Conceito De Colecistite Flashcards
O que é colelitíase ?
Colelitíase ou litíase biliar é uma doença Hepato biliar crônica recorrente. Sua origem pode ser por deficiência no metabolismo do colesterol, bilirrubina ou ácidos biliares, levando a formação de cálculos. Essa deficiência pode ter componente genético, como na síndrome de Gilbert
Como acontece o processo de formação da litíase de colesterol?
São 3 mecanismos envolvidos na formação da litíase: super saturação, impactação, aceleração da nucleação, hipomotilidade/estase biliar. No estado litogenico: o colesterol está muito elevado, gerando desequilíbrio na composição relativa dos 3 componentes principais: ácidos biliares, fosfolipídios e colesterol, esse desequilíbrio favorece o aparecimento do cálculo
Defina como o processo de aceleração da nucleação pode resultar em litíase biliar?
Aceleração da nucleação é o processo inicial de condensação e agregação de cristais de colesterol, formados na super saturação da bile. Pode ocorrer quando há um desequilíbrio na composição da bile, como quando há o aumento do colesterol ou a redução de algum outro componente da bile
Defina a formação dos cálculos colesterol devido a estase da vesícula biliar
A hipomotilidade é definida quando a vesícula biliar não contrai o suficiente para que haja o seu esvaziamento completo, dessa forma o resíduo que fica no seu interior vai cristalizando ao longo do tempo. Além disso as moléculas de colesterol podem ser miotoxicas, o que prejudica ainda mais a movimentação de contração
Na colelitíase, o que é lama biliar? Quais as suas complicações?
É um fluido viscoso formado por partículas de bile, ocorre a precipitação de solutos- cristais de colesterol, colesterol-lectina, grânulos de bilirrubina, ions de cálcio e mucina. Desequilíbrio entre a produção e a eliminação de mucina . Cólica biliar, colangite aguda e pancreatite aguda
O que é a mucina biliar? Como e quando ela pode impactar na formação da litíase biliar?
A mucina é uma substância produzida na bile para deixar a consistência da bile mais fluida e liquida. Qua do há redução na produção da mucina, leva a formação de cristais precipitados e formação da litíase.
O que é litíase pigmentar?qual a sua classificação?
É a formação de cálculos pela precipitação de bilirrubina não bile em consequência de: aumento na concentração de cálcio(hiperparatireoidismo), aumento de ânions de bilirrubina desconjulgada na bile( por secreção aumentada de bilirrubina não conjugada na biLe- hemólise crônica - no baço- ou ainda pelo aumento da betaglucuronidase)
Qual a função da betaglucuronidase?
É uma enzima produzida no fígado e sua principal função é a de quebrar a bilirrubina conjugada em bilirrubina livre no intestino para facilitar a absorção de gorduras
Como alterações na betaglicurunidase podem influenciar na formação da litíase biliar?
Se houver um aumento da atividade desta enzima , pode aumentar a quantidade de bilirrubina livre na bile, que é insolúvel em água, o que significa que ela pode se agrupar e formar cristais na vesícula. Esse cristais livres podem ainda precipitar junto com os cristais de colesterol e formar os cálculos
Diferenciar os tipos de cálculos
Litíase de colesterol, lama biliar e litíase pigmentar (marrom e preto)
Quais os fatores de risco para a litíase biliar?
Demográficos: histórico familiar, sexo feminino, progressão da idade, etnia;
Diabéticos, estilo de vida: jejum prolongado, rápida perda de peso, sedentarismo;
Condições associadas: cirrose alcoólica, cirurgia bariátrica, DM2, dislipidemia, terapia estrogenica, estase da VB, estase intestinal, hiperinsulinemia, síndrome metabólica e obesidade
Como é feito o diagnóstico da litíase biliar(colelitíase)?
Frequentemente encontrados em achados em exames de USG ou TC- anamnese: dor abdominal no QSD, abdome ou na região epigástrica, início abrupto, intensidade moderada a forte, pode irradiar para a região escapular, ombro direito e abdome inferior. Pico da dor em 1h e tente a resolver gradativamente em 5h. Náusea e vômitos são frequentes
Caso a dor da colelitiase se prolongue por mais de 5h, quais as hipóteses diagnósticas?
Colecistite aguda, pancreatite biliar aguda ou qualquer obstrução biliar em qualquer ponto da via biloar
Quais as alterações clássicas observadas no exame físico da colecistite aguda?
Dor ou sensibilidade na apalpação do abdome superior . Sinal de Murphy positivo- dor na região da vB quando na inspiração, está região toca a mão que palpa, podendo ou não interromper a inspiração pela dor provocada.
Quais os exames laboratoriais podem ser solicitados para diagnóstico da colelitíase?
Hemograma completo, enzimas hepáticas, bilirrubina livre e conjugada e enzimas pancreáticas. Todos aparecerão normais na * colelitíase não complicada.*
Qual o melhor exame para o diagnóstico da colelitíase?
