Diabetes Flashcards
Definição de diabetes mellitus
Doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela ocorrência de hiperglicemia crônica, que a longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar também com descompensações metabólicas agudas
Resultado final da DM
Diminuição da utilização periférica e aumento da prudução hepática de glicose
Principal estímulo e cadeia de produção da insulina
Principal estímulo = aumento dos níveis séricos de glicose
Estímulo - glicose adentra citoplasma (GLUTs 1 e 2) - glicólise e formação de ATP - fechamento dos canais de potássio sensíveis ao ATP - despolarização da célula-beta - influxo de cálcio - degranulação de insulina
Hormônios contrarreguladores da insulina
Glucagon
Adrenalina
Cortisol
GH
Estímulo para liberação de glucagon
Redução dos níveis séricos de glicose
Os neurônios são sensíveis à insulina? Como ocorre a regulação energética nessas células?
Neurônios não são sensíveis à insulina. A energia do neurônio é estritamente dependente da glicemia (por isso precisa ser constante), e possuem GLUT1 expressos na membrana. Na ausência de glicose, o SN colapsa, pois não é capaz de fazer beta-oxidação (conversão de lipídeos em ATP). Diante disso, o fígado produz corpos cetônicos a partir de AG, que podem ser usados como fonte alternativa de energia pelos neurônios - em excesso, causam cetoacidose diabética
Metabolismo no estado pós-prandial
Carboidratos, lipídeos e proteínas
A absorção intestinal aumenta os níveis séricos de glicose. Ocorre um pico inicial de liberação de glicose (pré-formados). Em um segundo momento, a insulina é secretada de forma sustentada, pois ocorre um aumento na sua síntese
A resposta insulínica leva ao anabolismo de: carboidratos (glicogênese hepática e muscular), lipídeos nos adipócitos (lipogênese) e proteínas
Metabolismo no estado interprandial (jejum)
Carboidratos, lipídeos e proteínas
No jejum, a glicemia baixa é estímulo para a liberação de hormônios contrarreguladores da insulina, promovendo o catabolismo. Em um primeiro momento a glicemia é sustentada pela glicogenólise hepática. Quando os estoques acabam ocorre gliconeogênese hepática, lipólise e, em jejum prolongado, proteólise
O que são as incretinas e quais são as suas funções
As incretinas são peptídeos secretados pelo tubo digestivo durante a absorção de nutrientes. Aumentam a secreção pancreática de insulina em resposta à glicose.
As incretinas são a GLP-1 e GIP - ambas são degradadas pela enzima DPP-4
Como é o metabolismo intermediário no diabetes mellitus?
Devido à carência de insulina, o organismo do diabético se comporta como se o paciente estivesse em jejum constante, mesmo no período pós-prandial. Assim, o catabolismo e a gliconeogênese ficam continuamente estimulados, e a utilização periférica de AG predomina em relação à glicólise - surgimento de hiperglicemia crônica
Etiopatogenia da DM tipo 1
Doença autoimune (não raro coexiste com outras, como Hashimoto, vitiligo, anemia perniciosa, …). As ilhotas de Langerhans são invadidas por TCD8, que destroem seletivamente as células-beta. Os portadores de DM1 dependem para o resto da vida de insulina exógena - caso contrário, desenvolvem cetoacidose diabética. Um marcador que pode ser utilizado para ver a não produção endógena de insulina é o peptídeo C (indetectável se < 0,1)
Principais autoanticorpos encontrados no DM1
Anti-ilhota (ICA)
Anti-GAD
Anti-IA-2
Existe DM1 assintomática? O que desencadeia a doença?
Os marcadores sorológicos aparecem anos antes da expressão clínica da doença (fase assintomática). Quando ocorre destruição de 80-90% das células-beta, eventos como puberdade ou infecções intercorrentes induzem a instalação abrupta dos sintomas.
Epidemiologia da DM1
Incidência bimodal, com pico entre 4-6 anos e entre 10-14 anos, sem diferença entre os sexos. Apesar de maior incidência na infância (diabetes juvenil), cerca de 30% dos pacientes desenvolvem após os 30 anos.
Diferença DM1 tipo A e tipo B
DM1A: presença de anticorpos
DM1B: etiopatogenia desconhecida, podem surgir por mutações no gene da insulina
Etiopatogenia do DM2
- Desenvolvimento de resistência insulínica
- Déficit secretório das células beta
*Parece que a RI surge primeiro, fazendo com que as células beta trabalhem em excesso até a exaustão. O resultado é o hipoinsulinismo relativo, isto é, pode estar normal ou mesmo alta, mas é sempre insuficiente para manter a homeostase glicêmica
O que leva as células à resistência insulínica?
Nos tecidos que são sensíveis à insulina, ocorre menor incorporação dos canais de GLUT4, resultando em menor entrada de glicose no citoplasma
Quadro clínico DM1
Poliúria
Polidipsia
Polifagia
Emagrecimento
Quadro clínico do DM2
Paciente típico é adulto (>40 anos), obeso, sedentário, com outros fatores de risco cardiovascular. Pode haver poliúria e polidipsia. Um importante sinal é a acantose nigricans (sinal de resistência insulínica ou neoplasia maligna), que predomina em áreas de dobra cutânea, como axilas, virilha, pescoço
Critérios diagnósticos de DM
- Hemoglobina glicada (HbA1C) ≥ 6,5%
- Glicemia de jejum ≥ 126
- Glicemia 2 horas após TOTG ≥ 200
- Glicemia 1 hora após TOTG ≥ 208
*Glicemia aleatória > 200 + SINTOMAS - basta para o diagnóstico
Confirmar os resultados numa segunda testagem.
O que é o estado pré-diabético?
Pacientes com glicemia alterada, mas que ainda não preenchem critérios formais para DM2 - em média, 30% de chances de desenvolver em 5 anos.
Critérios para estado pré-diabético
100 < Glicemia de jejum < 125
140 < Glicemia 2h após TOTG < 199
5,7 < HbA1C < 6,4
Não é necessário repetir os exames
Conduta nos estados pré-diabéticos
Mudança no estilo de vida - programa de dieta e atividades físicas
Uso de medicamentos não é recomendado - a não ser nos pacientes de muito alto risco
Indicações de rastreio do DM2
Sobrepeso (IMC ≥ 25) + 1 fator de risco
Adulto > 35 anos (ADA) ou > 45 anos (SBD)
Crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade + histórico familiar importante, etnia, sinais de resistência insulínica