poliúria e polidipsia. Um importante sinal é a acantose nigricans (sinal de resistência insulínica ou neoplasia maligna), que predomina em áreas de dobra cutânea, como axilas, virilha, pescoço

20
Q

Critérios diagnósticos de DM

A
  1. Hemoglobina glicada (HbA1C) ≥ 6,5%
  2. Glicemia de jejum ≥ 126
  3. Glicemia 2 horas após TOTG ≥ 200
  4. Glicemia 1 hora após TOTG ≥ 208

*Glicemia aleatória > 200 + SINTOMAS - basta para o diagnóstico

Confirmar os resultados numa segunda testagem.

21
Q

O que é o estado pré-diabético?

A

Pacientes com glicemia alterada, mas que ainda não preenchem critérios formais para DM2 - em média, 30% de chances de desenvolver em 5 anos.

22
Q

Critérios para estado pré-diabético

A

100 < Glicemia de jejum < 125

140 < Glicemia 2h após TOTG < 199

5,7 < HbA1C < 6,4

Não é necessário repetir os exames

23
Q

Conduta nos estados pré-diabéticos

A

Mudança no estilo de vida - programa de dieta e atividades físicas
Uso de medicamentos não é recomendado - a não ser nos pacientes de muito alto risco

24
Q

Indicações de rastreio do DM2

A

Sobrepeso (IMC ≥ 25) + 1 fator de risco
Adulto > 35 anos (ADA) ou > 45 anos (SBD)
Crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade + histórico familiar importante, etnia, sinais de resistência insulínica

25
Q

Fatores de risco para DM2

A

Obesidade grave
Sedentarismo
Parente de primeiro grau acometido
Etnia (negro, latino)
História de doenças CV
Pré-diabetes
HAS
HDL < 35
Triglicerídeos > 250
Síndrome dos ovários policísticos
Acantose nigricans
HIV+

26
Q

Temporalidade do rastreio para DM2

A

Se o rastreio der negativo, pode ser repetido a cada 3 anos em adultos, e a cada 2 anos em crianças. Nos pacientes com fatores de risco (em especial os pré-diabéticos), o rastreio deve ser anual

27
Q

Caso haja duvida entre DM1 e DM2, como proceder?

A

Dosagem dos anticorpos do DM, em particular o anti-GAD e o ICA

28
Q

Principais complicações crônicas microvasculares do DM

A

Retinopatia
Nefropatia
Neuropatia

29
Q

Prevalência da retinopatia diabética

A

Ocorre em quase 100% dos DM1 após 20 anos, mesmo tratados, e em 60% dos DM2 após o mesmo período

30
Q

Patogênese da retinopatia diabética

A

A hiperglicemia contribui para a perda de pericitos (células de reserva), perda das células de adesão entre as células endoteliais - formação de microaneurismas. Essas condições propiciam o aparecimento de edema

31
Q

Características

  1. Retinopatia diabética não proliferativa
  2. Retinopatia diabética não proliferativa grave
  3. Retinopatia diabética proliferativa
A
  1. Microaneurismas, exsudatos duros, pequenas e esparsas hemorragias em chama de vela
  2. Múltiplas lesões isquemicas retinianas
  3. Ampla angiogênese e formação de neovasos
32
Q

Triagem e rastreamento da retinopatia diabética

A

O exame fundoscópico é recomendado para todos os pacientes com DM1 após cinco anos da doença e, para os pacientes com DM2, logo no diagnóstico. Esse exame deve ser repetido anualmente se não houver retinopatia, e semestralmente para aqueles com retinopatia.

33
Q

Outras complicações oculares dos pacientes diabéticos, que não a retinopatia

A

Catarata
Glaucoma

34
Q

Prevalência da nefropatia diabética

A

20-40% dos pacientes em ambos os tipos de DM

35
Q

Como se manifesta a nefropatia diabética?

A

Proteinúria no exame de urina convencional ou mais de 300 mg na urina de 24hs. O ideal é identificar e tratar a microalbumiúria - 30-300 mg de albumina em 24 horas de urina. Considera-se microalbuminúria positiva uma relação albumina/creatina > 300 mcg/mg

36
Q

Tratamento da nefropatia diabética

A

Controle glicêmico rígido
Controle da HAS (preferencialmente com iECA ou BRA)
Controle da dislipidemia (LDL < 100)

37
Q

Prevalência da neuropatia diabética

A

50% dos pacientes com DM2 e menor proporção em DM1

38
Q

Como se manifesta a neuropatia diabética?

A

Polineuropatias: lesão das fibras tipo A e C, iniciando distalmente nos MMII. Podem alterar sensibilidade vibratória, proprioceptiva, térmica, dolorosa e tátil

Neuropatia autonômica: disautonomia cardiovascular, disautonomia geniturinária, disfunção erétil, disautonomia gastrointestinal

39
Q

O que é o pé diabético?

A

Resultante da integração da neuropatia com a vasculopatia, com ou sem presença de infecção. A perda da sensibilidade proprioceptiva desestabiliza a musculatura do arco plantar, levando à distribuição de toda a pressão do peso do corpo para apenas uma área (região tenar - local comum da úlcera diabética). Além disso, a isquemia e a disfunção leucocitária no local ajudam na patogênese

40
Q

Recomendações na prevenção do pé diabético

A

Não andar descalço
Não colocar pés de mohlo em agua quente
Não usar calçados apertados ou duros
Lavar e enxugar bem os pés
Só usar sapatos com meias
Examinar os pés diariamente

41
Q

Quais são as principais complicações macrovasculares da DM?

A

Doença arterial coronariana e cardíaca: IAM, AVE

Doença cerebrovascular: AVE isquêmico, demência vascular

Arteriopatia periférica: isquemia, principalmente de MMII

42
Q

Componente genético no DM2

A

A genética é mais importante no DM2 do que no DM1, associada aos fatores ambientais.