Clínica Médica Flashcards
[USP-RP - SP - 2021] Mulher, 36 anos, apresenta dispneia aos moderados esforços há 4 meses com palpitações taquicárdicas há 2 meses. Refere reumatismo na infância, sem outras comorbidades. Não faz uso de medicações contínuas. Considerando a principal hipótese diagnóstica, qual figura representa a ausculta cardíaca esperada para esta paciente?
Figura C
CCQ: Reconhecer estenose mitral como principal valvulopatia reumática
Assim como já comentamos, a estenose mitral é a principal valvopatia associada à febre reumática. O sopro é em “ruflar diastólico” - isto é, um sopro mesodiastólico decrescendo e crescendo, predominante em foco mitral. Ainda, na imagem é possível identificar em “OS” o estalido de abertura característico da estenose mitral.
Sempre que a questão falar de estenose mitral, devemos lembrar da tríade clássica, que envolve:
- Ruflar diastólico –> dica: todo sopro diastólico é patológico!
- Estalido de abertura
- Hiperfonese de B1
O sopro da estenose mitral é um sopro diastólico melhor audível em foco mitral. Importante lembrar que nesse sopro não há B3 e nem B4.
Quadro de dor em hipocôndrio direito, queda de Hb e hepatomegalia em paciente com anemia falciforme é compatível com:
Sequestro hepático
Embora menos comum que o sequestro esplênico e pulmonar, o sequestro hepático é uma temida complicação da anemia falciforme, na qual o sangue fica aprisionado nos sinusóides hepáticos por vaso-oclusão. O mecanismo é parecido com o que ocorre no sequestro esplênico.
O quadro clínico mais frequente é dor no quadrante superior direito do abdome e hepatomegalia. Nos exames de laboratório, há evidência de anemia hemolítica por diminuição da hemoglobinemia, aumento da desidrogenase lática e da bilirrubinemia. Bastante compatível com o quadro apresentado pelo paciente do enunciado!
O tratamento se baseia em analgesia e reposição volêmica que inclui transfusão de hemocomponentes, evitando hipoperfusão tecidual e coagulopatia.
A histopatologia do carcinoma papilífero (tipo mais comum) revela células com característica:
Células em vidro fosco e fenda intranuclear
Etiologias que apresentam síndrome mononucleose-like (3):
CTB
Citomegalovírus
Toxoplasmose
Hepatite B
Paciente masculino, de 25 anos, apresenta diarreia aguda profusa, hipotensão arterial, ureia sérica de 90 mg/dl, creatinina sérica de 2 mg/dl e exame qualitativo de urina (EQU) com cilindros hialinos.
O caso pode cursar com lesão renal aguda por qual etiologia?
CCQ: Pensar em lesão renal aguda pré-renal em paciente apresentando desidratação com hipotensão, ureia/creatinina > 40 e cilindros hialinos ao exame de urina
A lesão renal aguda pode ter 3 etiologias:
- Pré-renal: causa mais comum. Ocorre em pacientes com diminuição de volemia, comum na desidratação, em hemorragias e em pacientes instáveis hemodinamicamente.
- Renal: exemplos são necrose tubular aguda, nefrite intersticial alérgica, uso de drogas nefrotóxicas e glomerulopatias.
- Pós-renal: menos comum. Causas: hiperplasia prostática benigna, cálculos, neoplasias e iatrogenias (como cateter vesical obstruído).
Através de alguns parâmetros laboratoriais podemos diferenciar a IRA renal da pré-renal - e isso é o mais importante sobre o assunto. Pense assim: na causa pré-renal, o rim tem capacidade de funcionar normalmente, apenas não recebe volume, e vai tentar compensar absorvendo mais sódio (logo, excreta menos na urina). Na causa renal, o rim não consegue funcionar. Assim:
Pré-renal: sódio urinário < 20 mEq/L; fração de excreção de sódio (FE Na) < 1%; fração de excreção de ureia (FE Ur) < 35%; osmolalidade urinária > 500 (mOsm/kg); densidade urinária > 1,020; relação ureia/creatinina plasmática > 40.
Renal: sódio urinário > 40 mEq/L; FE Na > 1%; FE Ur > 50%; osmolalidade urinária < 350 mOsm/Kg; densidade < 1,015; relação ureia/creatinina plasmática < 20.