USG de abdome superior, consegue a visualização de cálculos com diâmetro igual ou maior de 15mm. Exame de baixo custo e alta sensibilidade. Achados: um ou mais focos hiperecogênicos, móveis dentro da VB, com sombra acústica (pólipos e carcinomas não se movem). Pode ainda ser observado o tamanho da VB, espessamento da parede e líquido pericolicistico
Quando é indicado o exame CPRE?
É um método invasivo, indicado como padrão ouro para rastreio de obstrução e litíase na via biliar. Tem valor terapêutico e diagnóstico, principalmente nos casos de coledocolitíase, pancreatite aguda e colangite
Qual o tratamento para a colelitíase sintomática?
Pacientes sintomáticos: sempre optar por cirurgia , sendo a colecistectomia videolaparoscopica eletiva o padrão ouro.
Quando é indicada a colecistectomia para pacientes assintomáticos?
Candidatos a cirurgia bariátrica, cálculos maiores que 3mm, VB em porcelana ou pólipos na VB com crescimento rápido; portadores de anemia falciforme e a coexistência de cálculos pequenos, pelo risco maior de pancrestite
Qual a terapia medicamentosa no caso de litíase biliar?
AINES, Opióides E ANTIESPASMODICOS( butilbrometo de escopolamina)
Quando indicar o ursacol?
No caso de pacientes com cálculo de colesterol não pigmentado, pouco assintomáticos e sem complicações.
Quais as complicações da colelitíase?
Colecistite crônica , colecistite aguda, coledocolitíase, pancreatite biliar, fístulas biliares, síndrome de Mirizzi, óleo biliar( na presença de fístulas colecistoentericas com migração de cálculos para o intestino) síndrome de Bouveret(obstrução do bulbo duodenal, piloro ou área pre-pilorica ) colangite aguda.
Defina colecistite:
É uma complicação da colelitíase. Decore da resposta inflamatória de causa mecânica, química ou bacteriana, com consequente isquemia da mucosa da parede da VB, devido ao aumento da pressão intraluminal e da distinção da vb
Defina colecistite aguda
Quadro clínico:dor por mais de 5h. Decorre em geral pela obstrução do ducto cístico, seja por lama ou litíase biliar. Com a obstrução, a produção de muco pela VB aumenta a pressão vesicular, estase venosa, seguida de estase arterial, isquemia e necrose. A necrose pode evoluir com perfuração da VB
O que espera do exame físico de paciente com colecistite aguda?
Febre, taquicardia, sensibilidade a palpação da região epigástrica ou do QSD, sinal de Murphy positivo pode ou não estar presente
Quais os exames laboratoriais a serem prescritos e alterados na colecistite aguda?
Hemograma: leucocitose em aproximadamente 50% dos casos,
Elevação de amilase e fosfatase alcalina.
Exame padrão ouro: anatomopatológico da vb
Como é feito o diagnóstico de colecistite aguda?
História clínica, exame físico, anamnese, exames de imagem e laboratoriais
Quais as diretrizes de Toquio de critérios diagnósticos para colecistite aguda?
A- Sinais e sintomas: 1- Sinal de Murphy +, 2- dor ou sensibilidade dolorosa ou massa palpável no QSD.
B- Sinais sistêmicos : febre, PCR elevada, leucocitose
C- Achados por imagem: característicos de colecistite aguda
Suspeito: um item A+um de B
Definitivo: um de cada A+B+C
Qual o tratamento padrão ouro para a colecistite aguda?
Colecistectomia videolaparoscopica
Antibioticoterapia gram negativos,profilática pré operatório
O que a coledocolitíase e qual o quadro clínico?
Migração dos cálculos da vesícula para o ducto biliar. Quadro clínico: dor no QSD, elevação das transaminases e principalmente das canaliculares (FALC E GAMA GLUTAMILTRANSFETASE- GGT)
Qual o exame de imagem padrão ouro para diagnóstico da coledocolitíase?
CPRE, tanto diagnóstico quanto terapêutico, pois o cálculo pode ser coletado.
Na urgência pode ser realizada a Colangioressonância
Quais as principais complicações da coledocolitíase?
Icterícia obstrutiva, colangite e pancreatite
Qual o tratamento indicado para a coledocolitíase?
Papilotomia endoscópica via CPRE, pré-operatória e extração do cálculo, com posterior colecistectomia. Se houver falha na endoscópica deve-se empregar a terapia percutânea, trans hepática ou cirúrgica.
Qual a fisiopatologia da pancreatite biliar? E quais os fatores de risco?
Migração dos cálculos da vesícula biliar, gerando edema transitório da papila com obstrução da drenagem do ducto pancreático principal do cálculo pela ampola, causando um refluxo de bile. F risco: homens e cálculos menores que 5mm
Descreva a fisiopatologia das fístulas biliares
Comunicação anormal do sistema biliar para uma localização interna( TGI, cavidade torácica, TGI ou sistema vascular) ou ainda externa(colecistocutaneas). Decorre de uma obstrução biliar, com consequente infecção, necrose e fistulação. São raras
O que é a Síndrome de Mirizzi?