A presença de artrite + lesão de pele em um paciente jovem deve fazer você suspeitar de
Artrite gonocócica
Artralgia → É comum o envolvimento poliarticular
Lesões cutâneas → Pápulas ou vesículas, não dolorosas, com base eritematosa e centro necrótico. (Repare que são exatamente essas lesões que a paciente do caso tem)
Tenossinovite → Geralmente de vários tendões
Além disso, podemos ver nesses doentes sintomas constitucionais, como febre e adinamia.
Para o tratamento da artrite gonocócica, a droga de escolha é a Ceftriaxona!
[USP-RP - SP - 2019] Homem, 46 anos, hipertenso e diabético, apresenta lesões de pele (figura) há 6 anos, associadas a prurido local. Queixa-se também de dores articulares nas mãos pela manhã com melhora ao longo do dia. Qual é a propedêutica mais adequada para a confirmação do diagnóstico?
Curetagem metódica de Brocq.
CCQ: Reconhecer o papel da curetagem metódica de Brocq no diagnóstico de Psoríase.
A questão nos traz um paciente apresentando lesões de pele há 6 anos (crônicas), pruriginosas, eritemato descamativas bem delimitadas em dorso - muito sugestivas de Psoríase.
A qual se caracteriza como uma dermatopatia hiperproliferativa inflamatória.
Além disso, apresenta um padrão clássico de artrite inflamatória (dor pela manhã que melhora ao longo do dia) - nos sugerindo um quadro de artrite psoriásica associado.
E como é o diagnóstico? Clínico!
Por meio da curetagem metódica de Brocq: em uma primeira etapa, há destacamento da escama (Sinal da Vela), seguida do aparecimento de uma membrana opaca translúcida (membrana de Duncan).
Também encontramos o Sinal de Auspitz (após curetagem e remoção mecânica das escamas, brotam gotas de sangue na lesão em alguns segundos).
Deve-se solicitar ____________ para esclarecer o dianóstico.
Glicemia
Caracterize diarreia:
É um quadro de fezes de consistência líquidas ou pastosas com frequência de evacuações, em geral, mais de 3 vezes em 24 horas.
A diarreia osmótica ocorre quando há grande quantidade de substâncias osmoticamente ativas na luz intestinal. E, em geral, é provocada por lesão do enterócito que não vai conseguir absorver moléculas de carboidratos, por exemplo. Por isso, o gap fecal osmolar é (baixo/alto) e há (aumento/redução) do volume fecal com o jejum.
A diarreia osmótica ocorre quando há grande quantidade de substâncias osmoticamente ativas na luz intestinal. E, em geral, é provocada por lesão do enterócito que não vai conseguir absorver moléculas de carboidratos, por exemplo. Por isso, o gap fecal osmolar é alto e há redução do volume fecal com o jejum.
A diarreia (osmótica/inflamatória/secretória) é caracterizada pela presença de substâncias que aumentam o estado de secreção ativa do epitélio intestinal, sendo o principal exemplo algumas enterotoxinas bacterianas. Por esse motivo, o gap fecal osmolar é (alto/baixo) e, independente de jejum, apresenta um grande volume a cada evacuação.
A diarreia secretória é caracterizada pela presença de substâncias que aumentam o estado de secreção ativa do epitélio intestinal, sendo o principal exemplo algumas enterotoxinas bacterianas. Por esse motivo, o gap fecal osmolar é baixo e, independente de jejum, apresenta um grande volume a cada evacuação.
A diarreia (secretória/inflamatória) é desencadeada por lesão do enterócito e/ou por ação de toxinas que levam a inflamação da mucosa e aumento de motilidade intestinal. Nesta é comum presença de sangue, muco e/ou pus.
Sendo assim, indica a presença de bactéria e uma infecção de maior repercussão, com presença de febre, hematoquezia e dor abdominal.
A diarreia inflamatória é desencadeada por lesão do enterócito e/ou por ação de toxinas que levam a inflamação da mucosa e aumento de motilidade intestinal. Nesta é comum presença de sangue, muco e/ou pus. Sendo assim, indica a presença de bactéria e uma infecção de maior repercussão, com presença de febre, hematoquezia e dor abdominal.