Ocorre quando o ducto hepático comum é obstruído por compressão extrínseca de cálculos da VB( geralmente cálculos que ficam no infundibulo, ou no colo) ou do ducto cístico. Pode evoluir pra fístula. Sintomas de icterícia obstrutiva. CPRE é o padrão ouro de avaliação
O que é a Tríade de Rigler?
Quando há fístulas colecistoentericas, ocorre migração de cálculos maiores de 2cm para o intestino, resultando em obstrução mecânica. A tríade de Rigler é: obstrução no intestino delgado, pneumobilia e cálculo aberrante no TGI. Diagnóstico por TC e tratamento com enterotomia.
Descreva a síndrome Bouveret
É uma complicação variante da óleo biliar, só que n ser caso ocorre obstrução do bulbo duodenal, duodeno pós bulbar, piloro ou área pre-pilorica. Sintomas comuns: náusea e dor abdominal. Diagnóstico EDA e TC. Tratamento: enterolitomia e fechamento da fístula.
Qual a fisiopatologia da Colangite aguda?
Doença sistêmica
Charcot como “febre hepática. Caracterizada pela tríade de CHARTCOt: dor abdominal, febre e icterícia.Combinação de infecção biliar e obstrução da via biliar aumenta a pressão interna nos ductos, causando refluxo de bactérias para o sangue, resultando em sepse com alta mortalidade.
Qual o quadro clínico da Colangite aguda?
Febre e dor abdominal em 80% dos casos. Icterícia em 60 a 70% dos casos.
* Pêntade de Reynolds: dor em hipocôndrio direito, febre, icterícia, confusão e hipotensão
Quais as diretrizes de Tóquio para o diagnóstico de colangite aguda?
A – Inflamação sistêmica
(1) Febre e/ou calafrios , (2) Dados laboratoriais: evidência de resposta inflamatória – leucocitose, aumento de
PCR ou outros
B – Colestase
(1) Icterícia , (2) Dados laboratoriais: testes de função hepática anormais – FALC, GGT, AST e ALT
C- Imagem
(1) Dilatação biliar , (2) Evidência de etiologia na imagem (cálculo)
Diagnóstico suspeito: um item em A + um item em B ou C
Diagnóstico definitivo: um item em A + um item em B e um item em C.
Qual a classificação da colangite aguda?
Leve: Grau 1
Sem critérios para colangite aguda grau 2 ou 3. Presença de inflamação leve, sem disfunção de órgãos.
Moderada: Grau 2
Associação com qualquer um dos seguintes: (1) Massa palpável e dolorosa em QSD.(2) Duração > 72hs, (3) Evidências de inflamação local: peritonite biliar, abscesso pericolestático e/ou hepático,
colangite gangrenosa e/ou enfisematosa.
Grave: Grau 3
Presença de qualquer um dos seguintes: (1) Leucocitose > 12.000/mm3 ou leucopenia < 4000/mm3
(2) Febre,(3) Idade > ou igual a 75 anos, (4) BT > ou igual a 5mg/ml (5) Hipoalbuminemia
Qual o tratamento para a colangite aguda?
Tratamento:
- Antibioticoterapia: Iniciar em todos os pacientes com suspeita de colangite.
- Drenagem biliar: Realizar o mais cedo possível em pacientes com colangite grau 2 ou 3. Em casos grau 1, com boa resposta aos antibióticos, recomenda-se a drenagem em 24 a 48 horas.
Descreva o metabolismo da bilirrubina
A bilirrubina é um produto residual do metabolismo da hemoglobina no baço. quando os glóbulos vermelhos envelhecem ou são destruídos, a hemoglobina é quebrada em globina e heme. O heme é convertido em biliverdina pela enzima heme oxigenase. A biliverdina é então convertida em bilirrubina pela enzima biliverdina redutase nos hepatócitos.A bilirrubina recém-formada, chamada de bilirrubina não conjugada, é insolúvel em água e é transportada no sangue ligada à albumina até o fígado.No fígado, a bilirrubina não conjugada é captada pelas células hepáticas, onde é conjugada com o ácido glicurônico pela enzima UDP-glucuroniltransferase, tornando-se bilirrubina conjugada.A bilirrubina conjugada é solúvel em água e pode ser excretada na bile. Ela é então transportada para o intestino, onde é parcialmente convertida em urobilinogênio por bactérias intestinais.
Eliminação:
O urobilinogênio pode ser eliminado nas fezes ou reabsorvido na corrente sanguínea e excretado pelos rins na urina, dando a cor amarela característica à urina.
Descreva a fisiologia da secreção biliar
durante o período interprandial, a bile é armazenada e concentrada na vesícula biliar. Na alimentação, a colecistoquinina estimula sua liberação no duodeno, onde os ácidos biliares ajudam na absorção de gordura. As micelas na vesícula biliar previnem a formação de cálculos, e a maioria dos sais biliares é reabsorvida no íleo terminal, com uma pequena parte excretada nas fezes.